quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Título: DE QUEM É O SUTIÃ?


DE QUEM É O SUTIÃ?
por Joba Tridente

Está chegando aos cinemas brasileiros a comédia alemã Do maquinista que procurava amor (Vom Lokführer, der die liebe suchte..., 2018), cujo título, internacionalmente (?), virou The Bra (O Sutiã) e, no Brasil, DE QUEM É O SUTIÃ?. Distribuído pela Pandora Filmes, a trama dirigida por Veit Helmer, acompanha o trajeto do maquinista de trem de carga Nurlan (Predrag “Miki” Manojlovic), que sempre é surpreendido ao passar por um trecho de Baku, no Azerbaijão. É que, ali, como em outros lugares do mundo, inclusive no Brasil, os moradores esticaram suas casas até a poucos centímetros da linha férrea e toda vez que a imensa locomotiva tem de passar, o garoto Aziz (Ismail Quluzade) corre à frente, pelos trilhos, alertando as pessoas que estendem suas roupas, as crianças que brincam, os homens que jogam..., e, na correria, sempre sobra algo preso na máquina. Mas, como Nurlan é uma pessoa sociável, ele sempre procura devolver os pertences aos donos. Porém, em sua última viagem, antes da aposentadoria, o maquinista encontra algo grudado na locomotiva e que vai mudar a sua vida social, embora solitária: um sutiã azul de renda. A bonita peça de roupa íntima feminina, que em suas mãos tem valor de preciosidade, fará com que ele comece uma jornada sensual em Baku, para encontrar a dona do distinto sutiã e quem sabe, de quebra, encontre também um amor.


A busca de Nurlan não será fácil, pois, assim como os pés, no Conto de Cinderela, os seios variam o tamanho. Toda via dos solitários carentes, no entanto, se na história da órfã há um bocado de garotas que, loucas para agarrar o Príncipe, fazem de tudo para calçar confortavelmente o sapatinho encantado, na história do maquinista o entusiasmo das mulheres dispostas a experimentar o sutiã encantador, recolhido por Nurlan, é outro. Também porque a grande maioria é casada. Mas ele é tão insistente e está tão determinado em devolver o sutiã azul de renda que é capaz de ações constrangedoras. Procedimento que, provavelmente, grande parte do público feminino verá como assédio sexual..., ainda que o maquinista aparente uma certa ingenuidade e não veja maldade nos seus anseios (ôps!) que podem provocar a ira dos maridos. Afinal, não estamos em um país tão liberal assim. E, nos dias de hoje, basta uma faísca para despertar atos extremos.


DE QUEM É O SUTIÃ é uma crônica de costumes que flerta com a arte nonsense de Jacques Tati, a regionalista de Emir Kusturica e a surrealista de Luis Buñuel. Uma comédia leve que, pelo fato de não ter diálogos, apenas ruídos naturais (risos, música, máquinas, apitos), se vale da expressividade do elenco, da beleza campestre (Azerbaijão e Geórgia) e da curiosa arquitetura local, em que algumas casas lembram cenários de teatro (nota: todas as casas daquela região férrea foram demolidas durante as filmagens e a produção foi transferida para Geórgia). Mas é bom que se diga que, mesmo não tendo diálogos audíveis é um filme de fácil compreensão até pelo espectador mais preguiçoso e que só tem o Tico e ou o Teco desperto. Não chega a ser hilário, já que nem toda cena é engraçada, talvez pela repetição das gags visuais, mas é divertido, principalmente pelo reverso do pudor diante do objeto do desejo (sutiã azul de renda) em situações anacrônicas.


O roteiro de Leonie Geisinger e Helmer é simples (não simplório) e mesmo que o título brasileiro busque a comicidade e, ignorando a candura do título original alemão (Do maquinista que procurava amor), desvele parte do enredo, reserva alguma surpresa para o final. A produção é bem enxuta e a montagem mostra o diferencial numa edição que precisa ser ágil. Para falar do trabalho repetitivo do maquinista no dia a dia (sempre igual!), que só perde a monotonia quando o trem entra no trecho “ocupado” pelos moradores locais, por exemplo, o editor Vincent Assmann simplesmente costura, de forma brilhante, várias viagens de Nurlan, numa só. É nos detalhes sutis (que não vou entregar) que, o quê se imagina erro de continuidade (nessa e em outras sequências), se revela um notável acerto de montagem da passagem do tempo. Óbvio que Veit Helmer não cometeria tamanho equívoco, ainda que o roteiro dê lá suas escorregadelas.


