sábado, 16 de janeiro de 2021

Cinema Soviético e Russo em Casa

 


CINEMA SOVIÉTICO E RUSSO EM CASA

22 de janeiro a 18 de junho de 2021

Já faz um bom tempo que o Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (CPC-UMES), que distribui e comercializa, no Brasil, em DVD e Blu-Ray, Streaming, TV e Cinema, os filmes produzidos pelo Estúdio Mosfilm, vem promovendo exibições gratuitas de seu rico acervo no canal CPC-UMES Filmes, no Youtube. Entre Mostras Especiais de Grandes Diretores Russos e Mostras da Mosfilm, o grande público (presencial e ou virtual) tem se deliciado com sua programação única.

Em 2020, ano pandêmico em que todas as grandes Mostras e Festivais de Cinema migraram temporariamente (?) para as plataformas digitais..., além da já tradicional exibição de filmes das sextas-feiras no Youtube, o CPC-HUMES participou da 1ª Mostra Virtual de Cinema de São Paulo, com cinco clássicos do cinema soviético (em setembro), e (em dezembro) realizou a 7ª. Mostra Mosfilm, com 13 longas-metragens. Agora, começando 2021, o Centro Popular de Cultura já anuncia a programação de excelência para o primeiro semestre. São 22 filmes clássicos (e bota clássicos nisso) para ver e rever..., como Derzu Uzala; Vá e Veja; Aleksandr Nevsky; Um Acidente de Caça; Cidade Zero; Solaris; Stalker; Andrei Rublev; Quando Voam as Cegonhas; O Homem do Boulevard des Capucines...

 

CINEMA SOVIÉTICO E RUSSO EM CASA

22.01.2021 a 18.06.2021

As sessões online e gratuitas dos 22 longas-metragens do projeto Cinema Soviético e Russo em Casa..., que traz importantes obras de Serguey Eisenstein, Grigori Chukhray, Karen Shakhnazarov, Akira Kurosawa, Serguei Bondarchuk, Andrei Tarkovsky..., acontecem toda sexta feira, às 19h, e ficam disponíveis até domingo, às 19h, no canal CPC-UMES Filmes no Youtube. As exibições serão a partir de matrizes restauradas pelo próprio Estúdio Mosfilm, o maior e mais importante estúdio de cinema da Rússia e um dos mais pioneiros do mundo.

 


22/01/2021 – 19h

ANNA KARENINA. A HISTÓRIA DE VRONSKY

2017 / cor / 138 min. / Drama

Direção: Karen Shakhnazarov

Roteiro: Alexey Buzin e Karen Shakhnazarov

Música: Yuri Poteenko

Sinopse: 1904. Guerra Russo-Japonesa. Manchúria. Hospital militar russo em um vilarejo chinês parcialmente destruído. Sergei Karenin, responsável pelo hospital, descobre que o Conde Vronsky, em recuperação ali, é o homem que arruinou a vida de sua mãe, Anna Karenina. Sem nutrir esperanças ou esperar respostas, Karenin faz a Vronsky a pergunta que o vem atormentando por toda a vida: o que fez sua mãe tirar a própria vida?

 


29/01/2021 – 19h

UM ACIDENTE DE CAÇA

1978 / cor / 107 min. / Drama

Direção: Emil Loteanu

Argumento Original: Anton Chekhov

Música: Eugen Doga

Sinopse: Adaptado da novela de Anton Chekhov, publicada como folhetim em 1884-85 e considerada precursora do romance policial psicológico, o filme penetra no vazio moral da aristocracia decadente ao narrar o drama da jovem Olga, filha de um servo, cobiçada por três homens de meia-idade.

 


05/02/2021 – 19h

DERSU UZALA

1975 / cor / 143 min. / Drama

Direção: Akira Kurosawa

Argumento Original: Vladimir Arsenyev

Música Original: Isaak Shwarts

Sinopse: Explorador e cartógrafo do exército russo mapeia a Sibéria no fim do século 19, com a ajuda de caçador nativo avesso aos padrões mercantis de conhecimento e relação com a natureza. Produzida pelo Mosfilm, a obra trouxe de volta às telas o mestre japonês, que tentara o suicídio em 1971. Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1976.



12/02/2021 – 19h

ALEKSANDR NEVSKY

1938 / p&b / 108 min. / Guerra

Direção: Serguey Eisenstein

Roteiro: Pyotr Pavlenko, Serguey Eisenstein

Música: Serguey Prokofiev

Sinopse: Na primeira metade do século 13, o príncipe Aleksandr Nevsky evita o confronto com os tártaros que impunham pesados tributos às cidades russas e concentra esforços na organização de um exército popular para derrotar uma ameaça mais perigosa: os temíveis Cavaleiros Teutônicos, que pretendiam se apossar do território russo, submetê-lo ao Sacro Império Romano-Germânico e erradicar sua cultura.



19/02/2021 – 19h

VÁ E VEJA

1985 / cor / 143 min. / Guerra

Direção: Elem Klimov

Argumento e Roteiro: Ales Adamovich

Música: Oleg Yanchenko

Sinopse: Em 1943, o adolescente Floria, de uma aldeia bielorrussa, encontra um velho fuzil e se junta ao movimento guerrilheiro de resistência contra os nazistas. A ocupação da Bielorrússia foi de uma selvageria sem precedentes. Das 9.200 localidades destruídas na URSS durante a 2ª. Guerra Mundial, 5.295 estavam situadas na região. Mais de 600 vilas foram aniquiladas, e 2.230.000 soviéticos foram mortos lá durante os anos da invasão alemã.



26/02/2021 – 19h

A ASCENSÃO

1977 / p&b / 109 min. / Drama

Direção: Larisa Shepitko

Argumento Original: Vassil Bykov

Roteiro: Yury Klepikov e Larisa Shepitko

Música: Alfred Schnittke

Sinopse: No rigoroso inverno que assola a URSS durante a 2ª Guerra Mundial, dois partisans deixam seu acampamento a procura de alimentos para o grupo. A jornada é de provações e sofrimento. Capturados pelos nazistas, reagem diferentemente ao mesmo tratamento brutal. Adaptação do romance ‘Sotnikov’, do escritor Vassil Bykov, o filme ganhou o Urso de Ouro, no Festival de Berlim (1977).



