quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Crítica: Crepúsculo do Caos


CREPÚSCULO DO CAOS

(The Last of England)

por Joba Tridente 

O ativista, escritor, cenógrafo, roteirista, diretor Derek Jarman (Sebastiane; A Tempestade; Caravaggio; Wittgenstein; Blue) é um capítulo a parte na cinematografia britânica. Mestre do desconcerto visual, da erotização divinizada, da metaforização sociopolítica, suas obras (que incomodam espectadores de mente tacanha) são verdadeiros manifestos de cor e luz embalados por trilhas sonoras que, por vezes, tornam-se protagonistas. É, sem dúvida, um dos autores internacionais que mais sublimaram o fazer cinematográfico, buscando novas sensações e novas costuras na edição de imagens captadas pelos mais diversos meios. Nesse sentido, Crepúsculo do Caos (The Last of England, 1987 - o título vem de uma pintura, de 1855, do pré-rafaelista Ford Maddox Brown) radicaliza na mensagem, sem qualquer sinal de esnobismo, sobre a tolerância (sexual, social e racial). Na verdade, sobre a falta de tolerância. Crepúsculo do Caos estreia dia 30/09/2021 no serviço de streaming Petra Belas Artes À LA CARTE, com mais quatro novos títulos*. 

“o amanhã foi cancelado por falta de interessados” 


Lá se vão 34 anos e o Crepúsculo do Caos, de Derek Jarman (1942/1994), que poderia soar datado e tematicamente localizado, com sua visão pós-apocalíptica de uma Inglaterra totalitária sob o comando da mão de ferro Margaret Thatcher, continua mais atual que nunca, com a ascensão da extrema-direita na Europa (?) e dos novos fascistas emergindo no contingente de outros continentes. Com fotografia de Christopher Hughes e Derek Jarman, que aproveitou fotos e imagens (em super-8, VHS, 35 mm) também da família, sonorizado por Simon Turner e Andy Gill e narrado por Nigel Terry, a ficção futurista roteirizada por Jarman, com citações de Shakespeare, TS Eliot, Allen Ginsberg..., é um filme que atropela o espectador com a pungência e urgência da sua narrativa imagética.   


É impossível ficar indiferente diante do tropel de imagens que evocam violência física, desespero sexual, mendicância, fome, drogas, execução, colonização (Índia), tortura, terrorismo (Irlanda), guerra (Malvinas)..., num retrato ferino da morte sociocultural do que se conhece como civilização. Ama-se ou deixa-se a sala às primeiras imagens homoeróticas no viés da angústia de um belo jovem ('Spring' Mark Adley) seduzido pelo belo Cupido de Caravaggio. Ativista dos direitos dos homossexuais (ingleses), Derek, que sempre afrontou o conservadorismo (hipócrita) inglês, não se faz de galinha morta e canta de galo diante da homofóbica Cláusula 28, de Thatcher..., fazendo seu canto de revolta ecoar além Reino. 


Num olhar furtivo, realidades sociais, políticas e econômicas passadas e presentes amalgamam num painel ainda (?) atemporal. Têmpera raspada num vidro. Bandeiras virando trapo, símbolos ressignificados, cidadãos virando nada na sina migratória, virando lixo nas fronteiras, virando bicho na clandestinidade. Hoje, a sequência (bizarra?) do casamento de uma jovem (Tilda Swinton), que passa pela execução do marido (irlandês?) e culmina no corte em frangalhos do vestido de noiva, pode ser lida como a saída (Brexit) do Reino Unido da União Europeia, sem perder (ou ganhando mais) a força da indignação e da denúncia. 


Merecedor do Prêmio Teddy, de 1988, em Berlim, para Derek Jarman e do júri para Tilda Swinton, Crepúsculo do Caos, talvez seja o filme mais crítico à Grã-Bretanha já realizado. Com poesia e porrada ele desvenda o que se quer oculto e reescreve o que ser quer esquecido ou apagado das páginas da história. Não é de fácil digestão e vai muito além da sinopse: “Uma visão pessoal do diretor sobre o declínio de seu país, em uma linguagem mais próxima da poesia do que da prosa. Uma meditação sombria em Londres e Belfast sob Thatcher.”..., já que permite as mais diversas leituras e releituras por ingleses (desunidos) e espectadores que só estão de passagem apreciando a paisagem da troca, ou da troça. 


Crepúsculo do Caos é simplesmente catártico! Assim como a vida (do antes e do pós-pandemia), o artista busca cor na ausência da cor. No retardo da barbárie, a imundície iguala todos os miseráveis (executados e executores). No labiríntico cenário de todas as dores e amores mutilados, onde há trevas: a tocha dos ignorantes desvela a ferrugem das personas enodoadas pela ganância..., onde há fome: o descarte é o banquete que escancara os dentes podres dos desesperados. Um filme construído com imagens e pedaços de filmes novos e antigos..., imperdível em qualquer época. Uma obra para quem odeia ter a sua inteligência subestimada. Eros e Thanatos nos pratos da balança cujo fiel é o Caos.

