sábado, 29 de maio de 2021

Mostra Ecofalante de Cinema: Especial Amazônia

 


MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA

Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia

02 a 09 de junho de 2021 

(links - textos em laranja)

De 02 a 09 de junho de 2021, você está convidado para debater, online e gratuitamente, através da Mostra Ecofalante de Cinema - Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia, a preocupante situação da região amazônica. O evento, com seu abrangente painel de questões, impasses e possíveis soluções para a Amazônia, ocorre na Semana Nacional do Meio Ambiente, instituída em 1981, com o objetivo promover a participação da comunidade na preservação do patrimônio natural do Brasil.  

Além de um ciclo de debates, webinário e master class, a Mostra Ecofalante de Cinema - Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia exibirá 16 filmes e duas séries para TV. Toda a programação pode ser acessada na plataforma digital da Mostra. Os filmes e séries (cujo tempo de disponibilidade varia) ficam em cartaz no site da Ecofalante e no streaming Belas Artes À La Carte. Confira abaixo a programação divulgada. 

A cerimônia de abertura da Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia está agendada para o dia 2 de junho de 2021, quarta-feira, às 19h00, e pode ser acessada no site da Mostra. Participam do evento diretores das obras programadas. 


FILMES E SÉRIES 

Na programação estão os seis episódios da série exclusiva HBO “Transamazônica: Uma Estrada Para o Passado”, série dirigida por Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel, uma coprodução entre a HBO Latin America Originals e a Ocean Films. A elogiada produção percorre a rodovia BR-230, obra faraônica iniciada durante a ditadura civil-militar (1964-1985), com extensão implantada de 4.260 km e nunca finalizada. Da extração ilegal de madeira e a rotina nos garimpos ao total abandono da população, a série documental retrata a atual situação de quem vive nas regiões por onde passa a via. 

Entre os títulos programados está “BR Acima de Tudo”, exibido em pré-estreia mundial. Dirigido por Fred Rahal Mauro, é uma produção do  ((o))eco, um veículo de jornalismo voltado à conservação da natureza, biodiversidade e política ambiental. O filme trata dos impactos da possível expansão da rodovia BR-163, cujo traçado corta a floresta amazônica em direção à fronteira com o Suriname, projeto gestado durante a ditadura civil-militar (1964-1985). A produção foi realizada com o apoio do Rainforest Journalism Fund do Pulitzer Center. 

Estão presentes na Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia títulos inéditos comercialmente no Brasil, como “Edna”, de Eryk Rocha, que teve estreia internacional no prestigioso festival suíço Visions du Réel e focaliza as marcas da guerra pela terra em uma moradora nas margens da rodovia Transbrasiliana (BR-153, ou rodovia Belém-Brasília), e “A Última Floresta”, do diretor Luiz Bolognesi, selecionado para a edição deste ano do Festival de Berlim e protagonizado por Davi Kopenawa, xamã da tribo Yanomami corroteirista do filme que vive embates com garimpeiros que chegam a seu território. 

Na programação está incluído o multipremiado longa-metragem britânico “Quando Dois Mundos Colidem”, que aborda o violento conflito desencadeado na Amazônia peruana por um projeto de extração de petróleo, minério e gás, que vitimou os povos indígenas ali residentes. A obra conquistou, no prestigioso Festival de Sundance, o prêmio especial do júri e foi laureada em eventos na Espanha, Suíça, China, Índia e Coréia do Sul. 

Ficam disponíveis durante o evento seis episódios da série “A Década da Destruição”, coprodução Brasil/Reino Unido dirigida entre 1980 e 1990 por Adrian Cowell (1934-2011) e Vicente Rios e considerada um marco no documentário ambiental feito no Brasil. A produção apresenta a realidade amazônica, em especial a luta pela terra e a violência de fazendeiros contra trabalhadores rurais, bem como o conflito entre a antiga mineradora CVRD (atual Vale S/A) e garimpeiros. O episódio “Chico Mendes - Eu Quero Viver” focaliza a trajetória do sindicalista, ativista político e ambientalista Chico Mendes (1944-1998), destacando sua luta a favor dos seringueiros da Amazônia.  

