quarta-feira, 30 de setembro de 2020

8ª Mostra Tiradentes | SP - 2020


8ª MOSTRA TIRADENTES | SP

online e gratuita

de 01 a 7 de outubro de 2020

A 8ª Mostra Tiradentes | SP estava agendada para o mês de março de 2020, mas, como no meio do caminho tinha um coronavírus, o jeito foi também se adaptar à nova ordem do distanciamento social e bem-estar dos cinéfilos, transferindo a data do evento para 01 a 7 de outubro de 2020 e mudando o seu formato presencial para o online. Nesses sete dias de intensa programação, o público terá acesso gratuito a um diversificado panorama da produção cinematográfica atual em 47 filmes (13 longas e 34 curtas), de 12 estados brasileiros – AL, BA, CE, DF, GO, MG, PE, RJ, RN, SE, SP. Além dos filmes vencedores e outros que se destacaram na 23ª Mostra Tiradentes (edição mineira), bem como a produção de longas e curtas paulistas, especialmente selecionados para Mostra Tiradentes SP, o evento promove também bate-papos com realizadores, debate com os homenageados e debate conceitual. 

A programação completa, com datas, horários e períodos em que os filmes ficam disponíveis (por 48 ou 72 horas) para exibição, pode ser conferida e acessada pelos portal do sescsp.org.br/mostratiradentes e pelo portal da mostratiradentessp.com.br. O filme reservado para a pré-estreia é o longa-metragem Canto dos Ossos, dirigido por Jorge Polo e Petrus de Bairros, vencedor da Mostra Aurora, na 23ª Mostra Tiradentes, e virá acompanhado de um bom bate-papo com a equipe do longa após a sessão.



A Imaginação como Potência, temática que norteia esta 8ª Mostra Tiradentes | SP, foi proposta pelo curador Francis Vogner dos Reiscom com o intuito de sugerir novas maneiras de ver, produzir e se relacionar com as imagens..., gerar reflexão e ser propositiva diante de um cenário incerto, convidar para olhar adiante, desfrutar o cinema como arte e, em sua criação, vislumbrar os caminhos possíveis para a construção de novos rumos. O tema foi definido antes do cenário de pandemia do covid.19, mas se mostrou estar mais atual do que nunca.

Para Danilo Miranda, diretor do Sesc São Paulo: A oitava edição da Mostra Tiradentes SP apresenta um recorte que busca refletir sobre a força da imaginação como veículo de transformação em tempos sombrios, corroborada pela pulsante diversidade do cinema brasileiro contemporâneo, mesmo diante de um cenário de controvérsias e indefinições. Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra Tiradentes destaca: A Mostra Tiradentes |SP representa a força do nosso cinema e da nossa cultura. Uma conjugação de esforços que tem um propósito que nos une –lutar pelo que é produzido no Brasil, pela pátria das nossas imagens, dos corpos que as fazem, dos que as aplaudem. Um espaço de vanguarda para discutir e difundir verdadeiros tesouros lapidados por seus artistas em funções e papéis diversos que não dá para serem ignorados e marginalizados. Merecem ser assistidos, apreciados, refletidos e difundidos.



8ª MOSTRA TIRADENTES | SP

A abertura oficial da 8ª Mostra Tiradentes | SP, que acontece hoje, dia 01 de outubro de 2020, às 20 horas, via site sescsp.org.br/mostratiradentes e Youtube do CineSesc, contará com uma performance audiovisual apresentando a temática central e prestando homenagem ao o coletivo Filmes do Caixote, criado na primeira década do século XXI pelos realizadores Caetano Gotardo, João Marcos de Almeida, Juliana Rojas, Marco Dutra e Sérgio Silva – um reconhecimento à trajetória de uma das mais notórias experiências de coletivo cinematográfico em São Paulo.

Para Francis Vogner dos Reis, curador da Mostra Tiradentes | SP 2020: O Filmes do Caixote fez basicamente os filmes paulistanos de maior repercussão internacional dos últimos 20 anos. Os realizadores que integram o grupo têm também uma fortíssima produção de curtas-metragens. Eles são uma marca do cinema paulistano. Trata-se de um dos poucos, senão o único coletivo, que faz produções dinâmicas que abordam, por meio de fabulações e metáforas, questões políticas e sociais. Eles trabalham com modos de produção mais tradicionais, como prêmios e editais, mas também por conta própria, de forma mais anticonvencional e ousada, com uma grande repercussão internacional. Nas produções do coletivo Filmes do Caixote, encontramos toda a realidade produtiva e criativa do cinema brasileiro, com toda sua variedade, e do cinema paulista em particular.

O debate inaugural O Percurso do Filmes do Caixote, com os cinco integrantes do coletivo, vai colocar em diálogo a trajetória e a filmografia do grupo com as questões abordadas na temática central A Imaginação como Potência: Quais são os caminhos estéticos, políticos e poéticos que os filmes têm tomado e que configuram o que podemos chamar de “nova imaginação”? Como esses filmes respondem ou indicam caminhos para a formulação das transformações necessárias no imaginário político e cinematográfico? Como se dá o processo de criação dos filmes do coletivo paulista homenageado desta edição do evento?

                                       


                                 MOSTRA HOMENAGEM                               COLETIVO FILMES DO CAIXOTE

A Mostra Homenagem exibe os longas Trabalhar Cansa (2011), de Juliana Rojas e Marco Dutra, e O que se move (2012), de Caetano Gotardo; e 15 curtas-metragens que marcaram a trajetória do coletivo, como Desculpa, Dona Madama (2013), único filme dirigido por todos integrantes, e A Bela P... (2008), de João Marcos de Almeida e que teve participação de todos os membros como elenco ou trilha sonora.

MOSTRA AURORA

A Mostra Aurora é dedicada exclusivamente aos trabalhos de diretores em início de carreira, independentemente da idade, que tenham até três longas realizados. Com curadoria assinada por Francis Vogner dos Reis e Lila Foster, o recorte reúne filmes inéditos de diretoras e diretores de quatro estados–Ceará, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e o Distrito Federal. Oito filmes integram a seleção: Cabeça de Nêgo (CE), de Déo Cardoso; Cadê Edson? (DF), de Dácia Ibiapina; Mascarados (GO), de Marcela Borela e Henrique Borela; Pão e Gente (SP), de Renan Rovida; Ontem Havia Coisas Estranhas no Céu (SP), de Bruno Risas; Canto dos Ossos (CE), de Jorge Polo e Petrus de Bairros; Natureza Morta (MG), de Clarissa Ramalho; e Sequizágua (MG), de Maurício Rezende. Para Francis Vogner: estes longas-metragens se aproximam na cosmopoética de outros tipos de abordagem de elementos identificáveis como pertencentes a um suposto realismo. Nenhum deles, portanto, usa o real como camisa de força, e sim como ponto de partida para a proposição de reconfigurações.



MOSTRA FOCO

Dado ao seu prestígio, a Mostra Foco será exibida em sua totalidade durante o evento. Ao todo, 10 filmes de seis estados integram a seleção: A Barca (AL), de Nilton Resende; Aos Cuidados Dela (SP),de Marcos Yoshi; Calmaria (MG), de Catapreta; Cinema Contemporâneo (PE), de Felipe André Silva; Estamos Todos na Sarjeta, Mas Alguns de Nós Olham as Estrelas (SP), de João Marcos de Almeida e Sergio Silva; Mansão do Amor (PE), de Renata Pinheiro; Minha História é Outra (RJ), de Mariana Campos; Perifericu (SP), de NayMendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira, curta vencedor do Prêmio Canal Brasil; Rancho da Goiabada (SP), de Guilherme Martins e Egum (RJ), de Yuri Costa, curta-metragem vencedor do Júri Oficial da 23ª Mostra Tiradentes.

MOSTRA PAULISTA

São Paulo é destaque na programação da 8ª Mostra Tiradentes | SP: dos 47 filmes exibidos, 29 são paulistas, incluindo obras apresentadas na 23ª Mostra Tiradentes e títulos selecionados especialmente para a Mostra Paulista, como o longa Três Bailarinas, de Leonel Costa, convidado especialmente para esta 8ª Edição, e os curtas Bonde, do Coletivo Gleba de Pêssego; Carne, de Camila Kater; Entre Nós e o Mundo, de Fábio Rodrigo; e Mona, de Luíza Zaidan e Thiago Schindler.