05/03/2021 – 19h

A BALADA DO SOLDADO

1959 / p&b / 88 min. / Guerra

Direção: Grigori Chukhray

Argumento original: Grigori Chukhray e Valentin Yezhov

Música: Mikhail Ziv

Sinopse: Durante a 2ª Guerra, o soldado Alyosha destrói dois tanques alemães. Ao invés de uma medalha, pede uma licença para visitar a mãe. Na jornada, o jovem compartilha com o povo os sacrifícios da vida na retaguarda. Premiado nos festivais de Cannes, São Francisco, Londres e Milão.

 


12/03/2021 – 19h

QUANDO VOAM AS CEGONHAS

1957 / p&b / 96 min. / Drama

Direção: Mikhail Kalatozov

Argumento e Roteiro: Viktor Rozov

Música: Moisey Vaynberg

Sinopse: Veronika e Boris, um jovem casal de namorados, é separado pela convocação do rapaz para o Exército Vermelho durante a 2ª Guerra Mundial. Ansiosa por notícias do front, a moça é acolhida pela família de Boris quando sua casa é destruída por um bombardeio, e acaba forçada a se envolver com o primo do rapaz, com quem resignadamente se casa, mas continua a esperar por Boris. Palma de Ouro no Festival de Cannes (1958).



19/03/2021 – 19h

TIGRE BRANCO

2012 / cor / 104 min. / Guerra

Direção: Karen Shakhnazarov

Argumento Original: Ilya Boyashov

Música Original: Yuri Poteenko e Konstantin Shevelyov

Sinopse: Encontrado quase morto entre destroços no campo de batalha, o tanquista Ivan Naidionov tem uma recuperação surpreendente, que desafia a capacidade de compreensão dos médicos. Mais misteriosa se torna a história quando ele revela que foi atingido pelo Tigre Branco, indestrutível tanque alemão que surge e desaparece por encanto, deixando um rastro de destruição e morte.

 


26/03/2021 – 19h

O CAMINHO PARA BERLIM

2015 / cor / 82 min. / Guerra

Direção: Serguei Popov

Argumento Original: Emmanuil Kazakevich

e Konstantin Simonov

Música: Roman Dormidoshin

Sinopse: Condenado, por covardia, ao fuzilamento, tenente russo tem várias oportunidades de escapar, enquanto cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando. Baseado em escritos de Konstantin Simonov e Emmanuil Kazakevich, o filme foi lançado por ocasião do 70º aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo.


 


02/04/2021 – 19h

AMIGOS VERDADEIROS

1954 / cor / 100 min. / Comédia

Direção: Mikhail Kalatozov

Argumento original: Aleksandr Galich

Música: Tikhon Khrennikov

Sinopse: Era uma vez três garotos que moravam em um subúrbio de Moscou. Borka tornou-se um famoso cirurgião; Sashka, professor de pecuária; e Vaska, doutor em arquitetura. Lembrando-se da promessa dada um ao outro quando crianças, eles partem em uma jangada pelo rio Volga e passam por muitas aventuras.



09/04/2021 – 19h

ESTAÇÃO BIELORRÚSSIA

1971 / cor / 100 min. / Drama

Direção: Andrey Smirnov

Argumento: Vadim Trunin

Música: Bulat Okudzhava e Alfred Shnitke

Sinopse: Quatro veteranos da 2ª Guerra Mundial se encontram 25 anos depois, no funeral de um ex-camarada de armas que permanecera no exército. Antes de retornarem a seus afazeres, vivem um dia repleto de recordações e situações inesperadas.



16/04/2021 – 19h

A PRISIONEIRA DO CÁUCASO

1966 / cor / 80 min. / Comédia

Direção e Argumento original: Leonid Gayday

Música: Aleksandr Zatsepin

Sinopse: Em viagem de pesquisa ao folclore do Cáucaso, o jovem estudante Shurik se apaixona pela atlética, belíssima e politizada Nina. Mas a garota é sequestrada pelo homem mais poderoso da região, que planeja impor a ela um casamento arranjado. Mais uma comédia em que Gayday ultrapassou a marca dos 76,4 milhões de ingressos vendidos.



23/04/2021 – 19h

A VIDA É MARAVILHOSA

1979 / cor / 116 min. / Drama

Direção: Grigory Chukhray

Argumento Original: Giovanni Fago

Música: Armando Travajoli

Sinopse: O piloto Antonio Murillo foi expulso do Exército por se recusar a abrir fogo contra uma embarcação que transportava mulheres e crianças em fuga. Seu principal objetivo agora é viver sem complicações, dirigindo seu táxi, mas ao envolver-se com Mary, garçonete de um café local, terá que fazer uma escolha. A história se passa num país sem nome, situado na Europa, governado por uma Junta Militar.



30/04/2021 – 19h

O HOMEM DO BOULEVARD DES CAPUCINES

1987 / cor / 97 min. / Comédia

Direção: Alla Surikova

Argumento original: Eduard Akopov

Música: Gennady Gladkov

Sinopse: Na alvorada do século 20, Mr. Johnny First chega ao Oeste Selvagem com um projetor e alguns rolos de filme. O título dessa deliciosa sátira ao western way of life é uma alusão ao Salão Indiano do Grand Café do Boulevard des Capucines, onde os Irmãos Lumière encantaram as plateias com sua maravilhosa invenção.

 


07/05/2021 – 19h

ELES LUTARAM PELA PÁTRIA

1975 / cor / 157 min. / Guerra

Direção: Serguei Bondarchuk

Argumento original: Mikhail Sholokhov

Música: Vyacheslav Ovchinnikov

Sinopse: Reconstituição dos três dias de retirada de um regimento do Exército Vermelho em direção à Stalingrado, sob a ótica de três soldados de origens diferentes — um engenheiro agrônomo, um mecânico e um mineiro. Baseado em romance do Nobel de literatura Mikhail Sholokhov, foi indicado à Palma de Ouro de 1975.



