terça-feira, 30 de novembro de 2021

3ª Bienal Internacional do Cinema Sonoro

 

BIENAL INTERNACIONAL DO CINEMA SONORO

online e gratuito

2 a 5 de dezembro de 2021

links: textos em laranja

Com a proposta de exaltar e desenvolver os aspectos sonoros do cinema contemporâneo, vem aí 3ª BIS - Bienal Internacional do Cinema Sonoro, trazendo 28 filmes (15 curtas e 13 longas-metragens) brasileiros, concorrentes em nove categorias competitivas, que serão exibidos gratuitamente pelo serviço de streaming Petra Belas Artes À La Carte, entre 2 e 5 de dezembro de 2021. 



Bienal Internacional do Cinema Sonoro – BIS nasceu com o objetivo de revelar trabalhos de qualidade singular na área de som do cinema a fim de contribuir para a evolução da linguagem sonora nas artes cinematográficas, e estimular o desenvolvimento de estudos e novos trabalhos criativos do ponto de vista da linguagem sonora. Bem como ajudar na formação dos futuros profissionais de som, oferecendo oficinas e masterclass, além de ampliar as discussões, o intercâmbio e as relações de amizade entre futuros profissionais e aqueles já estabelecidos no mercado através de debates, encontros e palestras. 

A organização pensou uma mostra competitiva diferente desta vez: um conselho de jurados de diversas associações de profissionais da área (ABRA, A3pS, API, AMC, Edt.Rio e Musimagem) votaram nos filmes após a inscrição e a primeira triagem do festival. Da mesma forma, o júri jovem, formado por estudantes de audiovisual da Universidade Estadual de Goiás (UEG), também votaram nos filmes dessa primeira triagem. Os mais votados de cada categoria são as produções que serão exibidas na mostra competitiva. Os ganhadores serão revelados no último dia de evento, tanto para o júri oficial, quanto para o júri jovem. 

A exibição dos filmes começa no dia 2/12/2021 (quinta-feira), às 17h, com sessões das mostras competitivas de longas e curtas-metragens. Na sexta-feira, 3/12/2021, a transmissão das mostras segue das 17h à 0oh. No sábado, 4/12/2021, a programação começa mais cedo, às 15h. No domingo, 5/12/2021, o público pode assistir às produções a partir das 14h. A programação traz, ainda, quatro produções recentes do Equador, Índia, Bélgica e Reino Unido, que compõem a Mostra Panorama Internacional, além de oficinas e a série de lives Cinemando, que aborda cases, trajetória de carreira, mercado, produção e pós-produção de áudio.

A SELEÇÃO

A Primeira Morte de Joana

Entre curtas e longas-metragens, 28 produções brasileiras competem nas mostras competitivas da 3ª BIS - Bienal Internacional do Cinema Sonoro. Em Luz nos Trópicos, de Paula Gaitán, Igor é um indígena Kuikuro nascido no interior que resolve retornar à terra de seus ancestrais trazendo as cinzas de seu avô e o registro sonoro de sua voz gravada pouco antes de morrer. A cineasta tece uma densa estrutura de histórias e linhas do tempo, enredados por cosmogonias indígenas, cadernos de viagem e literatura antropológica. O filme passou recentemente pelo Filmadrid (Espanha), pela 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes e recebeu prêmio de Melhor Filme Ibero Americano no Lima Alterna Festival Int. de Cine, do Peru.

Em A Primeira Morte de Joana, de Cristiane Oliveira, Joana, uma menina de 13 anos, quer descobrir por que sua tia-avó faleceu aos 70 sem nunca ter namorado alguém. A partir daí, percebe que todas as mulheres da sua família guardam segredos. O longa-metragem Ainda Temos a Imensidão da Noite, de Gustavo Galvão, reúne um time de talentos, com destaque para o produtor musical norte-americano Lee Ranaldo, fundador da icônica banda Sonic Youth, a produtora brasileira Sara Silveira e o production designer alemão Tamo Kunz (o mesmo dos filmes de Faith Akin).

Os curtas e longas-metragens selecionados para esta 3ª edição concorrem em nove categorias competitivas: Melhor Som; Melhor Direção de Som; Melhor Som Direto; Melhor Edição de Som; Melhor Mixagem de Som; Melhor Efeitos Sonoros; Melhor Música Original; Melhor Desenho de Som e Melhor Edição de Diálogos.

PANORAMA INTERNACIONAL

Ouvertures

Além dos filmes competidores, a BIS 2021 traz quatro produções internacionais e inéditas no Brasil. No primeiro dia de exibições no Petra Belas Artes À La Carte, a programação conta com a produção indiana That Cloud Never Left (2019), dirigido por Yashaswini Raghunandan. No dia seguinte, sexta-feira, é a vez de Ailleurs Partout (2020), filme de Isabelle Ingold & Vivianne Perelmuter, da Bélgica. No sábado, a Mostra Panorama Internacional exibe Ouvertures (2020), dirigido por Louis Henderson e Olivier Marboeuf, do Reino Unido. Já no domingo, o festival exibe Iwianch, the Devil Deer (2020), de José Cardoso, do Equador.

CONVERSAS E OFICINAS

Além dos filmes, a 3ª BIS - Bienal Internacional do Cinema Sonoro promove a série de lives Cinemando, com transmissão simultânea no perfil do Instagram da Bienal e no canal do YouTube da F64 Filmes. No dia 29/11/2021, às 17h, Rosana Stefanoni e Daniel Sasso comandou uma conversa sobre Pós-produção de Som e a A3pS (Associação dos Profissionais de Pós-Produção de Som). Na terça-feira, 30/11/2021, quem comanda a live Construindo Narrativas Sonoras é Ana Luísa Marquito, às 18 hora. No dia 1/12/2021, Mauricio Ruiz é o convidado para falar sobre Sound Design para Games & Mercado, a partir das 17h. A série Cinemando teve início no dia 23 de novembro.

A BIS volta a promover atividades formativas e profissionalizantes. Ainda é possível se inscrever para o Curso de Pro Tools, ministrado por Belém de Oliveira, que aborda desde os elementos mais básicos de interface e configuração até elementos como automação, plugins, ferramentas de mixagem e edição.

O FESTIVAL

Desde a sua estreia na cidade de Goiânia, em 2017, a BIS - Bienal Internacional do Cinema Sonoro propõe uma visão original do cinema contemporâneo, focada no desenvolvimento dos aspectos sonoros, valorização dos profissionais de som e formação da escuta do público. O festival, concebido pela F64 Filmes, é uma realização da F64 Filmes e Idéia Produções, com apoio de SoundTalk, A3pS, Petra Belas Artes à la Carte, ABRA, API, ABC, Edt.Rio, Guardiã do Ser, Musimagem Brasil. O projeto foi contemplado pelo Edital de fomento a festivais de cinema do Fundo de Arte e Cultura de Goiás 2018.


filmes selecionados para a 3ª BIS
LONGAS-METRAGENS

Luz nos Trópicos

A ARTE URBANA, de Bruno Armelin
Edição de Som e Música Original.

A BARQUEIRA, de Sabrina Blanco
Som Direto, Edição de Som, Mixagem e Edição de Diálogo.

A FEBRE, de Maya Da-Rin
Edição de Diálogo e Som Direto.

A NOITE AMARELA, de Ramon Porto Mota
Música Original e Desenho de Som.

A PRIMEIRA MORTE DE JOANA, de Cristiane Oliveira
Melhor som, Mixagem, Efeitos Sonoros, Música Original e Som Direto.

AINDA TEMOS A IMENSIDÃO DA NOITE, de Gustavo Galvão
Melhor Som, Música Original, Edição de Diálogo e Direção de Som.

BENJAMIN ZAMBRAIA E O AUTOPANÓPTICO, de Felipe Cataldo
Efeitos Sonoros e Desenho de Som.

EMPATE, de Sérgio de Carvalho
Música Original, Edição de Diálogo.

LUZ NOS TRÓPICOS, de Paula Gaitán
Melhor Som, Direção de Som, Desenho de Som, Edição de Som e Mixagem.

MÃES DO DERICK, de Dê Kelm
Efeitos Sonoros;

O MERGULHO NA PISCINA VAZIA, de Edson Fogaça

Edição de Som.

TOADA PARA JOSÉ SIQUEIRA, de Eduardo Consonni

e Rodrigo T. Marques
Melhor som, Direção de Som, Som Direto, Edição de Som,

Mixagem, Edição de Diálogo.

VENTO SECO, de Daniel Nolasco
Edição de Som e Desenho de Som.


CURTAS-METRAGENS

A MAIOR MASSA DE GRANITO DO MUNDO, de Luis Felipe Labaki
Melhor Som, Edição de som, Mixagem e Música Original.

ANAMNESE, de Tiago Lipka
Mixagem e Desenho de Som.

ATORDOADO, EU PERMANEÇO ATENTO, Henrique Amud

e Lucas H. Rossi dos Santos
Edição de Som.

BANCA PARAÍSO, de Giovanna Giovanini e Rodrigo Boecker
Som Direto e Mixagem.

