por Joba Tridente
links: textos em laranja
Em cinema tudo é possível..., até mesmo a produção de um filme ser tão curiosa ou mirabolante quanto à trama apresentada. É o caso de Fugitivo da Guilhotina (The Man on the Eiffel Tower, 1949), que começou com direção de Irving Allen, “deposto” com a chantagem do Charles Laughton (deixar o elenco) a favor de Burgess Meredith, que assumiu a direção ao lado de Laughton (que dirigiu Meredith). Porém, como toda via das mágoas que corriam pelos estreitos da vingança desembocavam no entorno do produtor e diretor dispensado, Allen “não gostou” do resultado, comprou os direitos de distribuição da americana RKO Pictures e as cópias de Fugitivo da Guilhotina simplesmente sumiram nos labirintos de ninguém sabe e ninguém viu. Até que, magicamente, na década de 1980, o filme apareceu em VHS e duas cópias coloridas, em 35 mm e em péssimas condições, encontradas na propriedade de Meredith, serviram de base para a versão integral restaurada e lançada em DVD. Fugitivo da Guilhotina (primeiro filme americano rodado totalmente em cores em Paris, com o processo Ansco Color, para maximizar o impacto da fotografia e dar textura fiel às descritas na obra de Simenon) estreia dia 23/09/2021 no serviço de streaming Petra Belas Artes À LA CARTE, com mais quatro novos títulos*.
“Eu estou te seguindo ou você está me seguindo?”.
Enfim, o thriller Fugitivo da Guilhotina, às vezes classificado como film noir, inclui nos créditos de elenco na abertura, a cidade de Paris..., mas deveria incluir também a Torre Eifell, presente em momentos decisivos. Ambas registradas com maestria, pelo cinegrafista Stanley Cortez, em sequências espetaculares de perseguição por ruas, becos e telhados (!) de uma Paris sempre fotogênica. A sequência final na Torre Eifell, com edição notável, é de tirar o fôlego. De provocar vertigem. E pensar que o drone câmera não era nem ficção naquele tempo.
NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha.
Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.
*estreias
Petra Belas Artes À LA CARTE
(Hurt Locker)
EUA, 2008, Drama, 131 min, 14 anos
Direção: Kathryn Bigelow
Elenco: Jeremy Renner, Anthony Mackie,
Brian Geraghty
Sinopse: JT
Sanborn, Brian Geraghty e Matt Thompson integram o esquadrão antibombas do exército
americano em missão no Iraque. Eles trabalham na destruição de um explosivo,
para que seja detonado sem atingir alguém. Entretanto, um erro faz com que o
artefato exploda e mate Thompson. Em seu lugar é enviado o sargento William
James, que possui muito sangue-frio, o que incomoda Sanborn. Apesar disto, o
trio segue na ativa, tendo consciência de que cada dia concluído de trabalho é
um dia a mais de vida.
Curiosidades: Com
este filme Kathryn Bigelow entrou para a história como a primeira mulher a conquistar
o Oscar de Melhor Direção, na premiação em que seu ex-marido James Cameron
também disputava na mesma categoria por Avatar.
Com quase 200 horas de filmagem no total, o longa teve ainda várias câmeras
super 16 mm para captar cenas em estilo documental. A diretora escalou os
atores Jeremy Renner, Anthony Mackie e Brian Geraghty pelas suas excelentes
atuações em Dahmer (2002), Half Nelson: Encurralados (2006) e Soldado Anônimo (2005), respectivamente.
(Q & A)
EUA, 1990, Crime, 132 min, 16 anos
Direção: Sidney Lumet
Elenco: Nick Nolte, Timothy Hutton,
Armand Assante
Sinopse: Um
jovem promotor público está tentando juntar provas para incriminar um detetive
de polícia com indícios de corrupção. Para isso, ele terá de se aproximar da
ex-amante do seu superior e seu novo companheiro - um grande chefe do crime
organizado.
Curiosidades:
Jenny Lumet, atriz que interpreta a personagem Nancy Bosch, é filha do diretor
Sidney Lumet. No camarim do clube gay onde o personagem Bobby Texador (Armand
Assante), sua esposa e guarda-costas se encontram com Roger Montalvo (Paul
Calderon), aparece escrito "I Love Paul C." no quadro de mensagens
logo atrás de Montalvo, uma referência carinhosa e bem-humorada ao ator
porto-riquenho Paul Calderon. A filmagem, que durou apenas um mês, teve uma
cena com Nick Nolte e Timothy Hutton num bar, que foi filmada no interior do
lendário clube CBGB, em Nova York, embora não apareça o nome do lugar na antiga
fachada.
(Rules Don't Apply)
EUA, 2016, Comédia | Romance, 127 min, 14
anos
Direção: Warren Beatty
Elenco: Lily Collins, Haley Bennett,
Taissa Farmiga, Warren Beatty
Sinopse: 1958.
O longa acompanha a história de amor entre Marla Mabrey, uma jovem atriz
religiosa, e seu motorista, Frank Forbes. Mas o relacionamento é proibido pelo
chefe deles, o excêntrico aviador e produtor de cinema Howard Hughes.
Curiosidades:
Regras Não se Aplicam é o quinto
filme dirigido pelo consagrado ator Warren Beatty, realizador de O Céu Pode Esperar (1978), vencedor do
Oscar de Melhor Direção de Arte, e Reds
(1981), pelo qual ele levou o Oscar de Melhor Direção. Durante as filmagens, o
ator nova-iorquino Matthew Broderick morou na casa de hóspedes do diretor
Warren Beatty, na Califórnia. Na cena em que Marla (Lily Collins) e Lucy
(Annette Bening) dividem o banco de trás de um carro, grande parte do diálogo é
improvisado.
ANTONIO MENESES
CAMERA E O VIOLONCELO
Brasil, 2014, Documentário, 52min
Direção: Pedro Antônio Paes
Elenco: Antonio Meneses
Sinopse: O
documentário segue a vida do violoncelista Antonio Meneses (célebre virtuose
brasileiro) nos 10 dias que antecedem uma grande apresentação em Paris: o
concerto Nº2 de Villa-Lobos, com a Orquestra de Radiodifusão Francesa. O filme
passa por lugares simbólicos como: Rio de Janeiro, na casa da infância; Basel
na Suíça, sua residência; Berna, local do Conservatório de Música onde é
professor; Lausanne, casa do luthier; Genebra, local do seu escritório; e
finalmente, Paris, e a apresentação.
Curiosidades:
Documentário sobre Antônio Meneses, um dos maiores instrumentistas brasileiros
de todos os tempos, que, aos 17 anos, ganhou o prêmio Tchaikovsky, o mais
importante para seu instrumento, o violoncelo.
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