sexta-feira, 8 de abril de 2022

Crítica: JFK Revisitado: Através do Espelho


 JFK REVISITADO: ATRAVÉS DO ESPELHO

por Joba Tridente 

Parece que a cada livro escrito (sob os mais especulativos pontos de vista) e/ou filme realizado para responder a pergunta “Por que mataram Kennedy?”, mais distante fica a resposta e mais teorias da conspiração vêm à tona..., o polêmico diretor Oliver Stone que o diga. Em seu documentário JFK REVISITADO: ATRAVÉS DO ESPELHO (JFK Revisited: Through the Looking Glass, EUA, 2021), em exibição no É TUDO VERDADE, são tantos os reflexos das “verdades” paralelas sobre o sucesso do atentado (e as “falhas” nas tentativas anteriores)..., bem como as “conclusões”, com aval dos “verdadeiros” governantes norte-americanos, ocultos sob a sigla CIA..., que acabam embaçando o desfecho das “investigações”, que, obviamente, ainda são inconclusivas 59 anos depois. A não ser que o espectador acredite nos equivocados depoimentos dos “investigados” e dos “investigadores” do atentado e/ou no medo (incompreensível?) dos seus descendentes em depor e/ou sequer apresentar documentos relacionados ao fato. Se assim for, a apressada The Warren Commission Report (The President's Commission on the Assassination of President Kennedy), agradece. 


A sinopse de JFK REVISITADO: ATRAVÉS DO ESPELHO diz: “Arquivos que deixaram de ser sigilosos sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy são examinados em um contexto amplo, com o objetivo de elucidar o que realmente aconteceu em 1963.” Isso é verdade, são tantos os documentos (que estavam censurados) abertos; depoimentos gravados, ao vivo, por escrito e/ou “negados”; fotos reais e/ou falsificadas; e tanto disse e não-disse de agentes e de gentes importantes (historiadores, pesquisadores, especuladores) e/ou de testemunhas oculares comuns (e suas memórias prodigiosas), apresentados pelo incansável perguntador Stone, que não é fácil (?) o espectador acompanhar e concluir algo além do que “realmente” parece ter havido: conspiração para acabar com a vida (e o governo 1961-1963) de John F. Kennedy (1917-1963). Mas, as perguntas que (ainda!) ficam são: “Quem atirou?”; “Por que?”; “A mando de quem?”. 

JFK REVISITADO: ATRAVÉS DO ESPELHO praticamente reitera o que Oliver Stone já havia insistido no seu polêmico JFK (1991): "Não é teoria da conspiração, mas fato da conspiração". É claro que, com o farto material que já foi liberado e à disposição, as questões aqui são mais abrangentes e ele mergulha de cabeça em diversos detalhes: a origem dos tiros; o número de atiradores; a entrada da bala (pelas costas ou pela frente?); o duvidoso cérebro (presidencial) preservado. 


Nesta nova pesquisa de Stone, o que chama a atenção na trama com muitos nós cegos é a disparatada hipótese da “bala mágica” que (bem desenhada), segundo os investigadores oficiais, entrou pelas costas de Kennedy e lhe causou diversos ferimentos, antes de sair do seu corpo e atingir as costas, o peito e o joelho do governador John Connally, sentado no banco da frente. A tal “bala mágica” jamais (?) foi encontrada..., mas parece não fazer diferença, já que as autoridades têm a posse de uma “bala dublê”, praticamente intacta, “esquecida” em uma maca no hospital, servindo de bode expiatório. Seria cômico não fosse trágico. 

Enfim, nesse labirinto investigativo que quanto mais se penetra mais se encontra desvios no emaranhado de caminhos (possíveis?), se há alguém que (talvez, um dia, quem sabe) pode matar a charada (que o governo americano parece não querer decifrável): “Por que mataram Kennedy?”..., é o obstinado Oliver Stone. A cada degrau que sobe e/ou que desce em busca de elementos “perdidos” (agente duplo Lee Harvey Oswald; Militarismo; Fidel Castro; Vietnã; CIA; FBI) na escada do Depósito de Livros do Texas, mais estimulado fica em encontrar o verdadeiro fio da meada que leva à luz dos fatos. E isso conta..., ao menos até o seu próximo filme sobre o assunto obscuro! Daí que, gostando ou não do estilo investigativo de Oliver Stone, JFK REVISITADO: ATRAVÉS DO ESPELHO é um documentário que se assiste com muito mais atenção do que como mera curiosidade...


NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha. 

Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.


JFK REVISITADO: ATRAVÉS DO ESPELHO

Assista ONLINE no É TUDO VERDADE PLAY

08/04/2022 – 19h


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