Enfim..., considerando a nostálgica aparência analógica e a “atemporalidade” da história, situada, talvez, num tempo longínquo ou num tempo presente, talvez, sem acesso à tecnologia; os detalhes (bordados em close-up) a serem descobertos, para melhor se saborear a trama bucólica, que consegue falar de solidão e de amizade, de oportunidade e de oportunismo, de sociabilidade e de mesquinharia (sem soar piegas), num lugar tão longe que tanto a paisagem pastoril quanto seus moradores campesinos lembram personagens de antigos quadros decorativos e de calendários de parede; o registro da cultura local e a discutível amoralidade; a excelente fotografia de Felix Leiberg enquadrando com maestria a belíssima região e o interior inusitado das casas; a edição que lapida bem as cenas com não-atores e as amarras do enredo que enlaçam um final emocionante nesse mundo idealizado; a ousadia de um filme sem diálogos e sem pressa de contar uma boa história, em uma época de cinema prolixo de ação genérica e de raras ideias originais, como esta..., DE QUEM É O SUTIÃ?, com direção discreta de Veit Helmer tem tudo para agradar ao grande público. É claro que a, certa a altura da narrativa, esta simpática comédia, pode incomodar (ou provocar?) uma parcela da platéia. Toda via das idiossincrasias, no entanto, como se diz: faz parte do espetáculo. Ou não?!   


*Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Crítica: Maria e João: O Conto das Bruxas



MARIA E JOÃO: O CONTO DAS BRUXAS
por Joba Tridente

Em 2013, na resenha crítica ao ridículo João e Maria: Caçadores de Bruxas, escrevi: “Se vivos fossem e se acaso assistissem a versão contemporânea de Hänsel und Gretel (João e Maria) contada no cinema, os Irmãos Grimm - Jacob Grimm (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859), autores de Contos da Criança e do Lar - teriam um enfarto fulminante. Como se sabe, os irmãos são os responsáveis pela compilação e adaptação de histórias populares, principalmente da tradição oral alemã (destinadas ao público adulto), para as crianças, pensando no seu caráter educativo. Desde a sua publicação, o conto João e Maria ganhou inúmeras traduções e remendos bizarros. Quem quiser se aprofundar no estudo da história original (e versões) vai encontrar, tanto nas livrarias quanto na internet, um prato cheio de elementos psicanalíticos.” Acrescento que, se a sua curiosidade de cinéfilo tem mais a ver com as versões e adaptações televisivas e cinematográficas, então, uma zapeada no Youtube pode lhe causar até indigestão. Tem de tudo ali: animações desenhadas (inclusive com o Pernalonga) ou com bonecos (incluindo a fantástica Hansel and Gretel: An Opera Fantasy, de 1954); o quase musical  João e Maria (Hansel & Gretel, 1987); a versão abominável A Fábula Moderna de João e Maria (Hansel & Gretel, 2002); a premiada adaptação alemã Hänsel und Gretel, de 2006, e a totalmente descerebrada João e Maria e a Bruxa da Floresta Negra (Hansel & Gretel Get Baked, 2014).


Desabafo reposto, vamos ao que interessa: a volta do conto clássico de horror dos Grimm, aos cinemas, na versão de suspense e fantasia juvenil Maria e João: O Conto das Bruxas (Gretel & Hansel, 2020), dirigido por Osgood "Oz" Perkins. Notou alguma coisa no título original? Há uma “leve” inversão de gênero (e de atitude, na trama), possivelmente por conta da recente exploração cinematográfica do empoderamento feminino. O que até então era João e Maria..., virou Maria e João. Agora o protagonismo, que começa com a perturbada Bruxa Holda (Alice Krige) narrando a sua triste origem e os eventos místicos que selaram o seu destino macabro, segue com a politicamente engajada adolescente Maria (Sophia Lillis), de dezesseis anos, narrando o seu cotidiano de exclusão social e cuidando afetuosamente do seu inocente irmãozinho João (Sammy Leaky), de oito anos.


Assim como as versões citadas “compartilham” achados e ou brechas no conto original, para dar mais asas à imaginação (estapafúrdia), o roteirista Rob Hayes parece não ter se acanhado em fazer a lição de casa, buscando também inspiração nas adaptações alheias (incluindo o Hansel & Gretel, de 1987). A base (esboço ou argumento, se quiser) da história (re)contada pelos Irmãos Grimm está ali, meio camuflada na releitura sinistra que se desenvolve sobre ela, na figura da mãe-madrasta egoísta e cruel que expulsa os filhos de casa; no casal de irmãos pobres que se perde na floresta sombria; na casa pantagruélica; na bruxa canibal (ou antropófoga, conforme seu discurso).