14/05/2021 – 19h

CIDADE ZERO

1988 / cor / 101 min. / Comédia

Direção: Karen Shakhnazarov

Argumento e Roteiro: Aleksandr Borodyansky

e Karen Shakhnazarov

Música: Eduard Artemev

Sinopse: Durante a perestroika, quando tudo parece estar de cabeça para baixo, Aleksei Varakin, representante de uma indústria de Moscou, é enviado a uma pequena cidade para tratar com um fornecedor de máquinas de ar condicionado. O que era uma viagem de negócios corriqueira se transforma em pesadelo, à medida que Varakin se envolve em situações bizarras.



21/05/2021 – 19h

O MENSAGEIRO

1986 / cor / 89 min. / Drama

Direção: Karen Shakhnazarov

Roteiro: Karen Shakhnazarov e Aleksandr Borodyanskiy

Música: Eduard Artemev

Sinopse: Vivendo durante a era Gorbachev numa sociedade à deriva, rapaz sem noção consegue emprego de office boy. Através de uma das entregas, ele conhece o professor Kuznetzov e sua filha Katya. Para irritar o professor, ele afirma ter engravidado Katya. Para sua surpresa, ela confirma a sua história.



28/05/2021 – 19h

BORIS GODUNOV

1986 / cor / 140 min. / Drama

Direção e roteiro: Serguey Bondarchuk

Música: Vyacheslav Ovchinnikov

Sinopse: Com a morte do czar Ivan, o Terrível, Boris Godunov se torna regente e 13 anos mais tarde, em 1598, assume o trono, com aparente relutância, assombrado por rumores de que fora responsável pelo envenenamento do legítimo herdeiro de Ivan, o filho Dimitry. Alguns anos depois, um pretendente posa como o príncipe perdido e lidera uma revolta para derrubar Boris.

 


04/06/2021 – 19h

ANDREI RUBLEV

1966 / p&b / 182 min. / Drama

Direção: Andrei Tarkovsky

Roteiro: Andrei Konchalovsky e Andrei Tarkovsky

Música: Vyacheslav Ovchinnikov

Sinopse: No verão de 1400, Andrei Rublev deixa o monastério onde foi criado e vai a Moscou para pintar os afrescos de uma catedral do Kremlin. Lá é confrontado com a violência e as dificuldades a que o povo russo era submetido na época. O filme é dividido em histórias curtas que desenham uma visão dos caminhos que levaram o monge, canonizado em 1988, a se tornar o maior pintor de ícones da escola medieval russa.



11/06/2021 – 19h

SOLARIS

1972 / cor / 167 min. / Ficção Científica

Direção: Andrei Tarkovsky

Argumento Original: Stanislaw Lem

Música Original: Eduard Artemyev

Sinopse: Cientista enviado para investigar fenômenos ocorridos na estação espacial que orbita Solaris, reencontra ali a esposa, que se matara há 10 anos. Depois de ser bombardeado com raios-x, o oceano que cobre o planeta parece dotado de poderes para penetrar no íntimo dos seres humanos e materializar suas memórias, tornando-as reais. Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes (1972).

 


18/06/2021 – 19h

STALKER

1979 / cor / 162 min. / Ficção Científica

Diretor: Andrei Tarkovsky

Roteiro: Arcady Strugatsky e Boris Strugatsky

Música: Eduard Artemyov

Sinopse: Num futuro indefinido, um guia (stalker) conduz dois homens conhecidos como Escritor e Professor a uma área proibida, a "Zona". Dentro dela há uma usina desativada com um aposento que possui a propriedade de realizar os desejos de quem entrar nele. Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes (1980).


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Crítica: Unidas pela Esperança


UNIDAS PELA ESPERANÇA

por Joba Tridente

Em 1997, uma das grandes sensações cinematográficas foi o excelente filme Ou Tudo ou Nada, do diretor britânico Peter Cattaneo. De lá pra cá o cineasta não parou (Um Golpe de Sorte, 2001; Opal Dream, 2006; O Roqueiro, 2008; e vários filmes e séries para TV), mas suas obras posteriores não causaram o mesmo impacto. Agora, driblando a pandemia, Cattaneo está de volta às telonas (em alguns cinemas) com o melodrama Unidas pela Esperança (título brasileiro horroroso, piegas, para o original Military Wives (Esposas de Militares) ou para o bem mais simpático e internacional The Singing Club.


Unidas pela Esperança (2019) é inspirado na história verídica das mulheres que criaram os Military Wives Choirs, na base do exército de Catterick, no norte de York, Reino Unido, e no episódio The Choirs: Military Wives, da premiada série de documentários The Choir, da BBC, cujo ponto culminante é a apresentação do coral das esposas dos militares no The Royal British Legion's Remembrance, no Royal Albert Hall, em Londres, no dia 12 de novembro de 2011, cantando a bonita canção Wherever You Are, composta especialmente para o evento por Paul Mealor a partir da troca de cartas entre as esposas e seus maridos no front

Com roteiro morno, escrito por Rachel Tunnard e Rosanne Flynn, a trama fictícia dirigida por Cattaneo (no automático) é pautada pela previsibilidade e adornada com lacinhos cor de rosa e lacinhos vermelho pujante. Após um breve prólogo..., com a apresentação nada sutil de três personagens chaves (cujo desenvolvimento de relação e destino você já deduz no primeiro “olá!”) e da preparação e partida de uma guarnição da Base Militar de Flitcroft (Yorkshire), para uma missão no Afeganistão..., passamos a acompanhar uma reunião das “esposas-bibelôs” dos militares em busca de alguma atividade de lazer, para que, além dos cuidados com os filhos, não fiquem pegando pó em suas casas, ali na base. Quando tudo indica que, na falta de inspiração, a alternativa delas é se entreterem em algum tipo de Clube Ocupacional (de Leitura, de Café da Manhã, de Filmes e Vinhos, de Tricô)..., acabam optando pela sugestão da recém-casada Sarah (Amy James-Kelly): a criação de um coral. 


