domingo, 24 de abril de 2022

Crítica: Como Matar a Besta

COMO MATAR A BESTA
Matar A La Bestia
por Joba Tridente

O filme especialmente escolhido para a abertura da Sessão Vitrine, no dia 28 de abril de 2022, é uma coprodução que une Argentina, Brasil e Chile num drama de mistério (em tom fabular) que flerta com o universo onírico: Como Matar a Besta, da diretora argentina Agustina San Martín. 


Escrito por Augustina, a narrativa acompanha a chegada de Emília (Tamara Rocca), uma adolescente de dezessete anos, numa cidadezinha na fronteira da Argentina com o Brasil, em busca do irmão Mateo, que não responde às suas chamadas telefônicas, registradas na secretária eletrônica. No lugarejo, rodeado de floresta e tomado por uma neblina que nunca dissipa, Emília se instala na velha hospedaria da sua tia Inês (Ana Brun) e quando se põe em busca do irmão, encontra uma gente local arredia e temerosa com a história de uma besta-fera, que toma forma dos mais diversos animais e estaria escondida na floresta. Não demora para a garota perceber que terá de resolver o misterioso sumiço de Mateo sozinha, já que os moradores, que o ignoram completamente, estão mais preocupados em encontrar o amedrontador animal selvagem. Entre idas e vindas pela comunidade e em meio a problemas com vários eletrodomésticos da hospedaria e os decididos caçadores da fera, Emília faz amizade com Julieth (Julieth Micolta), uma hóspede recém-chegada... 


Como Matar a Besta (Matar A La Bestia, 2021) é um filme em que a bela fotografia de Constanza Sandoval e os achados cenográficos da direção de arte de Agustín Ravotti, num excelente estudo de imagem, contam mais sobre a trama obscura do desaparecimento de uma pessoa e o aparecimento de uma fera, do que a “interação” dos seus “monossilábicos” personagens que, de tão ausentes, parecem espectros aprisionados pela religião e/ou pela ordem estabelecida. Em sua trama econômica (quase um fiapo), vista através de espelhos embaçados, janelas empoeiradas, cortinas velhas e rasgadas, ambientes claustrofóbicos..., todos os alinhavos, todas as costuras possíveis de conteúdo ganham forma e cor tão somente nas observações do espectador, que poderá aceitar ou não a “sugestão” de metáforas (sociais, políticas, religiosas, sexuais) não explicitadas na narrativa em aberto. Cabe a ele dar asas à imaginação, preencher as várias lacunas e fazer conjecturas com os elementos mínimos que terá em mãos. Embarcar ou não na narrativa opressiva (que beira o surrealismo) e de rumo incerto é uma opção. 


Com sua trama lenta e ambígua, que pode dar a impressão de que o filme é uma ótima ideia para um curta com intenção de média que esticado virou longa, Como Matar a Besta deve satisfazer as expectativas daquele público que gosta de mergulhar no universo mítico latino-americano, sabor realismo fantástico, com pitadas de provocação, principalmente religiosa. Ao seu enredo (com pouquíssimos elementos), certamente não faltarão perguntas para espectadores e (ainda que não explore a metalinguagem) personagens encontrarem uma saída daquela estranha e inalterável bruma..., isso se as respostas chegarem a tempo! 

Enfim, seduzido pela fotografia e pela cenografia que (com seu inegável protagonismo) roubam a cena e a essência da história (jogada para um segundo plano), me parece que Como Matar a Besta resulta mais num filme introspectivo, de contemplação da psique humana, que necessariamente de mistério. Quem assistir concluirá! Ou não!

Trailer: Aqui

 

NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha. 

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.


quinta-feira, 21 de abril de 2022

Sessão Vitrine 2022

SESSÃO VITRINE 2022

A mais nova edição da aguardada Sessão Vitrine  está chegando às salas de cinema a partir do dia 28 de abril de 2022. Com mais de uma década de existência, o inovador projeto de distribuição coletiva leva às salas de cinema de todo o país, uma série de filmes inéditos em circuito, prezando por um recorte descentralizado e atual da produção audiovisual independente. 