MOSTRA A IMAGINAÇÃO COMO POTÊNCIA

Destacando a temática desta edição, a Mostra A Imaginação Como Potência, reune dois longas e cinco curtas-metragens. Para o curador Francis Vogner dos Reis: O que emerge na atual produção no país é o desejo de interpretar nossa experiência hoje, de projetar caminhos possíveis, de provocar imagens que nos remetam a uma perspectiva sobre o passado tendo em vista não só um olhar original sobre fraturas sociais e políticas, mas também uma superação destas num desejo de futuro. Compõem a mostra os longas Até o Fim (BA), de Ary Rosa e Glenda Nicácio, eleito Melhor Longa da 23ª Mostra Tiradentes pelo Júri Popular, e Yãmĩyhex: As Mulheres-Espírito (MG), documentário dirigido por Sueli Maxakali e Isael Maxacali, filme vencedor do Prêmio Carlos ReichenbachMelhor Longa da Mostra Olhos Livres, eleito pelo Júri Jovem da 23ª Mostra Tiradentes; e os curtas: A Parteira (RN), de Catarina Doolan, eleito Melhor Curta, da 23ª Mostra Tiradentes pelo Júri Popular, A Felicidade Delas (SP), de Carol Rodrigues; Pattaki (SE), de Everlane Moraes; O Verbo se Fez Carne (PE), de Ziel Karapotó; e Inabitáveis (ES), de Anderson Bardot.

 


para saber muito mais sobre a Mostra Tiradentes | SP
realizada pela Universo Produção e pelo do Sesc São Paulo:

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba


OLHAR DE CINEMA

Festival Internacional de Curitiba

 Com a onda mortal do coronavírus, o melhor jeito que os artistas, os produtores e os espectadores encontraram para usufruir do que há de melhor da cultura teatral, musical, literária, cinematográfica, é surfando na internet. Assim, nada mais “natural” que os Festivais de Cinema migrarem temporariamente (?) para as web-plataformas (de streaming). E se faz necessário alardear: com muito sucesso, já que alcançaram um público online muito maior que o presencial. É claro que o custo zero para os web-espectadores ajudou em muito..., inclusive nos debates ao vivo (as tais lives). É óbvio que, em tempos de distanciamento social, o charme e o glamour, o corpo a corpo do público nas concorridas sessões e nas conversas pós-filmes têm sabor bem diferente (insosso para alguns)..., mas, quem se preocupa com esse detalhe diante do bem-estar de todos? Assim, nada mais natural que também o Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba faça uso da plataforma de streaming, que parece ter vindo para ficar como alternativa e ou mesmo via dupla dos Festivais e Mostras Cinematográficas no Brasil.

Para os diretores do Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba, Antônio Junior e Eugenia Castello, esta nona edição, que acontecerá de 07 a 15 de outubro de 2020, pode ter mudado a forma de exibição, mas não a qualidade do conteúdo dividido em Mostra Competitiva, Novos Olhares, Outros Olhares, Olhares Brasil, Exibições Especiais e Mirada Paranaense. Antônio destaca: “Claro que não estar na sala de cinema gera uma relação completamente diferente, mas é possível participar do festival, e estamos tentando transpor para esse universo online diversas das atividades presenciais que a gente tinha. O festival mudou pouco, as mostras quase todas continuam intactas e com a sua quantidade de filmes. Vamos fazer alguns ajustes em uma ou outra, cortar algumas que não fazem sentido no online, mas as outras atividades paralelas: oficinas, seminários e Curitiba_Lab estão todas mantidas.” E Eugenia reforça: “Entendemos que é uma edição excepcional e tanto nós como o público estaremos vivenciando um Olhar de Cinema como nunca vimos antes, mas com o mesmo cuidado com a seleção, filmes, público e convidados. Se por um lado a gente pensa num aspecto negativo, de não poder ter algo tão característico do Olhar, que são os encontros presenciais, o público e as salas lotadas; por outro, agora a gente tem a oportunidade de ser conhecido pelo Brasil inteiro”.

O Olhar de Cinema é um festival que vem se firmando nacional e internacionalmente por destacar o cinema independente realizado em todo o mundo. O propósito é apresentar ao público estéticas inventivas, envolventes e com comprometimento temático, que abrange desde a abordagem de inquietações contemporâneas acerca do micro universo cotidiano de relacionamentos, até interpretações e posicionamentos sobre política e economia mundial. Filmes que se arriscam em novas formas de linguagem cinematográfica, que estão abertos ao experimentalismo e que, ainda assim, possuem um grande potencial de comunicação com o público.

  


Olhares Brasil

Entre os títulos estão longas e curtas-metragens que compõem um recorte da nova e mais ousada cinematografia brasileira. A diversidade de olhares e narrativas é o ponto de maior destaque da mostra, que traz a co-produção Brasil/Portugal/Moçambique Um Animal Amarelo, nova fábula visual de Felipe Bragança, exibido no começo do ano no Festival de Roterdã. A seleção conta também com o vencedor do prêmio do júri na 23ª Mostra de Tiradentes Canto dos Ossos, de Jorge Polo e Petrus Bairros, e ainda da mostra mineira, o longa Cabeça de Nêgo, que cria uma narrativa que tem como base ideais do Panteras Negras.

Outro destaque é o documentário Fakir, assinado por Helena Ignez. O filme tem despertado as mais diversas sensações por onde passa. Foi exibido no 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no XV Panorama Coisa de Cinema e forumdoc.bh, além de outros festivais brasileiros e internacionais. O veterano Geraldo Sarno também tem filme na seleção. O diretor de Viramundo (1965) apresenta no Olhar de Cinema seu último filme, Sertânia, uma revisita modernizada ao sertão, ao cangaço e ao cinema novo. A ancestralidade é o tema dos dois títulos que completam a mostra: Cavalo, de Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti e Yãmĩyhex: as mulheres-espírito, da Associação Filmes de Quintal. Enquanto este se volta para o resgate da mitologia e tradição indígena, aquele traz a dança para falar das marcas do passado.

A seleção de curtas também está bem atenta às temáticas atuais. Negritude, lesbiandade e anscestralidade se fazem presentes nos curtas Enraizadas, de Juliana Nascimento e Gabriele Roza; Minha História É Outra, de Mariana Campos; Mãtãnãg, a Encantada, de Shawari Maxacali e Charles Bicalho; A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro; e O verbo se fez carne, de Ziel Karapotó. A distopias também não ficaram de fora. Conversando com os dias atuais, está o curta Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho, e Os Últimos Românticos do Mundo, de Henrique Arruda, que faz uma ponte entre o futuro pré-apocalíptico e o desconhecido, exibido no 17º IndieLisboa.

 


Mirada Paranaense

Nesta 9ª edição do evento, onze títulos integrarão a mostra local. Entre eles está o longa-metragem documental A Alma do Gesto, de Eduardo Baggio e Juslaine Abreu-Nogueira, que explora a criação artística e a construção imagética de outra arte que não o cinema. A arte também é o tema de Exumação da Arte, curta-metragem de Maurício Ramos Marques. Outros 9 curtas integram a seleção, que destaca o racismo e a negritude como um de seus temas. Exibido na 23ª Mostra de Tiradentes, E no rumo do meu sangue, de Gabriel Borges, reorganiza imagens para construir uma nova narrativa. O documentário Meia Lua Falciforme, de Dê Kelm e Débora Evellyn Olimpio, fala sobre a Doença Falciforme, que afeta principalmente a população afrodescendente. 

A mostra traz também a história de Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra a se formar engenheira no Brasil, no curta Além de Tudo, Ela, de Pedro Vigeta Lopes, Pâmela Regina Kath, Mickaelle Lima Souza, Lívia Zanuni. Em linguagem experimental, Cor de Pele, de Larissa Barbosa, questiona as opressões sofridas pelas mulheres negras. Outro retrato do preconceito da sociedade está no curta de documentário Seremos Ouvidas, de Larissa Nepomuceno, que investiga o movimento feminista surdo. As mulheres, em diferentes fases da vida, também são o foco dos curtas Aonde Vão os Pés, de Débora Zanatta, e A Mulher Que Sou, de Nathália Tereza, este, premiado no último festival de Gramado, com o Kikito de melhor atriz para Cassia Damasceno. Completam a seleção a única animação da mostra, Napo, curta afetivo de Gustavo Ribeiro sobre memória, e Cancha - Domingo é dia de jogo, de Welyton Crestani, sobre o poder do futebol de várzea em Vila Verde.