A princípio, a ideia parece agradável, já que todo mundo gosta de cantarolar algo. Mas, toda via musical tem sempre uma trilha desafinada, então, não demora para que Kate (Kristin Scott Thomas), a arrogante esposa (sabe com quem você está falando?) do coronel comandante, e Lisa (Sharon Horgan), a espontânea esposa de um oficial menos graduado e diretora do Comitê Social da Base, criem um clima nada amistoso para saber quem vai ficar à frente do coral. Por conta da patente do marido, Kate se acha a dona do pedaço e a única com conhecimento musical para assumir a batuta de regente de um repertório clássico. Lisa que, junto com as outras esposas, prefere músicas pop, está nem aí para a formação musical de Kate, já que, ali, todas são amadoras. Assim, entre esbarrões de egos inflamados, daqui e dacolá, aos poucos vamos conhecendo a personalidade e os pontos fracos das protagonistas e de uma ou outra coadjuvante. Nada muito profundo, apenas para justificar algumas reações incômodas que vão num crescendo até a esperada (óbvio!) troca de farpas que elevam o epílogo apoteótico.

Enfim, com seu enredo simplório, onde não faltam clichês clássicos e algumas insinuações de suspense, Unidas pela Esperança não chega a reservar surpresas ao público espectador. O fio condutor não encontra embaraço que não possa ser desfeito e tampouco alguma nota (além do previsível) que não destoe e reencontre o tom no diapasão. É um filme simpático, que se quer para cima, em busca do bem-estar e da alegria sem temores, que nos dias de hoje andam pelo fio da navalha. Ainda que abra algumas janelas para a tristeza, já que a vida numa base militar e ou front vai muito além do faz-de-conta, abre muito mais portas para a resiliência. Pode carecer de humor, do riso espontâneo, mas com sua mensagem edificante, há de tocar o coração do público carente de um afago.


Unidas pela Esperança pode não ser um filme memorável, mas o tempo reservado para assisti-lo tampouco será desperdiçado. O elenco é excelente e as canções (todas legendadas) são deliciosas. Vale ressaltar que, assim como Wherever You Are, de Paul Mealor, a comovente balada Home Thoughts From Abroad, composta por Robert Williams e Guy Chambers, simulando trechos de correspondências entre esposas e maridos militares, apresentada pelo Military Wives no The Royal British Legion's Remembrance, vai dar uma rasteira emocional em muita gente. Pois, como disse o cineasta Peter Cattaneo: “A maior atração para mim foi fazer um filme que celebra o poder emocional da música e a catarse de cantar juntos. Todo o canto foi gravado ao vivo no set, com as imperfeições de um coro amador, para alcançar um som autêntico. O elenco praticou a música final antes de filmar, mas optamos por não ensaiar as primeiras apresentações de canto para garantir uma espontaneidade áspera.” Será esta canção uma candidata ao Oscar? Merece!


Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.


sábado, 2 de janeiro de 2021

24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

 


24ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES

22 a 30 de janeiro de 2021

 Ainda que claudicante, por causa da rasteira viral, o ano cinematográfico de 2021 já começa trazendo, diretamente de Minas Gerais, a 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Um presente notável, para os cinéfilos de todo o Brasil, que será aberto online e gratuitamente no dia 22 janeiro de 2021 e poderá ser apreciado até 30 de janeiro de 2021, também presencialmente, com a instalação de um Cine Drive-In.

Mostra de Cinema de Tiradentes é um evento audiovisual de vanguarda, realizado pela Universo Produção, que reúne as manifestações da arte numa programação cultural abrangente oferecida gratuitamente ao público. Conta com a exibição de filmes brasileiros em pré-estreias nacionais, promove o 24º Seminário do Cinema Brasileiro, que inclui debates, mesas temáticas, diálogos audiovisuais e a série Encontro com os Filmes, que reúne anualmente críticos de cinema, acadêmicos, pesquisadores, profissionais do audiovisual, imprensa e público. A Mostra, cuja uma trajetória ocupa espaço de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil, promove, em média, 10 oficinas, que certificam mais de 200 alunos, a Mostrinha de Cinema, para o público infanto-juvenil, além de exposições e atrações artísticas.

 


VERTENTES DA CRIAÇÃO

como os realizadores audiovisuais se relacionam

com a construção das imagens e sons

na busca pela poética de seus filmes

Vertentes da Criação é o tema proposto pelos curadores Francis Vogner dos Reis e Lila Foster para a edição de 2021. A ideia partiu da percepção de que há, em anos recentes, uma reconfiguração intelectual e empírica dos processos na produção do país, cuja singularidade está condicionada por elementos variados: universos simbólicos, ética das imagens a partir dos espaços, personagens e territórios, estética amparada em perspectiva crítica do automatismo das práticas da expressão audiovisual do mercado e, principalmente, a economia de um tempo que resiste ao modelo célere de velocidade da circulação do capital. O cinema brasileiro se reinventa nas circunstâncias impostas a ele e nas inquietações de criadores arrojados que constantemente reinventam as formas do fazer.

Num ano tão absolutamente atípico como 2020, todo tipo de processo se alterou de alguma forma. Sejam através de processos de criação quanto pessoais e afetivos, o ano que não termina obrigou milhões de pessoas a se ajustarem a novas formas de convívio e de construção de laços. O cinema foi um dos quadros mais diretamente afetados, em várias frentes: fechamento das salas de exibição, interrupção de projetos e filmagens em andamento e, especificamente no Brasil, a ampliação da paralisa do governo federal relativa ao setor, que se amplificou pelos impactos da pandemia. Consciente de todas as complexidades desse cenário, a 24a Mostra de Cinema de Tiradentes, leva para sua temática parte dos questionamentos de um tempo único da história do mundo.

Os curadores Francis Vogner dos Reis e Lila Foster destacam: “A Mostra de Tiradentes marca a cada ano um ciclo. Um ciclo de filmes produzidos no ano que antecede ao mês de janeiro, quando a mostra é realizada, um ciclo de questões que ecoam a partir dos debates do ano anterior, um ciclo de eventos sociais, econômicos, culturais indissociáveis do que podemos chamar de ‘campo do cinema brasileiro’.

A verdade é que se nos últimos anos temos vivenciado um ritmo acelerado na roda da história - manifestações sociais, golpe parlamentar, cortes cada vez mais profundos nas políticas sociais e no financiamento do cinema brasileiro -, nada nos preparou para o que vivenciamos desde março de 2020, quando se deu o início do isolamento social devido a pandemia do coronavírus. Em um primeiro momento, foi um tempo de suspensão: reaprender a viver o cotidiano no espaço doméstico fechado, lidar com outras medidas de tempo, administrar a angústia de uma economia que para sem poder parar e aceitar a nebulosidade do horizonte de expectativas. Nessa experiência individual, comunitária e social, a materialidade da realidade é incontornável: revela de um lado os privilégios dos que podem parar e se recolher e do outro lado aqueles que não podem parar nunca.