 

NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha. 

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.

 

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*ESTREIAS

 PETRA BELAS ARTES À LA CARTE

 

Para a próxima quinta (30/09/2021), o À La Carte anuncia um filme brasileiro que pode, sim, ser chamado de obra-prima do cinema mundial: Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho (1933–2014), um filme histórico, necessário, mais do que uma joia cinematográfica, um registro que continua a refletir a realidade sócio-político-cultural do Brasil de hoje.

 


CABRA MARCADO PARA MORRER

Brasil, 1984, cor e p/b, 119 min.

Documentário, 12 anos.

Direção: Eduardo Coutinho

Elenco: Elizabeth Teixeira e Eduardo Coutinho

Narração: Ferreira Gullar e Tite de Lemos. 

O diretor Eduardo Coutinho começou a rodar este documentário na Paraíba, Nordeste do Brasil, em 1964, quando veio o golpe militar. Obrigado a interromper o projeto, Coutinho voltou a ele em 1981, procurando os mesmos lugares e pessoas, mostrando o que havia acontecido desde então, e tentando reunir uma família cujo patriarca, um líder político que lutava pelos direitos dos camponeses, havia sido assassinado dois anos antes das filmagens originais. Este homem era João Pedro Teixeira. Líder da Liga Camponesa de Sapé, município paraibano, ele se tornou um símbolo histórico de resistência, um lutador contra a criminalização dos movimentos populares no campo, no período pré-golpe de 64. 

No dia 02 de abril de 1962, João Pedro foi assassinado a tiros de fuzil, disparados por dois policiais enquanto voltava de João Pessoa para a sua casa, vítima de um crime encomendado por um grupo de latifundiários liderados por Agnaldo Veloso Borges, que assumiu, às pressas, um cargo político, apenas para garantir sua imunidade, enquanto os demais envolvidos foram condenados e absolvidos de seus crimes três anos depois. 


Cabra Marcado para Morrer tem como protagonista Elizabeth Altino Teixeira, viúva de João Pedro. Ela, que por algum tempo assumiu as causas de seu companheiro assassinado, sendo presa diversas vezes, sobreviveu a mais de uma tragédia familiar e passou a viver na clandestinidade, adotando um nome falso e se refugiando no Rio Grande do Norte. Em 1981, quando foi reencontrada por Eduardo Coutinho, para a retomada e conclusão do filme, ela, enfim, voltou para a Paraíba, indo morar em João Pessoa, numa casa que ganhou do próprio Coutinho. Homenageada com o Diploma Bertha Lutz e a Medalha Epitácio Pessoa, hoje Elizabeth tem 96 anos de idade. João Pedro Teixeira, por sua vez, além de se manter vivo neste documentário e na memória nacional, virou nome de rua no município de Parnamirim, no Rio Grande do Norte. 

Narrado por Ferreira Gullar, imortal da Academia Brasileira de Letras e um dos mais importantes poetas do Brasil, Cabra Marcado para Morrer ganhou diversos prêmio nacionais e internacionais, e, em 2015, entrou para a lista da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Embora para muita gente ele seja o melhor filme brasileiro já feito. Genial como sempre, mais atual do que nunca, Cabra Marcado para Morrer sempre será um clássico que todo mundo precisa conhecer. 


Prêmios: XXXV Festival de Berlim 1985 (Berlim/Alemanha): Prêmios FIPRESCI e Interfilm do Fórum de Cinema Jovem; FesTróia - Festival Internacional de Cinema de Tróia 1985 (Setúbal/Portugal): Prêmio Golfinho de Ouro; VI Festival do Novo Cinema Latino-americano 1984 (Havana/Cuba): Prêmio Coral de Melhor Documentário; I FestRio 1984 (Rio de Janeiro/RJ): Prêmio Tucano de Ouro de Melhor Filme, Prêmio da Crítica, Prêmio OCIC (Ofício Católico Internacional de Cinema) e Prêmio D. Quixote da FICC (Festival Internacional de Cinema); 13º Festival do Cinema Brasileiro de Gramado 1985 (Gramado/RS): Prêmio Hours Concours; Festival de Cine Realidade 1985 (Paris/França): Grande Prêmio. 

Diretor: Nascido em 11 de maio de 1933, em São Paulo (capital), Eduardo Coutinho foi graduado em Cinema na França pelo IDHEC (Institut Des Hautes Études Cinématographiques). Ele iniciou no cinema na década de 1960, participando do movimento Cinema Novo, passando a trabalhar na TV nos anos 70. Considerado um dos maiores diretores de documentários do Brasil, Coutinho escreveu e dirigiu filmes antológicos, como "Cabra Marcado para Morrer" (1984), "Edifício Master" (2002), "Santo Forte" (1999) e "Jogo de Cena" (2007). Com apenas dois longas-metragens ficcionais em sua filmografia, "O Homem Que Comprou o Mundo" (1968) e "Faustão" (1971), o diretor deixou uma filmografia de 23 títulos, incluindo quatro curtas, e uma longa lista de mais de 40 premiações em prestigiados festivais nacionais e internacionais. Eduardo Coutinho faleceu em 02 de fevereiro de 2014, aos 80 anos, no Rio de Janeiro.