Desde seu lançamento, em 2011, a Sessão Vitrine que, a cada mês, exibe uma nova obra em salas de cinema, já alcançou mais de 250 mil espectadores em todo o país e lançou filmes que se tornaram clássicos modernos da nossa filmografia. Para a edição deste ano, foram selecionados cinco longas: Como Matar A Besta, coprodução entre Brasil e Argentina, dirigida por Agustina San Martín; Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal; Tantas Almas, de Nicolás Rincón Gille, coproduzida entre Colômbia, Brasil, França e Bélgica; Virar Mar, de Philipp Hartmann e Danilo de Carvalho; e A Morte Habita à Noite, de Eduardo Morotó. 


Felipe Lopes, sócio da Vitrine Filmes, ressalta que “a Sessão Vitrine 2022 vai trazer longas-metragens que foram destaque em grandes festivais do Brasil e do mundo, como os de Toronto, de Rotterdam, Torino, Tiradentes, Cine Ceará e Festival do Rio. São diferentes olhares de cinema que apontam para o potencial plural que nossa arte tem - além de um diálogo com outras cinematografias através de coproduções com Argentina, Alemanha e Colômbia. Os filmes falam de gênero, sexualidade, pandemia, amor, morte, água. É o cinema como potência para gerar debates em nossa sociedade. Além disso, a nova edição da Sessão Vitrine tem grandes talentos na direção como Agustina San Martin, já premiada em Cannes, os pernambucanos Eduardo Morotó e Fábio Leal, e também atrizes e atores brasileiros de grande talento como Mariana Nunes e João Miguel. Essa edição da Sessão Vitrine é um marco de resistência na luta pela difusão do cinema brasileiro independente. Estamos sem editais federais que olhem para a distribuição dessas obras e, com o apoio do PROAC Direto 38/2021, programa de fomento do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, conseguimos dar continuidade ao projeto e seguimos na busca de mais apoio para a formação de público.”,  

Uma das marcas da Sessão Vitrine é ampliar a experiência do cinema para além da exibição, incluindo pré-estreias e debates com diretores, elenco e equipe. E nesse ano, a novidade é o Podcast Vitrine, no qual um debate sobre cada uma das obras e mediado por convidados de destaque no cinema, serão disponibilizados nas plataformas digitais. 


28/04/2022

COMO MATAR A BESTA

Direção de Agustina San Martín

Elenco: Tamara Rocca, Ana Brun, João Miguel,

Julieth Micolta, Kaique Jesus.

Brasil, Argentina e Chile | 79′ | Drama, Suspense | 2021

Sinopse: Emilia (17) chega a uma cidade religiosa na fronteira entre Argentina e Brasil. Ela busca pelo seu irmão desaparecido, com quem tem assuntos obscuros e mal resolvidos. Ela se hospeda na casa de sua estranha Tia Inés, próxima a floresta onde, de acordo com rumores, uma perigosa besta apareceu uma semana antes. A besta - as pessoas dizem - é o espírito de um homem mau que toma a forma de diferentes animais. Entre realidade e mitologia, humano e animal, e culpa e sexualidade, Emilia terá de confrontar seu passado.

Festivais principais: Toronto International Film Festival; Festival Internacional de Cine de Mar Del Plata; Festival do Rio; Festival Internacional de Cine en Guadalajara; Festival de Cinema Latino Americano; Festival de Huelva Cineiberoamericano.

 

26/05/2022

 SEGUINDO TODOS OS PROTOCOLOS

Direção de Fábio Leal

Elenco: Fábio Leal, Paulo Cesar Freire, Marcus Curvelo,

Lucas Drummond, Vitória Liz, Bruce de Araújo

Brasil | 74′| Comédia dramática| 2022

Sinopse: Após dez meses sozinho, em quarentena, Francisco quer transar. Festivais principais: Prêmio Helena Ignez – Festival de Tiradentes 2022.

 

30/06/2022

 

TANTAS ALMAS

Direção de Nicolás Rincón Gille

Elenco: José Arley de Jesús Carvallido Lobo

Colômbia, Brasil | 137' | Drama | 2022

Sinopse: O pescador José atravessa o rio Magdalena, o maior da Colômbia, em busca dos corpos de seus dois filhos, assassinados pelos paramilitares. Apesar de sua dor, José está determinado a encontrá-los, para dar o enterro que merecem e, assim, impedir que permaneçam como almas errantes. Em sua jornada, José revela a magia de um país despedaçado, o que, de diferentes maneiras, evoca o Brasil de hoje.

