quinta-feira, 29 de abril de 2021

Crítica: Nazinha, Olhai Por Nós


 NAZINHA, OLHAI POR NÓS

por Joba Tridente 

Começo as minhas considerações ao documentário Nazinha, Olhai Por Nós, citando informações dos seus créditos finais: Com 812.000 detentos, o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo. 40% dos detentos foram presos antes do julgamento e ainda aguardam a sentença. Deste plural, o filme foca na singularidade de quatro casos envolvendo detentos das prisões masculina e feminina de Belém do Pará.

Dirigido por Belisário Franca (Menino 23; Soldados do Araguaia; O Paradoxo da Democracia), que dividiu o desenvolvimento do roteiro com Ismael Machado e Yan Motta, Nazinha, Olhai Por Nós acompanha a fala, o desabafo, a confissão de quatro detentos (e de alguns familiares seus) à espera do benefício de saída temporária para celebrar o Círio de Nazaré: Julio (vários crimes), Everaldo (drogas), Neuza (acusada de assassinato) e Raissa (envolvimento com traficante de drogas). Quatro parágrafos e uma referência: Nazinha (Nossa Senhora de Nazaré), cuja cerimônia religiosa, reúne milhares de pessoas, numa onda gigantesca de gratidão e fé...


A sociedade não quer a ressocialização. Ela quer vingança. Ela quer que as pessoas que vêm pra cá, pra dentro de uma prisão, simplesmente desapareçam. Assim como se fossem seres de outro planeta”, diz Carmen Botelho, Diretora do Prisão Feminina. De certa forma, as prisões brasileiras (?), mostradas em reportagens ou documentários, são realmente um outro mundo. Aqui, o interior labiríntico da prisão masculina, onde se encontram presos Julio e Everaldo, por exemplo, é o registro de uma descida ao inferno dos piores pesadelos. A imagem é tão perturbadora e longe do racional que lembra o cenário caótico, do mais abominável aglomerado humano, de algum filme ficção sobre distopia, onde a degradação humana não tem limites. Em relação a ela, a prisão feminina, onde estão Neuza e Raissa, até parece organizada, harmoniosa e iluminada. Mas, como se sabe, a realidade é bem mais perversa e apavorante que a ficção.

Ainda que as “imagens (subliminares?) em segundo plano” angustiem o espectador, o documentário não trata da situação dos ambientes carcerários na ressocialização dos prisioneiros, mas das particularidades sociais e religiosas dos quatro detentos (em particular) que tentam justificar ou buscar justificativa para as suas privações de liberdade e o apego à fé à Nazinha. É difícil imaginar que, num lugar onde muitos prisioneiros são esquecidos pela própria família..., para não dizer que estão ali abandonados apenas pela morosíssima justiça (brasileira?)..., algum preso se apegue à fé (que move montanhas) para abrir as grades da cela na esperança de uma nova vida em sociedade. Esperança que, na maioria das vezes, alimentada pelo vício criminoso, mal dá uma volta no círculo vicioso da marginalidade. Porém, contrariando a opinião formada, amparados pelo bom comportamento no cativeiro, pelo cumprimento de parte da pena e (ao menos aparentemente) pelo voto de religiosidade, alguns cativos conseguem ser agraciados com o benefício de saída temporária para celebrar (no purgatório) às comemorações do Círio de Nazaré. Para uns, a oportunidade faz o fujão. Para outros, o fim da festa religiosa é a resignação da pena.


Algumas doutrinas religiosas pregam o eterno retorno à vida para os humanos pagarem seus “pecados” e evoluírem. As leis pregam o contínuo retorno às celas para os criminosos (em sua grande maioria pretos e pobres) pagarem seus crimes e regressarem “recuperados” ao convívio social. Ir ao céu, no seio da família, e ou voltar, diretamente do purgatório, ao inferno carcerário, onde vão estar sujeitos à violência física e psicológica, pode não ser apenas opcional para o prisioneiro com direito à saída temporária. De um caminho ao outro, há reta, atalho e encruzilhada e mesmo rua sem saída. É aos detalhes dos sonhos de sair e jamais voltar aos infernos, que Belisário Franca abre os microfones e, feito um bom ouvidor, escuta com tranquilidade as lamúrias de Julio, Everaldo, Neuza e Raissa, sem os julgar. Abre as lentes registra de passagem a paisagem diabólica que demiurgo algum criou, sem atentar (a não ser no segundo do susto) aos outros habitantes (pouco amistosos) locais. Acompanha a fala de advogados, familiares, juízes, delegados, sem se posicionar. É claro que, meia palavra ou meia imagem, para um bom entendedor (de longe) é uma consideração inteira.