Entre os filmes programados pelo evento estão os premiados estão “Soldados da Borracha” (de Wolney Oliveira), vencedor do prêmio de melhor filme (concedido pelo público) na Mostra Ecofalante de Cinema de 2020; “Amazônia Sociedade Anônima” (de Estevão Ciavatta), finalista do One World Media Awards, um dos mais importantes prêmios internacionais da área; “Mataram Irmã Dorothy”,  coprodução EUA/Brasil que venceu o grande prêmio do júri e prêmio do público no cultuado Festival SXSW ao acompanhar o julgamento dos assassinos de irmã Dorothy Stang; e “Serra Pelada: A Lenda da Montanha de Ouro” (de Victor Lopes), sobre o maior garimpo do Brasil e premiado como melhor filme no FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental. 

Título selecionado para o Festival de Berlim, “O Reflexo no Lago”, de Fernando Segtowick, trata de comunidades ribeirinhas localizadas próximas da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. Já projetos com propostas de uso da floresta de maneira sustentável estão em “Amazônia Eterna”, de Belisario Franca, vencedor do prêmio de melhor documentário no BRAFFTV – Festival de Cinema Brasileiro em Toronto. A atriz Christiane Torloni dirige, em parceria com Miguel Przewodowski, “Amazônia, o Despertar da Florestania”, uma discussão sobre questões ambientais da floresta amazônica. Já no curta-metragem “Ameaçados” a diretora Julia Mariano mostra a luta de pequenos agricultores do sul e sudeste do Pará, tendo acumulado premiações na Mostra Ecofalante de Cinema e em diversos festivais. 

Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia apresenta ainda três dos mais importantes filmes assinados por Jorge Bodanzky: o clássico “Iracema, Uma Transa Amazônica” (1974), codirigido por Orlando Senna, “Jari” (1979) e “Terceiro Milênio” (1981), ambos codirigidos por Wolf Gauer.  


DEBATES 

Um ciclo de debates coloca em discussão diferentes questões que afetam a Amazônia, como o uso das terras, infraestrutura, bioeconomia e crise climática. Participam dos encontros, entre outros, o documentarista João Moreira Salles, o professor Ricardo Abramovay, a Secretária de Ciências e Tecnologia do Amazonas Tatiana Schor, Danicley de Aguiar, do Greenpeace Brasil, e os cineastas Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel.  

Em 3/06/2021, quinta-feira, às 19h00, acontece o debate “Para Onde Leva a Transamazônica?”.  Participam os diretores da série exclusiva HBO “Transamazônica: Uma Estrada Para o Passado” Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel, o documentarista João Moreira Salles, Alessandra Munduruku (a confirmar) e Danicley de Aguiar, Sênior Campaigner no Greenpeace Brasil. A jornalista Flavia Guerra faz a mediação. 

Amazônia: Uma Questão de Terra(s)” é o tema do debate agendado para 4/06/2021, sexta-feira, às 19h00. São várias as atividades econômicas que fazem pressão sobre a maior floresta tropical do mundo e os povos tradicionais que lá vivem. Atualmente, uma série de leis em tramitação procura regular tais atividades. Quais são os principais beneficiários dessas leis? Participam do encontro Brenda Brito, pesquisadora do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), Marcello Brito, presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) e Sônia Guajajara, líder indígena nacional (APIB). O jornalista acreano Fábio Pontes faz a mediação.  

Na segunda-feira, 7/06/2021, às 19h00, acontece o debate  “Amazônia: Infraestrutura Para Quem?”. A Amazônia é palco de atividades econômicas desde o Brasil Colônia, mas foi só na ditadura militar que os projetos de desenvolvimento em grande escala surgiram, trazendo consigo uma ocupação desordenada e um forte desmatamento. Hoje, fala-se muito na necessidade de infraestrutura na região para alavancar a economia e apoiar um projeto de desenvolvimento sustentável. Como resolver o gargalo sem ampliar a destruição? Será necessário uma nova compreensão do território para alcançar esse objetivo? Integram a mesa Ana Cristina Barros, pesquisadora do CPI – Climate Policy Initiative, Suely Araújo, especialista-sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima e ex-presidente do IBAMA, e Simão Jatene, ex-governador do Pará. Sérgio Leitão, diretor do Instituto Escolhas, faz a mediação.  

