Após seis anos de produção e um divertido e
inspirador curta homônimo (vencedor de onze prêmios no Brasil e um no Japão),
finalmente estreia o longa-metragem Minhocas,
dirigido por Paolo Conti e Arthur Nunes. Realizado em stop motion, o filme de animação trata
da jornada do inseguro Junior, o nerd
Nico e a descolada Linda, três minhocas pré-adolescentes
que, retiradas acidentalmente dos seus confortáveis buracos (de minhoca), aprendem
a trabalhar em equipe para enfrentar, no mundo exterior, Big Wig, um megalomaníaco tatu-bola (tatuzinho) que (óbvio!) quer
dominar o mundo animal subterrâneo.
Com argumento e roteiro simples, direcionados ao
público infantil, Minhocas aborda
questões pertinentes à idade do trio protagonista (superproteção, bullyng,
insegurança, aparência, família), em linguagem bem acessível à garotada. Como em quase toda fantasia do gênero, o
acesso à alta tecnologia e o domínio da linguagem humana (!), pela bicharada da
trama, é praticamente natural e, até onde se sabe, nenhuma criança precisou de análise
e acompanhamento psicológico por conta de tais idiossincrasias. Às vezes o
estranhamento se transforma em metáfora, Às vezes continua estranhamento mesmo.
A tecnologia, principalmente a midiática, que
impera na cidade das minhocas e na toca do vilão, e tanto pode ser o ponto de
conflito (de gerações) quanto de solução (de domínio) em ambos os mundos, é
trabalhada com humor pontuado e está mais ao agrado do espectador infantil que
do adulto (acompanhante). Algumas cenas com elementos engraçados, na variação
de minhocas hipnotizadas, passam tão rápido que, infelizmente, perdem o riso,
mesmo na reprise.
Se a história de um vilão (querendo dominar um
mundo) que enfrenta jovens inexperientes (que se descobrem corajosos) não é das
mais originais (um cinéfilo reconhecerá fácil as referências), o resultado
técnico é compensador. As personagens são bacanas e algumas sequências, ainda
que previsíveis, criativas. Há alguns
incômodos, como (por exemplo) o nome de revistas, jornal, cidade, personagem,
mercadorias etc em inglês, ao contrário dos desenhos que nos chegam aportuguesados
do exterior. Será que o interesse maior é ganhar o mercado de língua inglesa, já que o
tema musical final também é apresentado em inglês? Se é hora do Brasil mostrar a
que vem, no (ainda) restrito nicho da animação, por que não dar a conhecer a cara
e a língua brasileiras?
Minhocas é um simpático
filme onde não faltam ação e aventura, com pitadas de comédia e drama. Fala de
vilões que não se regeneram e de ídolos que podem se tornar vilões, quando
deixam cair a máscara. Não é nenhuma obra-prima e tampouco falta mensagens
edificantes, mas vale o ingresso e, melhor, não chega a entediar os
acompanhantes adolescentes e ou adultos.
Sério, onde a "Ancine" (agência nacional de cinema) estava com a cabeça quando inventou e lançou este desenho, "Minhocas" horrível!!! ???
ResponderExcluirComo um desenho (Que já diz ser voltado para CRIANÇAS) pode conter tantos absurdos?
Vou elencar, só para você não dizer que generalizei:
- Minhocas zumbis que comem partes umas das outras;
(Nojento, mau exemplo e terror!)
- Técnicas AVANÇADAS, (OBVIAMENTE aprendidas com HITLER, só pode.) de torturas, isso mesmo, Torturas!;
- Sessão "descarrego";
(Inapropriado para crianças,terror!);
- Frases do tipo: "É mais Saboroso torturar uma minhoca do que escravizá-la até a morte".
(Minha gente, isso é psicose das altas!);
- Cenas bem parecidas com aquele filme horroroso que corta as partes das pessoas e o povo acha o máximo!;
- Vermes, larvas e protozoários INTESTINAIS são os vilões da vez! Isso mesmo, direto do intestino de "alguém" para este lixo de desenho!
E para finalizar com chave de ouro do "inferno" mesmo, minhocas de 6 ANOS, selam suas "boquinhas" (se beijam) umas duas vezes, durante o show de horrores que nem se pode chamar de desenho, e sim "suspense infantil", tendo em vista o clima denso, escuro e angustiante que rola a "animacão brasileira" inteira.
..., olá, Rafaela.
Excluir..., Minhocas, assim como qualquer outra animação e ou ficção e ou documentário e ou literatura e ou artes plásticas e ou etc, possibilita diversas leituras e ou ponto de vista..., dependendo do ponto em que se avista a trama. ..., são pertinentes as suas colocações, mas acredito que o o filme é muito mais inocente que a maioria das animações e programas diários de tv aberta e ou fechada que a criançada, desde os primeiros meses de vida, têm livre acesso a qualquer hora do dia. ..., quanto aos zumbis, eles já foram tão incorporados e explorados na cultura popular, direcionada ao público adulto e infantil, que (sem um bom roteiro!) já não causam mais nenhum impacto.