Esse “tempo da suspensão” parece ter propiciado um campo de reavaliação e processamento de experiências. Neste tempo é preciso estabelecer, reorientar ou formular outros e novos fundamentos para o mundo em que vivemos. Onde se pisa, afinal? O que a imaginação tem sedimentado em termos de uma forma e uma ética das imagens? Mais do que produtos, as imagens são desdobramentos de quais desejos? Nos últimos anos, em Tiradentes, os filmes e, principalmente, a fala de diretoras, diretores de fotografia, atrizes, atores, montadores, diretores de arte, roteiristas, tem trazido relatos de experiências que apontam para ricas e múltiplas vertentes de processos criativos do cinema brasileiro contemporâneo. Esses processos criativos não são simplesmente novos modos de produção, mas uma reconfiguração de ideias, procedimentos, motivos e desejos. É o desejo de filmar que se encontra com a necessidade de filmar. Esses processos revelam relações inauditas da imaginação com o real, em intervenções que não só questionam, mas se descolam de modos e procedimentos criativos e de produção mais normativos do ponto de vista técnico e estético.

Até um tempo atrás, o conceito de “cinema de processo” era aquele que confiava o elã criativo ao imponderável da dinâmica entre técnica e real se libertando do roteiro e da hierarquia de produção. Hoje, para falar em processo, é preciso entender a variedade de métodos e questões que passam por desejos e circunstâncias muito diferentes entre si. Falar de processo hoje é entender as novas epistemologias, os novos pontos de partida que orientam um cinema voltado não somente à intensidade do presente, mas sobretudo a uma atenção às temporalidades diversas que atravessam e coexistem nisso que chamamos de presente.


A trama dos exercícios criativos é complexa, porque diversificada na sua empiria e nos seus olhares ativos. Um cineasta indígena que faz um traveling sozinho com a câmera na mão, enquanto guia um barco, tem motivos e conquista sentidos diferentes na imagem daquele cineasta que, com uma equipe pequena, faz o traveling em meio a um ritual ou uma diretora que executa um traveling em espaço fechado numa cena que fora ensaiada anteriormente. Uma fala improvisada pode ser um achado circunstancial em método aberto, como também pode mostrar uma alternativa, uma fissura necessária, dentro de um processo cênico hipercontrolado.

Vemos nos filmes uma reconfiguração intelectual e empírica dos processos de criação. É claro essa reconfiguração vem de longe e não é uma novidade, mas hoje toda essas novas elaborações de processos singulares são condicionadas por elementos variados, sejam eles universos simbólicos, uma nova ética das imagens que nasce dos espaços, personagens e dos territórios, uma estética amparada em uma perspectiva crítica do automatismo das práticas da expressão audiovisual do mercado e, principalmente, uma economia do tempo que resiste ao modelo célere de velocidade da circulação do capital.

Quais são os desejos que guiam/dão origem os filmes? O que, afinal, dá forma ao filme? Como se criam métodos particulares para liberar experiências particulares? Como pensar os processos de artesania– a construção dos personagens, do espaço, a escrita, a montagem?  O que se faz com as mãos, os olhos, os corpos e o coração quando se está criando uma imagem? O convite a esse exercício de pensar esses caminhos do cinema pode criar (ou não) um léxico, novas palavras, acionar o campo de expressão das experiências particulares do trabalho de criação, um trabalho que não está isolado dos processos mais amplos do mundo (econômicos, técnicos, políticos), mas dele toma parte ativa com mais proximidade ou com uma calculada (e necessária) distância.

Vertentes da Criação não busca enquadrar, não procura dar respostas ou tecer conclusões mais categóricas sobre o cinema brasileiro contemporâneo. Mas indica o desejo de entender, de dar a ver, de botar na roda o que leva, guia e movimenta quando se cria imagens e sons. A proposta, então, será refletir – por filmes e debates- uma série de questões:

- O que move o cinema?

- Quais são os desejos que guiam e dão origem aos filmes?

- O que, afinal, dá forma ao filme?

- Como se criam métodos particulares para liberar experiências particulares?

- Como pensar os processos de artesania, como a construção dos personagens, do espaço, da escrita e da montagem?

- O que se faz com as mãos, os olhos, os corpos e o coração quando se está criando uma imagem? Enfim: o que leva, guia e movimenta o artista quando ele cria imagens e sons?

 

Eu Te Amo Bressan

24ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES

SELEÇÃO DE CURTAS

Para a sua 24ª edição, a Mostra de Cinema de Tiradentes, selecionou 79 curtas-metragens, de 19 estados brasileiros, para comporem oito mostras temáticas: Foco (11), Panorama (26), Foco Minas (9), Temática (3), Praça (13), Formação (9), Jovem (3) e Mostrinha (5). Os estados de Minas Gerais e São Paulo aparecem com maior quantidade de trabalhos na seleção, com 16 filmes cada. Há ainda produções de Alagoas (1), Amazonas (4), Bahia (4), Ceará (4), Brasília (2), Espírito Santo (2), Goiás (1), Mato Grosso (1), Pará (3), Paraíba (1), Paraná (5), Pernambuco (4), Rio de Janeiro (8), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (5), Santa Catarina (2) e Sergipe (2).

No processo de seleção, percebemos muitos curtas realizados durante o isolamento social devido à pandemia e selecionamos aqueles que conseguiram propor deslocamentos ao estado permanente de tristeza que nos imobiliza”, comenta Camila Vieira, uma das curadoras. “O que nos chamou atenção foram curtas feitos com as restrições do isolamento que buscaram formas inventivas de realização de cinema e processos de criação, como República, da Grace Passô, ou Minha Bateria está Fraca e está Ficando Tarde, de Rubiane Maia e Tom Nóbrega, entre outros”.