 

Mostra Competitiva

Fazem parte da seleção de longas-metragens os brasileiros inéditos O Índio Cor de Rosa, de Tiago Almeida, e A Flecha e a Farda, de Miguel Antunes Ramos, além de O Reflexo do Lago, que esteve na seleção Festival de Berlim; o indiano Crônica do Espaço, de Akshay Indikar, a co-produção França, Bélgica e Burkina Faso, Traverser (Após a Travessia), dirigido por Joël Akafou; e o argentino Responsabilidade Empresarial, de Jonathan Perel. Do FIDMarseille chega a co-produção Eslovênia e República Tcheca, Oroslan, de Matjaz Ivanisin; do NY Film Festival vem Trouble, uma co-produção entre Estados Unidos e Reino Unido, dirigida por Mariah Garnett, e o longa chileno Visão Noturna, dirigido por Carolina Moscoso Briceño.

 


Programação

O escolhido para abrir a 9ª edição do Olhar de Cinema é o filme  brasileiro Para Onde Voam as Feiticeiras, de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral, que une encenações e improvisos de sete artistas de rua de São Paulo, expondo a permanência de antigos preconceitos de gênero e raça. O longa foi selecionado para o Cinelatino Rencontres de Toulouse, mas não chegou a ser exibido por causa da pandemia de Covid-19. 

Os filmes serão exibidos, de 07 a 15 de outubro de 2020, no próprio site do Olhar de Cinema. Cada título estará disponível até às 23h59 da data divulgada na programação. A venda de ingressos (R$ 5,00 por filme) para todas as sessões começa no dia 23 de setembro e o número de ingressos limitado. Confira abaixo a programação, conforme material divulgado pelos realizadores.

  

Confira a programação completa no site do festival:

9º Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba


sábado, 12 de setembro de 2020

É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários

É TUDO VERDADE – IT’S ALL TRUE
Festival Internacional de Documentários
International Documentary Film Festival
23 de Setembro a 04 de Outubro de 2020
September 23rd to October 4th

Em tempo de Coronavírus, todo cuidado é pouco na montanha russa da pandemia. Assim, encontrando a mesma situação de isolamento social que os outros grandes festivais de cinema e mostras cinematográficas no país encontraram, o É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários/International Documentary Film Festival se adequou às regras de segurança e, priorizando o bem-estar do público, cineastas, equipes dos filmes e dos parceiros do festival, aderiu também às plataformas online. Para tanto, a 25ª edição/25th edition foi dividida em duas etapas: a primeira (de 25.03.2020 a 15.04.2020), não-competitiva, exibiu online e gratuitamente mais de 60 horas de programação não-ficcional, entre ciclos especiais, retrospectivas e séries, como Women Make Film, de Mark Cousins; a segunda (de 23.09.2020 a 04.10.2020) exibirá, também gratuitamente e em plataformas de streaming, um total de 91 longas e curtas-metragens em competição e hors-concours.

Os filmes em competição ficam em exibição como se estivessem em sala física: sem extensão dos horários de início dos filmes ou permanência online. Os filmes em competição e hors concours brasileiros têm limite de 1500 visionamentos e os em competição e hors concours internacionais, 1000 visionamentos (exceto Brouwer, a Origem da Sombra, com limite de 500 visionamentos). As produções premiadas pelos júris do É Tudo Verdade, nas competições brasileiras e internacionais de longas-metragens e também de médias e curtas-metragens, estarão automaticamente classificadas para apreciação à disputa pelo Oscar de 2021.

Para não perder o glamour e o ar de nostalgia, o É Tudo Verdade exibirá, no dia 23.09.2020, em sessão para convidados, no Drive-in Cine Belas Artes, às 20h30 (e no dia 24.09.2020, às 15h, via streaming), o documentário A Cordilheira dos Sonhos, do genial diretor chileno Patricio Guzmán..., que encerra a sua fascinante trilogia formada por Nostalgia da Luz (2012) e O Botão de Pérola (2015) com um ensaio entre o memorialístico e o político sobre os avanços sociais do governo Allende (1970-1973), a repressão brutal da ditadura Pinochet (1973-1990) e a dura herança atual da política econômica desenvolvida no período autoritário.

Pela primeira vez, o É Tudo Verdade terá uma sessão especial de encerramento: 04.10.2020: Cerimônia de Premiação às 18h e Sessão Especial de Cinema às 20h (o filme para esta sessão será anunciado em breve).


PROGRAMAÇÃO

Ao apresentar a programação da segunda fase, o diretor-fundador do É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários, Amir Labaki, ressaltou que “Circunstâncias emergenciais exigem soluções excepcionais. A pandemia inviabilizou nossa 25ª edição em salas, mas vamos celebrar esta marca histórica com uma segunda etapa também digital, reafirmando em sintonia com nossos patrocinadores e parceiros a tradição de excelência de nossas competições, sessões especiais, palestras e debates. Comemoro, em especial, a retomada da Conferência Internacional do Documentário, realizando online sua 17ª edição ao lado do Itaú Cultural”. O É Tudo Verdade tem patrocínio do Itaú e Sabesp; parceria do SESC-SP e apoio cultural do Itaú Cultural e Spcine. Conta também com a realização do Ministério do Turismo, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo.

Sessão de Abertura - 23/09/2020
Um dos vencedores do Olho de Ouro de Melhor Documentário no Festival de Cannes 2019, A Cordilheira dos Sonhos (2019), dirigido por Patricio Guzmán, será o filme de abertura da fase competitiva da 25ª edição do É Tudo Verdade, em sessão especial para convidados no Drive-in Belas Artes, em São Paulo.
No dia 24.09.2020, às 15h, o filme A Cordilheira dos Sonhos será exibido via streaming).

Sinopse: No Chile, quando o Sol nasce, escala muros, colinas e cumes até atingir a última rocha no topo dos Andes. A cordilheira está em todo lugar, mas, para os chilenos, é muitas vezes um território desconhecido. Depois de explorar o norte e o sul do país em outros documentários, o diretor Patricio Guzmán se viu tentado a filmar essa imensa construção para explorar seus mistérios, poderosos segredos do passado e do presente chilenos. Guzmán encerra a trilogia formada por Nostalgia da Luz (2012) e O Botão de Pérola (2015) num ensaio entre o memorialístico e o político sobre os avanços sociais do governo Allende (1970-1973), a repressão brutal da ditadura Pinochet (1973-1990) e a dura herança atual da política econômica desenvolvida no período autoritário.


FILMES EM COMPETIÇÃO
LONGAS E MÉDIAS-METRAGENS BRASILEIROS

Dez longas-metragens brasileiros, em competição, serão exibidos online, em sessões diárias, às 21h, com reprise no dia seguinte, às 15h. Os links das exibições estarão disponíveis no website www.etudoverdade.com.br. Sempre às 17h, do dia seguinte de cada estreia em streaming, os diretores dos longas-metragens participarão de um debate virtual, na plataforma online do festival.

24/09 – 21h
25/09 – 15h
Debate: 25/09 – 17h
Meu Querido Supermercado
Direção: Tali Yankelevich. Brasil, 80'
Idioma: português – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Enquanto executam atividades extremamente repetitivas, os funcionários de um supermercado encontram espaço para expressar suas dúvidas, afetos, medos e sonhos improváveis. Humor, drama, mistério, romance e física quântica convivem com caixas de leite, cortes de carne, códigos de barra e câmeras de segurança. No espaço confinado da loja, os funcionários não permitem que a rotina aprisione suas imanências e sua imaginação.

25/09 – 21h
26/09 – 15h
Debate: 26/09 – 17h - https://www.youtube.com/festivaletudoverdade
Atravessa a Vida
Direção: João Jardim. Brasil, 82'
Idioma: português – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Ao acompanhar alunos do 3º ano do ensino médio de escolas públicas no interior de Sergipe que se preparam para a prova que pode determinar o resto de suas vidas, o documentário retrata as angústias e os prazeres da adolescência por meio de seus gestos, inquietações e conquistas.

26/09 – 21h
27/09 – 15h
Debate: 27/09 – 17h - https://www.youtube.com/festivaletudoverdade
Os Quatro Paralamas
Direção: Roberto Berliner, Paschoal Samora. Brasil, 99'
Idioma: português – Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: Dirigido por Roberto Berliner, que acompanha a banda desde o início no Circo Voador, em 1983, este filme sobre música e amizade fala da relação dos três que sobem ao palco (Herbert, Bi e João), mas também de um quarto elemento, que aparece pouco na mídia, mas tem papel fundamental: José Fortes, o empresário. Em um papo na sala da casa de Bi Ribeiro, os quatro lembram a carreira, falam sobre sua amizade inabalável e tocam músicas que fazem parte dessa trajetória de quase 40 anos.