 


VÍTIMAS DO PODER

(Eminent domain)

França | Israel | Canadá, 1990

Drama, 106 min, 14 anos

Direção: John Irvin

Elenco: Donald Sutherland, Anne Archer, Paul Freeman

Sinopse: Um membro do Politburo polonês de alto escalão foi banido do partido e deve descobrir por quê. Ambientado em 1979 na Polônia, antes dos eventos do Solidariedade.

 


GANGUE DE LADRAS

(Brave Ragazze)

Itália, 2019, Comédia, 95 min, 14 anos

Direção: Michela Andreozzi

Elenco: Ambra Angiolini , Ilenia Pastorelli,

Serena Rossi , Silvia D'Amico

Sinopse: A história é baseada em uma gangue de ladras francesas disfarçadas de homens, que operou na área de Avignon em meados da década de 1980.

 


PARA SEMPRE E UM DIA

(Forever and a day)

EUA, 1943, Drama, 104 min, 12 anos

Direção: René Clair, Edmund Goulding, Cedric Hardwicke,

Frank Lloyd, Victor Saville, Robert Stevenson e Herbert Wilcox.

Elenco: Kent Smith; Ruth Warrick; George Kirby,

Doreen Munroe, May Beatty

Sinopse: Durante a 2ª Guerra Mundial um americano viaja até a Inglaterra para vender uma velha propriedade da sua família, que fica nos arredores de Londres. Entretanto, ele encontra na casa uma mulher que lá vive e é contra a venda. Eles conversam e ela lhe conta a história da mansão, desde a construção por um almirante inglês em 1804 até o presente. Tanto o americano quanto a moradora da casa ficam exultantes, pois após um bombardeio a pintura do fundador da casa continua intacta, uma simbólica prova da resistência da Inglaterra nos momentos mais difíceis.

 

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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

15ª CineBH - Mostra de Cinema de Belo Horizonte


 15ª CINEBH - MOSTRA DE CINEMA DE BELO HORIZONTE

12TH BRASIL CINEMUNDI -

INTERNACIONAL COPRODUCTION MEETING

28 de setembro a 03 de outubro de 2021

online e gratuito

link: textos em laranja 

Com a persistência da pandemia e a constância de Festivais e Mostras Cinematográficas online, para quem ainda tem datas na agenda, a recomendação é reservar, de 28/09/2021 a 03/10/2021, para maratonar a programação imperdível da 15ª CineBH - Mostra de Cinema de Belo Horizonte e do 12º Brasil CineMundi - International Coproduction Meeting, online e gratuita, no site CineBH e pelas redes sociais da Universo Produção. 

Em sua 15ª edição, a CineBH - Mostra de Cinema de Belo Horizonte reafirma o seu propósito de mostrar o cinema para o mundo, promover o diálogo entre as culturas, aproximar povos e continentes, fazer a conexão do cinema brasileiro com o mercado audiovisual, realizar encontros de negócios, investir na formação, intercâmbio e cooperação internacional, construir pontes nas escolas, comunidades, redes sociais e com a cidade de Belo Horizonte e Minas Gerais. 


O propósito do Brasil CineMundi - International Coproduction Meeting é o de apresentar, ao mercado, projetos de filmes brasileiros em longa-metragem, facilitando as conexões entre as produções e o mercado internacional, por meio de parcerias produtivas e da troca de informações e ações. O Brasil CineMundi promove a ampliação da rede de contatos e negócios entre profissionais brasileiros e representantes da indústria nacional e estrangeira, além de atividades de capacitação, cooperação, intercâmbio, meetings e premiação, com foco nas tendências do cinema contemporâneo e na produção independente de perspectiva autoral inovadora.

A 15ª CineBH e do 12º Brasil CineMundi integram o Cinema sem Fronteiras 2021 – programa internacional de audiovisual idealizado pela Universo Produção e que reúne também a Mostra de Cinema de Tiradentes (centrada na produção contemporânea, em janeiro) e a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto (que difunde o audiovisual como patrimônio e ferramenta de educação, em junho). 