Festivais principais: Festival Internacional de Cinema de Roterdã, Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de Havana, Festival Internacional de Cinema de Cartagena, Festival de Cinema de Taipei, Festa Del Cinema Di Roma, Festival Internacional de Cinema de Marrakesh.

 

28/07/2022

 

VIRAR  MAR

Direção de Philipp Hartmann e Danilo de Carvalho

Elenco: Johannes Kirschbaum, Fernando Pimentel,

Inga Richter, Larissa de Melo, Janayra Alves,

Lorena Ahadzi, Jochen Picht, Angela Anzi

Alemanha, Brasil | 85' | Híbrido | 2020

Sinopse: A água como metáfora física e metafísica e como pano de fundo da existência humana. Um ensaio entre documentário e ficção, entre o Sertão Brasileiro e os pântanos de Dithmarschen no norte da Alemanha. Dramas na observação do cotidiano em tempos de mudanças climáticas. Filmado em HD & Super-8.

Festivais principais: Toronto Film Festival, Doclisboa International Film Festival, Filmfest Hamburg, Olhar de Cinema.


 agosto

A MORTE HABITA À NOITE

Direção de Eduardo Morotó

Elenco: Roney Villela, Mariana Nunes, Rita Carelli,

Endi Vasconcelos, Pedro Gracindo

Brasil | 94' | Drama | 2020

Sinopse: Lígia, que nos últimos anos foi sua parceira de uma vida sem regras. Após ser abandonado por ela, deseja a bebida com mais vigor, contrai tuberculose e, entre postos de saúde e trabalhos transitórios, constrói uma doce relação com Cássia, uma jovem de dezenove anos. É a primeira vez que ela se apega de verdade a alguém. Porém, Raul, ainda fragilizado pelo sumiço de Lígia e pela doença, resiste em transformar a amizade numa relação amorosa. Com corpo e mente bastante corroídos pela doença, depara-se com Inês, uma mulher misteriosa que surge em seu quarto para uma última conversa.

Festivais principais: Festival Internacional de Cinema de Roterdã, Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, Festival de Viña del Mar, Festival de Havana, Festival do Rio.


Crítica: Paris, 13º Distrito

PARIS, 13º DISTRITO

(Les Olympiades)

por Joba Tridente 

Ah, o cinema francês e suas indefectíveis questões amorosas a três, a dois, a um..., por vezes ingênuas, por vezes perversas, mas, na maioria das vezes, civilizadas nos triângulos, nas paralelas, na solidão sexual. Além de praticar “l’amour”, os personagens franceses também adoram filosofar. Sempre há uma pausa (catártica) no enredo (não importa o lugar) para se discutir seriamente trivialidades sociais, políticas, religiosas, culturais. Não é diferente em Paris, 13º Distrito (Les Olympiades, 2021), de Jacques Audiard (O Profeta). 


Baseado nos romances gráficos Amber Sweet, Killing and Dying Hawaiian Getaway, do cartunista americano Adrian Tomine, o roteiro escrito por Audiard, Céline Sciamma e Léa Mysius, acompanha as aventuras e desventuras sexuais, românticas e profissionais de três jovens adultos (na faixa dos 25 aos 35 anos) que moram, estudam e trabalham na região conhecida como Les Olympiades, em Paris. A trama leve (que tenta flertar com a comédia) explora a confusão de gênero e de identidade em meio à temporalidade e a fugacidade dos relacionamentos. Durante a narrativa, três personagens comuns terão suas vidas (pessoais e profissionais) cruzadas e, por razões diferentes, alteradas. 


A franco-chinesa Émilie (Lucie Zhang) é operadora de telemarketing e decide alugar um quarto do seu apartamento para o afrodescendente Camille (Makita Samba), um professor do ensino médio que, por causa do nome (de dois gêneros), ela acreditava ser uma garota e sente-se terrivelmente atraída sexualmente por ele. Nora (Noémie Merlant) é uma universitária tardia do curso de Direito que, após uma incidente de identidade, vai trabalhar com Camille, que deixou o ensino escolar para se dedicar a um Curso Universitário e está administrando uma Agência Imobiliária. Camille, objeto do desejo de Émilie, se interessa por Nora, cujo caminho traumático acaba cruzando com o da independente camgirl Amber Sweet (Jehnny Beth). É por aí a lenga-lenga amorosa: fulana que ama beltrano que ama sicrana que ama... Assim, enquanto não se decidem quem fica com quem, a vida segue em Paris, alheia a seus pontos turísticos, mas focada nas pequenas crônicas de costumes de uma geração que parece ainda estar buscando seu lugar na França. 