27/09 – 21h
28/09 – 15h
Debate: 28/09 – 17h - https://www.youtube.com/festivaletudoverdade
A Ponte de Bambu
Direção: Marcelo Machado. Brasil, 77'
Idiomas: português, inglês, chinês – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Uma incógnita a olhos ocidentais, a China é um gigante que se impõe pelas barreiras do idioma, dos costumes e da história. Com testemunhos e imagens de valor histórico e sentimental, o jornalista Jayme Martins e sua família levam a uma compreensão da China por vias inéditas ao relatar sua experiência no país: o comunismo, a Revolução Cultural de Mao, o massacre da Praça da Paz Celestial e as reformas que culminaram em uma superpotência. O diretor Marcelo Machado mergulha nessas memórias e visita o país, onde igualmente guarda conexões afetivas.

28/09 – 21h
29/09 – 15h
Debate: 29/09 – 17h - https://www.youtube.com/festivaletudoverdade
Não Nasci para Deixar meus Olhos Perderem Tempo
Direção: Claudio Moraes. Brasil, 72'
Idioma: português – Classificação indicativa: livre
Sinopse: O ocaso da carreira do compositor Zé Keti. O triste retrato do plenário do Congresso Nacional fechado em 1977. A dor de uma mãe que perdeu a filha de 15 anos atropelada. Os presidentes do Brasil, desde Castelo Branco. São personagens e cenários registrados pelo olhar aguçado e sensível do fotógrafo Orlando Brito ao longo de 50 anos de profissão. Dos bastidores da política aos brasileiros do interior do país, Brito relembra experiências, fala sobre o papel do fotógrafo e a dor de registrar a dor de alguém.

29/09 – 21h
30/09 – 15h
Debate: 30/09 – 17h - https://www.youtube.com/festivaletudoverdade
Boa Noite
Direção: Clarice Saliby. Brasil, 73'
Idioma: português – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Aos 91 anos, Cid Moreira abre as portas de casa e de seu inconsciente, revelando facetas surpreendentes do homem que entrou nos lares de milhões de brasileiros todas as noites, por quase 30 anos. A voz mais famosa do Brasil narra a própria história, desconstruindo sua imagem mítica e conduzindo o espectador por um labirinto de memórias. Lembranças e imagens de arquivo traçam um panorama de sua vida, que se confunde com a história da televisão brasileira.

30/09 – 21h
01/10 – 15h
Debate: 01/10 – 17h - https://www.youtube.com/festivaletudoverdade
Libelu - Abaixo a Ditadura

Direção: Diógenes Muniz. Brasil, 95'
Idioma: português – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Liberdade e Luta foi uma tendência estudantil universitária surgida em 1976. Impulsionado por uma organização clandestina, o grupo ganhou fama por ser o primeiro a retomar o mote “abaixo a ditadura” enquanto o AI-5 ainda vigia. Seus integrantes eram famosos pela irreverência, abertura cultural e combatividade. Libelu, depois, virou adjetivo, sinônimo de radicalidade e (para adversários) inconsequência. Quatro décadas depois, onde estão e o que pensam os jovens trotskistas que foram às ruas contra os generais?

01/10 – 21h
02/10 – 15h
Debate: 01/10 – 17h - https://www.youtube.com/festivaletudoverdade
Jair Rodrigues - Deixa que Digam
Direção: Rubens Rewald. Brasil, 96'
Idioma: português – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Jair Rodrigues, o retrato de um artista e de um Brasil tão próximo e tão distante.

02/10 – 21h
03/10 – 15h
Debate: 03/10 – 17h - https://www.youtube.com/festivaletudoverdade
Fico te Devendo uma Carta sobre o Brasil
Direção: Carol Benjamin. Brasil, 88'
Idiomas: português/ inglês – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Três gerações de uma família atravessada pela Ditadura Militar brasileira (1964-1985). Ao mergulhar em uma história pessoal e entrelaçá-la com a história do país, entre passado e presente, o filme investiga a persistência do silêncio como uma ferramenta de apagamento da memória.

03/10 – 21h
04/10 – 15h
Debate: 04/10 – 17h - https://www.youtube.com/festivaletudoverdade
Segredos do Putumayo
Direção: Aurélio Michiles. Brasil, 83'
Idioma: português – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Documentário sobre aquele que é considerado hoje o pai dos inquéritos sobre a violação de direitos humanos, Roger Casement (1864-1916). As ações de quando ele esteve na África, no Brasil e na sua Irlanda nativa ainda repercutem em nossos dias.


FILMES EM COMPETIÇÃO
LONGAS E MÉDIAS-METRAGENS INTERNACIONAIS

Doze longas-metragens internacionais em competição serão exibidos online ao público da 25ª edição do É Tudo Verdade, em sessões diárias, às 18h – Com exceção para Forman Vs. Forman, às 13h do dia 26/09 e O Rei Nu, às 13h do dia 03/10 em http://www.etudoverdade.com.br

24/09 – 18h
Ficção Privada
(Private Fiction - Ficción Privada)
Direção: Andrés Di Tella. Argentina, 85'
Idioma: espanhol – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Por vários dias e noites, um rapaz e uma moça leem as correspondências trocadas por Torcuato e Kamala (ele, argentino, ela, indiana), os pais do diretor. As cartas, escritas ao longo de décadas, entre os anos 1950 e 1970, relembram suas viagens e falam de amor e idealismo, mas também de dores e sonhos desfeitos. Uma aventura íntima do século 20.
  
25/09 – 18h
Colectiv
(Collective)
Direção: Alexander Nanau. Romênia/Luxemburgo, 109'
Idioma: romeno – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Em 2015, um incêndio na boate Colectiv, em Bucareste, matou 27 pessoas e feriu 180. Mais tarde, outras vítimas morreram nos hospitais. Quando um médico vaza informações, um grupo de jornalistas começa a revelar uma imensa fraude no sistema de saúde. Um novo ministro é nomeado e oferece a eles acesso sem precedentes aos bastidores de seus esforços para reformar um sistema corrupto. Um olhar firme sobre o impacto do melhor do jornalismo investigativo.

26/09 – 13h
Forman vs. Forman
(Forman vs. Forman)
Direção: Helena Trestíková e Jakub Hejna. República Tcheca/ França, 78'
Idiomas: tcheco, inglês, francês – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Um revelador documentário sobre o mais famoso cineasta tcheco, Milos Forman, duas vezes ganhador do Oscar. Por meio de um valioso tesouro de imagens de arquivo, o filme ajuda a entender como Forman superou sistemas (do nazismo e o comunismo até Hollywood) de forma a moldar seu cinema de resistência. Um tributo sincero e comovente que mostra um artista sempre em meio à luta política e de criação.

26/09 – 18h
1982

Direção: Lucas Gallo. Argentina, 91'
Idioma: espanhol – Classificação indicativa: 10 anos
Sinopse: Quase que inteiramente baseado em trechos do programa de TV 60 Minutos, o filme revê a campanha midiática que dominou os 74 dias da guerra declarada pela ditadura argentina contra os britânicos pelo controle das Ilhas Falkland. Ao mostrar cenas como âncoras pedindo doações para a compra de armas, 1982 desnuda o poder da mídia de canalizar opiniões e, ao colocar o espectador no lugar de um argentino da época, ajuda a compreender como precisamos de mentiras em nome da esperança.

27/09 – 18h 
Golpe 53 (Coup 53)
Direção: Taghi Amirani. Reino Unido/ Irã/ EUA, 119'
Idiomas: inglês, persa, italiano e francês – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Ao fazer um documentário sobre o golpe anglo-americano no Irã em 1953, o diretor Taghi Amirani e o editor Walter Murch descobriram um arquivo extraordinário e inédito. Documentos e filmagens em 16 mm recontam essa história em detalhes sem precedentes, com revelações explosivas de segredos escondidos por 66 anos. De um documentário histórico sobre quatro dias em agosto de 1953, o filme se torna uma investigação viva a expor as raízes das relações voláteis do Irã com o Reino Unido e os EUA.