COPACABANA MADUREIRA, de Leonardo Martinelli
Direção de Som, Som Direto, Edição de Som, Efeitos Sonoros

e Desenho de Som.

DINHEIRO NA MÃO É…, de Giancarlo Di Tommaso,
Edição de Diálogo.

INABITÁVEL, de Matheus Farias e Enock Carvalho,
Som Direto e Edição de Diálogo.

LORA, de Mari Moraga
Som Direto e Edição de Diálogo.

MARTELO, BIGORNA E ESTRIBO, de João Pedro Moraes
Melhor Som, Direção de Som, Som Direto e Edição de Diálogo.

NERVO ERRANTE, de Bruno Badain
Direção de Som, Efeitos Sonoros, Desenho de Som, Edição de Som.

NOITE DE SERESTA, de Sávio Fernandes e Muniz Filho
Som Direto e Edição de Diálogo.

PORTUGAL PEQUENO, de Victor Quintanilha
Melhor Som, Som Direto, Edição de Som, Mixagem, Efeitos Sonoros,

Música Original, Desenho de Som, Edição de Diálogo.

POSSO FAZÊ NADA!, de Welyton Crestani
Som Direto e Edição de Diálogo.

SER FELIZ NO VÃO, de Luc
Edição de Som e Mixagem.

VAGALUMES, de Léo Bittencourt
Direção de Som, Som Direto, Edição de Som, Mixagem,

Efeitos Sonoros e Desenho de Som.


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domingo, 28 de novembro de 2021

Crítica: Falling - Ainda Há Tempo

 

FALLING - AINDA HÁ TEMPO

por Joba Tridente 

Família é um assunto espinhoso para se levar às telas de cinema. Principalmente na intenção do drama e/ou do melodrama, que pode ferir e afastar e/ou acolher afetuosamente o espectador mais sentimental. Este pode ser o caso de Falling - Ainda Há Tempo (Falling, Reino Unido/ Canadá/ Estados Unidos/ 2020), de Viggo Mortensen, um filme capaz de causar mais incômodo que prazer ao público em busca de grandes emoções. 

Desculpe trazê-lo ao mundo... Para morrer. 


Escrito e dirigido por Viggo Mortensen, que também se ocupou da trilha sonora, a trama tensa de Falling - Ainda Há Tempo acompanha alguns dias infernais na vida de um filho e de um pai em situação de afinidade limite. O enredo, que esmiúça suas reminiscências familiares (nos dias atuais e em flashbacks nos anos 60/70), é implacável na caracterização de seus personagens. John (Mortensen): homem de meia-idade, piloto de avião, homossexual, mora com o companheiro Eric (Terry Chen) e a filha adotiva Mónica (Gabby Velis), em Los Angeles, na Califórnia. Willis (Lance Henriksen): fazendeiro idoso, viúvo, conservador que, ao demonstrar sinais de demência, é trazido a Los Angeles, pelo filho John, para consulta médica. Tampouco facilita a intensa relação pai e filho nos dias (ou anos) de convívio. Willis é o tipo mais abominável de pessoa que se possa imaginar: egocêntrico, autoritário, homofóbico, obsceno, machista, racista..., que não respeita nem o próprio filho. Conforme se costuram as cenas atuais com as de flashbacks (da infância e adolescência de John: Grady Mackenzie, ótimo/ Etienne Kelicci/ William Healy), nota-se que Willis (novo: Sverrir Gudnason) sempre foi indomável, irascível no trato com suas duas esposas, Gwen (Hannah Gross), mãe de John e Sarah (Carina Battrick/ Ava Kozelj/ Laura Linney), e Jill (Bracken Burns).    


Com um enredo bastante amargo e vislumbre mínimo de doçura (na fase infantil), Viggo Mortensen realiza um interessante estudo de personagem pautado na agressividade (de Willis: novo e velho) e na passividade (de John: infância, adolescência e adulto) que certamente não deixará o espectador indiferente. Ainda que seja mais fácil digerir a passividade amadurecida (não de total submissão, mas de compreensão da mente doentia paterna) de John (acompanhada desde que era um recém-nascido) do que a agressividade sem limites do amedrontador Willis (cujo existir é uma afronta: “Desculpe trazê-lo ao mundo... Para morrer.”), a narrativa é desenvolvida sem acusações..., que ficam por conta do espectador, que terá motivos mais do que suficientes para odiar Willis, numa interpretação irretocável de Henriksen. Embora o insuportável Willis (com ou sem demência) seja seu próprio juiz e carrasco, pela maneira como se comporta em família e sociedade... 


Envolto em paisagens bucólicas mergulhadas na bruma da melancolia, mais por causa da mudança de humor do intransigente Willis, do que da mudança das estações, Falling - Ainda Há Tempo  desvela o retrato de uma família disfuncional, que poderia soar datado. Mas que continua ganhando novos ângulos no momento em que o público LGBTQIA+ alcança maior visibilidade e direitos, mesmo combatido pelos conservadores ortodoxos (desculpe a redundância) aprisionados em suas velhas molduras. Vale lembrar que o drama escrito por Viggo Mortensen não surfa na onda atual das produções LGBTQIA+. Aqui, a homossexualidade é um detalhe conjugal, entre muitas outras desavenças infladas entre o destemperado Willis e suas mulheres, filhos, genros e netos. 


Enfim, fruto (amargo) de um enredo possível..., em que um filho, com sua inesgotável paciência, acredita que ainda há tempo para dialogar e resolver conflitos familiares e/ou de formação de caráter, antes da queda iminente do pai rabugento..., Falling - Ainda Há Tempo é um filme de uma tristeza absurda. Não apenas por focar a senilidade, mas por também questionar a qualidade dos nossos próprios sentimentos, principalmente daqueles que ocultamos de nós mesmos para ficar bem na fita. 

Assistir a este drama comovente, porém dilacerante (ao tangenciar a realidade), é um grande desafio. Pois, excetuando alguns raros momentos lúdicos (do menino John), não há alívio cômico algum. Se a opção de Mortensen pelo drama foi na intenção de sublinhar o comportamento inaceitável de Willis, uma vez que comicidade poderia (num vacilo) apenas ridicularizar as ações do personagem, sem causar o impacto pretendido, acertou em cheio (na boca do estômago!). Mas, cá pra nós, que dificulta em muito a digestão, não há a menor dúvida. 


Falling - Ainda Há Tempo não teria a força que tem não fosse a excelência do seu elenco, com destaque para as performances, na medida ideal da sutileza e da provocação, de Viggo Mortensen e Lance Henriksen; a bela fotografia de Marcel Zyskind (por vezes intimista e por vezes contemplativa) e a cuidadosa edição de Ronald Sanders. A mim, além da atuação, Mortensen também surpreendeu positivamente na direção, roteiro e trilha em sua estreia. Ansioso pelo que há de vir por aí!

Trailer:  aqui   

 

NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha. 

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.


terça-feira, 23 de novembro de 2021

Crítica: Deserto Particular

 

DESERTO PARTICULAR

por Joba tridente 

Vivemos em um mundo de segredos e de mentiras. Não há quem não tenha segredos e/ou quem não cometa mentiras..., para si mesmo e/ou para os outros ao seu redor. Segredos invioláveis é uma questão de tempo. Mentiras inofensivas é uma questão de vítima. Há sempre uma chave-mestra para tudo. Ou quase! Para falar dessa complicada sensação de “assim é se lhe parece” (muito bem delineada pelo mestre Pirandello), o premiado diretor e roteirista baiano Aly Muritiba (Para Minha Amada Morta, Ferrugem, Pátio, Jesus Kid) mergulha na dupla questão (segredo/mentira) e traz à tona um pouco de cada coisa, numa dramática crônica de costumes em que afetos e desafetos familiares e pessoais dão o tom da paixão e da solidão de seus personagens (em busca de si mesmos) em Deserto Particular. O filme estreia nesta quinta-feira, 25.11.2021. 


Escrito por Henrique dos Santos e Muritiba, Deserto Particular fala de amores virtuais que (obviamente) nem sempre correspondem à realidade idealizada..., por quem está de um lado ou do outro da telinha de um notebook ou celular, preenchendo suas carências sexuais e/ou afetivas. Em Curitiba (Paraná) vive Daniel (Antonio Saboia), um policial militar afastado das funções por causa de uma ação desastrosa na corporação. Enquanto aguarda o julgamento, ele cuida do pai (com sinais de Alzheimer). A desconfortável situação profissional e doméstica, aliada à falta de dinheiro, torna-o, a cada dia, mais introspectivo. A sua válvula de escape é o bate-papo com a baiana Sara, que conheceu pela internet e com quem troca mensagens amorosas e fotos excitantes. Quando a garota para de responder às suas mensagens, sem a menor explicação, Daniel deixa o pai aos cuidados da irmã e vai à sua procura. A Sara que ele encontra, em Sobradinho (Bahia), vai lhe tirar o chão e testar seus princípios e, principalmente, sua hombridade. 