Como diz Julio: “Estamos sempre presos, na prisão ou fora dela, à família, à casa e seus objetos, ao trabalho...” O documentário Nazinha, Olhai Por Nós expõe fatos, mas não se interpõe entre os condenados e a justiça. Tampouco santifica bandidos e ou demoniza a justiça com a gratuidade de discursos panfletários. Não se vê, em momento algum, Belisário se deixar levar pela vaidade do senso crítico (de ter uma câmera e um microfone à mão) e tomar o protagonismo da situação. Se houve deslumbramento ou vaidade, caiu no corte final. Essa isenção de (pre)julgamento narrativo dá ao espectador a oportunidade de tirar suas próprias conclusões diante dos registros filmados com o devido distanciamento. O que não quer dizer que documentário seja um iceberg à deriva. Há comoção, mas sem apelar à pieguice clichê e ou à indução emocional com trilha sonora chorosa.


Enfim, Nazinha, Olhai Por Nós é um documentário que se atém tão somente ao objeto do bom roteiro..., com começo, meio e fim. Não fica caçando assunto para aumentar o tempo e o lugar de fala. Dá a cada um dos parágrafos (Julio, Everaldo, Neuza e Raissa) a metragem ideal para explanação íntima e sem apelar para a cumplicidade do público ao narrador..., e à referência (Nazinha, Nossa Senhora de Nazaré - Padroeira de Belém do Pará) uma coadjuvação impressionante, tanto pela metáfora quanto pelo desempenho da fé religiosa na mente dos cidadãos (Estamos sempre presos, na prisão e fora dela). A direção de Belisário Franca é excelente, a edição de Yan Motta é dinâmica e a ótima fotografia de Thiago Lima enquadra muito além do que é essencial aos olhos (e mentes).

*Estreia prevista, no streaming TvoD (NOW, Google Plai, iTunes), para o dia 6 de maio de 2021, com sessões especiais em salas de cinema a partir de 29 de abril de 2021.


NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha.

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.


quarta-feira, 28 de abril de 2021

Crítica: Minhas Férias com Patrick


 MINHAS FÉRIAS COM PATRICK

por Joba Tridente 

Em geral a gente sabe o que esperar das comédias norte-americanas, italianas ou inglesas, e até mesmo das brasileiras, menos das francesas, que podem surpreender, decepcionar ou não passar de um “assim-assim”.

Levemente inspirada no livro Viagem com um burro pelas Cevenas (1879), do escritor escocês Robert Louis Stevenson (cuja vida romanesca é citada no filme), a comédia Minhas Férias com Patrick (Antoinette dans les Cévennes, 2020), dirigida por Caroline Vignal, acompanha as aventuras amorosas de Antoinette (Laure Calamy), uma professora do ensino fundamental que está de caso com o pai de uma aluna e, ao saber que ele está com a esposa Éléonore (Olivia Côte) e a filha Alice (Louise Vidal) passando férias nas Cévennes, região turística para longas caminhadas, decide ir atrás do galante. Como toda via das encruzilhadas dos amores clandestinos leva ao inesperado, ao buscar pelo amante Vladimir (Benjamin Lavernhe), a carente Antoinette, chega à primeira hospedaria e, sem ter notícias dele, aluga os serviços do burro de carga Patrick e, aos trancos e barrancos, sai à procura do seu objeto de desejo sexual, de pousada em pousada, caminhando por uma paisagem agreste belíssima.


O cinema francês é mestre em fazer parecer natural o triângulo amoroso na França. Em suas “cômicas” ou “melodramáticas” narrativas, os casais raramente se importam com os casos extraconjugais de seus cônjuges. Se o sabem, aceitam (o pecadilho) e ou se separam “civilizadamente” apenas trocando de casa e ou de quarto. Simples assim! Aceitavelmente amoral! É esse vale-tudo “natural” pelo prazer sexual que leva a emancipada Antoinette, a caminhar e a caminhar ao lado do gente boa, mas temperamental e manhoso, Patrick, em busca de Vladimir. O burro, aliás, é o personagem mais simpático de toda a trama que, por sinal, conta com ótimo elenco humano. Concentrado no seu papel, ele ouve as confidências da acompanhante, feito um bom psicanalista, tem senso de humor e ainda sabe demonstrar amizade e ciúmes de modo convincente. Merece um filme só dele, onde relembre as melhores histórias ouvidas dos parceiros de caminhada pelas Cévennes.


Minhas Férias com Patrick é uma comédia romântica engraçadinha que flerta com o absurdo. Provoca um risinho aqui e outro acolá, já que nem todas as gags funcionam e o humor (para francês rir) jamais é hilariante. O enredo mínimo, da própria Vignal, sobre as artimanhas do amor adulto (ou adúltero!) num cenário bucólico, é linear e sem grandes surpresas. Como é de praxe o grande fluxo de pessoas em filmes de estrada, diversos personagens (andantes e hóspedes aleatórios trama afora e adentro), com suas retóricas liberais ou moralistas, vão se tornando cada vez mais previsíveis e praticamente invisíveis após os encontros casuais com a irredutível protagonista. Um alerta: Se você quiser passar uma temporada discreta, na sua, fique bem longe da região, porque, pelo que se vê, ali todo mundo sabe da vida íntima de todo mundo (hospedeiros e turistas). Portanto, se não quiser saber de fofocas alheias e nem que se metam na sua vida, pense bem antes de botar o pé nas trilhas das Cévennes (risos).