Raízes da Amazônia: Projetando o Futuro” é o debate da terça-feira, 8/06/2021, às 19h00. Quando o tema é o futuro da Amazônia, fala-se em bioeconomia, mercado de carbono, valorização da floresta em pé, inúmeros projetos que contemplam a biodiversidade da maior floresta do mundo e os ‘serviços ambientais’ não contabilizados que ela presta. Por outro lado, há também uma efervescência cultural – nas artes, na gastronomia, no pensamento e conhecimento milenar das múltiplas culturas da Amazônia que necessitam de reconhecimento. O debate propõe um novo olhar sobre a Amazônia, seu enorme potencial e a contribuição de seus povos. Participam Ricardo Abramovay, professor sênior do Programa de Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE/USP) e autor de “Amazônia: Por uma Economia do Conhecimento da Natureza”, a Secretária de Ciências e Tecnologia do Amazonas Tatiana Schor e Eliakin Rufino, compositor e produtor musical de Roraima. Mariano Cenamo, diretor do Idesam/AMAZ faz a mediação.  

Encerrando o ciclo de debates, na quarta-feira, 9/06/2021, às 19h00, o evento “Amazônia e os Futuros Possíveis”. Trata-se de uma conversa sobre o documentário “BR Acima de Tudo”, que retrata a diversidade socioambiental em uma das partes mais preservadas da floresta brasileira, e as perspectivas da chegada de uma rodovia na região. Participam da mesa Fred Rahal Mauro, diretor do filme, e, a confirmar, Angela Kaxuyana, da COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, e Carlos Printes, da ARQMO – Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná. 


WEBINÁRIO 

A programação da Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia conta ainda com o webinário “A Crise Climática e a Amazônia”, uma parceria do evento com a USP – Universidade de São Paulo agendada para a segunda-feira, 7/06/2021, das 10h00 às 12h00. Entre os convidados estão dois dos mais influentes cientistas brasileiros da atualidade: o professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP, que atua principalmente nas questões de mudanças climáticas globais e meio ambiente na Amazônia, e o climatologista e meteorologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), especialista em mudanças climáticas e Amazônia. Com participação a confirmar, Sinéia do Vale, do CIR – Conselho Indígena de Roraima, a brasileira convidada pelo presidente norte-americano Joe Biden para a Cúpula do Clima. O webinário é fruto do Acordo de Cooperação Técnico-Educacional entre a Ecofalante e a USP, consolidado em 2018 por meio do Programa Ecofalante Universidades, da Superintendência de Gestão Ambiental (SGA-USP) e da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU-USP). Mais detalhes sobre o webinário e informações sobre como participar serão divulgados em breve no site e nas redes sociais do evento. 


MASTER CLASS 

Uma master class ministrada pelo cineasta Jorge Bodanzky acontece na terça-feira, 1/06/2021, às 17h00, em uma parceria do evento com a Spcine, a empresa de cinema e audiovisual de São Paulo. Intitulada “O Cinema Ambiental de Jorge Bodanzky”, a atividade focaliza a questão ambiental nos filmes do cineasta, exibindo e comentando trechos de alguns de seus documentários mais significativos. Com uma trajetória de mais de 50 anos dedicados ao cinema documental, o realizador tem revelado em seus trabalhos a realidade brasileira em seus múltiplos aspectos. Mais detalhes sobre como participar da master class serão divulgados em breve no site e nas redes sociais do evento.