Em tempos de extremismo exacerbado no país (e no mundo) Deserto Particular busca jogar por terra as máscaras cotidianas que os cidadãos de “honra estuprada” e “prenhes de falsa religiosidade” usam para parecer “gente de bem” (camuflando seus preconceitos) no curral das ideologias tacanhas que alimentam a “humanidade” há séculos e séculos em seus “améns”. É um drama melancólico que, além da idealização amorosa (virtual e presencial) esmiúça mais o que há de verdade e de mentira em Daniel (de formação militar), do que em Sara (de formação evangélica)..., também às voltas com o ser e o parecer ser aos olhos alheios, que, invariavelmente, lhe enxergam na sublimação do ideal e não na representação do real. Entre as certezas do ideal e as falhas do real, as aparências enganam (“..., aos que odeiam e aos que amam / porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões”: Sergio Natureza/Tunai). E como enganam! 


Deserto Particular, cujo título serve tanto ao vazio existencial de Daniel quanto ao de Sara, é um filme intenso, mas sem deixar de lado a ternura tão cara e necessária aos seus personagens bem desenvolvidos..., ainda que a caracterização de Sara fique a desejar e comprometa totalmente a credulidade no encontro com Daniel. O elenco, que além de Antonio Saboia (excelente), traz Pedro Fasanaro (ótima revelação), Thomas Aquino, Laila Garin e Zezita Matos, está afiadíssimo, com interpretações seguras, na medida do essencial. No viés narrativo, a fotografia de Luis Armando Arteaga capta de forma sóbria e envolvente (sem pieguice) a latência de seus protagonistas, complementando, sem redundar os econômicos (mas afiados) diálogos..., enquanto as músicas desesperadamente românticas que pontuam a trama de amores perdidos, não chegam a incomodar os ouvidos dos espectadores. 

Deserto Particular, de Aly Muritiba, escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, recebeu (até o momento) os seguintes prêmios: Prêmio do Público - Mostra Venice Days; Melhor Filme e Melhor Atuação, para Pedro Fasanaro, no Mix Brasil-2021; Melhor Filme Internacional TLVFest 2021 - The Tel Aviv Internacional LGBTQ Film Festival; Premio Camilo (melhor longa com temática LGBTQ), no Festival de Huelva - Cine Iberoamericano.

 

NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha. 

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba. 


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Crítica: Nazistas Africanos do Kung-fu

NAZISTAS AFRICANOS DO KUNG-FU

por Joba Tridente

links: texto em laranja 

Já comentei, por aqui, a minha satisfação em assistir aos chamados trash-movies, principalmente aqueles frutos do inconsciente, que são os mais absurdos. Para quem é fã do, digamos, gênero, uma boa pedida é o filme Nazistas Africanos do Kung-fu (African Kung-Fu Nazis, 2019), de Sebastian Stein e Samuel K. “Ninja” Nkansa, que mistura comédia, ação e horror gore (aquele que faz jorrar sangue feito uma fonte e que chega a espirrar até mesmo na câmera) para contar uma história nazista mirabolante. Ele estreia, no serviço de streaming Petras Belas Artes à la Carte, no dia 22/11/2021. 


Não é de hoje que se especula que o abominável Adolf Hitler não cometeu suicídio, ao lado da sua mulher Eva Braun, dentro do seu Führerbunker..., mas que, junto de outros nazistas de primeiro escalão, teria fugido para a América do Sul e se escondido na Argentina e/ou no Brasil. Teoria da Conspiração até hoje não comprovada. Bom, ao menos em parte, já que o roteirista e codiretor alemão Sebastian Stein, está chegando com o seu alucinado Nazistas Africanos do Kung-fu, para jogar um pouco de luz e ou de cal no assunto. Para ele, na verdade, Hitler e os detestáveis Hideki Tōjō e Hermann Göring, estavam bem vivinhos e aprontando um monte em Gana, na África Ocidental, até um tempo atrás. 


Claro que você pode duvidar. Pois, se estivessem vivos, Hitler teria uns 130 anos, Tōjō uns 135 e Göring uns 126. Certo? Bem, acontece que todo mundo (é, acho que todo mundo que assiste àqueles documentários do History) sabe que Hitler e sua maléfica gangue íntima eram chegados numa magiazinha negra e colecionavam relíquias sagradas, acreditando que elas garantiriam a eternidade do déspota e do seu 3º Reich. Então, só para esclarecer, logo na abertura dos créditos, uma narradora conta que, além do Chanceler do Reich e Führer da Alemanha Nazista, Adolf Hitler, não cometer suicídio algum, ele, na companhia do líder militar japonês Hideki Tōjō, condenado à morte por um Tribunal Militar, e do criminoso de guerra Hermann Göring, fugiu num submarino em direção a Gana. E tem mais... 

Ali, “Graças ao intenso treinamento de Caratê Japonês e de seus superpoderes arianos, eles conseguiram retardar o envelhecimento e, mais fortes do que nunca, praticaram lavagem cerebral na população local, com o feitiço do mágico Blutfahne ou Bandeira de Sangue, para formar um poderoso exército Gana-Ariano (soldados de infantaria estúpidos) para criar o 4º Reich de Hitler e o Novo Império Japonês de Tōjō.” e, assim, mais uma vez tentar dominar o mundo..., agora sem a Itália e com o “apoio” da raça negra, que eles odeiam. Tá bom de prólogo ou quer mais? 


A trama ensandecida de Nazistas Africanos do Kung-fu não deixa suástica sobre suástica. Aqui, no caso, é usada a suástica budista (voltada para a esquerda), e não a invertida para a direita, do Partido Nazista. Depois de um bom tempo se “aclimatando”, o trio perverso resolveu botar as maldades para fora e agir em nome do Novo Eixo: Alemanha, Japão e Gana. Para tanto, Adolf Hitler (Sebastian Stein), Hideki Tōjō (Yoshito Akymoto) e o “CavaleiroGöring (Marsuel Hoppe) aterrorizaram a população local e aliciaram jovens para seu exército de caratecas Gana-Arianos

Eles só não esperavam que, no meio do caminho da sua ascensão imperialista, estivesse a Academia de Kung-fu Chinês do Shadow Snake Master (Andrews Ntul Mensah) e, entre os alunos, o intrépido Addae (Elisha Okeyere), que era apaixonado por Eva (Nkechi Chinedu), e uma pedra nas suas botas nazistas. Assim, para demonstrar força e superioridade “mental”, enquanto Hitler, na certeza de que o Caratê Japonês era melhor que o Kung-fu Chinês, criou um Torneio de Lutas Marciais, esperando não ser afrontado por nenhum ganês, como foi pelo atleta negro norte-americano Jesse Owens (4 medalhas de ouro), nas Olimpíadas de 1936..., Tōjō atacou a Academia de Kung-fu. 


Tendo as suas razões para abalar as estruturas do 4º Reich em formação, destruir de vez o trio diabólico, e ainda conquistar definitivamente o coração de Eva, o jovem Addae se inscreveu para o Torneio e se preparou fazendo aulas de luta corporal com três mestres doidos de pedra: o bêbado Mestre Akpeteshie (Steven Yaw Mawunio); o maluco Joe dos Três Dedos (Blinks); a misteriosa Sacerdotisa (Mariam Adadzi). No dia do campeonato Hitler mudou as regras do jogo. Será que Addae estava preparado para tais mudanças? Será que o lutador especial de Hitler iria se dar bem na luta? Quem riria por último neste sanguinolento torneio? 


Nazistas Africanos do Kung-fu é uma sátira política bastante divertida. O enredo bizarro, sem pé nem cabeça, é o que se espera de um trash-movie raiz. Os seus achados geniais funcionam muito bem como metáforas (por exemplo: a irônica inversão de cor da pele, prática antiga de atores brancos, no teatro e no cinema, para representar negros) em meio à balbúrdia da idiossincrática supremacia branca alemã. A maioria das gags é engraçada, mas uma piada (em especial) pode incomodar principalmente os asiáticos. Falado em alemão, japonês e inglês (sim, em Gana se fala inglês), excetuando o japonês Yoshito Akymoto e o alemão Sebastian Stein, na codireção com o ganês Samuel K. “Ninja” Nkansa, a produção, que custou meros 20 mil dólares, é ganense, assim como a maior parte do elenco, que divide cenas com nigerianos. 


Vale destacar as ótimas coreografias das artes marciais e a entrega dos atores à farsa (que, se a gente pensar bem, do jeito que o autoritarismo está crescendo no mundo, há que se preocupar com o pasto do gado e das antas); a simplicidade dos cenários; a suntuosidade decadente do Q.G. do Eixo do Mal; o estratégico deslocamento do banner de merchandising da Adonko Bitters, “bebida alcoólica que combina onze tipos diferentes de ervas cuidadosamente escolhidas a dedo nas profundezas de muitas florestas virgens de Gana”; a fotografia razoável; as cenas tronchas, como a do baile animado pelo DJ Adolf ou as que remetem ao mirabolante cinema de ação indiano; o amadorismo dos efeitos especiais pra lá de risíveis..., tudo funciona satisfatoriamente para o humor escancarado.