Parei por desânimo. Gostava muito dos alunos e amo ensinar. Foram as condições do ensino. Reformas terríveis que nos impõem a cada seis meses. Somos mal pagos, desconsiderados, vigiados e silenciados. E veja com terminam nossos alunos: nas obras. Ou vendendo espetinhos. É gratificante, não? 



A trama tripartida, no coração indiferente do 13º Distrito de Paris, é desenvolvida homeopaticamente por Audiard, que parece não ter pressa em desvelar os traumas, as inseguranças, as ambições, os pontos em comum e de rupturas de seus protagonistas numa cidade que os faz se sentirem párias..., tanto pela origem quanto pela aparência. Daí a impressão de contraponto, de urgência, em que o sexo surge, para cada um, mais como catarse, válvula de escape, do que necessariamente por paixão e/ou por amor. É praticamente um descarrego de fluídos variáveis que podem tanto libertar quanto aprisionar, quando não se conhece a si mesmo e/ou se deixa perseguir, mesmo à distância, pelos fantasmas familiares.  O sexo, mesmo volátil, surge para aquecer a solidão, substituir a carência afetiva e, talvez, satisfazer o corpo. 


Os quatro atores estão ótimos em cena. Seus personagens são aceitáveis em suas singularidades de fácil conexão com o espectador. Mas, sinceramente, é impossível resistir à performance da excelente Noémie Merlant para a complexa Nora. Enquanto Émilie, Camille e Amber são personagens ali na horizontalidade, Nora é repleta de nuances (com suas dores, carências, mistérios) que a belíssima Merlant traz à tona numa interpretação (olho no olho) simplesmente arrebatadora. A empatia que desperta é tão grande que, em dois ou três momentos cruciais, seu desempenho é de tirar o chão. Porém, cabe ao personagem Camille, de Makita Samba, os momentos de reflexão, sobre a profissão de professor (acima) ou sobre o stand up (abaixo). 


Não gosto muito de stand up. Não suporto a presunção desses comediantes autoproclamados. A pretensão das piadas idiotas, essa tirania do humor abstrato.” (Parece até resposta à descartável série francesa DRÔLE) 

Com sua fascinante fotografia em preto e branco (e brevíssima cena em cores estouradas), dirigida por Paul Guilhaume, aliada ao introspectivo enredo sobre jovens adultos às voltas com suas próprias revoluções sentimentais e independência sexual, Paris, 13º Distrito ganha ares de uma nouvelle vague contemporânea. É claro que cada espectador fará a sua própria leitura e pode até considerar que ainda há, por aí, muita gente jovem vestindo aquela “velha roupa libertária” do passado como se nova..., esquecendo que nada mais cíclico que a moda, que de tempos em tempos (re)padroniza jovens adultos ou adultos (com síndrome de) jovens. Não é a “roupa”, em si, mas em que situação “ela” é vestida. Assim, a antológica cena da balbúrdia em sala de aula, enquanto Nora comenta uma matéria, demonstra que a diferença entre a perversidade social de ontem e a de hoje está tão somente na forma em que é disseminada. 


Enfim, as três histórias encadeadas de Paris, 13º Distrito, podem nem ser das mais originais, mas, com o excelente elenco e notável direção de Jacques Audiard, são boas o suficiente para prender a atenção do espectador muito além das várias cenas de sexo (sem fetiche) que, dependendo do ângulo (e apelo voyeur), são até pudicas, fazendo crer que as múltiplas relações sexuais estão em cena mais como composição do que provocação. E no arrepio do desejo incontido, quem assistir ao drama francês verá que, intencional ou não, a magnífica cena do beijo, no epílogo, trancando portas e abrindo janelas em Les Olympiades, é muito mais erótica e excitante que todas aquelas de “relação sexual” que saltitam pela narrativa. 

A mim, que ando de ovo virado com o cinema francês recente, Paris, 13º Distrito pode ser uma possibilidade de tentar fazer as pazes, após assistir a tanta bobagem (sem graça) classificada de comédia, como, por exemplo, a medíocre serie francesa DRÔLE.

Trailer: Aqui

 

NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha. 