Para Felipe André Silva, que estreia na equipe de curadoria de curtas da Mostra de Tiradentes, a percepção foi de que especialmente a produção de classe média e seus “filmes de pandemia” encontrou dificuldades para se expandir além das temáticas sobre si mesma ou escapar das limitações espaciais impostas pelo isolamento. “Foi então um desafio que nós adotamos, o de encontrar trabalhos que quebrassem com essa lógica”, afirma Felipe. Ele chama atenção para títulos como Drama Queen, de Gabriela Luiza, Levantado do Chão, de Melissa Dulius e Gustavo Jahn, ou Eu te Amo, Bressan, como exemplares da liberdade estética e narrativa potencializadas pelo contexto – e não só para falar de pandemia.

Na edição desse ano da Mostra Foco, segundo a equipe de curadoria, será possível perceber três linhas de aproximações entre os curtas, que vão desde propostas experimentais a construções ficcionais. A primeira é de curtas que pensam a catástrofe, a destruição e o colapso do mundo em que vivemos, tratando sobre em que medida isso se conecta a uma crise generalizada da política institucional e de um projeto de país; a segunda linha inclui curtas que borram fronteiras entre o real e o imaginário, o que existe de possível na concretude das vivências e o que há de criação do impossível no campo da imaginação; e a terceira linha são filmes de distopia, com alegorias que aludem ao presente, pensam os processos históricos e apontam possíveis futuros.

Já a Mostra Panorama contém curtas de realizadores com trajetórias já reconhecidas no cinema contemporâneo brasileiro, casos das duplas Gustavo Jahn & Melissa Dullius e Lucas Parente & Rodrigo Lima e de nomes como Julia Katharine e Ricardo Alves Jr., entre outros. “Mas também selecionamos curtas de jovens realizadores que estão se aventurando nas ficções em diálogo com os códigos do cinema de gênero e outros que estão buscando diferentes processos de criação dentro do documentário”, destaca Camila Vieira.

Para Felipe André, será estimulante ao público se deparar com alguns voos criativos surpreendentes dentro da vasta seleção. “No meio de um mundo que está ruindo, foi importante atentarmos também para o que se apresentava como virtuosismo cinematográfico”, diz o curador. “A Mostra de Tiradentes é o espaço de celebração do cinema que olha para a frente e ainda aquele que está sendo feito nas condições permitidas pelo momento histórico. Assim como se anunciava em 2020, a imaginação prossegue sendo uma potência, e isso será reiterado dentro das propostas temáticas da edição de 2021”.


Céu de Agosto

4 BILHÕES DE INFINITOS, Marco Antonio Pereira (MG)

A DESTRUIÇÃO DO PLANETA LIVE, Marcus Curvelo (BA)

ABJETAS 288, Júlia da Costa e Renata Mourão (SE)

DE COSTAS PRO RIO, Felipe Aufiero (AM / PR)

DRAMA QUEEN, Gabriela Luíza (MG)

EU TE AMO, BRESSAN, Gabriel Borges (PR)

LAMBADA ESTRANHA, Luisa Marques & Darks Miranda (RJ)

NOVO MUNDO, Natara Ney e Gilvan Barreto (RJ)

PRECES PRECIPITADAS DE UM LUGAR SAGRADO QUE NÃO EXISTE MAIS, Rafael Luan e Mike Dutra (CE)

CÉU DE AGOSTO, Jasmin Tenucci (SP)

RATOEIRA, Carlos Adelino (SC)


  

Ilha do Sol

MOSTRA PANORAMA

À BEIRA DO PLANETA MAINHA SOPROU A GENTE,

Bruna Barros e Bruna Castro (BA)

A PONTUALIDADE DOS TUBARÕES, Raysa Prado (PB)

ADELAIDE, AQUI NÃO HÁ SEGUNDA VEZ PARA O ERRO,

Anna Zêpa (SP)

ANIMAIS NA PISTA, Otto Cabral (PB)

BABELON, Leon Barbero (SP)

CAMINHOS ENCOBERTOS,

Beatriz Macruz e Maria Clara Guiral (SP)

CHOVEU HÁ POUCO NA MONTANHA DESERTA, Rei Souza (GO)

CONSTRUÇÃO, Leonardo da Rosa (RS)

ENTERRADO NO QUINTAL, Diego Bauer (AM)

FORA DE ÉPOCA, Drica Czech e Laís Catalano Aranha (SP)

ILHA DO SOL, Lucas Parente, Rodrigo Lima e Walter Reis (RJ)

LEVANTADO DO CHÃO, Melissa Dullius e Gustavo Jahn (SC / RS)

MANGUE-BRANCO, Flávia K. Ventura (SP)

MENARCA, Lillah Halla (SP)

MILTON FREIRE, UM GRITO ALÉM DA HISTÓRIA,

Victor Abreu (RJ)

MINHA BATERIA ESTÁ FRACA E ESTÁ FICANDO TARDE,

Rubiane Maia / Tom Nóbrega (SP)

O JARDIM FANTÁSTICO, Fábio Baldo, Tico Dias (SP)

OPY'I REGUA, Júlia Gimenes, Sérgio Guidoux (RS)

QUERIDA MAMÃES, DE DORA, POR SARA, Sara Antunes (SP)

SEIVA BRUTA, Gustavo Milan (AM)

TRÊS GRAÇAS, Luana Laux (ES)

VAGALUMES, Léo Bittencourt (RJ)

VIDA DENTRO DE UM MELÃO, Helena Frade (MG)

VITÓRIA, RICARDO ALVES JR (MG)

VOCÊ JÁ TENTOU OLHAR NOS MEUS OLHOS?, Tiago Felipe (PR)

WON'T YOU COME OUT TO PLAY?, Julia Katharine (SP)


Pátria

MOSTRA FORMAÇÃO

A VERDADE SAI DE SEU POÇO PARA ENVERGONHAR A HUMANIDADE, Matheus Strelow (RS)

CAMINHOS NA NOITE, Douglas Oliveira (SE)

COMBOIO PRA LUA, Rebeca Francoff (MG)

ELA VIU ARANHAS, Larissa Muniz (MG)

NOÇÕES DE CASA, Giulia Maria Reis (RJ)

O FILHO DO HOMEM, Fillipe Rodrigues (PA)

PARA TODES, Victor Hugo, Samara Garcia e equipe (RJ)

PÁTRIA, Lívia Costa e Sunny Maia (CE)