a vigilância dos novos tempos sob a ótica do cinema

no centro da programação da 15ª CineBH 

Ao longo de seis dias de intensas atividades, serão exibidos 90 filmes nacionais e internacionais em pré-estreias e mostras temáticas, vindos 12 estados do Brasil (AL, BA, CE, DF, MG, MT, PE, RJ, RR, RS, SC e SP) e de 17 países (Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, EUA, Finlândia, França, Índia, Israel, Itália, Portugal, Reino Unido, Romênia, Rússia, Qatar, Turquia e Uruguai), 5 debates, 5 painéis, 10 rodas de conversa, 1 show case, 2 masterclasses internacionais, 2 workshops, encontros de coprodução, oficinas e muitas outras atividades para pensar o mercado audiovisual a partir do que está sendo feito no presente (especialmente com as limitações impostas pela pandemia de Covid-19) e do que será o cinema do futuro. Sempre atenta aos movimentos do mundo e especialmente a como o cinema responde ao próprio entorno, a CineBH este ano vai colocar em foco assuntos relacionados ao uso das tecnologias de vigilância na construção de expressões audiovisuais que colocam em xeque o controle do indivíduo numa sociedade hiperconectada. 

"Realizar dois empreendimentos focados no mercado audiovisual neste cenário de transições e transformações representa compromisso, responsabilidades e ações compartilhadas, nas quais a vontade, a persistência e a determinação são ingredientes que ampliam as possibilidades de seguir acreditando na potência da nossa cultura. A Mostra CineBH e o Brasil CineMundi são espaços de formação, intercâmbio, lançamento e discussão da mais significativa produção cinematográfica atual. Estabelecem diálogo entre as culturas, ampliam as oportunidades de negócios, parcerias e participações de projetos e profissionais brasileiros no mercado global. E, ainda, reserva um espaço para as manifestações coletivas e sociais da cidade de Belo Horizonte mostrando a força que vem das comunidades”, ressalta a diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra CineBH e do Brasil CineMundi, Raquel Hallak.

 

TEMÁTICA E DESTAQUE


A temática da 15a CineBH será Cinema e Vigilância, em referência ao novo estatuto do controle que surge com as atuais tecnologias e atravessa a economia, os costumes e todo nosso imaginário, influenciando cineastas e orientando intersecções entre estética e política, privacidade e espetáculo, linguagem e fato. A proposição do trio de curadores Pedro Butcher, Francis Vogner dos Reis e Marcelo Miranda é a de investigar de que maneira o conceito de “vigilância” surge nos primórdios do próprio cinema e se desenvolve ao longo das décadas, sendo radicalmente alterado há 20 anos, com os atentados do 11 de Setembro, e passando por outra reconfiguração com a ascensão das grandes “marcas” de comunicação e relações sociais, como Facebook, Apple, Google e Amazon. 

Em tempos de fake news, o mito da imagem como testemunho já não determina mais que o registro da câmera seja sempre um retrato da realidade. O que a ficção do cinema, durante o século 20, imaginava como distopia de uma sociedade controlada por uma instância de poder invisível, em personagens controladores como o Dr. Mabuse do Fritz Lang, ganhou uma dimensão inimaginável hoje em dia”, afirma Pedro Butcher. 

Durante a CineBH, filmes e mesas de debates vão amplificar as ideias e fazer as pontes entre os mecanismos históricos e modernos de vigilância e a relação com o cinema e a forma de produzir audiovisual. “A utilização de dispositivos tecnológicos altamente sofisticados marca a estética e a narrativa de muitos filmes realizados sob o impacto do 11 de Setembro, refletindo os efeitos nocivos ou excludentes desses sistemas de vigilância e apropriando-se das próprias imagens geradas por essas tecnologias para transmitir efeitos críticos ao espectador”, afirma Francis Vogner. 

Uma das questões a serem abordadas é em que medida a pandemia amplificou ainda mais as dependências do indivíduo com os aparatos tecnológicos – não só dispositivos materiais, mas toda uma rede abstrata e não-concreta de bits, algoritmos, localizadores e monitoramentos que acontecem literalmente a cada segundo que estamos próximos de algum aparelho conectado a qualquer tipo de rede de informações. “Isso, ao fim, é produção de um novo tipo de imagem, tanto na sua natureza quando na sua utilização. E até pela inquietude natural de artistas que usam a imagem como meio de expressão, elas chamam atenção para novas formas de realização cinematográfica que estão aparecendo agora, respondendo a tudo isso”, completa Marcelo Miranda. 

O Assassinato de Harith Augustus

Relacionado à temática de Cinema e Vigilância, o destaque internacional da CineBH em 2021 é o coletivo multidisciplinar Forensic Architecture. Fruto de pesquisas inovadoras através do cinema e audiovisual, o grupo, com base na universidade Goldsmith, em Londres, faz uso subversivo dos mecanismos e imagens de vigilância atuais (como registros captados por satélites, câmeras de segurança, portáteis e smartphones) para investigações profundas sobre diversos assuntos de interesse mundial e humanitário. Realizando obras entre o documentário e as artes visuais, o Forensic Architecture investiga e reconstitui situações de guerra, confronto e desrespeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, levando em consideração contextos jurídicos, políticos e artísticos. O grupo foi fundado em 2011 pelo arquiteto israelense Eyal Weizman e reúne integrantes de várias áreas, como cineastas, arquitetos, urbanistas e ativistas de diversos países – um dos fundadores do grupo é o arquiteto brasileiro Paulo Tavares, que participará de debates durante a Mostra. 