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba. 


sexta-feira, 15 de abril de 2022

Mostra Helena Solberg

MOSTRA HELENA SOLBERG

estreia na Itaú Cultural Play

links: textos em laranja 

A plataforma de streaming Itaú Cultural Play recebe, a partir do dia 15 de abril de 2022, a Mostra Helena Solberg, com cinco obras da premiada cineasta brasileira. Para assistir, basta acessar o portal Itaú Cultural Play ou o aplicativo para mobile e fazer o cadastro gratuito. Aproveite! 

Uma das maiores cineastas brasileiras, Helena Solberg tem uma filmografia pautada em temas como as questões femininas no Brasil e na América Latina, a igreja progressista brasileira, a condição dos povos indígenas e suas lutas, as realidades políticas da América Latina e o olhar estrangeiro sobre o país. Sua obra é composta de documentário e ficção e sua trajetória é marcada por uma produção extensamente premiada. Num momento em que cânones são desfeitos, conhecer ou rever seus filmes é uma experiência luminosa, tal a sua atualidade e o poder de investigação do real. 

Mostra Helena Solberg

TERRA DOS BRAVOS (1985)

[classificação indicativa: 12 anos]

A luta dos povos originários pela preservação de sua cultura e de suas terras atravessa a América. Do sudoeste dos Estados Unidos, ela chega à Bolívia, e segue até os confins do hemisfério. Neste filme, a diretora reúne lideranças indígenas de diversas regiões e oferece um retrato sensível de uma agenda continental.

 

CARMEN MIRANDA: 
BANANA IS MY BUSINESS (1994)

[classificação indicativa: livre]

Nascida em Portugal e naturalizada brasileira, Carmen Miranda foi uma estrela cintilante que brilhou nos palcos brasileiros e nos musicais hollywoodianos. Seu nome se eternizou na calçada da fama em Los Angeles. Por trás do figurino exótico e da performance, há a história pessoal de uma mulher talentosa e desafiadora.

 

VIDA DE MENINA (2003)

[classificação indicativa: livre]

Diamantina, fim do século XIX. Helena é uma adolescente e vive com a família. Sua mãe é dona de casa e seu pai se aventura no garimpo. Desbocada, Helena vive entre a escola, os dramas familiares e os desejos da idade. É pelo seu olhar sagaz que a rotina e os personagens desse lugar vão se descortinando.

 

PALAVRA (EN)CANTADA (2008)

[classificação indicativa: 12 anos]

Num país de forte tradição oral como o Brasil, a música popular sempre foi uma ponte para a poesia. Entre outras formas, essa amizade se traduziu em parcerias entre escritores e compositores brasileiros de várias épocas. A partir desse diálogo enriquecedor, o filme mergulha num mundo de versos e canções.

 

MEU CORPO MINHA VIDA (2017)

[classificação indicativa: 12 anos]

Em 2014, o corpo de uma jovem foi encontrado num terreno baldio, no Rio de Janeiro. Jandira Magdalena dos Santos Cruz, a vítima, havia morrido durante uma cirurgia de aborto feita numa clínica clandestina, gerida por milicianos. A partir desse fato trágico, a diretora constrói uma sólida reflexão sobre a pauta do aborto no Brasil. 


Filmes Cult, Clássicos e Inéditos no Filmicca

o melhor cinema de
Hideo Sekigawa | Kaizo Hayashi
Patrick Wang | Chantal Akerman
Dace Puce | Inara Kolmane | Jonas Kærup Hjort
Laurent Micheli | Marina Stepanska
no FILMICCA

Aos poucos o mercado do entretenimento audiovisual vem sendo ocupado pelas plataformas de streaming que oferecem uma programação diversificada e/ou exclusiva ofertando produções inéditas, arte, ação, comédia, terror, animação etc. É o caso da FILMICCA, plataforma de streaming nacional de cinema de arte mundial, que anuncia uma programação excepcional com lançamentos inéditos e premiados, o cinema de Patrick Wang e de Chantal Akerman, e Joias Japonesas, como os clássicos Os Clássicos Hiroshima, de Hideo Sekigawa (1953) e Dormir Assim Como Sonhar, de Kaizo Hayashi (1986), em versões restauradas,  que entram em cartaz todas as quintas, sextas e sábados do mês de abril de 2022.