VANDER, Barbara Carmo (BA)

 


Por Outras Primaveras

MOSTRA JOVEM

LETÍCIA, MONTE BONITO, 04, Julia Regis (RS)

POR OUTRAS PRIMAVERAS,

Anna Carolina Moura Mol de Freitas (MG)

TRAÇADOS, Rudyeri Ribeiro (PA)


  

Pietá

23 MINUTOS, Rodrigo Beetz e Wesley Figueiredo (MG)

CRUA, Clara Vilas Boas e Emanuele Sales (MG)

LENÇOL BRANCO, Rebecca Moreno (MG)

MINEIROS, Amanda Dias (MG)

O MUNDO MINERAL, Guerreiro do Divino Amor (MG)

PIETÀ, Pink Molotov (MG)

SAPATÃO: UMA RACHA/DURA NO SISTEMA, Dévora mc (MG)

VIDEOMEMORIA, Aiano Bemfica, Pedro Maia de Brito (PE/MG)

VIGÍLIA, Rafael dos Santos Rocha (MG)


  

Ela Mora no Andar de Cima

MOSTRA PRAÇA

5 FITAS, Heraldo de Deus e Vilma Martins (BA)

AINDA TE AMO DEMAIS, Flávia Correia (AL)

CASA COM PAREDE, Dênia Cruz (RN)

ELA QUE MORA NO ANDAR DE CIMA, Amarildo Martins (PR)

MAGNÉTICA, Marco Arruda (RS)

NOITE DE SERESTA, Sávio Fernandes e Muniz Filho (CE)

O BARCO E O RIO, Bernardo Ale Abinader (AM)

PEGA-SE FACÇÃO, Thaís Braga (PE)

PRIMEIRO CARNAVAL, Alan Medina (SP)

QUARTA: DIA DE JOGO, Clara Henriques e Luiza França (RJ)

RÁDIO CAPITAL ALVORADA, Rafael Stadniki (DF)

REBU, Mayara Santana (PE)

VOCÊ TEM OLHOS TRISTES, Diogo Leite (SP)


 

Napo

MOSTRINHA

FOGUETE, Pedro Henrique Chaves (DF)

MITOS INDÍGENAS EM TRAVESSIA,

Julia Vellutni & Wesley Rodrigues (SP)

NAPO, Gustavo Ribeiro (PR)

O MENINO E O OVO, Juliana Capilé (MT)

VENTO VIAJANTE, Os Alunos / Analúcia Godoi (CE)


 

Filme de Domingo

MOSTRA TEMÁTICA VERTENTES DA CRIAÇÃO

FILME DE DOMINGO, Lincoln Péricles (SP)

REPÚBLICA, Grace Passô (SÃO PAULO)

UMA NOITE SEM LUA, Castiel Vitorino Brasileiro (ES/SP)

  



PROGRAMA DE FORMAÇÃO AUDIOVISUAL

Dez Oficinas

 O Programa de Formação Audiovisual oferecerá 225 vagas, distribuídas em dez oficinas. As inscrições são gratuitas e estão abertas até 11 de janeiro de 2021, ou até se esgotarem as inscrições, pelo site da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Devido à pandemia de Covid-19, todas as atividades serão realizadas em ambiente digital, mantendo o mesmo propósito e conceito das edições realizadas presencialmente. É permitida apenas uma inscrição por pessoa nas modalidades abaixo. 

 

POR UMA MISE-EN-SCÈNE PANDÊMICA

De 23 a 26 de janeiro de 2021, das 14h30 às 17h30, o roteirista, diretor e professor de cinema Leandro Afonso e o professor e roteirista Diogo Cronemberger serão os responsáveis pela oficina Por uma mise-en-scène pandêmica. Serão oferecidas 25 vagas para interessados a partir de 16 anos. O objetivo da atividade é refletir sobre outras possibilidades de direção cinematográfica, incitadas pela pandemia, mas exploradas muito antes dela. A oficina propõe abordar e analisar obras que utilizaram pouquíssimos recursos e, ainda assim, se tornaram emblemáticas.

 

ATUAÇÃO NO CINEMA

De 23 a 26 de janeiro de 2021, das 16h às 19h, o ator e cineasta Renan Rovida ministrará a oficina Atuação no Cinema, com oferta de 20 vagas. A atividade tem como objetivo estimular a apreciação e a experimentação na atuação para o cinema brasileiro. Durante a oficina, os participantes terão um breve panorama do histórico da atuação, do teatro ao cinema, por meio de exercícios práticos de criação de personagens e cenas.

 

AUDIÊNCIA DO AUDIOVISUAL

COMO OS FILMES PODEM ALCANÇAR SEUS PÚBLICOS

De 23 e 25 de janeiro de 2021, das 10h às 13h, o especialista em marketing para cinema José Agripino da SilvaNeto será o responsável pela oficina Audiência do Audiovisual - Como os filmes podem alcançar seus públicos. Serão oferecidas 25 vagas para roteiristas, diretores e produtores. O objetivo da atividade é desenvolver o pensamento de construção de audiências para as obras audiovisuais. Serão apresentadas ferramentas e análises de casos de sucesso para que cada participante compreenda como atrair e manter uma audiência interessada em seus projetos.

 

O PODER DA CULTURA SONORA

PARA O SOM NO CINEMA

De 23 a 27 de janeiro de 2021, das 09h30 às 12h30, o diretor de som Léo Bortolin ministrará a oficina O poder da cultura sonora para o som no cinema, com oferta de 20 vagas. A partir de estudos e práticas da direção de som no cinema, a atividade promoverá reflexões sobre conceitos e teorias do elemento sonoro nas produções cinematográficas, além de ampliar a percepção auditiva dos participantes por meio de exercícios e análises fílmicas.

 

DOCUMENTÁRIOS DOMÉSTICOS

De 25 a 27 de janeiro de 2021, das 10h30 às 12h30 e das 14h às 16h, o artista visual Lucas Rossi Gervilla será o responsável pela oficina Documentários Domésticos, com oferta de 25 vagas para interessados a partir de 16 anos. O objetivo da atividade é compartilhar ferramentas para que os participantes possam contar suas próprias histórias por meio de pequenos documentários. A Oficina focará em técnicas de filmagem e produção, sem sair de casa, utilizando equipamentos de baixo custo e acessórios fáceis de serem encontrados ou adaptados. E abordará os princípios básicos da edição e montagem.