É claro que o trash-movie Nazistas Africanos do Kung-fu não é um filme cabeça tradicional, daqueles de dar nós no Tico e Teco e de se ficar dias pensando nele (a subliminaridade está nas entrelinhas)..., mas, ainda que tenha momentos de grande relevância (sociopolítica?), é uma deliciosa comédia maluca, com situações caricatas que beiram o pastelão. Não é uma trama para ser levada assim tão a sério (será?), pois a intenção é a de sacanear abertamente o culto ao nazismo, ao imperialismo, ao fascismo, numa narrativa que beira o ridículo (com boas cutucadas), para que a diversão ligeira e inofensiva solte o riso até virar uma boa gargalhada. Mas, nada impede que você pense mais profundamente sobre o que assistiu..., mesmo tendo “nada” a ver! Tô viajando na maionese... 


Curiosidade: Lançado com sucesso na Alemanha e no Japão, onde segue em cartaz, o filme se tornou um cult nas redes sociais graças à sua sagaz combinação de gêneros e sátira política. Nazistas Africanos do Kung-fu nasceu da colaboração entre os amigos Stein e Nkansah. O alemão, que além de diretor e ator, é um jornalista que mora em Tóquio, e se uniu ao ganense (também conhecido como O Ninja de Gana) para produzir essa comédia totalmente independente e repleta de sopapos, que é, no fundo, uma homenagem aos filmes da Era de Ouro dos filmes de Artes Marciais dos anos de 1970 – em especial a Jackie Chan.

Em entrevista à revista americana Vice, Stein, entre risos, confessa que a ideia para o filme veio quando ele estava bêbado. “Eu estava pensando em nazista, kung-fu e África, e disse: ‘Seria muito engraçado se isso acontecesse’.” Ele também conta que deixou bem claro que era uma sátira política e cinematográfica: “Eu mostrei o filme à minha tia judia, e ela adorou. Todo mundo em Gana, ama. Eu cresci na Alemanha, e sempre disseram que não se devia fazer piada com Hitler e os nazistas. E isso se tornou um tabu. Mas se você olha para outros países, eles zombam de Hitler, e isso é hilário. Se você transforma algo num tabu, acaba dando-lhe certo poder. Por outro lado, se tira um sarro, o que há de misterioso acaba desaparecendo. Especialmente se você coloca em cena homens africanos com suásticas e o rosto pintado de branco, isso tudo vai tirar o poder desses símbolos.

A entrevista completa, com Sebastian Stein, aqui.


NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha. 

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.

 

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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Crítica: Bob Cuspe - Não Gostamos de Gente

 

BOB CUSPE - NÃO GOSTAMOS DE GENTE

por Joba Tridente

Muitos autores literários acreditam que seus personagens fictícios têm vida própria e que, a certa altura de uma narrativa qualquer, são eles que conduzem o fio da história. O cartunista Angeli, entre outros, está nem aí para tal sentimento. Seus famosos personagens (Bob Cuspe, Rê Bordosa, Skrotinhos, Rhalah Rikota, Irmãos Kowalski, Wood e Stock), emoldurados nos mais diversos espaços das HQs, foram criados por ele e, portanto, quando estiver de saco cheio de alimentá-los com falas e traços, corta a porção devida de tinta nanquim e os mata. Simples assim. Depois, é seguir em frente sem ficar remoendo o que ficou para trás. 

Punk’s not dead! 


É mais ou menos essa a lógica que embasa a animação Bob Cuspe - Não Gostamos de Gente, dirigida por Cesar Cabral (Dossiê Rê Bordosa), com roteiro de Leandro Maciel e Cabral, que traz, de um futuro pós-apocalítico, repleto de vampiros Pop Stars (André Abujamra e Márcio Nigro), para um presente estressado, o punk Bob Cuspe (Milhem Cortaz), na companhia dos Irmãos Kowalki (Paulo Miklos), para uma visita nada amigável ao cartunista Angeli (Angeli). É que..., assim como a criatura replicante Roy Batty, ciente da morte anunciada, busca pelo criador Dr. Eldon Tyrell, para que ele prolongue a sua vida, em Blade Runner - O Caçador de Andróides..., a criatura Bob Cuspe (mesmo não acreditando ser um personagem de HQ), alertado da sua iminente morte em uma história em quadrinhos, pelos Kowalki, que conhecem as Sagradas Escrituras Chi-Ban, inicia uma jornada (de volta ao passado) para tirar satisfações com o criador Angeli (que vive no presente). E mesmo que o criador discorde, ao menos na animação, suas criaturas têm vida própria dentro e fora da mente caótica dele. 


Com o alerta inicial: Baseada em fatos reais da obra fictícia do cartunista Angeli..., a primorosa animação em stop-motion Bob Cuspe - Não Gostamos de Gente, vencedora do Prêmio Contrechamp, no Festival de Cinema de Animação de Annecy, na França, entrelaça documentário (ou seria mocumentário?), com Angeli (dando a cara a tapa?), e road-movie, com boa dose de comédia e horror (envolvendo seus personagens clássicos), para falar de autoria e de processo criativo. Alguns trechos da entrevista de Angeli, para a animação (?), inclusive, remetem à entrevista para o documentário em curta-metragem Angeli 24 Horas (2010), de Beth Formaggini, que também discutia o assunto. Algumas oportunas referências (?) icônicas a filmes como 2001: Uma Odisseia no Espaço, O Iluminado, Mad Max, dão um charme a mais à produção. 


Em sua divertida trama, que desenha um mundo real de forte alegoria e um mundo fictício em constante mutação, não faltam convidados (em papeis maiores e/ou menores) para apoiar Angeli, em bloqueio criativo, como o cartunista Laerte (Laerte) e Madame L (Laerte), ou justificar o mau-humor do criador, como a namorada Carol (Carol Guaycuru)..., e nem para palpitar sobre a jornada de Bob Cuspe e Irmãos Kowalski, como o Rhalah Rikota (André Abujamra), o Toninho Mendes (Beto Hora), os Skrotinhos (Hugo Possolo) e a Rê Bordosa (Grace Gianoukas). Intelecto versus instinto, lado a lado na animada mesa de embate, cujo vencedor é o espectador que apostar na certeza da vitória de Angeli (o carrasco!) ou de Bob Cuspe (a vítima!), uma vez que o reflexo de um não embaça a imagem do outro. 


Com um roteiro mordaz (e sem grandes elucubrações), voltado à diversão ligeira de uma história em quadrinhos, que se devora rapidamente, página a página, na ansiedade da conclusão (e sem perder o prazer da leitura)..., a narrativa de Bob Cuspe - Não Gostamos de Gente envolve o espectador da abertura à última cena. O apuro da animação é de encher os olhos, tanto pela técnica quanto pela carga emotiva que transborda em algumas cenas nada menos que espetaculares e no detalhamento do estúdio de Angeli e da paisagem desolada do pós-apocalipse, por onde vagam, entre outros, Bob Cuspe e Irmão Kowalski. E por falar em Irmão Kowalki, desculpa, aí, mas, por melhores que sejam os dois protagonistas, quem rouba a cena é a dupla, exalando humanidade e no melhor estilo nonsense. 


Enfim, Bob Cuspe - Não Gostamos de Gente é filme para deixar qualquer amante do cinema de animação brasileiro orgulhoso. Pois, no mesmo tom da sagacidade dos diálogos (no contexto futuro/presente/passado de seus respectivos personagens) está a excelência da arte sob responsabilidade de Thomate (diretor de animação), Daniel Bruson (diretor de arte), Olyntho Tahara (criação de bonecos), Alziro Barbosa (direção de fotografia) e Eva Randolph (montagem). O único senão, é o áudio. Em algumas sequências é praticamente impossível entender o que os personagens estão falando, principalmente quando a voz/dublagem é casada com ruídos e trilha. Mas isso é apenas um detalhe... 

Trailer: Aqui 


NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha. 

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba. 


quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Feed Dog Brasil - Festival Internacional de Documentários de Moda


 FEED DOG BRASIL

FESTIVAL INTERNACIONAL

DE DOCUMENTÁRIOS DE MODA

09 a 14 de novembro de 2021

online / presencial / gratuito

links: textos em laranja  

Para os amantes da moda, estudantes de desenho de moda, diretores de teatro, figurinistas..., enfim para os apreciadores de conceitos e tendência da moda internacional, um evento instigante e na medida é o Feed Dog Brasil - Festival Internacional de Documentários de Moda, que acontece de 09 a14 de novembro de 2021, em formato online, para todo o Brasil, e formato presencial, no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro (respeitando e cumprindo todos os protocolos de saúde e segurança determinados pelas autoridades competentes.). Na extensa programação: filmes, debates, talks e encontros sobre temas como Moda Brasileira Afro-Indígena, A Sustentabilidade nos Negócios de Moda e Moda e Cinema..., além de Workshop com dicas de passarela, fotos de moda e beleza para modelos negras e moda atemporal. (Book interativo com toda programação AQUI). 