A sessão de abertura, na noite de 28 de setembro de 2021, será a conjugação de todas essas linhas com o debate inaugural reunindo Paulo Tavares (arquiteto, fundador do Forensic Architecture), Bernardo Oliveira (crítico e pesquisador) e Patrícia Mourão (pesquisadora, professora e curadora), para discutirem Cinema e Vigilância, e a exibição de O Assassinato de Harith Augustus, conjunto de curtas-metragens do Forensic que apresenta aspectos diferentes de uma investigação meticulosa em torno da morte de um homem negro pela polícia de Chicago no dia 14 de julho de 2018.

 

SELEÇÃO DE FILMES E MOSTRAS TEMÁTICAS

A Primeira Noite de Joana

Na Mostra Contemporânea, a CineBH conta com 27 filmes: 16 curtas-metragens e 11 longas, entre brasileiros e estrangeiros. Do Brasil, vem um panorama de urgência da produção nacional, com muitos trabalhos recém-finalizados em plena pandemia e outros que estiveram sendo preparados e foram pegos de surpresa quando 2020 chegou alterando quaisquer expectativas. Os longas trazem novidades que também contêm paralelos com a temática de Cinema e Vigilância, ainda que não sejam diretamente conectados a ela: Um Dia Qualquer (Pedro Von Kruger, RJ), Desaprender a Dormir (Gustavo Vinagre, SP), A Primeira Noite de Joana (Cristiana Oliveira, RS) e Nós, Passarinhos (Antonio Fargoni, SP). Os curtas estão divididos em quatro sessões cujos títulos são autoexplicativos: Brasil de agora; Geometrias do espaço; Medo e delírio; Visões adiante. 

Auto da Resistência

Especificamente na Mostra Temática, os brasileiros incorporam em suas formas várias das questões que estarão em debate no evento. Em pré-estreia nacional, Cena do Crime (Pedro Tavares, RJ) apresenta uma trama policial singular, toda narrada do ponto de vista de câmeras que podem (ou não) ter captado um crime. Por sua vez, Auto de Resistência (Natasha Neri e Lula de Carvalho, RJ), acompanham-se famílias das vítimas dos homicídios praticados pela polícia do Rio de Janeiro, do momento da morte, passando pelas investigações da polícia aos julgamentos ou arquivamentos de processos. 

Na Casa do Diretor

Nos títulos estrangeiros da Mostra Contemporânea, cinco filmes em pré-estreia mostram, de formas diversas, as contradições de um mundo muito prático nas relações com máquinas e dispositivos e que se vê também sob controle desses mecanismos. Do pesadelo distópico de Nas Sombras (Erdem Tepegöz, Turquia) ao esquisito pastiche de reality show Na Casa do Diretor (Mark Isaacs, Reino Unido), passando pelo olhar sempre brutal do consagrado documentarista israelense Avi Mograbi (Ocupação), das questões familiares dentro de uma sociedade segregada em Um Rifle e uma Bolsa (Cristina Haneș, Isabella Rinaldi, Arya Rothe, Índia/ Romênia/ Itália/ Qatar) e a atenção de um cineasta a moradores de rua na Harlem contemporânea na epopeia intimista Eu Ando sobre a Água (Khalik Allah, EUA). 

Transformers: O Premake

Os estrangeiros da Mostra Temática se espalham por várias frentes relativas ao Cinema e Vigilância. A maioria é de verdadeiras investigações sobre o estatuto das imagens e de que forma sua captação pode ser usada por instâncias opressivas de poder sob variadas formas. A partir de centenas de registros amadores das filmagens de um filme da franquia Transformers, por exemplo, Kevin B. Lee concebeu Transformers: O Premake (EUA), onde vemos não só a dimensão da ubiquidade das câmeras, mas também da operação de guerra que é a produção de um grande blockbuster hollywoodiano da era global. Outros se fazem valer de estruturas semelhantes, como Eleonore Weber em seu Não Haverá Mais Noite (França), feito a partir de imagens captadas por helicópteros em missões de guerra no Afeganistão, Iraque e Paquistão, revelando um aterrador teatro da guerra. Outros títulos se relacionam de formas igualmente críticas com as estruturas de registro, como Toda Luz em Todo Lugar (EUA), documentário de Theo Anthony que examina com detalhes vários aspectos da sociedade da vigilância, e O Monopólio da Violência (França), de David Dufresne, cujo foco são as manifestações do movimento dos “coletes amarelos” que tomaram conta da França em outubro de 2018. 