 

ROTEIROS DE CURTAS

De 25 a 29 de janeiro de 2021, das 15h às 18h, a diretora de arte e roteirista Camila Tarifa ministrará a oficina Roteiro de Curtas, com oferta de20 vagas. O objetivo da atividade é ensinar conceitos básicos da escrita de um roteiro de curta-metragem, por meio da análise de modelos clássicos e contemporâneos da linguagem curta do audiovisual. E escrever um roteiro de curta-metragem a partir das ferramentas colocadas em cada aula.

 

ROTEIRO PARA NARRATIVAS AUDIOVISUAIS

De 27 a 29 de janeiro de 2021, das 10h às 12h e das 14h30 às 16h30, o especialista em marketing, roteirista e consultor Gustavo Padovani será o responsável pela oficina Roteiro para narrativas audiovisuais, com oferta de 25 vagas. O objetivo da atividade é aprimorar a capacidade técnica e criativa dos participantes ao treinar práticas de escritas de roteiro, metodologias de criação, análises de estruturas narrativas e estímulo a um olhar crítico para os produtos audiovisuais contemporâneos.

 

PRODUÇÃO EXECUTIVA DE AUDIOVISUAL

De 27 a 30 de janeiro de 2021, das 09h às 12h, a produtora, roteirista e diretora Cris Reque ministrará a oficina Produção executiva de audiovisual, com oferta de 25 vagas. A proposta da atividade é permitir que os participantes tenham as ferramentas básicas para elaborar um projeto, sob o ponto de vista da produção executiva e compreender as etapas, demandas, documentos e a organização do trabalho executivo numa obra audiovisual.

 

REENCANTAR O CORPO, REENCANTAR O MUNDO

De 27 a 30 de janeiro de 2021, das 15h às 18h, a cineasta e educadora Larissa Figueiredo será a responsável pela oficina Reencantar o corpo, reencantar o mundo, com oferta de 20 vagas. A atividade, que tem no cinema sua base de criação, convida outras artes e outras epistemologias para provocar os participantes a produzirem pequenos vídeos diariamente – como diários corporais e audiovisuais – para juntos escutar os corpos através do cinema e acolher o que eles têm a ensinar neste período de intimidades cerceadas de liberdade.

 

DA IDEIA AO FILME:

COMO DESENVOLVER O SEU PROJETO

De 28 a 30 de janeiro de 2021, das 10h às 13h, a produtora executiva, diretora de produção e curadora Maria Flor Brazil ministrará a oficina Da ideia ao filme: Como desenvolver o seu projeto, com oferta de 20 vagas.  A atividade pretende ser um ponto de partida para pessoas de todas as áreas que desejam realizar um filme, com uma proposta já definida, mas que não possuem intimidade com o universo audiovisual. O objetivo é estimular e estruturar as ideias para criação de um Projeto Audiovisual definitivo, pronto para ser realizado ou apresentado em editais.


  

HOMENAGEM A PAULA GAITÁN

 Ao se falar em Vertentes da Criação, o nome da cineasta Paula Gaitán parece se acomodar à perfeição. Na ousadia expressiva e na variedade criativa, trata-se de uma artista incontornável, e não apenas no cinema brasileiro contemporâneo, a julgar pelas constantes celebrações e retrospectivas de sua obra ao redor do mundo nos últimos anos. Gaitán realiza longas, curtas e médias-metragens, faz filmes com dinheiro, sem dinheiro, filme caseiro, performances, musical de memória, filme híbrido, documentário especulativo, ficção poética, cine-retrato abstrato, videoclipes, séries de entrevistas, artes visuais e outros mais. “Ela usa a câmera como uma pintora usa o pincel. E tudo para ela é música, dos ruídos às cores”, destaca Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial da Mostra.


Diário de Sintra

Escolhida para receber a homenagem e o Troféu Barroco, da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes, Paula Gaitán, de origem colombiana, lançou seu primeiro filme em 1989, Uaka, filmado no Xingu. Antes, já atuava no campo artístico como atriz, fotógrafa e diretora de arte. Foi parceira de Glauber Rocha (1939-1981) em alguns de seus trabalhos mais importantes, fazendo o cartaz de Cabeças Cortadas (1970), a cenografia de A Idade da Terra (1980), no qual também atuou diante das câmeras, e ilustrações de livros do realizador baiano. Como diretora, assinou filmes diversos, ora inovando nas abordagens e nas formas visuais e sonoras, como Diário de Sintra (2007) e Noite (2014), ora se aproximando intimamente de figuras importantes da criação, como Vida (2010), com Maria Gladys, Agreste (2010), com Marcélia Cartaxo, e É Rocha e Rio, Negro Léo (2020). Na ficção, dirigiu Exilados do Vulcão (2013) e Luz nos Trópicos (2020).


Ópera dos Cachorros

Para celebrar a trajetória de Paula Gaitán, a Mostra vai promover um encontro virtual com a cineasta e uma Mostra Homenagem, com a exibição de oito trabalhos da cineasta: os longas Diário de Sintra; Exilados do Vulcão; Noite; Luz nos Trópicos; o videoclipe A Mulher do Fim do Mundo (de Elza Soares) e três filmes inéditos: o curta Ópera dos Cachorros; o média Se hace camino al andar; e o filme que abre a programação da Mostra, na noite do dia 22 de janeiro, em pré-estreia mundial, que a diretora está finalizando para apresentar no evento.

“A obra da Paula responde de maneira abrangente ao emblema da experimentação estética e da experiência poética. Cada um de seus filmes se empenha em buscas distintas, sempre novas, abrindo caminhos inexplorados sobretudo por ela mesma. A cada filme ela refaz, repensa, redescobre e reinterpreta a dimensão do personagem, do tempo, do plano, da montagem e do som”, destaca Francis Vogner. “Homenageá-la é reconhecer a dimensão de uma obra já consolidada e investigar as imagens de um trabalho misterioso e inquieto, de independência e singularidade radicais, que possuem poucos paralelos na produção artística atual”.  

 

24ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES

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