28/09 – 18h 
O Rolo Proibido (The Forbidden Reel)
Direção: Ariel Nasr. Canadá, 119'
Idioma: inglês – Classificação indicativa: 10 anos
Sinopse: De alguma forma motivados a criar em meio à guerra e ao caos, cineastas afegãos fizeram nascer um extraordinário estilo nacional de cinema. Motivados a destruir, extremistas do Taliban se puseram a queimar esse legado. Admirado pela beleza e pelo frágil poder dos filmes, o diretor afegão-canadense Ariel Nasr constrói uma visão emocionante e original do Afeganistão moderno.

29/09 – 18h 
Cidade dos Sonhos (City Dream - Cheng Shi Meng)
Direção: Weijun Chen, China, 102'
Idioma: chinês – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Um vívido, e muitas vezes cômico, retrato de um vendedor de rua idoso, tenaz e turrão em uma contenda com funcionários públicos de Wuhan, maior cidade da região central da China.

30/09 – 18h 
O Espião (The Mole Agent)
Direção: Maite Alberdi. Chile/ EUA/ Alemanha/ Holanda/ Espanha, 90'
Idioma: espanhol – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Sergio é um espião chileno. Ou quase isso: ele é convidado a interpretar um depois de audições realizadas por um detetive particular que precisa se infiltrar em um asilo onde um residente possivelmente está sofrendo maus-tratos. Mas, aos 83 e sem ser nenhum 007, Sergio não é exatamente habilidoso com novas tecnologias e técnicas de espionagem. Uma fina combinação de documentário e filme de espião, esta é uma reflexão particular sobre compaixão e solidão.

01/10 – 18h 
Pão Amargo (Bitter Bread)
Direção: Abbas Fahdel. Líbano, 87'
Idioma: árabe – Classificação indicativa: 10 anos
Sinopse: Crônicas da rotina de um campo de refugiados sírios no Líbano.

02/10 – 18h 
Silêncio de Rádio (Radio Silence)
Direção: Juliana Fanjul. Suíça/ México, 80'
Idioma: espanhol – Classificação indicativa: 16 anos
Sinopse: Março de 2015. Devido à pressão política e a falsas pretensões, a principal voz do jornalismo independente mexicano, Carmen Aristegui, acaba demitida, junto com sua equipe, da rádio MVS. No dia seguinte, mais de 200 mil pessoas organizam um ato e assinam uma petição em favor de sua volta e pedindo o fim da censura. Apesar da imensa mobilização, a emissora não cede.

03/10 – 13h 
O Rei Nu (The Naked King - Der Nackte König – 18 Fragmente Über Revolution)
Direção: Andreas Hoessli. Alemanha/ Polônia/ Suíça, 108'
Idiomas: polonês, persa, inglês, alemão – Classificação indicativa: livre
Sinopse: 1979, revolução no Irã. 1980, revolução na Polônia. A queda do xá, o rei dos reis, no Irã. Greves gerais e o movimento Solidarnosc na Polônia. O que passou pelas mentes daqueles garotos e garotas naqueles momentos? E o que aconteceu com eles quando as revoluções passaram ou, no caso iraniano, depois que uma elite religiosa e autoritária chegou ao poder?

03/10 – 18h 
Influência (Influence)
Direção: Richard Poplak e Diana Neille. África do Sul/ Canadá, 105'
Idiomas: inglês e espanhol – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Uma análise da expansão recente do universo da desinformação por meio de uma investigação exclusiva sobre a ascensão e queda de uma das maiores empresas de relações-públicas e e-reputação, a multinacional britânica Bell Pottinger.


FILMES EM COMPETIÇÃO
CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS

Nove curtas-metragens brasileiros em competição serão exibidos on-line ao público da 25ª edição do É Tudo Verdade, em sessões diárias às 14h, em www.etudoverdade.com.br

Curtas BR 1ChoVer / Movimento / Metroréquiem / Filhas de Lavadeiras / Sem Título # 6 : o Inquietanto
26 de setembro, às 14h.
30 de setembro, às 14h.

ChoVer
Direção: Guga Millet. Brasil, 9'
Idioma: português – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: A região do Cariri, no sertão paraibano, ficou sete anos sob seca. Em 2018, a estiagem acabou, com uma sequência de chuvas constantes que surgiam no horizonte. Com depoimento do morador local Zé Vaqueiro, o filme fala desse lugar e dessa chuva, que, quando acontece, faz com que as pessoas saiam para ver a água que cai do céu e se espalha pela terra.

Movimento
Direção: Lucas Tomaz Neves. Brasil, 23'
Idioma: português – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Ao acompanhar o reencontro de sua mãe com a família após 33 anos de separação, Lucas vivencia situações que se transformam em memórias ancestrais. Um filme sobre o tempo, suas danças e conjunturas.

Metroréquiem
Direção: Adalberto Oliveira. Brasil, 13'
Sem diálogos – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: O cotidiano no metrô do Recife transcende os dias, mas nunca o corpo marginal.

Filhas de Lavadeiras
Direção: Edileuza Penha de Souza. Brasil, 22'
Idioma: português – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Histórias de mulheres negras que, graças ao trabalho árduo de suas mães, puderam ir para a escola e refazer os caminhos trilhados por suas antecessoras. Suas memórias, alegrias e tristezas se fazem presentes como possibilidade de um novo destino, transformando o duro trabalho das lavadeiras em um espetáculo de vida e plenitude.

Sem Título # 6: o Inquietanto
Direção: Carlos Adriano. Brasil, 15'
Sem diálogos – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: À companhia de Antonin Artaud e Robert Walser, um convite ao abismo, familiar e desconhecido. O mistério da memória e do amor, além da alma; o inesperado da angustiante estranheza; o que retorna outrora. Laços e lapsos poéticos do ensaio-documentário, entre um filme experimental japonês (1926) e um filme industrial americano (2010). Da série “apontamentos para uma auto cinebiografia (em regresso)”.

Curtas BR 2: Ouro para o Bem do Brasil / Ver a China / Lora / Recoding Art
27 de setembro, às 14h.
01 de outubro, às 14h.

Ouro para o Bem do Brasil
Direção: Gregory Baltz. Brasil, 18'
Idioma: português – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Em 1964, dias após o golpe militar, o empresário Assis Chateaubriand criou a campanha “Ouro para o bem do Brasil”, por meio da qual convidava a população brasileira a doar bens e ajudar a acabar com a dívida externa do país. Ao traçar olhares sobre a campanha e o momento político da época, o filme é uma análise sobre a História a partir da memória do ontem e do hoje.

Ver a China
Direção: Amanda Carvalho. Brasil/ China, 30'
Idioma: português, chinês – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Uma realizadora estrangeira é convidada a visitar a China com a tarefa de produzir um documentário sobre a produção de chá na província de Fujian. Um ano depois, de volta ao Brasil, ela retoma suas imagens e aquilo que foi visto em território chinês.

Lora
Direção: Mari Moraga. Brasil, 19'
Idioma: português – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Na maior cidade do Brasil, Lora é uma mulher livre e plena de presença, que apresenta outra forma de pensar sobre pessoas em situação de rua.

Recoding Art
Direção: Bruno Moreschi e Gabriel Pereira. Brasil, 15'
Idioma: português – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Uma plataforma sem precedentes, que centralizou sete tipos de inteligência artificial para “ler” a coleção do museu holandês Van Abbemuseum, foi criada como parte de um trabalho do pesquisador de mídia digital Gabriel Pereira e do artista Bruno Moreschi. Nos resultados, a dupla procurou falhas e leituras inesperadas das IAs – e encontrou algoritmos que nivelam a subjetividade artística à lógica capitalista. A base de tudo era o trabalho crucial, mas invisível, dos Amazon Mechanical Turkers.


FILMES EM COMPETIÇÃO
CURTAS-METRAGENS INTERNACIONAIS

Nove curtas-metragens internacionais – inéditos no Brasil – em competição, serão exibidos online ao público da 25ª edição do É Tudo Verdade, em sessões diárias, às 14h, em www.etudoverdade.com.br

Curtas Inter 1: Notícias da Capital do Antimônio / Uma Longa Distância / Seu Canto / Meu País Tão Lindo / Sem Choro na Mesa de Jantar
28 de setembro, às 14h.
02 de outubro, às 14h
.