Ah, a crocância do baguete! Essa espécie de enredo, tipicamente francês (abordando triângulos amorosos), normalmente se passa num cenário urbano e o clima geral é de estresse. O vilão responsável pela desarmonia sexual de um casal é (invariavelmente) o estresse. Espera-se, então, que a troca da urbe pelo campo, traga um olhar arejado sobre os percalços do desejo sexual e os artifícios da traição, certo? Espera-se, em vão! Em um lugar paradisíaco, montanhoso, ar puro, onde todo mundo transborda felicidade, menos a desiludida Antoinette, a expectativa é por uma comédia de erros, por um jogo de gato e rato, por uma virada espetacular, por insinuações picantes... Mas, o que se vê é uma história de amor obsessivo adolescente vivenciada por uma mulher adulta (com traços de ninfomaníaca) e um homem (oportunista) disponível. Satisfação momentânea e nada mais! Falta sutileza, falta romantismo, falta química ao casal de personagens (retratados como pessoas comuns e sem atributos de beleza física) e sobra constrangimento. É como se a urgência, a necessidade sexual de uma pessoa adulta a fizesse “agir” feito um boneco de plástico, sem qualquer sentimento. Mecanicidade versus sedução. Sei lá, talvez a narrativa esteja correta em sua frieza, coerente com o argumento e com o script de Caroline Vignal..., eu é que estou em outra paisagem.


Enfim, para quem está cansado de tanta realidade pandêmica e busca uma comédia leve, descompromissada e com clichês sexuais à la française, Minhas Férias com Patrick (que concorreu nas categorias:  filme, direção, roteiro, ator, atriz, música, fotografia e edição, no César 2021, premiando Laure Calamy, e foi selecionado para o Festival de Cannes 2020 e o Festival du film francophone d'Angoulême 2020) pode ser uma alternativa. Afinal, cada um é dono do seu próprio olhar e não há como não se encantar, ao menos, com o cenário e com o orelhudo Patrick.

*Estreia prevista para 29.04.2021, nas salas de cinema e no Now, iTunes, Google Play, Youtube Filmes, Vivo Play e Sky Play.


NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha.

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.


quarta-feira, 21 de abril de 2021

Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú

 


FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA

EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ

- 10 ANOS -

19 a 30 de abril de 2021

ONLINE e GRATUITO

(links: textos em laranja)

Que a quantidade e a qualidade das mostras e festivais de cinema têm complicado o cotidiano dos espectadores, em distanciamento social, desde 2020, não é novidade. Porém, como resistir ao acesso online e gratuito às produções nacionais e internacionais inéditas e ou premiadas? Para quem é apaixonado por cinema é difícil até mesmo selecionar os eventos por gênero cinematográfico. Como o dia não tem mais que 24 horas, o jeito é ir peneirando e peneirando filmes, sem se preocupar com o resgate de muitos deles em outros festivais ou mostras futuras..., e tudo que se conseguir assistir é lucro. E para não deixar a cadeira ou o sofá confortável esfriar, eis que já está no ar a décima edição do Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú composta por 38 obras de longas e curtas-metragens, selecionadas e premiadas em edições anteriores do evento, e reconhecidas em festivais como Berlim, Roterdã, San Sebastian, Cannes, Locarno, Sundance. A edição comemorativa, online e gratuita, está disponível na plataforma Belas Artes À La Carte, para todo Brasil, de 19/04/2021 a 30/04/2021. O serviço de streaming do Belas Artes possui aplicativos disponíveis para Android, Android TV, IOS, Apple TV e Roku. Baixe BELAS ARTES À LA CARTE na Google Play, App Store e dispositivos Roku.

A edição comemorativa de 10 anos do Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú está dividida nas seguintes sessões: Internacional: exibe filmes brasileiros e estrangeiros que fazem sua estreia internacional ou nacional. São aceitos filmes de curta, média e longa-metragem, brasileiros e estrangeiros, que participam de uma competição. Vivo: aberta a novas manifestações da linguagem audiovisual através de novos meios de produção e diferentes suportes de exibição. Cinema expandido, cinema ao vivo, instalações e formatos que ultrapassam as possibilidades da sala escura. Catarina: projeta filmes realizados por diretores catarinenses ou que possuam alguma relação – diretor, produtor, elenco, equipe, locação e outros, com o estado de Santa Catarina.


O Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú é um evento completo que apresenta o melhor do cinema brasileiro e estrangeiro para o público e acaba de completar 10 anos de existência. Somente quem produz, ano após ano, sabe o trabalho, sacrifício e dedicação necessários para apresentar um festival cada vez mais completo. Assim, nosso objetivo hoje é comemorar 10 anos de filmes e atividades com uma retrospectiva que pela primeira vez chegará às telas de todo o Brasil, de maneira gratuita e apresentando alguns dos melhores títulos que foram já exibidos em nossa programação. A curadoria apresenta em diferentes sessões o trabalho de diretores estreantes ou consolidados, que estimulam diferentes tipos de sensibilidade, através de filmes exclusivos de longa, média e curta-metragem, além de obras audiovisuais inovadoras realizadas em diferentes formatos de produção e destinadas às variadas formas de exibição. Anualmente o FICBC leva a Balneário Camboriú/SC diversos cineastas, profissionais e artistas que participam de atividades junto ao público e contribuem para a formação de cinéfilos, profissionais e pensamento crítico. A cada ano o FICBC fica mais completo, sem se esquecer jamais de dar visibilidade a cada filme selecionado. Foram muitos os encontros entre o público e profissionais de diferentes países que possibilitaram a consolidação de novas coproduções”, afirma André Gevaerd, fundador e diretor do festival. Para a curadora, Barbara Sturm, o objetivo é “mostrar o melhor do cinema de arte atual em produções nacionais e internacionais e colocar os diretores para interagir junto ao público e à imprensa.” 

 

PROGRAMAÇÃO

Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú

19 a 30 de abril de 2021

exibição: Belas Artes À La Carte

ONLINE e GRATUITO 

Os filmes são exclusivos e inéditos em plataformas online e a programação, acompanhada de sinopses, trailers, pôsteres, fotos, pode ser conferida no portal do Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú.

 


Longas-Metragens

sinopses, trailers, pôsteres, fotos

 

Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios

(I’d Receive the Worst News from Your Beautiful Lips,

100min, Brasil)

de Beto Brant e Renato Clasca

 

O Verão Lá Fora

(Draussen ist Sommer, Alemanha, 91min)

de Friederike Jehn

 

A Lição

(Urok, Bulgária, 110min)

de Kristina Grozeva e Petar Valchanov

 

Soldados Jeannette

(Soldate Jeannette, Áustria, 91min)

de Daniel Hoesi

 

Blitz

(Blitz, Brasil, 86min)

de Rene Tada Brasil

 

Aleksi

(Aleksi, Croácia, 90min)

de Barbara Vekaric

 

Celeste

(Celeste, Austrália, 106min)

de Ben Hackworth

 

Pequena Cidade em Wisconsin

 (Small Town Wisconsin, EUA, 109min)

de Niels Mueller

 

Bugarach

(Bugarach, Espanha, Alemanha e Inglaterra, 95min)

de Ventura Durali, Salvador Sunyer e Sergi Cameron

 

Colombia Era Nossa

(Colombia In My Arms, Finlândia, Noruega, Dinamarca,

França e Colombia, 91min)

de Jenni Kivistö e Jussi Rastas

 

A Idade Atômica

(L’âge Atomique, França, 67min)

de Héléna Klotz

 

 

Curtas-Metragens

sinopses, trailers, pôsteres, fotos

 

Lar e Um Arquivo Distante

 (Home and a Distant Archive, Holanda e Hong Kong, 24min)

de Dorothy Cheung

 

Acabarei na Prisão

(I’ll End Up in Prison, 22min, Canadá)

de Alexandre Dostie

 

Babás

(Babás, Brasil, 20min)

de Consuelo Lins

 

Em Segundo

(Las Segundas, Argentina, 4min)

de Rosarío Cervio

 

A Primeira-Dama de Dubrava

(Prva dama Dubrave, Croácia, 20min)

de Barbara Vekaric

 

A Mulher

(La Donna, Argentina, 14min)

de Nicolás Dolensky

 

60 Primaveras

(60 Primaveras, Uruguai, 11min)

de Ana Guevara e Leticia Jorge

 

Canção de Ninar

(Lullaby, Singapura, 9min)

de Stanley Xu Rulyang

 

Coração Pela Boca

(The Heart in My Mouth, Brasil, 15min)

de Bruno Autran

 

New Neighbors

(New Neighbors, EUA, 9min)

de E.G. Bailey

 

 


Curtas-Metragens

sinopses, trailers, pôsteres, fotos

 

Dance

(Dance, Bélgica, 10min)

de Hans Op de Beeck

 

Parade

 (Parade, Bélgica, 11min)

de Hans Op de Beeck

 

Sea of Tranquility

 (Sea of Tranquility, Bélgica, 29 min)

de Hans Op de Beeck

 

Staging Silence

 (Staging Silence, Bélgica, 20min)

de Hans Op de Beeck

 

Arco-Íris de Pixel Tem Fim?