A Cerimônia de Abertura aconteceu no Teatro Riachuelo (com transmissão simultânea), com a exibição de Yellow Is Forbidden, de Pietra Brettkelly, sobre a estilista chinesa Guo Pei, responsável pelo icônico vestido amarelo de Rihanna no MET Gala em 2015, e que conquistou o sonho de fazer parte do mundo exclusivo da Alta Costura. O filme foi candidato ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro indicado pela Nova Zelândia. 

O Feed Dog Brasil reúne um seleto grupo de profissionais da moda como Yamê Reis, Giovanna Nader, Renata Abranchs, Julia Vidal, Verônica Julian, entre outros, para  debater e refletir sobre o impacto da indústria da moda no país. A mostra de filmes, as oficinas e os debates tratam de temas urgentes e necessários até o trabalho de grandes criadores como  Christian Louboutin (inédito), Karl Lagerfeld (inédito), Dries van Noten, Fause Haten (inédito), Vivienne Westwood, a história do icônico tênis Air Jordan (inédito) etc. 


Além de importantes nomes do mundo fashion, o Feed Dog Brasil exibe também o outro lado da moda como Discount Workers (inédito), que mostra a transformação de uma mãe doméstica que virou uma ativista influente após o incêndio em uma fábrica têxtil no Paquistão que matou seu único filho e mais 260 trabalhadores; Advanced Style (inédito), que retrata a vida de sete nova-iorquinas, com idades entre 62 e 95 anos; True Cost, sobre o impacto socioambiental que a indústria da moda tem causado no mundo; os nacionais O Ponto Firme, de Laura Artigas, sobre um grupo de detentos que aprenderam crochê e criaram a primeira coleção do Projeto para a São Paulo Fashion Week (inédito no circuito e mostra um trabalho incrível criado pelo estilista Gustavo Silvestre com 20 detentos da Penitenciária de Guarulhos-SP); première mundial do documentário Fause Haten.doc, sobre o estilista Fause Haten, um dos convidados do festival e que participa de uma master talk presencial, no dia 12/11/2021, com transmissão online ao vivo. 

PROGRAMAÇÃO DESTAQUES

Feed Dog Brasil - Festival Internacional de Documentários de Moda, que é realizado no Brasil desde 2017, com patrocínio da Riachuelo, convida o público a pensar e repensar o instigante universo da moda. 

Para o diretor artístico do festival, Marcelo Aliche: “O Feed Dog Brasil é um festival de cinema que olha a indústria da moda em 360º. Nosso interesse pelas grandes criações é tão intenso quanto nas questões ambientais, trabalhistas e comportamentais. Isso se vê refletido na seleção de filmes e nas atividades paralelas”. 

A curadora, jornalista e documentarista Flavia Guerra, destaca: "Como já é tradição no Feed Dog Brasil, integramos a moda ao cinema e, o que é crucial, aos temas urgentes do mundo em que vivemos, propondo uma forma de olhar, pensar e fazer moda de uma forma contemporânea e de olho no futuro", complementa Flavia Guerra. "Pensando nisso, a mostra de filmes, as oficinas e os debates tratam desde temas urgentes até do trabalho dos grandes criadores, seus processos criativos e seu estar no mundo. Os filmes dialogam com os debates e as oficinas, propondo uma visão da moda que não é apenas contemplativa, mas criativa, interativa. Pensar a moda é também fazer moda e vice-versa. As oficinas complementam essa experiência e contribuem para a capacitação de profissionais dessa área que é estratégica para um Brasil".  


Entre os internacionais, o Feed Dog Brasil - Festival Internacional de Documentários de Moda exibe, em première nacional o documentário  In the footsteps of Christian Louboutin, de Olivier Garouste, sobre o criador do icônico sapato de sola vermelha, Christian Louboutin, que, entre as viagens em busca de inspiração, prepara a exposição no Palais de la Porte de Paris. No documentário Karl Lagerfeld se dessine, ainda inédito no Brasil, dirigido por Loïc Prigent, um dos jornalistas mais bem conectados e respeitados do mundo, o estilista alemão fala sem restrições de sua infância, da frieza de seus pais e até do grande amor de sua vida, Jacques de Bascher. Tudo isso enquanto literalmente desenha sua vida, como quem desenha mais uma de suas criações. É uma experiência rica e um privilégio poder ver um gênio da moda desenhar sua própria vida. 


Também inédito no Brasil, o coreano One Man and His Shoes, de  Yemi Bamiro, conta a história do tênis Air Jordan 1, inspirado no jogador Michael Jordan – ídolo do basquete mundial, que virou fenômeno de vendas e gerou um negócio multimilionário. Para além do ícone fashion, o longa discute também o poder simbólico de um par de sapatos - ou um autêntico Air Jordan 1.  Em Dries, o diretor Reiner Holzemer acompanhou durante um ano a vida de um dos maiores nomes da moda, o designer belga Dries van Noten, incluindo o seu centésimo desfile. O documentário Westwood: Punk, Icon, Activist, de  Lorna Tucker, traz a estilista inglesa Vivienne Westwood, numa longa jornada de criações extravagantes, que moldou a estética punk, desde os anos 70 até os dias de hoje. Mais que estilista, Westwood é uma força política, ativa e contestadora da moda, que a subverte e a recria em cada coleção. 


Baseado no famoso blog do fotógrafo Ari Seth Cohen, o filme Advanced Style, de Lina Plioplyte, inédito no Brasil,  retrata a vida de sete nova-iorquinas com idades entre 62 e 95 anos, cujo estilo eclético e espírito de vida guiam seus looks, desafiando ideias estabelecidas sobre a beleza e o envelhecimento. Discount Workers, de Christopher Patz, mostra a transformação de Saeeda - de mãe doméstica a ativista influente – após o incêndio em uma fábrica têxtil em Karachi, Paquistão, que matou mais de 260 trabalhadores, entre eles o seu único filho. E True Cost, de Andrew Morgan, considerado um dos filmes mais importantes da atualidade, revela o impacto sócio-ambiental que a indústria da moda tem causado no mundo. 


Já entre os nacionais, o festival exibe o inédito O Ponto Firme, dirigido por Laura Artigas, que acompanha o processo criativo inusitado de um grupo de detentos que cria a primeira coleção do Projeto que ressignifica seu cotidiano e também seus papeis sociais. Já o premiado Favela é Moda questiona a força estética e política de jovens modelos de uma agência localizada na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio de Janeiro, em busca de realização pessoal no mundo da moda, em uma jornada que também nos revela a força da luta por inclusão e diversidade na sociedade e na moda brasileira. Com suas imagens de arquivo e entrevistas com grandes nomes do universo fashion contemporâneo nacional, Moda brasileira - 1 olhar de Ruth Slinger, da artista Ruth Slinger, é um documento histórico sobre a evolução da moda no país. 


Na Sessão de Encerramento, o Feed Dog Brasil - Festival Internacional de Documentários de Moda exibe a cópia restaurada do clássico Paris is Burning, considerado um marco na cultura LGBTQIA+,  dirigido por Jennie Livingston, que passou sete anos imersa na subcultura Voguing, a dança que se baseava na cópia de poses da revista de moda Vogue, e que ganhou visibilidade mundial com o clipe da cantora Madonna. A sessão acontece exclusivamente de forma presencial, no dia 14/11/2021, seguida de showcase com a House of Xtravaganza BR, promovendo uma autêntica performance de Voguing. 

ATIVIDADES PARALELAS

A programação paralela do Feed Dog Brasil contou com a consultoria de Yamê Reis, coordenadora do curso de Design de Moda no IED-Rio, e apresenta uma série de debates, talks e oficinas presenciais, realizados no Teatro Riachuelo (RJ), que serão transmitidos simultaneamente no canal do youtube do festival. As pessoas interessadas podem se informar e se inscrever por meio do site oficial do festival: AQUI   

Entre eles, a masterclass com a consultora de moda sustentável, comunicadora e apresentadora Giovanna Nader e mediação da estilista e pesquisadora carioca Renata Abranchs (Bureau de Estilo); os debates Moda Brasileira Afro-Indigena: Diversidade e Estilo, com Gisele Caldas (Ta Studios, RJ), Cintia Felix (Az Marias) e Day Molina (Nalimo) e mediação de Julia Vidal (RJ); Moda e Cinema, com a figurinista Verônica Julian e mediação da curadora do festival, Flavia Guerra; e A sustentabilidade nos negócios de Moda, com Lilyan Berlim (Sebrae, RJ), Camila Yahn (FFW e Shop2gether, SP) e Rodrigo Cezário (BH), mediado por Yamê Reis, criadora do Rio Ethical Fashion e consultora da programação do evento. 

Um dos maiores nomes da moda do Brasil, o multifacetado artista Fause Haten, conversa com a jornalista e curadora do Feed Dog Brasil, Flavia Guerra. Neste bate-papo, eles falam sobre a carreira e a obra de Fause, sobre seu movimento de cada vez mais se direcionar à essência da moda, como um estilista que está sempre muito próximo de suas criações, da concepção à costura, do contato com quem veste sua moda ao styling. Fause também fala de sua relação com outras áreas artísticas, como figurino, música, teatro, musicais e fotografia. O encontro acontece após a exibição do documentário inédito Fause Haten.doc, de Renato Rossi. 