Aelita, Rainha de Marte

A mostra Diálogos Históricos em 2021 também se conecta à temática buscando justamente na história do cinema alguns instantes em que as ações de controle foram transformadas em elementos expressivos por cineastas atentos ao que acontecia em seus contextos. Todas as sessões são acompanhadas por um bate-papo entre curadores da CineBH e críticos ou pesquisadores convidados para falarem sobre o filme em questão. Serão Aelita, Rainha de Marte (Yakov Protazanov, União Soviética, 1924), comentado pelo pesquisador João Lanari; O Testamento do Dr. Mabuse (Fritz Lang, Alemanha, 1933), com comentários do crítico Inácio Araujo; e O 5º Poder (Alberto Pieralisi, Brasil, 1962), comentado pelo pesquisador Reinaldo Cardenuto. 

A Vida Útil - Um Conto de Cinema

Por ocasião da masterclass Roteiro e processos de criação, evento realizado em conjunto com Brasil CineMundi, a mostra contemporânea internacional traz ainda dois filmes do cineasta uruguaio Federico Veiroj, um dos maiores talentos da nova geração de realizadores latino-americanos. Serão exibidos A Vida Útil - Um Conto de Cinema, filme que tem como cenário a Cinemateca Uruguaia, e Vida de doleiro, drama policial que conta com participação especial do ator brasileiro Paulo Betti e fala sobre corrupção nos tempos da ditadura militar. 

Na mostra A Cidade em Movimento, composta por trabalhos realizados em bairros e comunidades de Belo Horizonte e região metropolitana, a proposta da curadora Paula Kimo foi a de Cidade (em) comum, pensada a partir de alguns questionamentos: é possível pensar uma comunidade de imagens que dialoga com as práticas e fazeres coletivos que movem a cidade? Como os gestos de produção coletiva e compartilhada se inscrevem nos filmes que a cidade produz, não apenas do ponto de vista temático, mas também na forma, na narrativa e nos processos de criação e distribuição dos filmes? Serão 20 filmes exibidos em cinco sessões, todas acompanhadas de rodas de conversa com convidados e convidadas para estenderem a experiência (estética e comum) dos trabalhos. Saiba mais detalhes dos filmes e convidados da mostra em A Cidade em Movimento. 

Por fim, na programação de filmes da CineBH, estudantes e educadores têm programação garantida com a realização das sessões Cine-Escola e Cine-Debates planejados para atender a alunos a partir de 5 anos de idade. Os filmes ficam disponíveis no site www.cinebh.com.br, possibilitando que os professores tenham tempo para trabalhar os títulos com os alunos.

 

BRASIL CINEMUNDI

O EVENTO DE MERCADO DO CINEMA BRASILEIRO


Chegando à sua 12ª edição em 2021, o Brasil CineMundi, evento de mercado do cinema brasileiro que acontece em edições anuais e consecutivas desde 2010 durante a CineBH - Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, será novamente realizado em formato. Consolidado como plataforma de rede de contatos e negócios para a produção do país em relação com outros profissionais do mundo todo, o Brasil CineMundi se configura num encontro de coprodução internacional que apresenta ao mercado projetos de filmes brasileiros e facilita e potencializa as conexões entre realizadores independentes por meio de parcerias produtivas e troca de informações e ações.

 Todos os anos são selecionados diversos projetos que irão compor as rodadas de negócio, através de encontro com produtores e orientações de diversos profissionais para um maior aproveitamento das propostas e caminhos de viabilidade de realização. Em 2021 serão 45 projetos participantes. A categoria Em Desenvolvimento está subdivida em Horizonte (antiga categoria CineMundi), Doc Brasil Meeting (documentários), Foco Minas (projetos de Minas Gerais), e, novidade deste ano, Paradiso Multiplica, resultado de parceria com o Projeto Paradiso, incubadora de talentos, na oferta de mentoria de roteiro através de encontros com profissionais do programa. As outras categorias são Produção, para projetos em fase de realização; e Finalizado, para filmes em busca de distribuição e vendas. 

Com a parceria de diversas iniciativas de fundos de produção, o CineMundi conta com prêmio aos projetos mais bem cotados pelos júris de avaliação. Há bolsas de desenvolvimento, participação em eventos internacionais de coprodução e incentivos à criação.

 

PROGRAMA DE FORMAÇÃO E DEBATES

Para ampliar conceitos e práticas na capacitação de profissionais, troca de experiências entre diferentes agentes do setor audiovisual, intercâmbio, encontros, diálogos, discussões e rede de contato e conexões globais com foco no mercado audiovisual, o Programa de Formação Audiovisual integra a programação da 15ª Mostra CineBH e do 12º Brasil CineMundi - Encontro Internacional de Coprodução. Serão 50 profissionais brasileiros e estrangeiros de destaque na cena audiovisual em 5 debates, 10 rodas de conversa, 2 masterclasses internacionais, 2 workshops, 1 showcase, 5 painéis, 1 estudo de caso, 2 filmes em processo, oficinas.