 (Arco-íris de Pixel Tem Fim?, Brasil, 20min)

de Filipe Maliska

 

O Velho Homem que Sonhava Sobre os Leões – Volume I

 (The Old Man Was Dreaming About the Lions – Volume I,

Coréia do Sul, 30min)

de Moojin Brothers

 

Leite Selecionado – Adicionado de Pó Reconstituido de

Leite Totalmente Pasteurizado e Homogeneizado

 (Leche Seleccionada Adicionada de Leche en Polvo Reconstituida Entera Pasteurizada Homogeneizada, Espanha, 20min)

de José Luis Ducid, Alfonso Camareo e María Messeguer

 

Zsofika

 (Zsofika, Canadá, 15min)

de Maxime-Claude L’écuyer

 

Kopacabana

(Kopacabana, Brasil, 14min)

de Marcos Bonisson e Khalil Charif

 

 


Longas-Metragens

sinopses, trailers, pôsteres, fotos

 

Oração do Amor Selvagem

 (Wild Love Prayer, Florianópolis, 90min)

de Chico Faganello

 

Abrindo As Janelas do Tempo

(Opening the Windows of Time, Bombinhas-SC, 65min)

de Santiago Asef

 

 

Curtas-Metragens

sinopses, trailers, pôsteres, fotos

 

Beijos de Arame Farpado

(Barbed Wire Kisses, Florianópolis-SC, 15min)

de Marco Martins

 

Valentina

(Valentina, Balneário Camboriú-SC, 17min)

de André Gevaerd

 

A Casa Morta dos Meus Avós

 (My Grandparents Dead House, XX, 18min)

de Leandro Cordeiro

 

Dicionário

(Dictionary, Blumenau-SC, 15min)

de Ricardo Weschenfelder

 

Garoto Propaganda

(Poster Boy, Blumenanu-SC, 23min)

de Christopher Faust

 

Vento Sul

(South Wind, Florianópolis-SC, 19min)

de Renan Blah


terça-feira, 20 de abril de 2021

Cinema Brasileiro: Anos 2010, 10 Olhares

 


CINEMA BRASILEIRO: ANOS 2010
- 10 OLHARES -

22 a 30 de abril de 2021

online e gratuito

(links: textos em laranja) 

O Cinema Brasileiro é um tema que sempre provoca debates apaixonados entre os espectadores que amam os filmes nacionais e aqueles que (por ignorância e ou aculturação) odeiam. A falta de unanimidade (mesmo a favor ou contra a sétima arte tupiniquim) tem a ver com gênero, linguagem e principalmente com as idiossincrasias brasileiras datadas em chanchadas, cinema novo, pornochanchadas, novo cinema. Opiniões versus opiniões à parte (pois gosto se discute, sim, mas é outro assunto), a verdade é que, contornando o desmantelamento cultural e a distribuição, o Cinema Brasileiro continua firme e despertando interesse também no exterior. No Brasil, o palco mais provável para exibições de filmes, que dificilmente chegarão às salas de cinema e ou a canais pagos de tv, é o dos festivais. Ou, em tempos da pestilência viral, o das plataformas virtuais, com acesso livre a um público bem maior que o presencial. São muitos os festivais e mostras cinematográficas que estão migrando (temporariamente ou definitivamente), desde 2020, com sucesso inesperado, para as plataformas de streaming, conquistando espectadores que jamais teriam condições de assistir às obras premiadas em festivais presenciais. Assim, enquanto a vida tropeça nos vírus que atravancam o caminho da cultura brasileira, vamos nos satisfazendo com a arte que nos é possível acessar e refletindo sobre a arte que nos virá quando a pandemia passar.

A propósito, começa no próximo dia 22 e segue até o dia 30 de abril de 2021, no portal 10 Olhares ou direto na plataforma do Belas Artes À La Carte,  o festival CINEMA BRASILEIRO: ANOS 2010, 10 OLHARES. A mostra, que resgata parte significativa da filmografia nacional da última década, dividida em 10 olhares de 10 curadores diferentes, exibirá online e gratuitamente 75 filmes (43 longas e 28 curtas) e 10 debates gravados entre os curadores e curadoras de cada segmento e mais dois especialistas nos temas, que discorrerão sobre as obras e o conceito trazido pelo curador para rever a década.