No dia 07/04, estreia o drama inédito O Buraco, indicado da Letônia ao Oscar 2022. Primeiro longa da diretora Dace Puce, o filme é baseado em um caso real e ganhou o Grande Prêmio do Júri no tradicional Festival Tallinn Black Nights. Também da Letônia, o drama Bille (2018), baseado no romance best-seller e autobiográfico de Vizma Belševica, dirigido por Inara Kolmane, entra em cartaz no dia 14/04. No dia 21/04, estreia o dinamarquês O Penúltimo (2020), uma comédia absurda e ácida, espelhando a desesperada história do mundo do nosso tempo, longa de estreia do diretor Jonas Kærup Hjort. E no dia 28/04, entra em cartaz o delicado filme LGBTQI+  Lola e o Mar, de Laurent Micheli, indicado ao César de Melhor Filme Internacional


O cultuado diretor e escritor Patrick Wang ganha um especial no mês de abril com três filmes na programação. No dia 08/04, entra em cartaz o filme Em Família, longa de estreia do diretor que também atua na obra. Seleção Oficial do Festival de Cannes, o drama O Luto dos Outros (2015) é o segundo longa de Patrick Wang que explora a turbulência externa e a vida interna de uma família americana lutando para aceitar a perda. Já no dia 22/04, estreia o longa Uma Fábrica de Pão, Parte 1: por causa do ouro (2018), e no dia 29/04 é a vez de Uma Fábrica de Pão, Parte 2: Caminhe comigo um pouco (2018). 


Para novas descobertas, a plataforma indica o drama inédito A Queda (2017), de Marina Stepanska, que estreia no dia 09/04. Lindamente filmado no interior da Ucrânia, com cenas lentas e questões políticas, o filme mergulha em uma atmosfera, onde Anton, um músico de sucesso que acaba de terminar um período de reabilitação, conhece Katia, uma jovem que  está prestes a se mudar para Berlim com seu namorado alemão em apenas alguns dias. Um encontro casual leva a complicações não intencionais para ambos. 

O Cinema de Chantal Akerman também está na programação do mês de abril com a estreia de A Loucura de Almayer (2011), no dia 23/04, onde um comerciante ocidental, Kaspar Almayer, cujos sonhos de riqueza para sua amada filha, Nina, desmoronam sob o peso de sua própria ganância e preconceito. O filme se junta a outras 11 obras da diretora belga Chantal Akerman que já estão disponíveis na FILMICCA


Para completar a programação, a FILMICCA traz duas joias japonesas:  Dormir assim como sonhar (1986), de Kaizo Hayashi, clássico noir do cinema japonês, pronto para ser (re)descoberto em uma maravilhosa versão restaurada. O filme foi apresentado no Festival de Veneza e Festival de Nova York, e entra em cartaz no dia 16/04. No dia 30/04, é a vez do clássico  Hiroshima (1953), de Hideo Sekigawa. O filme combina um angustiante realismo documental com comovente drama humano, e no elenco Yumeji Tsukioka (Pai e Filha), Isuzu Yamada (Yojimbo) e Eiji Okada (Hiroshima Meu Amor, A Mulher da Areia), que aparecem ao lado de cerca de 90.000 figurantes moradores da cidade, incluindo muitos sobreviventes daquele fatídico dia de 6 de agosto de 1945.

 

FILMICCA em ABRIL

 

07 de Abril | Quinta | Inédito

O BURACO

(Begre)

Letônia | 2021 | Drama | 107 min | 16 anos

direção: Dace Puce

com Damir Onackis, Luize Birkenberga,

Indra Burkovska e Agata Buzek

sinopse: Markuss deve se adaptar a uma nova vida vivendo com sua avó no campo. Depois que Emīlija, a filha de um vizinho, faz alguns comentários desdenhosos sobre o pai do menino, Markuss decide ensinar-lhe uma lição cruel.

- Indicado da Letônia ao Oscar 2022, este poderoso drama é o primeiro longa da diretora Dace Puce e é baseado em um caso real. Com grandes atuações do elenco, o filme ganhou o Grande Prêmio do Júri no tradicional Festival Tallinn Black Nights.

 

08 de Abril | Sexta

EM FAMÍLIA

(In the Family)

EUA | 2011 | Drama | 169 min | 14 anos

direção: Patrick Wang

com Sebastian Banes, Patrick Wang,

Trevor St. John e Lisa Altomare

sinopse: Quando seu parceiro Cody morre em um acidente de carro, Joey descobre que a guarda do filho deles foi deixada em testamento para a irmã de Cody. Em sua vida doméstica agora solitária, Joey procura uma solução. A lei não está do lado dele, mas os amigos estão.