Notícias da Capital do Antimônio (Nouvelles de la Capitale d’Antimoine / Antimony Capital News)
Direção: Guangli Liu. França, 27'
Idioma: chinês – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Lengshuijiang, no sudoeste da China é sede dos maiores depósitos de antimônio no mundo, explorados há mais de 100 anos. Em 2009, o governo listou a cidade entre os locais com recursos naturais esgotados. Ao documentar a produção de um programa oficial da TV local, o filme se torna testemunha silenciosa de cenas aberrantes. As imagens, um arranjo viciado do espaço-tempo, tentam mostram um passado miserável, capaz apenas de engendrar um futuro igualmente infeliz.

Uma Longa Distância (Long Distance / Larga Distância)
Direção: Juan Manuel Calisto. Peru, 12'
Idioma: espanhol – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Um jovem vai atrás da mulher trans que namorou seu falecido pai quando ele abandonou o lar. Uma jornada para entender melhor a história desse homem, as razões para sua ausência e a aventura humana por trás do preconceito.

Seu Canto (Her Song)
Direção: Laura Taillefer Viñas. Portugal, 23'
Idioma: inglês – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Um encontro de vozes de três mulheres de diferentes origens leva a uma reflexão sobre a liberdade e os limites impostos quando se nasce mulher em uma comunidade cigana. Por meio da história de uma mulher sem voz, o filme mostra a experiência do luto nesse grupo, quando a vida de quem perdeu uma pessoa amada para por pelo menos um ano.

Meu País Tão Lindo (Moj Kraj Taki Piekny/ My Country So Beautiful)
Direção: Grzegorz Paprzycki. Polônia, 30'
Idioma: polonês – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Um retrato da Polônia, onde duas forças colidem, representando visões de mundo completamente diferentes: a perspectiva esquerdista de país contra a Polônia homogeneizada construída pela extrema direita. Entre essas ideologias estão pessoas que lutam em nome de seus valores e princípios e uma grande divergência: o nacionalismo.

Sem Choro na Mesa de Jantar (No Crying at the Dinner Table)
Direção: Carol Nguyen. Canadá, 16'
Idiomas: inglês, vietnamita – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: A cineasta Carol Nguyen faz entrevistas com seus próprios familiares para construir um retrato do amor, da dor e de um trauma que perpassa gerações.


Curtas Inter 2: Asho / Algo Mais / 3 Saídas Lógicas / Saudade
29 de setembro, às 14h.
03 de outubro, às 14h.

Asho
Direção: Jafar Najafi. Irã, 30'
Idioma: persa – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Asho é um pequeno pastor interessado em cinema. A rotina com o rebanho é desafiante, mas a paixão por Hollywood e pela atuação permite que seus sonhos se misturem com a vida real. Asho e uma menina, prometidos em casamento desde cedo, como reza a tradição em sua vila, tentam ignorar o amor com sua tenacidade infantil.

Algo Mais (This Means More)
Direção: Nicolas Gourault. França, 22'
Idioma: inglês – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Um software de simulação de multidões serve de ferramenta para explorar a memória coletiva de aficionados por futebol. Imagens do programa são misturadas aos rostos e testemunhos de torcedores do Liverpool Football Club que relembram experiências marcadas por um evento trágico: o desastre de Hillsborough, em 1989, que mudou a natureza do esporte.

3 Saídas Lógicas (3 Logical Exits)
Direção: Mahdi Fleifel. Dinamarca/ Reino Unido/ Líbano, 15'
Idioma: árabe – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Uma exploração sociológica que reflete sobre as diferentes saídas que jovens palestinos têm à disposição para lidar com a vida em campos de refugiados.

Saudade
Direção: Denize Galiao. Alemanha, 30'
Idiomas: alemão, português, inglês – Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Em decorrência da doença de seu pai, a diretora afro-brasileira Denize Galiao explora os sentimentos mais profundos que têm por seu lar e suas raízes - as quais ela não quer perder depois de 20 anos morando na Alemanha. A palavra “saudade”, que não pode ser traduzida com exatidão para outros idiomas, é a fronteira na história de uma família que vive entre duas culturas.


SESSÕES ESPECIAIS

26/09 – 11h
Filme a ser anunciado
 
27/09 – 11h
Eu Caminho (I Walk)
Direção: Jørgen Leth. Dinamarca, 2019, 90'
Idioma: dinamarquês – Classificação indicativa: 16 anos
Sinopse: Um ensaio autobiográfico sobre a vitalidade artística e a fragilização física pelo envelhecimento do cineasta e poeta dinamarquês Jørgen Leth, um dos mais originais diretores europeus em atividade, desde os anos 1960.
 
03/10 – 11h
Santiago das Américas ou O Olho do Terceiro Mundo
Direção: Silvio Tendler. Brasil, 102'
Idiomas: português, alemão. Classificação indicativa:  livre.
Sinopse: Em uma pequena ilha convulsionada pela revolução de 1959, Santiago Álvarez usou a sétima arte como arma política e criou uma estética que se tornou referência no campo documental. Santiago, que se intitulava um viajante permanente pela história, registrou os fatos mais marcantes de seu tempo, desde a Revolução Cubana até a desintegração do bloco soviético. Levou a espectadores de todos os continentes um contraponto à história contada pelo Serviço de Informação dos Estados Unidos, o USIS. Através suas obras, mergulhamos no cenário político e na cultura cubana, nas tensões da América Latina, na Guerra do Vietnã, nos inúmeros conflitos pela independência da África, sempre com o olhar periférico que é a marca do seu cinema, hoje convertido em memória de um mundo em transformação. No ano do centenário de nascimento de Santiago, Silvio Tendler lançou a cinebiografia do diretor cubano, um projeto que começou a ser filmado em 1988 e tem entrevistas inéditas de Santiago.

04/10 – 11h 
Garoto - Vivo Sonhando
Direção: Rafael Veríssimo. Brasil, 2020, 104'
Idioma: português – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Aníbal Augusto Sardinha, mais conhecido como Garoto (1915-1955), é um dos pilares escondidos da música brasileira. Arquivos raros e depoimentos revelam sua influência musical.


O ESTADO DAS COISAS
mostra informativa de documentários brasileiros
e internacionais.

27/09 – 13h
Filmfarsi
Direção: Ehsan Khoshbakht. Irã/ Reino Unido, 83'
Idiomas: persa, inglês. Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Uma jornada pessoal por meio da história do cinema iraniano popular e pré-Revolução, o documentário desvela um Irã raramente visto. Quase cem filmes, alguns garimpados entre fitas VHS do acervo do diretor, são reunidos para construir o retrato de uma sociedade em rápida transformação. Filmfarsi revela um cinema de excitação, ação e grandes emoções, espelho desafiador para um país que lutou para conciliar tradições religiosas e a turbulenta modernidade de influências ocidentais.

23/09 – 13h a 05/10 – 09h
- https://www.itaucultural.org.br/
Gyuri.

Direção: Mariana Lacerda. Brasil, 2019, 87'
Idiomas: português, húngaro e yanomami. Classificação indicativa: livre.
Sinopse: Uma linha geopolítica improvável entre a pequena aldeia húngara de Nagyvárad e a Terra Indígena Yanomami, na Amazônia brasileira. Judia, sobrevivente da Segunda Guerra, Claudia Andujar exilou-se no Brasil e dedicou a vida à salvaguarda dos povos yanomami. Seu valioso acervo, sua militância incansável, seu passado de guerra e a vulnerabilidade atual dos indígenas são revistos por meio de diálogos de Andujar com o xamã Davi Kopenawa e o ativista Carlo Zacquini, com a interlocução do filósofo húngaro Peter Pál Pelbart.
 
23/09 – 13h a 05/10 – 09h
O Segundo Encontro.
Direção: Veronique Ballot. Brasil/ França, 2019, 70'
Idiomas: português/ jê. Classificação indicativa: livre.  
Sinopse: Após 64 anos, a diretora segue os passos do pai, o repórter-fotográfico Henri Ballot, que integrou a expedição dos irmãos Villas-Boas na qual se deu o primeiro contato entre homens brancos e índios Metuktire, no norte de Mato Grosso. O que aconteceu com os índios depois de mais de seis décadas de invasão de suas terras? Que traços do pai a filha encontraria em território tão afastado? No filme, os índios falam, confrontam passado e presente e revivem a memória dos Kayapós por meio das fotos de Ballot.
 

FOCO LATINO-AMERICANO

Além das quatro produções latino-americanas presentes na competição de longas e médias-metragens internacionais e de Santiago das Américas de Silvio Tendler, a seleção apresenta ainda dois outros títulos – de Cuba e Colômbia.