Do texto de apresentação Cinema Brasileiro, anos 2010: uma questão de olhar, de Eduardo Valente, idealizador e curador da mostra, destaco: “(...) O CINEMA BRASILEIRO: ANOS 2010, 10 OLHARES buscará constituir a terceira parte de um movimento que temos feito desde o ano de 2001 (referente ao cinema dos anos 90) e 2011 (os anos 2000): o de tentar se aproximar de uma produção múltipla ainda no calor da hora em que ela fecha dez anos, sem maior recuo histórico para sua inserção numa linha mais longa. Buscamos marcar essa passagem de tempo com um claro objetivo que sempre é muito menos de canonizar ou resumir um cinema tão múltiplo (e cada vez mais, no caminho que atravessa essas três décadas) e mais de refletir sobre determinadas linhas de força presentes nessa produção. Torcemos que assim logremos permitir, inclusive, muitas vezes associá-la não só ao que veio antes como, talvez, conseguir a partir dela olhar e vislumbrar rabiscos para um futuro.

Entendemos, por fim, que este gesto ganha uma dimensão política maior por chegar ao olhar do público num momento tão delicado, como afirmamos no começo deste texto. Para além de um país literalmente sangrando perdas enormes, este é também o momento em que se instaura um combate frontal do atual governo federal frente a algumas das instituições e artistas que compuseram e compõem toda uma rede viabilizadora e disponibilizadora do cinema nacional. Acreditamos, então, que, neste contexto, a possibilidade de ver, conhecer, discutir e repensar 43 longas e 28 curtas produzidos ao longo dos últimos dez anos possa servir também como uma resposta firme e ruidosa acerca da vitalidade, relevância e força mobilizadora do cinema do Brasil. E não podemos nunca deixar de torcer e lutar para que, daqui dez anos, possamos estar redesenhando este gesto olhando para essa década que mal se abre e reconhecendo nela uma vitória da criação e da vida frente o arbítrio e a morte.

 

PROGRAMAÇÃO

22 a 30 de abril de 2021

alguns longas ficarão disponíveis por tempo restrito 


Cachoeira Doc:

Desaguar em cinema: retomar territórios invadidos

O movimento observado no traçado desenhado pelos filmes reunidos, nesse segmento, antes de divisor é desaguar: confluência contra fronteiras erguidas por invasões e expropriações – de terras, corpos, povos, vidas, imaginários –, fronteiras fincadas em nome de um Brasil por cima de todos. É, portanto, de um cinema contra a Nação, e não de um cinema nacional, que se trata aqui, por meio dessa pequena coleção de filmes documentais surgidos nesta última década, e reunidos por fluxos sutis de conexão. Se o documentário é o cinema que toma para si a tarefa de empurrar as fronteiras do visível, estes longas e curtas lançam-se nas geografias - do tempo e do espaço –, em operações de retomada: do próprio corpo e desejo, das cidades, das imagens, da história e da terra. 

Longas-Metragens

MARTÍRIO

de Vincent Carelli

RETRATOS DE IDENTIFICAÇÃO

de Anita Leandro

RESSURGENTES: UM FILME DE AÇÃO DIRETA

de Dácia Ibiapina

A CIDADE É UMA SÓ

de Adirley Queirós.

 

Curtas- Metragens

BICICLETAS DE NHANDERÚ

de Ariel Duarte Ortega e Patricia Ferreira (Keretxu)

EU, TRAVESTI?

de Leandro Santos

TRAVESSIA

de Safira Moreira

RELATOS TECNOPOBRES

de João Batista Silva. 

 


Carol Almeida:

A cidade e as brechas ocupadas

O cinema brasileiro produzido durante os anos 2010 esteve muito atento a questões sobre o direito à cidade, e fez esse debate se mover em imagem a partir de filmes muito distintos em suas propostas formais. Pensando mais especificamente sobre alguns corpos queers que se recusam de forma mais enfática a se adaptarem à arquitetura de segregação dos grandes projetos urbanos e quais espaços de existência que esses corpos conseguem criar, o recorte "A cidade e as brechas ocupadas" agrega filmes que buscam, por um gesto de recusa, um modelo de vida de algumas cidades e simultaneamente de fabulação e criação de desejo dentro das rachaduras que surgem nos blocos de concreto.” 

Longas-Metragens

ESSE AMOR QUE NOS CONSOME

de Allan Ribeiro e Douglas Soares

NOVA DUBAI

de Gustavo Vinagre

BATGUANO

de Tavinho Teixeira

TEMOR IÊ

de Elena Meirelles e Lívia de Paiva

 

Curtas-Metragens

A MALDIÇÃO TROPICAL

de Luisa Marques, Darks Miranda

ESTAMOS TODOS AQUI

de Chico Santos e Rafael Mellim

QUEBRAMAR

de Cris Lyra

A FELICIDADE DELAS

de Carol Rodrigues. 