- Um filme íntimo e humano, EM FAMÍLIA é o longa de estreia do diretor e escritor Patrick Wang, que também atua na obra. Um drama impressionante e comovente que usa a tragédia de um casal para examinar o significado jurídico da paternidade e apresentar um argumento persuasivo para uma abordagem mais inclusiva do direito de família.

 

09 de Abril | Sábado |Descobertas

A QUEDA

(Strimholov)

direção: Marina Stepanska

com Andriy Seletskiy, Dasha Plahtiy,

Oleg Mosiychuk e Christian Boris

Ucrânia | 2017 | Drama | 105 min | 16 anos

sinopse: Anton, um músico de sucesso, acaba de terminar um período de reabilitação e é levado por seu avô superprotetor. Katia, uma jovem, está prestes a se mudar para Berlim com seu namorado alemão em apenas alguns dias. Um encontro casual leva a complicações não intencionais para ambos.

- Estamos na atual Ucrânia, pós-revolução, um país passando por mudanças rápidas. Há tensão entre a geração mais jovem e aqueles que cresceram sob o domínio soviético. A história de Anton e Katia é uma história de amor honesta e frágil, mas o enredo não é o ingrediente principal desse conto poético. Lindamente filmado no interior da Ucrânia, com cenas lentas e questões políticas, este é um filme para aqueles que gostam de mergulhar em uma atmosfera. 

 

14 de Abril | Quinta | Inédito

B I L L E

direção: Inara Kolmane

com Ruta Kronberga, Elina Vane e Arturs Skrastins

Letônia | 2018 | Drama | 104 min | 12 anos

sinopse: Uma história emocionante, esperançosa e solene sobre o crescimento de uma menina e sua relação com o mundo na Letônia do final da década de 30. Ela mais tarde se tornará uma das poetisas e escritoras mais célebres da Europa. Baseado no romance best-seller e autobiográfico de Vizma Belševica.

 

15 de Abril | Sexta

O LUTO DOS OUTROS

(The Grief of Others)

direção: Patrick Wang

com Wendy Moniz, Trevor St. John e Rachel Dratch

EUA | 2015 | Drama | 103 min | 14 anos

sinopse: A história é baseada no romance de Leah Hager Cohen, no qual o bebê de um casal morre 57 horas após seu nascimento e os pais tentam retornar às suas vidas anteriores e lutam para recuperar uma aparência de normalidade para eles e seus dois filhos.

- Seleção Oficial do Festival de Cannes, o segundo longa de Patrick Wang explora a turbulência externa e a vida interna de uma família americana lutando para aceitar a perda.

 

16 de Abril | Sábado | Joias Japonesas

DORMIR ASSIM COMO SONHAR

Yumemiru yôni nemuritai

direção: Kaizo Hayashi

com Morio Agata, Kenji Endo e Fujiko Fukamizu

Japão | 1986 | Policia/Fantasia | 81 min | 14 anos

sinopse: Uma senhora, atriz do cinema mudo, contrata um detetive particular e seu assistente maluco, mas útil, para rastrear sua filha desaparecida, Bellflower. Os dois seguem uma sucessão de pistas bizarras e obscuras, até descobrirem a localização dos sequestradores e da filha.

- Este clássico noir do cinema japonês está pronto para ser (re)descoberto em uma maravilhosa versão restaurada. O filme foi apresentado no Festival de Veneza e de Nova York.

 

21 de Abril | Quinta | Inédito

O PENÚLTIMO

Den Næstsidste

direção: Jonas Kærup Hjort

com Joen Højerslev, Joen Bille e Anne Fletting

Dinamarca | 2020 | Drama/Comédia | 123 min | 14 anos

sinopse: Um conto kafkiano de um insignificante inspetor de água que chega a um gigantesco edifício remoto para registrar os medidores de água dos moradores. Antes que ele perceba, ele se encontra preso dentro do prédio, enfrentando um labirinto impenetrável de obstáculos. Em sua tentativa de fuga, a percepção da realidade, do racional e dos resquícios de sua existência humana é virada de cabeça para baixo. O longa de estreia de Jonas Kærup Hjort é uma comédia absurda e ácida, espelhando a desesperada história do mundo do nosso tempo.