 

MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA

Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia

02 a 09 de junho de 2021

 

PROGRAMAÇÃO

(horários de Brasília)

1/06/2021, terça-feira - 17h00

MASTER CLASS

 


 

2/06/2021, quarta-feira - 19h00

CERIMÔNIA DE ABERTURA

 

20h00

SOLDADOS DA BORRACHA 

de Wolney Oliveira

disponível até às 20h00 de quinta-feira, 3/06/2021

 

21h00

BR ACIMA DE TUDO 

de Fred Rahal Mauro

disponível até às 24h00 de quarta-feira, 9/06/2021

 

MOSTRA DE FILMES

os filmes são disponibilizados no site da Ecofalante

e na plataforma parceira Belas Artes à La Carte.

clique nos títulos (links em laranja)

para conhecer as sinopses e conferir as datas 

e os horários de exibição e de reprise dos filmes e séries

 


de Wolney Oliveira

 


de Heidi Brandenburg Sierralta e Mathew Orzel

 


de Christiane Torloni e Miguel Przewodowski

 


de Márcio Isensee e Sá

 


de Fred Rahal Mauro

 


de Eryk Rocha

 


de Victor Lopes

 


de Luiz Bolognesi

 


de Daniel Junge

 


de Julia Mariano

 


de Fernando Segtowick

 


de Estevão Ciavatta

 


de Belisario Franca

 


de Jorge Bodanzky e Orlando Senna

 


de Jorge Bodanzky e Wolf Gauer

 


de Jorge Bodanzky e Wolf Gauer

 

 SÉRIES


(episódio 1 – Tudo Começa no Mar do Nordeste

de Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel

 

TRANSAMAZÔNICA: UMA ESTRADA PARA O PASSADO

(episódio 2 -Da Guerra de Guerrilha à Guerra pela Terra

de Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel

 

TRANSAMAZÔNICA: UMA ESTRADA PARA O PASSADO

(episódio 3: Um Sonho de Brasil Novo

de Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel

 

TRANSAMAZÔNICA: UMA ESTRADA PARA O PASSADO

(episódio 4: Vetores da Destruição

de Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel 

 

TRANSAMAZÔNICA: UMA ESTRADA PARA O PASSADO

(episódio 5: Caminho dos Índios

de Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel

 

TRANSAMAZÔNICA: UMA ESTRADA PARA O PASSADO

(episódio 6 - A Floresta se Impõe

de Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel

 

***


(seis episódios)

de Adrian Cowell e Vicente Rios

         

DEBATES 

03/06/2021 - 19h00

PARA ONDE LEVA A TRANSAMAZÔNICA?

com Danicley de Aguiar (Greenpeace Brasil), Fabiano Maciel (cineasta)

João Moreira Salles (documentarista e editor fundador da revista Piauí)

Jorge Bodanzky (cineasta),  Alessandra Munduruku (a confirmar)

e Flavia Guerra

 

04/06/2021 - 19h00

AMAZÔNIA: UMA QUESTÃO DE TERRA(S)

com Brenda Brito (Imazon – Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia),

Marcello Brito (ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio),

Sônia Guajajara (APIB) e Fábio Pontes (jornalista)

 

07/06/2021 - 19h00

 AMAZÔNIA: INFRAESTRUTURA PARA QUEM?

com Ana Cristina Barros (CPI – Climate Policy Initiative)

Suely Araújo (Observatório do Clima),

Simão Jatene e Sérgio Leitão (Instituto Escolhas)

 

08/06/2021 - 19h00

RAÍZES DA AMAZÔNIA: PROJETANDO O FUTURO

com  Ricardo Abramovay (IEE/USP)

Tatiana Schor (Secretaria de Ciências e Tecnologia do Amazonas),

Eliakin Rufino (artista e jornalista de Roraima) e Mariano Cenamo

 

09/06/2021 - 9h00

 AMAZÔNIA E OS POSSÍVEIS FUTUROS

com Fred Rahal Mauro (diretor de BR Acima de Tudo)

e, a confirmar, Angela Kaxuyana (COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira)

e Carlos Printes (ARQMO – Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná)

 

WEBINÁRIO

07/06/2021 – 10h00

 A CRISE CLIMÁTICA E A AMAZÔNIA

com Paulo Artaxo (Instituto de Física da USP)

José Marengo (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais)

e Sinéia do Vale (CIR – Conselho Indígena de Roraima)

  

Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia é uma iniciativa é da Ecofalante, entidade que atua nas áreas de cultura, educação e sustentabilidade que é responsável pela Mostra Ecofalante de Cinema, considerado o maior evento audiovisual da América do Sul dedicado a temas socioambientais e cuja 10ª edição ocorre no mês de setembro.

Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia é viabilizada através da Lei de Incentivo à Cultura e do Programa de Apoio à Cultura (ProAC). Tem patrocínio do Mercado Livre, Colgate e da Spcine, empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Conta com apoio da White Martins, Valgroup, Itaú,  Oji Papéis Especiais, HBO e WWF-Brasil. É uma produção da Doc & Outras Coisas e coprodução da Química Cultural. A realização é da Ecofalante, do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, do Ministério do Turismo e do Governo Federal.

 

Mostra Ecofalante Especial

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terça-feira, 25 de maio de 2021

Crítica: Henrique V


HENRIQUE V

por Joba Tridente 

Setenta e sete anos após o lançamento oficial nas salas de cinema, está chegando à plataforma de streaming Petra Belas Artes À LA CARTE, em cópia remasterizada digitalmente e de encher os olhos, com a exuberante beleza cênica, o drama inglês Henrique V (Henry V - The Chronicle History of King Henry the Fift with His Battell Fought at Agincourt in France, 1944), protagonizado e dirigido por Laurence Olivier, que colaborou, com Dallas Bower e Alan Dent, na adaptação da peça homônima de Shakespeare. 

Conta-se que, no início da Segunda Guerra Mundial, o notável ator Olivier juntou-se à Força Aérea Real. Porém, o governo britânico tinha outros planos para ele: realizar um filme (shakespeariano) para elevar o moral dos cidadãos. A princípio pensou-se na adaptação de Ricardo III, mas Henrique V saiu-se mais oportuno, principalmente por ater-se à histórica passagem que trata do comando e da vitória do jovem rei contra a França, em Agincourt, em 1415 (um dos conflitos da Guerra dos Cem Anos - 1337/1453), quando cerca de 9 mil soldados ingleses venceram 25 mil soldados franceses. Evento que nos remete a outro feito famoso: Batalha de Termópilas, em que, sob o comando de Leônidas, 300 espartanos enfrentaram e enfraqueceram as tropas de Xerxes, formadas por mais de 300 mil soldados, provocando sua derrocada. 


A trama começa com uma linda aérea sobre uma minuciosa maquete de Londres de 1600, arrebata e deixa o espectador no meio do público barulhento do Globe Theatre, onde será exibida a peça Henrique V, de William Shakespeare. Ali, a câmera (espectadora) se mete nos camarins e mostra a preparação dos atores, desvela os bastidores, gira pela acalorada plateia sempre pronta a reagir ao conteúdo do espetáculo e à presença dos atores mais conhecidos. Já em seu prólogo o Chorus (Leslie Banks) instiga a imaginação do público sobre o texto e o cenário teatral e continua instigando até toda peça sair do palco e ganhar espaço aberto, numa transição memorável (lembrando um espetáculo teatral gigante de rua), com grandes cenários pintados e ou montados, como se cenas da arte medieval que retratam a própria Guerra dos Cem Anos (incluindo iluminuras de Les Trés Riches Heures du Duc de Berry - 1412/1416), por onde transitam os personagens, sob a luminosidade e a coloração que o Technicolor favorece. É indescritível tamanha beleza. 


A partir da mudança de cenário (teatro/locação) a trama ganha sua verdadeira dimensão de texto e de imagem ao expor as provocações políticas e religiosas que acirraram as relações entre os dois reinos; ao exibir os preparativos para a guerra em ambos os lados; ao encenar magnificamente a Batalha de Agincourt..., e culminar com a elaborada cena do casamento de Henrique com princesa francesa, Catarina (Renee Asherson), após um divertido flerte do casal. Por conta de uma adaptação mais flexível e palatável (foram cortadas mais de 1.500 linhas do texto original e passagens de extrema violência foram lapidadas), a narrativa é bem menos tensa do que se espera de uma obra de Shakespeare, há até espaço para umas pitadas deliciosas de humor inglês e de humor jocoso, na introdução de algumas boas histórias paralelas, envolvendo a intimidade e o caráter de alguns personagens (ingleses e franceses - o público francês certamente odeia tais gags), dando um sabor especial ao enredo. 