02/10 – 13h
Suspensão (Suspensión). Colômbia, 73'
Direção: Simón Uribe
Idioma: espanhol. Classificação indicativa: 14 anos.
Sinopse: Nas selvas do sul colombiano, há uma grande ponte de concreto abandonada, que se choca contra uma montanha e põe fim a uma estrada que não leva a parte alguma. O símbolo da obsessão de gerações de engenheiros em dominar as imponentes montanhas do território amazônico. Após quase um século, as promessas de uma estrada moderna se desfazem, e a ponte se converte em cenário de situações absurdas, um teatro de ilusões por onde circulam operários e turistas – até que um desastre insuspeito acontece.

04/10 – 13h
Brouwer, a Origem da Sombra (Brouwer, the Origin of the Shadow). Cuba, 68'
Direção: Katherine Gavilan e Lisandra Lopez Fabe
Idioma: espanhol. Classificação indicativa: 14 anos.
Sinopse: Leo Brouwer, extraordinário compositor cubano reconhecido mundialmente, abre as portas de seu espaço de criação e permite ao espectador explorar seu cotidiano e seu trabalho. Com um olhar agudo e questionador, ele faz reflexões sobre a vida e a contemporaneidade e divide inquietações que o acompanharam e o inspiraram ao longo de oito décadas.


É TUDO VERDADE, 25
exibições especiais em comemoração aos 25 anos do festival
na plataforma Itaú Cultural

23/09 – 13h a 05/10 – 09h
Volkswagen - Operários na Alemanha e no Brasil
Direção: Jorge Bodanzky e Wolf Gauer. Brasil/ Alemanha, 1974, 28'
Idiomas: português, alemão. Classificação indicativa:  livre.
Sinopse: Um paralelo da vida e do trabalho de dois operários da Volkswagen, um no Brasil e outro na Alemanha, que exercem funções idênticas na montagem do Fusca.


17ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO DOCUMENTÁRIO

É Tudo Verdade e Itaú Cultural correalizam, nos dias 23 e 24 de setembro, a 17ª. Conferência Internacional do Documentário. Todas as Atividades da Conferência acontecerão na Plataforma Itaú Cultural, inclusive a exibição dos filmes que acompanham as atividades.

23/9 - quarta-feira - 11h
Abertura da Conferência
(gravada)
Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural
Amir Labaki, diretor-fundador do É Tudo Verdade

23/9 - quarta-feira - 11h05
Master Class com Mark Cousins
, conduzida por Amir Labaki
Duração: 90' - gravada e legendada com tradução de inglês para português
Mark Cousins conversa com Amir Labaki sobre sua extensa e inovadora obra documental, com destaque para A História do Cinema: Uma Odisseia (2011), Os Olhos de Orson Welles (2018) e Women Make Film: Um Novo Road Movie Através do Cinema (2019), exibido este pela primeira vez no Brasil na primeira etapa do festival, em março e abril passado.

Participantes: 
Mark Cousins: Nascido na Irlanda do Norte, o diretor e roteirista é conhecido pela série de entrevistas a grandes cineastas Scene by Scene (1997-2001) que dirigiu para a TV britânica, e por sua minissérie documental de 15 horas, A História do Cinema: Uma Odisseia (2011). Também dirigiu Os Olhos de Orson Welles (2018), a série exibida no festival Women Make Film: Um Novo Road Movie Através do Cinema (2019) e 40 Dias para Aprender Cinema (2020).

Amir Labaki: Nascido em São Paulo (1963) e formado em Cinema pela ECA-USP (1984), é o diretor-fundador "É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários", o principal e mais longevo evento dedicado exclusivamente ao cinema documental na América Latina.


23/09, quarta-feira - 14h
Ballot, Andujar e a fotodocumental brasileira

Duração: 75' - live falada em português
Com a mediação de Rubens Fernandes Junior, as cineastas Mariana Lacerda e Veronique Ballot conversam sobre a obra e a trajetória dos fotógrafos Claudia Andujar e Henri Ballot, e a tradição da fotografia documental brasileira.

Participantes: 
Mariana Lacerda: Mariana Lacerda é cineasta e Gyuri é o seu primeiro longa-metragem. Formada em jornalismo, é mestre em História da Ciência pela PUC-SP. Escreveu e dirigiu os filmes de curta duração Menino-aranha (2008/2009), A Vida Noturna das Igrejas de Olinda (2012), Pausas Silenciosas (2013), Baleia Magic Park (2015) e Deserto (2016, para Aparelhamento, Ocupação Funarte/SP), vencedores de alguns prêmios interessantes  e exibidos em festivais do Brasil, França, México, Lituânia e Portugal.   

Veronique Ballot: Socióloga de formação em São Paulo, professora de Biotecnologia, Saúde e Meio Ambiente na Educação Nacional Francesa em Paris e na Martinica. Organizadora do festival de filmes brasileiros na Martinica. Criadora da Associação Henri Ballot em Paris. E diretora do filme O Segundo Encontro, exibido no festival.

Mediador - Rubens Fernandes Junior: Pesquisador e curador independente de fotografia. Professor e Diretor da Área de Comunicação da Faap. Ganhador de diversos prêmios de fotografia e curador de inúmeras exposições, também publicou diversos livros, entre eles Papéis Efêmeros da Fotografia (Ed. Tempo d'Imagem, 2015), Labirinto e Identidades - panorama da fotografia brasileira [1946-1998], (Ed. Cosac Naify, 2003).


24/09, quinta-feira - 11h
Master Class com Carlos Adriano: Reapropriação de Arquivos - Método e Poética

Duração: 60' - live falada em português
Introdução intermediática e intertextual à reapropriação. Sua forma de investigação crítica e artística. O caso do arquivo em três documentários nacionais inacabados e na origem do cinema no Brasil.

Participante: 
Carlos Adriano: Doutor em Cinema (USP). Pós-Doutorados em Artes (PUC-SP) e Audiovisual (USP). Como cineasta, é um dos temas de The Sublimity of Document: Avant-Doc 2 (Scott MacDonald; Oxford University Press, 2019).


24/09, quinta-feira - 14h
Master Class com Andrés Di Tella: Diários, notas, cadernos
Duração: 60' a 90' - gravada e legendada com tradução de espanhol para o português
O caderno de anotações, o diário, a carta, o esboço, os papéis de trabalho. Formas provisórias, inconclusivas e circunstanciais que convergem em uma das correntes mais vitais do cinema - e da arte - contemporânea. O caderno de anotações pode ser um método de trabalho, mas também uma forma artística em si. Uma linguagem cinematográfica em potencial.

Participante: 
Andrés Di Tella: Cineasta, escritor e curador. Dirigiu A televisão e eu, Fotografías, Hachazos (Golpes de machado), 327 cadernos e Ficção privada, entre outros. Também publicou dois livros de não-ficção: Hachazos e Cuaderno. Seu trabalho inclui instalações, performances e peças de videoarte. Como curador, ele foi o fundador do BAFICI e do Festival de Documentários de Princeton. Foi reconhecido com a Bolsa Guggenheim. É Tudo Verdade fez uma retrospectiva de seu trabalho em 2012.
  
FILMES
De 23/09/2020, a partir das 13h, até 05/10/2020, às 9:00, exceto Santos Dumont: Pré-Cineasta? (exibição de 24/09/2020 - 13:00 a 25/09/2020 - 09:00).

40 dias para aprender Cinema (40 days to learn film) - Reino Unido, 2020, 136'
Direção: Mark Cousins.
Idioma: inglês. Classificação indicativa: 12 anos (Medo/ Violência)
Sinopse: Junte-se ao cineasta e escritor Mark Cousins em uma jornada de 40 dias, explorando como nós refletimos sobre nossa paixão pelo cinema e aspectos relacionados ao ato de fazer filmes, incluindo estilo, ideias, emoções, aspectos práticos e outras coisas divertidas. Exploraremos a linguagem universal do cinema, vendo obras que perpassam fronteiras artísticas e culturais.   

A Televisão e Eu (La Televisión y Yo) - Argentina, 2002, 75'
Direção: Andrés Di Tella.
Idioma: espanhol. Classificação indicativa: livre
Sinopse: Um ensaio fílmico que se estende da primeira lembrança pessoal do diretor às mais antigas memórias da TV na Argentina. Duas histórias e dois sonhos intercalados: a de Jaime Yankelevich, o imigrante judeu que se tornou o rei do rádio e introduziu a TV na Argentina, e a do avô do próprio diretor, Torcuato di Tella, outro imigrante que construiu um império industrial.
 