O Feed Dog Brasil promove ainda o workshop com Julio Lima e JCRE Facilitador, dando dicas de passarela, fotos de moda e beleza (trança afro nagô) para modelos negras (de qualquer gênero) entre 16 e 20 anos, valendo também como seleção para o casting da agência, que tem parceria com Phillipa Black, de Londres; a oficina Moda Atemporal, com Vania Ms Vee, do Atelier Ms Vee, que se caracteriza por vestir mulheres com arte usando roupas adaptáveis e multifuncionais; e a vídeo aula O Rock feminino brasileiro e sua influência na moda e no comportamento, ministrada pela cantora Érika Martins, da banda Autoramas, que repassa 30 anos deste diálogo entre a música e a moda, desde o primeiro rock gravado no país - por Nora Nei, em 1955 - até a realização do primeiro Rock in Rio, em 1985. 

* Toda a programação - filmes e atividades paralelas - tem acesso gratuito.

* Alguns filmes estarão disponíveis somente de forma presencial e outros somente na plataforma do festival, com limite de visionamentos.

* Para mais informações, programação completa, disponibilidade e horário de cada filme e atividades paralelas, consulte o site Feed Dog Brasil.

 

PROGRAMAÇÃO 


YELLOW IS FORBIDDEN

Pietra Brettkelly  | Nova Zelândia  | 2019 | 94 min

Guo Pei persegue a fantasia de qualquer designer: fazer parte do mundo exclusivo e selvagem da Alta Costura. Uma história inédita, que leva o espectador a um mundo onde estilista chinesa cria magia e desafios desenvolvendo desde um vestido de 50 quilos, tão pesado que é preciso considerar uma ginasta e não uma modelo para andar na passarela, a um vestido fiado por 300 máquinas de bordar. Um trabalho duro e meticuloso que a tornou a primeira empresa chinesa a ingressar na Chambre Syndicale de l'Haute Couture e, portanto, a desfilar na prestigiosa Paris Haute Couture Week. Um exemplo claro de que a China é algo mais para a moda do que peças de baixo custo.

• Exibição no Teatro Riachuelo e online em Feed Dog Brasil, com legenda descritiva.

• Teatro Riachuelo - Sessão de Abertura: 09/11/2021, terça-feira, às 20h.

• Online: consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


ONE MAN AND HIS SHOES

Yemi Bamiro | Coréia do Sul | 2020 | 83 min.

Em 1985 Michael Jordan tinha jogado apenas uma temporada e já era um astro do basquete. Foi nessa época que a Nike criou o tênis Air Jordan 1 para o jogador. One Man and His Shoes conta a história deste fenômeno de vendas mostrando seu significado social, cultural e racial. Uma estratégia de marketing inovadora que gerou um negócio multimilionário.

• Exibição no Teatro Riachuelo e online em Feed Dog Brasil.

• Teatro Riachuelo: 10/11/2021, quarta-feira, 20h.

• Online: consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


IN THE FOOTSTEPS OF CHRISTIAN LOUBOUTIN

Olivier Garouste | 2020 | França | 52 min.

De Bombaim a Sydney, da Semana Santa de Sevilha ao Butão, Christian Louboutin viaja o mundo em busca de inspiração para os designs de seus sapatos. Este documentário se afasta dos lugares comuns que costumam cercar suas criações (a famosa sola vermelha, as cópias, a vertigem de seus saltos impossíveis) para mergulhar no dia a dia desse trabalhador obsessivo e perfeccionista, que nunca se entedia. Os materiais, as cores, as formas, tudo passa pelos olhos e pelas mãos de Louboutin. Entre as viagens, o designer prepara os pormenores da exposição no Palais de la Porte de Paris.

• Exibição no Teatro Riachuelo e online em Feed Dog Brasil, com legenda descritiva.

• Teatro Riachuelo: 11/11/2021, quinta-feira, às 18h.

• Online: consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


WESTWOOD: PUNK, ICON, ACTIVIST

Lorna Tucker | Reino Unido | 2018 | 83 min

Vivienne Westwood tem uma das carreiras mais trepidantes da história da moda. Do início dos anos 1970, quando moldou a estética punk até hoje, uma longa jornada de criações extravagantes foi se desenvolvendo e se transformando em ícones da cultura pop. Contestadora e sagaz, ela defende com unhas e dentes a preservação do meio-ambiente e está sempre atenta às armadilhas da indústria. Entre brigas de família, confissões de negócios e um processo criativo constante, o filme acompanha seu dia a dia.

• Exibição no Teatro Riachuelo e online em Feed Dog Brasil.

• Teatro Riachuelo: 11/11/2021, quinta-feira, às 20h.

• Online: consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


DRIES

Reiner Holzemer | Bélgica, Alemanha | 2017 | 90 min

O designer belga Dries van Noten fez seu centésimo desfile e para chegar lá trabalhou muito e fez poucas concessões. Dá poucas entrevistas, não frequenta muitas festas e não liga para badalações. Ascético, meticuloso e reservado, o membro dos famosos "seis da Antuérpia" não veio aqui para abrir a sua vida. No entanto, é nas entrelinhas de suas entrevistas que podemos notar porque seu trabalho é falado com tanta reverência. Na cumplicidade com seu parceiro e colaborador, Patrick Vangheluwe, Dries encontra a tranquilidade necessária para criar coleções incríveis enquanto colhe flores em seu jardim. 

• Exibição no Teatro Riachuelo e online em Feed Dog Brasil.

• Teatro Riachuelo: 12/11/2021, sexta-feira, às 18h.

• Online: consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


FAUSE HATEN.DOC

Renato Rossi | Brasil | 2021 | 18 min

Ao longo de sua carreira, Fause já criou coleções, fotografou, produziu, cantou e foi um dos primeiros estilistas do Brasil a participar da Semana Oficial de Moda de Milão, provando que a internacionalização dos profissionais brasileiros era possível. Neste doc em curta-metragem, ele fala sobre sua carreira e sua concepção criativa como um estilista sempre muito próximo de suas criações. Fause também fala de sua relação com outras áreas artísticas, como figurino, música, teatro, musicais, fotografia, entre outros.

• Exibição no Teatro Riachuelo e online em Feed Dog Brasil.

• Teatro Riachuelo: 12/11/2021, sexta-feira, às 20h. Com presença do diretor e do personagem.

• Online: consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


FAVELA É MODA

Emílio Domingos | Brasil, 2019 | 75 min

Abordando a recente tendência do surgimento de agências de modelos na periferia das grandes cidades, Favela É Moda apresenta uma geração que acredita na afirmação de identidades e sexualidades. O filme questiona a força estética e política de jovens negros em busca de realização pessoal no mundo da moda. Melhor Documentário (Júri Popular) e Menção Honrosa (Júri Oficial) no Festival do Rio 2019.

• Exibição no Teatro Riachuelo e online em Feed Dog Brasil, com legenda descritiva.

• Teatro Riachuelo: 13/11/2021, sábado, às 18h. Com presença do diretor.

• Online: consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


O PONTO FIRME

Laura Artigas | Brasil | 2021 | 93 min

"O Ponto Firme" mostra o processo criativo do primeiro desfile de moda do projeto homônimo criado pelo estilista Gustavo Silvestre dentro de uma penitenciária em Guarulhos - SP. Um programa consolidado dentro das atividades educacionais do presídio e que reúne mais de 20 homens condenados para aprenderem crochê. Em parceria com os reclusos Gustavo ensina, aconselha e discute processos e cria uma coleção que será apresentada na São Paulo Fashion Week.

• Exibição no Teatro Riachuelo e online em Feed Dog Brasil.

• Teatro Riachuelo: 13/11/2021, sábado, às 20h. Com presença da diretora

• Online: consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


ADVANCED STYLE

Lina Plioplyte  | Estados Unidos | 2015 |  72 min.

Advanced Style retrata a vida de sete nova-iorquinas com idades entre 62 e 95 anos, cujo estilo eclético e espírito de vida guiam seus looks. Baseado no famoso blog de Ari Seth Cohen, o filme mostra mulheres independentes e elegantes, que desafiam as ideias convencionais sobre beleza e envelhecimento, e curtem sem complexos a crescente obsessão da cultura ocidental pela juventude.

• Exibição no Teatro Riachuelo e online em Feed Dog Brasil, com legenda descritiva.

• Teatro Riachuelo: 14/11/2021, domingo, às 16h.

• Online: consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


PARIS IS BURNING

Jennie Livingston | Estados Unidos | 1990 | 71 min

Jennie Livingston passou sete anos imersa na subcultura Voguing e publicou um documento histórico retratando um movimento underground estrelado por segregados sexuais e raciais. A dança - que se baseava na cópia de poses da revista de moda por excelência - ganhou visibilidade mundial quando Madonna gentrificou a brincadeira. Desde então, o Voguing evoluiu e é um símbolo da diversidade no mundo inteiro. Esta cópia restaurada do filme fecha o Feed Dog Brasil - Festival Internacional de Documentários de Moda 2021 com uma autêntica batalha de dançarinos.