Com um roteiro enxuto, focado no que era essencial, no momento da Segunda Guerra, Laurence tomou para si a responsabilidade da direção (recusada por William Wyler, Carol Reed e Terence Young) e fez um filme tão extraordinário que ainda surpreendente nos dias de hoje, pela invejável criatividade e ousadia no uso da metalinguagem. Tudo funciona perfeitamente: elenco; direção (Laurence Olivier); cenografia/direção de arte (Paul Sheriff); fotografia (Robert Krasker); edição (Reginald Beck); figurino (Roger Furse). Nem parece que é o primeiro filme a ser dirigido por Olivier. Tanto que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator, Trilha Sonora Original e Direção de Arte - Decoração de Interiores e deu a Laurence Olivier um prêmio honorário especial “pela notável realização como ator, produtor e diretor de Henry V.”. 


Enfim, desta envolvente narrativa, além do belíssimo visual, fica de resquício, na memória do espectador, a significativa reflexão “Sobre os ombros do rei!”, pronunciada por Henrique V (Laurence Olivier) após caminhar disfarçado entre os soldados (à serviço da coroa inglesa): “Que todas as vidas, almas dívidas, esposas devotadas, filhos e pecados recaiam sobre o rei! Temos de arcar com tudo. De quantas infinitas satisfações só gozam os outros homens? O que têm os reis que outros homens não têm, exceto o aparato? E que você é, seu aparato idolátrico que sofre de males mortais? Que bebe, em vez da doce homenagem, só o veneno da lisonja? O adoece grandeza e pede ao teu aparato que te cure! Você pode, ao arrumar o joelho do mendigo, dispor-lhe a saúde? Não, sonho, brinca com o repouso de um rei. Eu sou um rei que te descubro. E sei que nem o orbe e cetro, nem a coroa imperial, o trono, a maré de pompa que fustiga a costa deste mundo..., nem tudo isto em leito majestoso pode dormir com o escravo miserável. Quem, com o corpo cheio e a mente vazia pode repousar com a barriga cheia de pão penosamente ganho, jamais vê a noite, a filha do inferno, mas, qual lacaio da aurora ao poente, sua sob o olhar de Febo e toda noite dorme sob o Eliseu. No dia seguinte ajuda Hipérion até seu cavalo e assim vão passando os anos com proveitoso trabalho até morrer. E, exceto pelo aparato, esse miserável que passa os dias labutando e as noites dormindo consegue levar vantagem sobre um rei.” Um filme simplesmente irretocável.

*Estreia prevista para 27.05.2021, no Petra Belas Artes À LA CARTE.

 

NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha. 

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.

  

sexta-feira, 21 de maio de 2021

2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino

 


2ª MOSTRA DE CINEMA ÁRABE FEMININO

19 de maio a 27 de junho de 2021 

(links: textos em laranja)

Com a excelente curadoria das brasileiras Analu Bambirra, Carol Almeida e da egípcia Alia Ayman, já está online e gratuitamente a 2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, trazendo, em diversos formatos e gêneros, curtas, médias, longas-metragens de ficção e documentários, que abordam questões políticas; críticas sociais; conflitos familiares; utopias; amizades e masculinidades. 

Para esta 2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, que acontece de 19 de maio a 27 de junho de 2021, as curadoras buscaram “reunir filmes que se lançam como fissuras, territórios de luta e espaços de existência. Filmes que existem entre outros filmes, dialogando em rotas de colisão ou de repulsão, mas permanecendo sempre em movimento, criando conexões e ressignificações. Filmes que existem como seres orgânicos, inseridos em corpos neste espaço sem fronteiras que é nossa capacidade de imaginação. Filmes como universos expandidos, possibilidades de terrenos celestes para plantar novas existências e resistências. Quando o mundano se torna intragável e desolador, é necessário encontrar escapatórias para cultivar a esperança e o afeto. Esperamos que durante as seis semanas da mostra, por meio destas mulheres árabes, possamos pensar em realidades documentadas ou fabuladas, para que nós encontremos os caminhos das rachaduras e possamos resistir/existir. 