 

CINEMA PARA A FAMÍLIA

Trincheira

Para formar novas audiências e inserir famílias e crianças na programação, a CineBH conta com a Mostrinha, apostando em futuros espectadores de cinema brasileiro. Serão exibidos o longa-metragem Miúda e o Guarda-Chuva e dois curtas: Torcida Única e Trincheira. 

A 15ª CineBH - Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, o evento de cinema da capital mineira, integra o Cinema sem Fronteiras 2021 - programa internacional de audiovisual idealizado e realizado pela Universo Produção. Promove a conexão entre o cinema brasileiro e o mercado internacional. Apresenta-se como instrumento de formação, reflexão, exibição e difusão do audiovisual em diálogo com outros países, fomento o empreendedorismo, dissemina a informação, produz e difunde conhecimento, cria oportunidades de rede de contatos e negócios, reúne a cadeia produtiva do audiovisual em uma programação abrangente e gratuita. 

 

15ª CINEBH

28/09/2021 a 03/10/2021

90 Filmes Nacionais e Internacionais

online e gratuitos

site CineBH 

Toda Luz em Todo Lugar

Em sua 15a edição, a CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte será, pela segunda vez, em plataforma virtual, em função da pandemia de Covid-19. Assim, o público de todo o Brasil e de qualquer lugar do mundo poderá assistir gratuitamente a vasta programação de filmes (títulos históricos e pré-estreias nacionais e internacionais), divididos em nove mostras temáticas, que será disponibilizada ao longo do evento. É só acessar o site CineBH e escolher os filmes que quer assistir. 

É um trabalho de prospecção, de encontrar filmes que tenham o frescor da novidade e que ao mesmo tempo tenham relação com as ideias que estamos propondo. Não definimos os filmes a partir do conceito, mas naturalmente, durante a seleção, chama a atenção quando essa conexão acontece”, diz Francis Vogner. “Essa questão da tecnologia usada para controle social e político está muito presente em toda a história do cinema, desde Chaplin e desde ‘Mabuse’, e nunca saiu de cena. O que aconteceu foi que, mais recentemente, os dispositivos, os algoritmos, o uso dessa máquina virtual, se amplificaram e atingem a todos nós, e o cinema tem respondido a isso de forma crítica e contundente”.

 

MOSTRA TEMÁTICA

Cena do Crime

Auto de Resistência

de Natasha Neri E Lula Carvalho (RJ)

Canções Engarrafadas 1-4

de Kevin B Lee E Chloe Galibert-Laîné (França)

Cena do Crime

de Pedro Tavares (RJ)

Circuito Hackeado

de Deborah Stratman (EUA)

Coração de Cachorro

de Laurie Anderson (EUA)

Fala Cassandra

 de Miguel Antunes Ramos (SP)

Não Haverá Mais Noite

de Eleonore Weber (França)

Memórias da Terra (Wip)

de Paulo Tavares (DF)

Nunca é Noite no Mapa

de Ernesto de Carvalho (PE)

O Monopólio da Violência

de David Dufresne (França)

Pode O Sol Mentir?

de Susan Schuppli (Reino Unido)

Toda Luz em Todo Lugar

de Theo Anthony (EUA)

Transformers - O Premake

de Kevin B Lee (EUA)

 

MOSTRA FORENSIC ARCHITECTURE

Gás Lacrimogênio em Plaza de la Dignidad

Estudos de Nuvens, Forensic Architecture

(Reino Unido)

Gás Lacrimogêneo em Plaza de la Dignidad

Chile, Forensic Architecture (Reino Unido)

O Assassinato de Harith Augustus: Anos, 

Forensic Architecture

(Reino Unido)

O Assassinato de Harith Augustus: Dias, 

Forensic Architecture

(Reino Unido)

O Assassinato de Harith Augustus: Horas, 

Forensic Architecture

(Reino Unido)

O Assassinato de Harith Augustus: Milissegundos, 

Forensic Architecture

(Reino Unido)

O Assassinato de Harith Augustus: Minutos, 

Forensic Architecture

(Reino Unido)

O Assassinato de Harith Augustus: Segundos, 

Forensic Architecture

(Reino Unido)

Se o ar Tóxico é um Monumento à Escravidão, 

como o Derrubamos? Forensic Architecture

(Reino Unido)

 

MOSTRA DIÁLOGOS HISTÓRICOS

O Testamento do Dr. Mabuse

Aelita, Rainha de Marte

de Yakov Protazanov (Rússia)

O Quinto Poder

de Alberto Pieralisi (Brasil)

O Testamento do Dr. Mabuse

de Fritz Lang (Alemanha)

 

MOSTRA CONTEMPORÂNEA INTERNACIONAL

Así Hablo el Cambista

A Casa do Diretor

de Mark Isaacs (Reino Unido)

Así Hablo el Cambista

de Federico Veiroj (Uruguai / Argentina / Alemanha)

Eu Ando Sobre a Água

de Khalik Allah (EUA)

