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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Crítica: Minhocas


Após seis anos de produção e um divertido e inspirador curta homônimo (vencedor de onze prêmios no Brasil e um no Japão), finalmente estreia o longa-metragem Minhocas, dirigido por Paolo Conti e Arthur Nunes. Realizado em stop motion, o filme de animação trata da jornada do inseguro Junior, o nerd Nico e a descolada Linda, três minhocas pré-adolescentes que, retiradas acidentalmente dos seus confortáveis buracos (de minhoca), aprendem a trabalhar em equipe para enfrentar, no mundo exterior, Big Wig, um megalomaníaco tatu-bola (tatuzinho) que (óbvio!) quer dominar o mundo animal subterrâneo.

Com argumento e roteiro simples, direcionados ao público infantil, Minhocas aborda questões pertinentes à idade do trio protagonista (superproteção, bullyng, insegurança, aparência, família), em linguagem bem acessível à garotada.  Como em quase toda fantasia do gênero, o acesso à alta tecnologia e o domínio da linguagem humana (!), pela bicharada da trama, é praticamente natural e, até onde se sabe, nenhuma criança precisou de análise e acompanhamento psicológico por conta de tais idiossincrasias. Às vezes o estranhamento se transforma em metáfora, Às vezes continua estranhamento mesmo.


A tecnologia, principalmente a midiática, que impera na cidade das minhocas e na toca do vilão, e tanto pode ser o ponto de conflito (de gerações) quanto de solução (de domínio) em ambos os mundos, é trabalhada com humor pontuado e está mais ao agrado do espectador infantil que do adulto (acompanhante). Algumas cenas com elementos engraçados, na variação de minhocas hipnotizadas, passam tão rápido que, infelizmente, perdem o riso, mesmo na reprise.

Se a história de um vilão (querendo dominar um mundo) que enfrenta jovens inexperientes (que se descobrem corajosos) não é das mais originais (um cinéfilo reconhecerá fácil as referências), o resultado técnico é compensador. As personagens são bacanas e algumas sequências, ainda que previsíveis, criativas. Há alguns incômodos, como (por exemplo) o nome de revistas, jornal, cidade, personagem, mercadorias etc em inglês, ao contrário dos desenhos que nos chegam aportuguesados do exterior. Será que o interesse maior é ganhar o mercado de língua inglesa, já que o tema musical final também é apresentado em inglês? Se é hora do Brasil mostrar a que vem, no (ainda) restrito nicho da animação, por que não dar a conhecer a cara e a língua brasileiras? 


Minhocas é um simpático filme onde não faltam ação e aventura, com pitadas de comédia e drama. Fala de vilões que não se regeneram e de ídolos que podem se tornar vilões, quando deixam cair a máscara. Não é nenhuma obra-prima e tampouco falta mensagens edificantes, mas vale o ingresso e, melhor, não chega a entediar os acompanhantes adolescentes e ou adultos.

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