 


Cleber Eduardo:

Espaços concretos de vidas em cinema

Esse segmento enfatiza uma linha de força de um grupo de filmes da última década e meia que conecta os modos de vidas de seus personagens com os espaços geográficos/sociais de suas vivências, amalgamando as vidas das pessoas fora da tela e das personagens na tela, sem deixar de haver jogo e criação para os filmes, reelaboração da vida cotidiana por dentro da vida em cinema, tensionando a autenticidade de corpos, espaços e falas com a elaboração cinematográfica, sem ter de firmar pacto com a ficção ou com o documentário, muito pelo contrário. 

Longas-Metragens

A VIZINHANÇA DO TIGRE

de Affonso Uchôa

BARONESA

de Juliana Antunes

DIZ A ELA QUE ME VIU CHORAR

de Maíra Bühler

UM FILME DE VERÃO

de Jo Serfaty

 

Curtas-Metragens

UM FILME PARA UM POETA CEGO

de Gustavo Vinagre

CHICO

de Irmãos Carvalho

ESTADO ITINERANTE

de Ana Carolina Soares

DONA SÔNIA PEDIU UMA ARMA

PARA SEU VIZINHO ALCIDES

de Gabriel Martins. 

 


Erly Vieira Jr: De corpo a corpo -

personagens transbordantes, espectadorXs desejantes

Esse conjunto de filmes explora algumas das diferentes estratégias de engajamento sensório que parte da produção LGBTQIA+/Queer brasileira da última década utiliza para falar diretamente aos corpos dxs espectadorxs. Há desde a dimensão coreográfica/ performática presente na mise-en-scène, até o uso de uma visualidade ‘háptica’ (que remete ao tátil), promovida por uma câmera que muitas vezes funciona como um corpo que também é afetado por aquilo que registra. Também se pode incluir aqui o diálogo entre diversos gêneros audiovisuais e hibridismos com outras linguagens contemporâneas, bem como formas de se explorar as relações nem sempre conciliatórias entre corpos dissidentes em termos de gênero e sexualidade e os espaços que habitam. 

Longas-Metragens

CORPO ELÉTRICO

de Marcelo Caetano

PRAIA DO FUTURO

de Karim Aïnouz

AS BOAS MANEIRAS

de Juliana Rojas e Marco Dutra

MEU NOME É BAGDÁ

de Caru Alves de Souza.

 

Curtas-Metragens

PERIFERICU

De Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira

MINHA HISTÓRIA É OUTRA

de Mariana Campos

PEIXE

de Yasmin Guimarães

LATIFÚNDIO

de Érica Sarmet. 

 


Heitor Augusto: O corpo, novamente

Reconhecendo o crescimento exponencial de realizadores e realizadoras não-brancas no cinema brasileiro ao longo da última década, esse recorte propõe uma costura na qual o corpo, particularmente o negro, é presença. Esse segmento reúne quatro filmes de realizadores negros, dois codirigidos por pessoas negras e um por um realizador não-branco. Além de trazer oito filmes para um lugar mais detalhado de apreciação, este recorte carrega também a intenção de que os filmes aqui exibidos facilitem a aproximação a muitos outros que porventura não integram este programa. 

Longas-Metragens

VAMOS FAZER UM BRINDE

de Sabrina Rosa e Cavi Borges

BAIXO CENTRO

de Ewerton Belico e Samuel Marotta

A BATALHA DO PASSINHO

de Emilio Domingos

UM FILME DE DANÇA

de Carmen Luz

 

Curtas-Metragens

ENQUADRO

de Lincoln Péricles

MORDE E ASSOPRA

de Stanley Albano

PONTE SOBRE OS ABISMOS

de Aline Motta

TUDO QUE É APERTADO RASGA

de Fabio Rodrigues Filho 

 


Janaína Oliveira: Cotidiano singular

Na última década o cenário do cinema nacional presenciou a emergência de outros sujeitos na frente e atrás das telas contando suas histórias. Nesses deslocamentos de significados entre centros e margens que essa emergência propicia, vemos surgir obras que rompem com expectativas de representações já cristalizadas em nosso imaginário. Filmes com outros repertórios possíveis para o vivido todos os dias. O segmento traz um conjunto de filmes que dialogam com os cotidianos da vida naquilo que têm de único, mas afetivamente e efetivamente comum. 

Longas-Metragens

ELA VOLTA NA QUINTA

de André Novais Oliveira

CAFÉ COM CANELA

de Ary Rosa e Glenda Nicácio

ARÁBIA

de Affonso Uchôa, João Dumans

CASA

de Letícia Simões

 

Curtas-Metragens

OUTRO FOGO

de Guilherme Moura Fagundes

NO CAMINHO COM MÁRIO

de Aldo Ferreira, Ariel Ortega, Leo Ortega,

Patricia Ferreira e Ralf Ortega

FILME DE DOMINGO

de Lincoln Péricles

MOVIMENTO

de Gabriel Martins 

 


Kênia Freitas: Movimentos Fabulares

Esse segmento, apoia-se em dois aspectos basilares na sua proposição de olhar sobre os filmes da década de 2010. O primeiro é a ideia do movimento (dança/gesto/performance) como criador de fabulação nos filmes. O segundo aspecto é de pensar uma inflexão da década situada em 2015 (como um marco temporal simbólico): o movimento de um cinema (e recepção crítica) com linhas de força mais calcadas nas encenações realistas/naturalistas e perspectivas universais/totalizantes para um cinema mais aberto às possibilidades especulativas//experimentais e marcado muitas vezes pela auto-inscrição localizada. 