 

22 de Abril | Sexta

UMA FÁBRICA DE PÃO, PARTE 1:

POR CAUSA DO OURO

A Bread Factory, Part One: For the Sake of Gold

 direção: Patrick Wang

com Tyne Daly, Elisabeth Henry e James Marsters

EUA | 2018 | Comédia/Drama | 122 min | 14 anos

sinopse: Depois de 40 anos administrando seu espaço comunitário de artes, The Bread Factory, Dorothea e Greta estão de repente lutando pela sobrevivência quando um casal de celebridades, artistas performáticos da China, vem a Checkford e constrói um enorme complexo na rua, catapultando grandes mudanças na pequena cidade delas.

 

23 de Abril | Sábado

A LOUCURA DE ALMAYER

La folie Almayer

direção: Chantal Akerman

com Stanislas Merhar, Marc Barbé e Aurora Marion

Bélgica/França | 2011 | Drama | 127 min | 14 anos

sinopse: A história de um comerciante ocidental, Kaspar Almayer, cujos sonhos de riqueza para sua amada filha, Nina, desmoronam sob o peso de sua própria ganância e preconceito. O filme de Chantal Akerman se junta a outras 11 obras da diretora que estão disponíveis na FILMICCA.

 

28 de Abril | Quinta | Inédito

LOLA E O MAR

Lola vers la mer

direção: Laurent Micheli

com Mya Bollaers, Benoît Magimel e Sami Outalbali

Bélgica/França | 2020 | Drama | 90 min | 14 anos

sinopse: Lola (Mya Bollaers, em seu primeiro papel), uma jovem mulher trans, vive na cidade com seu melhor amigo Samir (Sami Outalbali de "Sex Education") e estuda para seu diploma como assistente de veterinária. Encorajada por sua transição e mudança de vida, com apoio de sua mãe, ela tem o mundo a seus pés sem planos de olhar para trás. Quando Lola recebe a notícia de que sua mãe faleceu repentinamente, ela volta para casa para o funeral e para enfrentar seu pai distante, Phillipe (Benoît Magimel de "A Professora de Piano"). Impulsionados pelo objetivo comum de cumprir os últimos desejos de sua mãe, Lola e Phillipe embarcam relutantemente em uma jornada para o Mar do Norte.

- Vencedora do Prêmio Magritte (Oscar Belga) de Atriz Revelação, Mya Bollaers é a protagonista de Lola e o Mar, uma exploração terna da identidade e das relações familiares, com músicas de Culture Club, Antony and the Johnsons e Four Non Blondes. Escrito e dirigido com sensibilidade por Laurent Micheli, o filme foi indicado ao César de Melhor de Filme Internacional.

 

29 de Abril | Sexta

UMA FÁBRICA DE PÃO, PARTE 2:

CAMINHE COMIGO UM POUCO

A Bread Factory, Part Two: Walk With Me a While

direção: Patrick Wang

com Tyne Daly, Elisabeth Henry e James Marsters

EUA | 2018 | Comédia/Drama | 115 min | 14 anos

sinopse: Na The Bread Factory, eles ensaiam a peça grega, Hécuba. Mas o verdadeiro teatro está fora do teatro, onde a cidade foi invadida por turistas bizarros e misteriosos trabalhadores de startups de tecnologia. Há um novo normal em Checkford, se é que ainda é realmente Checkford.

 

30 de Abril | Sábado | Joias Japonesas

HIROSHIMA

direção: Hideo Sekigawa

com Eiji Okada, Yumeji Tsukioka e Yoshi Katô

Japão | 1953 | Drama | 104 min | 16 anos

 sinopse: O antes e o depois do bombardeio atômico em Hiroshima. A vida de um garoto japonês muda irrevogavelmente depois que a bomba atômica destrói sua vila em Hiroshima. O filme combina um angustiante realismo documental com comovente drama humano, em um conto de sofrimento, resistência e sobrevivência de um grupo de professores, seus alunos e suas famílias. 

- O elenco do clássico de Hideo Sekigawa conta com Yumeji Tsukioka (Pai e Filha), Isuzu Yamada (Yojimbo) e Eiji Okada (Hiroshima Meu Amor, A Mulher da Areia), que aparecem ao lado de cerca de 90.000 figurantes moradores da cidade, incluindo muitos sobreviventes daquele fatídico dia de 6 de agosto de 1945. Versão restaurada

 

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