La Vida Util - Um Conto de Cinema

de Federico Veiroj (Uruguai / Espanha)

Na Sombras

de Erdem Tepegöz (Turquia)

Os Primeiros 54 Anos

Pequeno Manual para Ocupação Militar

de Avi Mograbi (França, Finlândia, Israel, Alemanha)

Um Rifle e uma Bolsa

de Cristina Haneș, Isabella Rinaldi, Arya Rothe (Índia/ Romênia/ Itália/ Qatar)

 

MOSTRA CONTEMPORÂNEA BRASIL - LONGAS

Desaprender a Dormir

Um Dia Qualquer

de Pedro Von Kruger (RJ)

Desaprender a Dormir

de Gustavo Vinagre (SP)

Nós, Passarinhos

de Antonio Fargoni (SP)

A Primeira Noite de Joana

de Cristiana Oliveira (RS)

 

MOSTRA CONTEMPORÂNEA | SESSÃO CINEMUNDI

Por Onde Anda Makunaíma?

A Febre

de Maya Da-Rin (Brasil, Alemanha, França)

A Morte Habita à Noite

de Eduardo Morotó (SP/PE)

Aos Olhos de Ernesto

de Ana Luiza Azevedo (RS)

Carro Rei

de Renata Pinheiro (PE)

Desterro

de Maria Clara Escobar (Brasil/Argentina/Portugal)

Por Onde Anda Makunaíma?

de Rodrigo Séllos (RR/ SP)

Todos os Mortos

de Caetano Gotardo e Marco Dutra (Brasil/França)

 

MOSTRA CONTEMPORÂNEA BRASIL - CURTAS

Medo da Chuva em Noite de Frio

A8

de Lúcio Branco (RJ)

Afetadas

de Jean (PE)

Algoritmo

de Thiago Foresti (DF)

Bicho

de Ian Capillé (RJ)

Construção de uma Vista

de Fábio Andrade (RJ)

Contorno

de Fábio Andrade (RJ)

Floresta Espírito

de Clara Chroma (SP)

Inabitável

de Matheus Farias & Enock Carvalho (PE)

Medo da Chuva em Noite de Frio

de Victor Hugo Fiuza (RJ)

Modo Noturno

de Calebe Lopes (BA)

Muriel

de João Pedro Faro (RJ)

Os Pilotos do Plano

de Bruna Lessa (SP)

Per Capita

de Lia Letícia (PE)

Portugal Pequeno

de Victor Quintanilha (RJ)

Rafameia

de Mariah Teixeira e Nanda Félix (PB)

Sem Título # 7: Rara

de Carlos Adriano (SP)

 

MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO

[O Vazio Que Atravessa]

[O Vazio Que Atravessa]

de Fernando Moreira (MG)

A Única Coisa Que Entendo Como Norte é a Liberdade

de Luciana Cezário (MG)

Amador

de Cris Ventura (MG)

Aurora

de Leo Ayres (MG)

Casa Número Zero

de Breno Mesquita (MG)

Cidade Analógica

de Eduardo DW e Álvaro Starling (MG)

Coletivo

de Wend Fernandes (MG)

Conselheira

de Rafael Bacelar (MG)

Dinheiro

de Sávio Leite e Arthur B. Senra (MG)

Ditadura Roxa

de Matheus Moura (MG)

Dois

de Guilherme Jardim e Vinícius Fockiss (MG)

Ela, Dora!

de Franco Dafon e Renata Victoriano (MG)

Escorre

de Thiago Monteiro & Kelly Crifer (MG)

Eu vi nos seus olhos, da janela, eu vi, que era o fim

de Larissa Muniz (MG)

Morde & Assopra

de Stanley Albano (MG)

O Resto

de Pedro Gonçalves Ribeiro (MG)

Opção do Tomo

de Antônio Beirão Xavier (MG)

Sessão 27

de Haendel Melo (MG)

Um de Vermelho e um de Amarelo

de Lipe Canêdo, GM & Fr4ad (MG)

Urdido

de Samuel Quintero (MG)

 

SESSÃO CINE-ESCOLA

O Menino e o Ovo

A Menina e o Velho

de Luciano Fucinato (SC)

Ana & Copacabana

de Edem Ortegal (RJ)

Atravessa a Vida

de João Jardim (RJ)

Mensagem das Estrelas

de Ariel Pereira Quintela (SP)

O Menino e o Ovo

de Juliana Capilé (MT)

O Meu Bichinho de Estimação

de Jaqueline Dulce Moreira (MG)

Raone

de Camila Santana (SP)

Vento Viajante

de Os Alunos / Analúcia Godoi (CE)

 

MOSTRINHA

Miúda e o Guarda-Chuva

Miúda e o Guarda-Chuva

de Amadeu Alban (BA)

Torcida Única

de Catarina Forbes (SP)

Trincheira

de Paulo Silver (AL)

 

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