Longas-Metragens

O QUE SE MOVE

de Caetano Gotardo

BRASIL S/A

de Marcelo Pedroso

YÃMÎYHEX: AS MULHERES-ESPÍRITO

de Sueli Maxakali e Isael Maxakali

VAGA CARNE

de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.

 

Curtas-Metragens

PARA TODAS AS MOÇAS

de Castiel Vitorino Brasileiro

KBELA

de Yasmin Thayná

ELEKÔ

de Mulheres de Pedra

NEGRUM3

de Diego Paulino 

 


Leonardo Bonfim: Era uma vez, era outra vez…

O foco principal aqui é pensar como um traço marcante do cinema contemporâneo – a ideia de que um filme pode recomeçar ao longo da projeção – foi abordado por longas brasileiros na última década. Dentro desse recorte, colocaremos em diálogo obras que se desdobram em duas ou mais partes, num jogo de variações e metamorfoses, e obras que aventuram a possibilidade da coexistência – nem sempre tranquila – de muitos filmes dentro de um mesmo filme. 

Longas-Metragens

A CIDADE E OS PIRATAS

de Otto Guerra

GAROTO

de Julio Bressane

OS DIAS COM ELE

de Maria Clara Escobar

ANTÓNIO UM DOIS TRÊS

de Leonardo Mouramateus

LUZ NOS TRÓPICOS

Paula Gaitán 

 


Pedro Azevedo: O mundo em desencanto

O critério inicial para definir esse recorte foi territorial. Trata de se mergulhar na produção nordestina e cearense da década de 2010, entendendo-a como uma parte bastante expressiva da cinematografia brasileira contemporânea, que vem ganhando cada vez mais espaço de exibição e debate no circuito de festivais nacionais e internacionais, além de infiltrar-se progressivamente no circuito exibidor de salas comerciais. Não se trata, contudo, de reafirmar a força do cinema produzido no nordeste como um gesto esvaziado de sentido, fadado à esterilidade da boa intenção, mas de propor uma via livre de acesso a filmes  de artistas nordestinos que, quando pensados, exibidos, assistidos em conjunto, possam traduzir uma série de ideias complexas sobre questões que atravessam e transcendem a experiência de ser nordestino num Brasil cujas fronteiras apontam para a formação de um estado-nação que se desenha como ficção pura. 

Longas-Metragens

MEDO DO ESCURO

de Ivo Lopes Araújo

INFERNINHO

de Guto Parente e Pedro Diógenes

A SEITA

André Antônio

SOL ALEGRIA

Tavinho Teixeira, Mariah Teixeira

CANTO DOS OSSOS

de Jorge Polo e Petrus de Bairros 

 


Rafael Parrode: Desvios do contemporâneo

Ao nos locomovemos por destroços e ruínas de um passado recente, é preciso também partir de uma autocrítica, buscando compreender em que medida o cinema brasileiro se adequou a estilos, modelos de produção e difusão, e até que ponto vínculo permanecerá de pé diante do caos que se afirma. Nessa perspectiva, em que medida seremos reféns ao invés de operadores de novas estéticas emergentes, desvinculadas de um desejo de adequação do cinema brasileiro? A década passada viu muitos filmes que moldavam-se a um padrão internacional. São filmes facilmente encaixáveis em chaves ou tendências totalizantes do cinema mundial. Não se trata aqui da imposição de uma ideia de ‘novidade’, mas de tensionar as novas formas a partir deste arcabouço histórico. Investigar essas formas do cinema que agora já pertence ao passado é também um meio de compreender as amarras e enfrentamentos que precisamos lidar hoje. 

Longas-Metragens

JÁ VISTO, JAMAIS VISTO

de Andrea Tonacci

TAVA, A CASA DE PEDRA

de Vicent Carelli, Patricia Ferrreira (Keretxu),

Ariel Duarte Ortega e Ernesto Ignacio de Carvalho

VERMELHA

de Getúlio Ribeiro

GUERRA DO PARAGUAY

de Luiz Rosemberg Filho

FILME DE ABORTO

de Lincoln Péricles 

 


22 a 30 de abril de 2021

local: portal 10 Olhares

direcionamento para as plataformas: Belas Artes à La Carte

alguns longas ficarão disponíveis por tempo restrito

exibição gratuita

classificação indicativa de acordo com cada filme

 

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