A programação é composta por um Universo Fílmico, dividido em seis conjuntos nomeados a partir das constelações: Cão Maior, Andrômeda, Serpente, Ursa Maior, Cinturão de Órion e Lua Vermelha. Cada semana o público poderá acompanhar um conjunto de filmes. Dentre os 27 filmes inéditos, de uma seleção de mais de 40 filmes árabes, destacam-se Escritório de esperaBarbès e Portão de Ceuta, dirigidos pela marroquina Randa Maroufi - que participará de um debate sobre as produções - e Quando coisas acontecem (Palestina/Reino Unido), de Oraib Toukan. Contaremos também com debates com as realizadoras, mesas redondas e uma Master Class com a realizadora Larissa Sansour. 

A 2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, patrocinada pelo Banco do Brasil, está sendo exibida no portal da Mostra (links em laranja). Infelizmente o excelente filme Os Silêncios do Palácio, de Moufida Tlatlim, apresentado na abertura, não está mais online. Mas, desta primeira semana (Constelação Cão Maior) gostei muito do olhar diferenciado da ficção científica reflexiva e ou contemplativa, em filmes como Patrimônio Nacional; Tanto Acima, Quanto Abaixo; In Vitro; No Futuro Eles Comiam da Melhor Porcelana; Um êxodo EspacialSubmarino..., com resquícios das melhores obras cinematográficas e literárias do gênero. Direção, elenco e fotografia muito bons. Até os efeitos visuais surpreendem. Uma vez que no portal estão visíveis apenas os filmes da semana, fique atento.

 


​19 de maio a 25 de maio de 2021

(filmes disponíveis até 21h do dia 25 de maio)

 

22 DE MAIO | SÁBADO | ​13h

MASTERCLASS

Um Futuro Anterior

com Larissa Sansour

*Masterclass com intérprete de LIBRAS.

CONSTELAÇÃO CÃO MAIOR

19 de maio a 25 de maio de 2021

(filmes disponíveis até 21h do dia 25 de maio)

​​


(A FILM ABOUT A CIRCLE)

de Omnia Seham Sabry (Egito, 2017, 4’)

​Classificação Indicativa: LIVRE


(BEFORE I FORGET)

de Mariam Mekiwi (Egito, 2018, 31’)

​Classificação Indicativa: LIVRE

​​


(KAMA FISSAMAA', KATHALIKA ALA AL-ARD)

de Sarah Francis (Líbano, 2020, 70’)

​Classificação Indicativa: 10 ANOS


(SUBMARINE)

de Mounia Akl (Líbano, 2016, 21’)

​Classificação Indicativa: 10 ANOS

 

Foco LARISSA SANSOUR

 Terrorismo Narrativo para Bagunçar a Matemática da Mitomáquina


(A SPACE EXODUS)

de Larissa Sansour (Palestina, Dinamarca, 2008, 5’)

​Classificação Indicativa: 10 ANOS

*filme com Legenda Descritiva

​​


(AL MUKHTABAR)

de Larissa Sansour, Soren Lind (Palestina, Dinamarca, Reino Unido, 2019, 28’)

​Classificação Indicativa: 10 ANOS

*filme com Legenda Descritiva


(IN THE FUTURE THEY ATE FROM THE FINEST PORCELAIN)

de Larissa Sansour, Soren Lind

(Palestina, Reino Unido, Dinamarca, Qatar, 2015, 29’)

​Classificação Indicativa: 10 ANOS

*filme com Legenda Descritiva

 


(NATION ESTATE)

de Larissa Sansour (Palestina, Dinamarca, 2012, 9’)

Classificação Indicativa: 10 ANOS

*filme com Legenda Descritiva

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