Mas, a narrativa que “Oz” constrói com esses elementos originais, ao tomar a liberdade de agregar novos personagens ou ressignificar a relação entre Maria e a Bruxa, é outra. Bem, se você assistiu (ou assistir) alguns dos filmes (animados ou não) que citei, sabe(rá) que a estranha relação de aprendizado (não confundir com Jornada do Herói) entre Holda e Maria já foi tratada de forma simplificada em produções infantis antigas, que também acrescentaram personagens outros. A diferença é que, se antes bastava a morte da Bruxa, a liberdade de crianças “aprisionadas” e a descoberta de tesouro, agora a sugestão de um discutível “final feliz” vai além do mimetismo. Será que (dependendo da bilheteria) estão pensando em franquia, para justificar os destinos incoerentes dos irmãos no final tosco da trama? Sei não, acho que vem, por aí, um Maria - A Vingadora, ajustando contas com o seu passado!


Perkins e Hayes não são os primeiros a mudar as características físicas e psicológicas de personagens infantis, envelhecendo-os (ou rejuvenescendo-os)  num cenário contemporâneo e ou do século XIX (gosto demais da versão sul-coreana Hansel & Gretel, de 2007, do diretor Pil-Sung Yim)..., mas é curioso como desenvolvem a independência e o senso crítico de Maria diante da realidade socioeconômica que anestesia os miseráveis, promove a subserviência (dos desesperados) e explora sexualmente menores de idade (famintos), no primeiro ato. Mesmo que, na trilha pela floresta até à casa das delícias fúnebres da Bruxa, o assunto tome outro rumo, o apelo da desconcertante sequência inicial é tão grande que a mensagem de rebeldia e protesto da politizada Maria contra os poderosos (de qualquer época), acompanhará o espectador até o final.


Todo leitor (que se interessa pelo assunto) sabe que muitos contos (de fadas ou maravilhosos) infantis, por mais macabros que sejam, têm a sua violência (diversa: matricídio, patricídio, filicídio) moralizante justificada pelo assassino (bom ou mau). Se na leitura do livro, o que conta é a imaginação, no cinema, geralmente o cérebro aceita o que os olhos veem na tela. No caso de Maria e João: O Conto das Bruxas, vale ressaltar que, toda via da violência gráfica está mais para a arte surreal de Giuseppe Arcimboldo (1527-1593) do que para o gore de João e Maria: Caçadores de Bruxas. É um terror tão esmaecido que dificilmente algum espectador sentirá medo. A não ser que esteja condicionado para tanto e aí, qualquer ruído musical, a visão dos ingredientes do banquete e ou sombra na parede será um salto na cadeira! O que não quer dizer que seja mero terror psicológico. Digamos que, quem conhece a clássica história de João e Maria já sabe (ou deveria saber) o que esperar..., ainda que o enredo apresente alguns remendos que, se não combina com o todo, aos menos tapa os buracos!


Enfim, ainda que indeciso quanto ao nível de suspense, já que mira o público adolescente e não o infantil..., considerando o formato, que vai do panorâmico (no prólogo) ao “quadrado”, na espetacular fotografia de Galo Olivares (Roma); o cuidadoso design de produção de Jeremy Reed e a notável direção de arte de Christine McDonagh, criando cenários sombrios, que sugerem mais do que explicitam o terror na floresta e na admirável casa de arquitetura expressionista da Bruxa;  o terror e a violência estilizados; as denúncias sociais; os diálogos curtos, metafóricos ou enigmáticos (sobre confiar em lobos); as narrações (redundantes?) da racional Holda e da perseverante Maria, que vagam livres entre o fantástico, o códice de bruxarias, o diário de aflições e as relações sociais; o bom elenco (com Alice Krige roubando a cena de Sophia Lilli e vice-versa); o roteiro irregular, por pensar (nem sempre satisfatoriamente) muito além do conto; o humor-negro em algumas sequência fascinantes (como a do laço de fitas); o ritmo lento da narrativa intimista; os incômodos áudio-sustos; os muitos acertos e poucos vacilos da direção de “Oz”..., o suspense leve (com bons subtextos) Maria e João: O Conto das Bruxas pode surpreender a platéia certa. Nota: O fato de eu não ter sentido medo, pavor, arrepio etc, não quer dizer que você não possa sentir. Talvez seja uma questão psicológica, e ou de idade mesmo.


*Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Crítica: O Preço da Verdade



O PREÇO DA VERDADE
por Joba Tridente

O cinema é uma plataforma com fotogramas disponíveis para os mais diversos assuntos. Porém, alguns são mais cíclicos que outros. Varia conforme a bilheteria e o público alvo. O que não quer dizer que o assunto da moda funcione sempre. Por isso, quando um tema espinhoso e indigesto (que se quer esquecido ou oculto) consegue vencer os bastidores da mediocridade e mostrar a sua relevância na telona, há que se saudar. Como é o caso do perturbador drama jurídico O Preço da Verdade (Dark Waters, 2019), brilhantemente dirigido pelo norte-americano Todd Haynes (Velvet Goldmine; Longe do Paraíso; Não Estou Lá; Carol).