Gyuri - Brasil, 2019, 87'
Direção: Mariana Lacerda.
Idiomas: português, húngaro e yanomami. Classificação indicativa: livre.
Sinopse: Ver acima em O Estado das Coisas.
 
O Segundo Encontro – Brasil/ França, 2019, 70'
Direção: Veronique Ballot.
Idiomas: português e jê. Classificação indicativa: livre.  
Sinopse: Ver acima em O Estado das Coisas.

Santos Dumont: Pré-Cineasta? – Brasil, 2010, 63'
Direção: Carlos Adriano e Bernardo Vorobow.
Idioma: português. Classificação indicativa: livre.
Sinopse: Este documentário parte da descoberta e restauração de um raro e desconhecido carretel de fotografias reproduzidas de um filme mutoscópio, produzido em 1901, em Londres, sobre Santos Dumont (1873-1932). A obra aborda aspectos históricos e artísticos dos primórdios do cinema (pré-cinema, cinema de atrações) e do cinema de reapropriação de arquivo (found footage, filme de reciclagem), por meio de entrevistas, documentos, metáforas visuais e da articulação própria de um ensaio poético.  


SEMINÁRIOS CPF - SESC

As atividades da 25ª edição do É Tudo Verdade, em parceria com o Centro de Pesquisa e Formação do SESC, buscam oferecer um espaço articulado entre produção de conhecimento, formação e difusão.
Inscrições Gratuitas a partir das 14h do dia 9/9/2020. Vagas limitadas:
Dia 15/09/2020 - 14:00 às 16:00
- O formato curta no É Tudo Verdade.
Com a doutora em cinema Patricia Rebello, do comitê de seleção do É Tudo Verdade.
A partir de meados dos anos 2000, o curta-metragem brasileiro experimenta um período de intensa criatividade, que pode ser pensado como sintoma (mas também consequência) de uma série de processos e estímulos à produção audiovisual. Seja pela criação de editais de fomento à produção regional, pela efervescência criativa em oficinas e workshops, a formação acadêmica nas universidades, o incentivo à participação em festivais, mas também pela explosão de novos formatos de registro (como o cinema de celular) e canais de distribuição (as redes de streaming, os webdocs), a qualidade dos curtas reverbera nestes doze anos de competição.

17:00 às 19:00 –
- O homem com a câmera: o maior documentário de todos os tempos? 
Com o cineasta e mestre em cinema Luis Felipe Labaki, membro do comitê de seleção do É Tudo Verdade.
Recebido sem grande entusiasmo (e com certo desdém) ao ser lançado na URSS em 1929, O homem com a câmera, de Dziga Vertov, tornou-se ao longo das décadas uma referência cinematográfica inescapável, sendo eleito em 2014 o maior documentário de todos os tempos na primeira enquete específica para a produção não-ficcional realizada pela revista britânica Sight & Sound. Nesta palestra, discutiremos sua influência sobre diferentes gerações de realizadores e a forma como trabalhos de nomes como Harun Farocki, Jonas Mekas e Agnès Varda podem nos convidar a revisitar o experimento metalinguístico de Vertov.


ATIVIDADES PARALELAS

Master Class
Dia 17/09/2020
17h – Workshop de Formação
- Documentário nos 25 Anos do É Tudo Verdade - com Amir Labaki

Inscrições gratuitas pelo link https://bit.ly/32o6Tmm
Mediação
da jornalista e crítica de cinema Neusa Barbosa
Transmissão ao vivo pela Plataforma É Tudo Verdade


DEBATES É TUDO VERDADE
Transmissões Plataforma É Tudo Verdade

Dia 26/9 - sábado - GRAVADO
16h - Conversa com o cineasta Jorge Bodanzky , diretor do filme Volkswagen: Operários na Alemanha e no Brasil

Dia 1/10 - quinta-feira - AO VIVO
20h - Encontro com os diretores dos curtas nacionais em competição
Mediação da jornalista Ana Paula Souza

Dia 3/10 - sábado - GRAVADO
16h -
 Debate com Silvio Tendler, diretor do filme Santiago das Américas
Mediação de Amir Labaki
 

CICLO SESC/ É TUDO VERDADE

O ciclo apresenta 6 longas-metragens brasileiros premiados na Competição Brasileira do Festival na última década, disponíveis na plataforma Sesc Digital, a partir de 8/10/2020, por um período de 30 dias.

Auto de Resistência (Police Killing)
Direção: Natasha Neri e Lula Carvalho, 104', Brasil. 2018
Longa brasileiro vencedor de 2018
Sinopse: Um panorama contemporâneo de homicídios praticados pela polícia contra civis, no Rio de Janeiro, em situações inicialmente classificadas como legítima defesa. As vítimas de assassinato são acusadas de serem traficantes e de terem trocado tiros com os policiais. No entanto, a versão da PM e? posta em xeque pelo surgimento de vídeos e pela luta de mães que tentam provar a inocência de seus filhos. O filme retrata o embate de versões no julgamentos de casos nas varas dos Tribunais do Júri, os bastidores das investigações policiais e a Comissão Parlamentar de Inque?rito estadual instaurada para apurar o alto índice de mortes decorrentes da ação policial no Rio.

Cidades Fantasmas (Ghost Towns)
Direção: Tyrell Spencer, 70', Brasil. 2017
Longa brasileiro vencedor de 2017
Sinopse: Em Humberstone (Chile), resquícios na paisagem e memórias de sobreviventes mal conseguem ilustrar a prosperidade da época em que dali saía boa parte do salitre exportado para todo o mundo. Nas imediações da antiga Fordlândia (PA), casas hoje ocupadas por posseiros são os últimos sinais de uma cidade norte-americana construída por Henry Ford no auge do ciclo da borracha. Armero, na Colômbia, teve sua população praticamente erradicada pela erupção do vulcão Nevado del Ruiz, em 1985. Vinte e cinco anos depois de ter sido inundada, após a quebra de uma barragem, ruínas da Villa Epecuén, na Argentina, emergiram para expor os restos de uma antigamente animada estação de águas medicinais. 

O Futebol (O Futebol)
Direção: Sergio Oksman, 70', Brasil, Espanha. 2015
Longa brasileiro vencedor de 2016
Sinopse: Sergio e seu pai, Simão, não se viram ao longo de 20 anos. A realização da Copa de 2014 no Brasil fornece ao filho, que mora na Espanha, um pretexto para conviver algum tempo com o pai, retomando seu antigo hábito de assistirem a jogos juntos, mantido quando o filho era garoto. À medida que ambos se reaproximam, suas conversas os levam ao encontro do passado e das questões deixadas em aberto pela distância. Correndo em paralelo com os jogos da Copa, seus encontros deixam claro que algo escapou do plano inicial. E que esta viagem poderá trazer, mais do que reconciliação, uma exploração em território desconhecido.

Homem Comum (Ordinary Man)
Direção: Carlos Nader, 110', Brasil. 2013
Longa brasileiro vencedor de 2014
Sinopse: Ao longo de quase 20 anos, o cineasta Carlos Nader conviveu com o caminhoneiro paranaense Nilson de Paula e sua família. Desde o início, havia o projeto de realizar um documentário, cujas intenções se transformam visceralmente, num processo também captado pela câmera. Durante esse período, transformam-se as vidas de Nilson, que adoece, de sua mulher, Jane, e de sua única filha, Liciane, assim como a do diretor, que passa a fazer parte deste círculo também afetivamente. Grandes questões, como o sentido da vida, incorporam-se à própria tessitura do filme, ao qual se contrapõem trechos do clássico A Palavra (Ordet), de Carl Dreyer, evidenciando conexões estéticas e existenciais.

Mataram Meu Irmão (They Killed My Brother)
Direção: Cristiano Burlan, 77', Brasil. 2013
Longa brasileiro vencedor de 2013

Sinopse: Reconstituindo os detalhes  da morte de seu irmão, Rafael Burlan da Silva, ocorrida há 12 anos, o cineasta Cristiano Burlan lança-se a uma jornada pessoal que conduz ao coração de um círculo de violência em torno dos bairros da periferia paulistana – como o Capão Redondo, onde morava a família e o irmão, de 22 anos, foi morto com sete tiros, em 2001. Explorando as razões do envolvimento do irmão com drogas e roubo de carros, o diretor expõe partes de sua própria história familiar, ouvindo parentes e amigos, cujos depoimentos trazem à tona os destinos de diversos personagens, mapeando o histórico de dolorosas feridas emocionais.


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