• Exibição exclusiva no Teatro Riachuelo

• Teatro Riachuelo: 14/11/2021, domingo, às 18h.

• Após a sessão: Showcase com a House of Xtravaganza BR - performance de Voguing.

 


TRUE COST

Andrew Morgan | Bangladesh, Estados Unidos | 2015 | 93 min

Qual é exatamente o preço que pagamos pelas nossas roupas? E pelo nosso consumismo? Este documentário de Andrew Morgan nos mostra não só o custo financeiro do que consumimos, mas também o ambiental, o trabalhista e o pessoal de tudo o que compramos. Considerado um dos filmes mais importantes sobre o assunto, True Cost nos mostra o lado oculto da produção industrial.

• Exibição online em Feed Dog Brasil.

• Consultar horários no site fFeed Dog Brasil.



KARL LAGERFELD SE DESSINE

Loïc Prigent | 2015 | França | 50 min.

É muito provável que a atual era de ouro dos documentários de moda não existisse sem a figura de Loïc Prigent, um dos jornalistas mais bem conectados e respeitados do mundo. Anos atrás, Prigent conseguiu o que parecia impossível: que Marc Jacobs, Chanel e Louis Vuitton abrissem suas portas para gravar o que nunca antes havia sido mostrado ao público. Toda essa confiança é vista aqui. Karl Lagerfeld, que sempre se caracterizou por fugir do sentimentalismo, se abre de uma forma surpreendente. Como? Desenhando. Algo tão simples como uma página em branco e um marcador bastam para que o kaiser, pessoa dotada de uma memória visual deslumbrante, desenhe e fale sem restrições de sua infância, da frieza de seus pais e até do grande amor de sua vida, Jacques de Bascher. 

• Exibição online em Feed Dog Brasil.

• Consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


MODA BRASILEIRA - 1 Olhar de Ruth Slinger

Ruth Slinger | Brasil | 2005 | 71 min

Durante muitos anos a cineasta e videomaker Ruth Slinger registrou as passarelas e os bastidores da moda no Brasil. Neste filme, vemos a evolução da moda feita no país se transformar em uma das indústrias mais dinâmicas de nossa economia. Um documento histórico registrado no calor de cada momento.

• Exibição online em Feed Dog Brasil.

• Consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 


DISCOUNT WORKERS

Christopher Patz | Alemanha, Paquistão | 2020 | 60 min.

Um incêndio em uma fábrica têxtil em Karachi, Paquistão, matou mais de 260 trabalhadores, entre eles o único filho de uma viúva. A transformação de Saeeda - de mãe doméstica em ativista influente - a leva ao centro de um movimento pelos direitos dos trabalhadores dominado por homens. Nesta longa jornada ela se encontra em situações difíceis que deixam claro que as mudanças dependem de instituições que nem sempre protegem aos mais vulneráveis.

• Exibição online em Feed Dog Brasil.

• Consultar horários no site Feed Dog Brasil.

 

PROGRAMAÇÃO PARALELA

- ATIVIDADES FORMATIVAS

Masterclass com Giovanna Nader: Renata Abranchs, consultora de estilo e branding, recebe Giovanna Nader, jornalista e apresentadora ligada ao universo da moda e sustentabilidade.

A Moda pode ser tratada de forma divertida e, ao mesmo tempo, constituir um elemento de revolução.” Para Giovanna Nader, consumir moda é um ato político porque nossas roupas falam sobre pessoas, relações, coletividade, expressão e responsabilidade no mundo. Nesse encontro Giovanna  e Renata Abranches conversam sobre o que está por detrás do que vestimos  e sobre como viver a moda de forma mais consciente, fazendo melhores escolhas por roupas que transmitam mensagens e que inspirem transformação.

Giovanna Nader -  Apresentadora, comunicadora, podcaster e educadora ambiental. Em 2013 fundou o Gaveta, projeto de moda sustentável em que as pessoas trocam, entre si, roupas que não usam mais. O Gaveta é hoje o principal evento de troca do país e já circulou mais de 70 mil peças. Recentemente criou O Tempo Virou, podcast que trata de temas relacionados à mudanças climáticas, entrevistando pessoas com novos tipos de práticas e pensamentos que já estão fazendo a diferença no planeta. Apresenta o programa Se Essa Roupa Fosse Minha, no canal GNT.

Renata Abranchs - Fundadora do Bureau de Estilo Renata Abranchs, consultora de projetos especiais de Estilo e Branding. Cofundadora das plataformas de estilo RIOetc. e Criável.

• Evento presencial no Teatro Riachuelo, acessível online em Feed Dog Brasil.

• Teatro Riachuelo: 09/11/2021, terça-feira, às 17h30.

• Online: a partir de 10/11/2021, em youtube.com/feedogbr e no site Feed Dog Brasil.


MESA

Moda Brasileira Afro-Indígena: Estilo e Diversidade

A Moda é uma importante ferramenta de expressão identitária e conexão entre visões de mundo e de preservação cultural. A identidade cultural brasileira se fez em meio à exclusão de muitas identidades, especialmente a negra e a indígena. A moda brasileira contemporânea deve ser um elemento de resistência e re-existência promovendo uma reparação histórica a partir da valorização das práticas e saberes afro-indígenas. Neste painel vamos conversar com 3 marcas que vêm se destacando no cenário da moda nacional trazendo visibilidade a empreendedores racializados.

Cíntia Félix - Idealizadora da marca de moda AZ Marias, que passou por incubadoras como Shell Iniciativa Jovem, Sebrae, Salão InspiraMais, British Council e que em 2021 estreou no SPFW. 

Day Molina - Day Molina é ativista indígena, stylist e diretora criativa da marca Nalimo. O trabalho autoral da estilista tem a colaboração de um time de mulheres talentosas e é feito 100% por mulheres em todas as etapas de produção. 

Gisele Caldas - mulher negra criadora da marca de moda consciente-eco e agenero TA Studios, que se inspira na cultura brasileira. Participou do Projeto Sankofa integrado ao SPFW 2021.

Mediação: Julia Vidal - designer de moda, educadora e pesquisadora especializada em etnias culturais brasileiras. Julia é pós-graduada em História e mestra em Relações Étnico raciais. Fundou a escola de moda pluricultural Èwá Poranga e é professora do IED-Rio.

• Evento presencial no Teatro Riachuelo, transmitido ao vivo em Feed Dog Brasil.

• Teatro Riachuelo: 10/11/2021, quarta-feira, às 18h.

• Online: a partir de 10/11/2021, às 18h, em youtube.com/feedogbr e no site Feed Dog Brasil.

 

MESA

A Sustentabilidade nos Negócios de Moda

Negócios precisam vender produtos para sobreviver. Mas as marcas não terão negócios de longo prazo se não se tornarem sustentáveis. Nessa conversa com grandes especialistas do mercado, vamos saber como a sustentabilidade entrou nos negócios de moda e quais os maiores desafios para se empreender num setor tão competitivo. Quais os diferenciais que podem ser indicadores de sucesso no cenário atual?

Camila Yahn - é uma das principais jornalistas de moda do país, especializada em comportamento jovem voltado para moda. É editora da plataforma FFW e head de conteúdo do (2)collab, o primeiro marketplace de moda independente do país.

Lilyan Berlim - Doutora em Ciências Sociais pela UFRRJ e Mestre em Ciências Ambientais pela UFF. Membro do comitê científico da Global Fashion Conference. Pesquisadora do Laboratório de Economia Criativa da ESPM. Autora do livro Moda e Sustentabilidade, uma reflexão necessária. Gestora do curso Moda Contemporânea em Paris, ministrado na ESMODE Paris. Professora do IED-Rio

Rodrigo Cezário - é consultor, professor e gestor de design estratégico e economia circular. Gestor de Pesquisa e Design da Assintecal-Associação Brasileira das Indústrias de Componentes para Couro, Calçados e Acessórios e consultor Setorial do SEBRAE.

Mediação: Yamê Reis - Designer de Moda, Master em Gestão de Negócios de Moda, e Mestre em Sociologia Política. É coordenadora do curso de Design de Moda no IED-Rio, e fundadora do Rio Ethical Fashion, o maior Fórum de Moda Sustentável da América Latina.

• Debate online, transmitido ao vivo em Feed Dog Brasil.

• Online: a partir de 11/11/2021, às 18h, em youtube.com/feedogbr e no site Feed Dog Brasil.

 

DEBATE | Moda e Cinema

Figurino para Cinema e TV:

do roteiro às telas com Verônica Julian

Cinema, TV e a moda sempre caminharam juntos, mas o processo de criação é tão complexo quanto extenso. Da leitura do roteiro à criação dos personagens, passando pelo diálogo com o diretor, o diretor de fotografia e a direção de arte, o trabalho do figurinista é crucial para a narrativa de uma obra. 