Roteirizado por Mario Correa e Matthew Michael Carnahan, a partir do artigo The Lawyer Who Became DuPont's Worst Nightmare (O advogado que se tornou o pior pesadelo da DuPont, 2016), de Nathaniel Rich, publicado na The New York Times Magazine..., tema anteriormente tratado no ótimo artigo (muito bem ilustrado com áudios e fotos) Welcome to Beautiful Parkersburg, West Virgínia (2015), de Mariah Blake, e no documentário The Devil We Know is (2018), de Stephanie Soechtig...,  O Preço da Verdade acompanha o desenrolar do árduo processo movido (por mais de uma década) pelo advogado corporativo  Robert Bilott ( Mark Ruffalo), do escritório de advocacia Taft Stettinius & Hollister, de Cincinnati, Ohio - USA, contra a toda poderosa multinacional DuPont, responsabilizada por crime ambiental e de saúde pública.


A história começa com uma desconstrução de valores impressionante. De um lado, Robert Bilott (Ruffalo), um advogado corporativo satisfeito por ingressar no grupo Taft Stettinius & Hollister, que defende as mais importantes empresas químicas do país e está negociando seus serviços advocatícios com a DuPont. Do outro, Wilbur Tennant (Bill Camp), um fazendeiro desesperado por acreditar que a DuPont está envenenando as águas da sua terra e matando o seu gado. Por ironia do destino, é Billot que Camp quer contratar..., movido pela nostalgia de um passado bucólico do advogado em Parkersburg, West Virginia - EUA. Dá-se, então, entre os dois, um embate interessantíssimo sobre ética profissional versus corporativismo versus ativismo. Ao findar o prólogo, a arena para a luta (desigual) entre Davi e Golias começa se desvelar. O que o espectador verá a seguir, certamente o deixará enojado...


Com narrativa linear, cuja trama vai sendo tecida ao ritmo das descobertas de experiências apavorantes ocultadas pela DuPont, no processo químico de fabricação de seus produtos consumidos em quase (?) todo o mundo, O Preço da Verdade proporciona ao espectador o mesmo sentimento de indignação de Robert Bilott diante do drama absurdo que envolve Wilbur Tennant, sua família e a criação de gado, bem como os empregados da DuPont.

O mergulho nessas águas escuras e fétidas é nada prazeroso. Principalmente por mostrar a impotência de cada braçada do cidadão/consumidor para chegar saudável à alguma margem, onde o empresariado corporativista arma as suas barragens de acordo com o acordo de ocasião (se possível) com cada reclamante. Há um dilema (de difícil escolha?) que permeia as entrelinhas do enredo, relacionado ou não à questão da DuPont: Quando uma cidade inteira depende do emprego de uma fábrica que pratica crime ambiental e coloca em risco a vida dos seus funcionários, ela deve ser fechada, deixando os empregados na miséria e ou continuar aberta, matando os funcionários e destruindo o meio ambiente? No Brasil, inclusive, há muito “cidadão” que é contra a condenação de empresários corruptos porque os criminosos empregam “muita” gente.


Enfim, considerando a precisão do roteiro, que flerta com o documentário e com thriller; a notável direção de Todd Haynes, que não tem pressa em contar a indigesta história real, focando apenas no que é imprescindível, para não se atolar na exploração espetaculosa; os diálogos inteligentes e os silêncios subentendidos; o elenco afinadíssimo, que traz também Tim Robbins, Anne Hathaway, Victor Garber e Bill Pullman;  a edição inspirada: como, por exemplo, no momento tenso em que Billot explica à sua mulher a descoberta do processo de envenenamento dos diversos produtos (panelas teflon, tapetes, água) da DuPont e a fala naturalmente se estende a outros personagens relacionados, em cenários distintos, numa costura de breves sequências (sem redundância) da evolução do tempo (de passagem) e da ação narrativa até a conclusão nervosa, porém, fascinante; o mal-estar da excelente fotografia naturalista (lúgubre e claustrofóbica) de Edward Lachman..., relevando a trilha sonora inconveniente e pensando no público que não leu os artigos e ou assistiu ao documentário e jamais suspeitou dos processos criminosos da DuPont para fabricação dos seus produtos, e que vai ficar muito apreensivo (com as revelações) e a pensar seriamente no que fazer (ao menos) com as suas panelas e frigideiras teflon, recomendo O Preço da Verdade tanto a quem gosta do gênero investigação/tribunal quanto a quem tem interesse em saber sobre o potencial da química venenosa que nos rodeia no dia a dia...


*Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.

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