Nesta mesa, com mediação de Flavia Guerra, a figurinista Verônica Julian, uma das mais experientes do mercado audiovisual brasileiro, vai conversar com o público sobre seu trabalho e sobre o  processo de elaboração do figurino para cinema e séries de TV. 

Verônica Julian tem mais de 30 anos de experiência na realização de figurinos de filmes e séries, além de ter formado inúmeros figurinistas que atuam hoje como profissionais no mercado audiovisual.  Começou na carreira nos sets do cinema independente e em várias campanhas publicitárias.  Em 1999, assinou seu primeiro longa-metragem: “Castelo Rá-tim-bum”.  Entre seus tantos trabalhos, destaque  para as séries  Som e Fúria, Felizes Para Sempre, 3 Therezas. No cinema, assina o figurino de longas como Bingo, O Rei das Manhãs, Pedro Malazartes Desafia a Morte, Xingu, entre tantos outros.

• Debate online, transmitido ao vivo em Feed Dog Brasil.

• Online: a partir de 11/11/2021, às 20h, em youtube.com/feedogbr e no site Feed Dog Brasil.

 

MÁSTER TALK | Fause Haten

Após a exibição do documentário Fause Haten.doc, dirigido por Renato Rossi, a jornalista e curadora do Feed Dog Brasil, Flavia Guerra conversa com o multifacetado artista Fause Haten. O documentário, um ensaio-entrevista com o estilista sobre como  a Pandemia afetou seu trabalho, seu dia a dia e o refez rever seu método de trabalho. Ao mesmo tempo em que volta ao que é essencial em seu ofício, Fause analisa sua trajetória. 

Ao longo de sua carreira, Fause já criou coleções, fotografou, produziu, cantou e foi um dos primeiros estilistas do Brasil a participar da Semana Oficial de Moda de Milão, provando que a internacionalização dos profissionais brasileiros era possível. 

Neste bate-papo, eles conversam sobre a carreira e a obra de Fause, sobre seu movimento de cada vez mais se direcionar à essência da moda, como um estilista que está sempre muito próximo de suas criações, da concepção à costura, do contato com quem veste sua moda ao styling. Fause também fala de sua relação com outras áreas artísticas, como figurino, música, teatro, musicais, fotografia, entre outros.

 


FAUSE HATEN.DOC

Renato Rossi | Brasil | 2021 | 18 min

Ao longo de sua carreira, Fause já criou coleções, fotografou, produziu, cantou e foi um dos primeiros estilistas do Brasil a participar da Semana Oficial de Moda de Milão, provando que a internacionalização dos profissionais brasileiros era possível. Neste curta documentário, ele conta sobre sua carreira e sua obra, sua concepção criativa como um estilista que está sempre muito próximo de suas criações. Fause também fala de sua relação com outras áreas artísticas, como figurino, música, teatro, musicais, fotografia, entre outros.

Sinopse pelo diretor Renato Rossi: "A pandemia fez o estilista Fause Haten repensar toda a sua vida profissional. Me contando sobre essas mudanças que estão ocorrendo, resolvemos fazer um documentário para mostrar às pessoas o que mudou na sua vida de estilista. Falamos um pouco de como começou a costurar e sobre sua trajetória. A carreira dele sempre foi marcada pelo sucesso por causa de suas criações e da produção de suas roupas, geralmente em grande escala, atendendo o grande mercado da moda. Vamos ver como ele está superando a crise causada pela pandemia, trabalhando de uma forma bem diferente do que fazia antes e como está colhendo bons frutos para si e para as clientes. Ele conta por que resolveu mudar, como foram essas mudanças e quais benefícios vieram para si e para as clientes com essa sua nova forma de criar e produzir. Também fala das suas conquistas que estão contribuindo para o seu novo modo de trabalhar: o aprendizado que vem adquirindo nas artes cênicas, nas artes visuais, na música e como aplicar tudo isso na moda. Eu o chamo de “Mr. Multitarefa”.

Fause Haten - Fause Haten é considerado um dos maiores talentos das novas gerações do design de moda do Brasil e vem se destacando nos últimos anos em trabalhos como figurinista e performer. Nascido em São Paulo, é filho de libaneses imigrantes que chegaram ao Brasil, fixaram residência na região da 25 de março e lá iniciaram uma indústria de confecção. Nos anos 1990, ingressou no universo dos desfiles, apresentando coleções no Phytoervas Fashion, Morumbi Fashion e São Paulo Fashion Week, desde suas primeiras edições.

Flavia Guerra - Jornalista cultural e documentarista, já cobriu os principais festivais de cinema do mundo, como Cannes e Berlim, e as principais semanas da moda internacional. Dirigiu o documentário Karl Marx Way, vencedor do Festival É Tudo Verdade, em 2010. Colunista de cinema da rádio Band News FM, apresenta o podcast Plano Geral e é curadora do Feed Dog Brasil.

• Evento presencial no Teatro Riachuelo, transmitido ao vivo em Feed Dog Brasil.

• Teatro Riachuelo: 12/11/2021, sexta-feira, às 20h.

• Online: a partir de 12/11, às 20h, em youtube.com/feedogbr e no site Feed Dog Brasil.

 

VIDEOAULA

O Rock feminino brasileiro

e sua influência na moda e no comportamento

com Érika Martins.

A cantora e compositora repassa 30 anos deste diálogo entre a música e a moda, desde o primeiro rock gravado no país - por Nora Nei, em 1955 - até a realização do primeiro Rock in Rio, em 1985. Neste papo com Mariana Heil Arostegui elas falam de roupas, acessórios, atitudes, transgressões e um pouco de tudo.

Érika Martins é cantora, compositora, guitarrista, apresentadora, jurada de reality show musical, faz DJ set de rock, palestras sobre “O Pioneirismo das Mulheres no Rock Brasileiro” e outras coisinhas mais. Com uma carreira de mais de 20 anos dedicada ao rock, teve grande projeção como vocalista da banda Penélope, atingindo os primeiros lugares das mais tocadas por todo Brasil. Lançou 3 discos com a banda Penélope e mais 3 em carreira solo. Em 2015 entrou para a nova formação do grupo Autoramas. Desde então, já fizeram duas vezes o Festival 'South By Southwest', nos EUA, turnês pelo México e mais de 5 turnês pela Europa.

Mariana Heil Arostegui - Figurinista, Produtora de Moda e Stylist com mais de duas décadas de carreira. Desenvolveu projetos para Rede Globo, TNT, Canal Futura e Fox fazendo figurinos para séries, filmes e programas de TV e styling de diversas capas para Revista Quem, Caderno Ela, Revista Oh!, Megazine O Globo, Revista Wow, entre outras.

• Conteúdo em vídeo, disponível durante todo o evento em Feed Dog Brasil.

 

OFICINA 1

Workshop com Julio lima e JCRE Facilitador

O workshop será liderado pelo fundador da JCRE Facilitador Julio Lima que, junto com sua equipe, dará dicas de passarela, fotos de moda e beleza (trança afro nagô) para modelos negras (de qualquer gênero), entre 16 e 20 anos (menores de idade devem vir acompanhados de um responsável).

Durante o workshop será feita uma seleção para casting da agência, que tem parceria com Phillipa Black, de Londres.

OBS: Quem participar da seleção deve vir vestindo jeans e camiseta branca e usando sapato de salto.

Julio Lima - “A Gente transforma pessoas”. Presidente e facilitador do projeto social JCRÉ Facilitador, antiga Jacaré Moda, um negócio social fundado há 20 anos, situado na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro. Através do viés de Moda e Beleza, a JCRE ingressa jovens no mercado empreendedor, oferecendo cursos profissionalizantes e de modelos com identidade. A JCRE é composta por jovens periféricos e visionários que enxergam iniciativas empreendedoras como ferramentas de transformação. 

• Atividade presencial, no Teatro Riachuelo: 13/11/2021, sábado, às 14h.

• Informações e Inscrições no site Feed Dog Brasil.

 

OFICINA 2

Moda Atemporal - com Vania Ms Vee

O Atelier Ms Vee se caracteriza por vestir mulheres com arte, usando roupas adaptáveis e multifuncionais. Vania é também figurinista com experiência em tramas em macramê e criações artesanais. O objetivo da oficina é criar roupas versáteis e atemporais. O processo criativo se baseia na técnica de moulage, sem desenhos ou moldes no papel, mas com amarrações e torcidos.

Vania Soares - Criadora do Ateliê Ms. Vee, ela traz uma proposta de uma moda cheia de formas originais, atemporais e multifuncionais que têm em sua principal característica as tramas em macramê. Combinando com vários tipos de elementos como: tecidos, metais, madeiras, pérolas, cristais e o que mais for possível dentro da imaginação criativa da designer, seu trabalho como figurinista vem ganhando espaços e notoriedade ao longo desses anos nos palcos, teatros e Tvs.

• Atividade presencial, no Teatro Riachuelo: 13/11/2021, sábado, às 14h.

• Informações e Inscrições no site Feed Dog Brasil.


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