FESTIVAL VOLTA AO MUNDO: COREIA DO SUL
Petra Belas Artes À La
Carte
16 a 30 de setembro de 2021
link: textos em laranja
A plataforma de
streaming Petra Belas Artes À La Carte criou o Festival
Volta ao Mundo, para destacar, em sua notável programação, a cinematografia
dos mais diversos e distantes países do mundo. Após o sucesso dos filmes suíços e dos filmes espanhóis, chegou a hora de conhecer sete longas-metragens sul-coreanos, produzidos em décadas diversas,
que serão exibidos no Volta ao Mundo:
Coreia do Sul, que acontecerá de 16
a 30 de setembro de 2021, em parceria com o Centro Cultural Coreano no
Brasil: Bala Sem Rumo (1961), de Yoo
Hyun-mok; O Caminho para Sampo
(1975), de Lee Man-hee; Amora
(1985), de Lee Doo-yong; Atrizes
(2009), de Lee Jae-yong; Paju
(2009), de Park Chan-ok; A Empregada
(2010), de Im Sang-soo; e Canola
(2016), de Yoon Hong-seung.
O evento homenageia os 60 anos do grande clássico Bala Sem Rumo, de Yoo Hyun-mok (1925-2009), obra muitas vezes
chamada de "o melhor filme
sul-coreano já feito". O filme teve enredo baseado no romance homônimo
de Lee Beomseon e conta a história de um contador pressionado, seu irmão
veterano de guerra e sua família disfuncional que lutam para se integrarem à
sociedade coreana do pós-guerra. Rodado em Seul, o filme tem imagens de paredes
reais perfuradas por tiros, arame farpado e áreas bombardeadas da cidade, e o
seu lançamento chegou a ser proibido pelo governo, por causa de sua
"descrição pessimista" da vida pós-guerra na Coreia do Sul. Yu
Hyun-mok, que estreou no cinema em 1956, foi um dos maiores mestres do cinema
sul-coreano, e seu olhar intelectual sobre questões sociais e políticas o
levaram a ter dificuldades tanto com produtores quanto com o governo militar do
seu país durante os anos 1960 e 1970. Respeitosamente, os críticos coreanos
costumavam comparar sua linguagem estética à dos diretores neorrealistas
italianos, e os elogios ao seu estilo não poupavam termos como
"modernista", "expressionista" e “poético”.
Outro clássico presente no festival é O
Caminho para Sampo, que teve roteiro adaptado do romance de Hwang
Seok-young e é a obra final do diretor Lee Man-hee (1931–1975), lançada
postumamente. A trama gira em torno de três desajustados: um jovem trabalhador
da construção civil que se vê sem trabalho e sem lugar para morar durante o
inverno rigoroso; um homem de meia-idade, que ganha a vida fazendo bicos com as
habilidades que adquiriu na prisão; e uma "hostess" de um restaurante
que roubou o patrão e fugiu. Os dois homens são pagos pelo dono do restaurante
para capturar a jovem ladra, mas, ao encontrá-la, ela consegue persuadi-los a
viajarem juntos. Depois de servir no exército de 1950 a 1955, inclusive lutando
na Guerra da Coréia, Lee Man-hee trabalhou como assistente de direção para
diversos cineastas de seu país, ganhando experiência na indústria
cinematográfica, até estrear na direção, em 1961, com o filme Caleidoscópio, cuja cópia original se
perdeu há muito tempo, não restando nenhuma outra, e tudo o que se sabe dele é
que se tratava de um drama familiar. Extremamente produtivo, até o ano de sua
morte, Lee Man-hee havia feito mais de 50 filmes, cerca de três a quatro por
ano, numa carreira que durou apenas 14 anos. Porém, durante a montagem de O Caminho para Sampo, Lee sofreu um
desmaio, foi internado em um hospital e logo morreu. Segundo relato de Baek
Kyeol, um roteirista, a saúde do diretor já estava debilitada quando ele
assumiu o projeto, e talvez tivesse consciência de que não viveria o suficiente
para ver a conclusão do filme.
Apresentado no 10º Festival Mundial de
Cinema de Montreal, Amora é um
drama de teor fortemente erótico, baseado na história clássica de mesmo nome de
Na Do-hyang. An-hyeop, a personagem protagonista, é uma bela jovem, que mora em
uma pequena vila na Coreia durante a ocupação japonesa. Seu marido é um jogador
viajante que volta para casa por curtos períodos após meses fora, e, enquanto
isso, ela ganha comida, dinheiro e outros bens colhendo folhas de amoreira para
um vizinho que cria bichos-da-seda, e em troca de fazer sexo com quase todos os
homens da aldeia. O diretor Lee Doo-yong estreou no cinema em 1969, com o filme
The Lost Wedding Veil, recebeu o
Prêmio Dae-Jong, equivalente ao Oscar no cinema coreano em 1974, por The General in Red, e é tido como um dos
dez mais importantes realizadores coreanos, com 60 filmes até hoje. Com sua
incrível versatilidade, na década de 1970 ele se destacou como o mais
representativo diretor de filmes de ação da Coreia ao inovar o gênero com um
estilo próprio que diferenciava o cinema de ação coreano daquele produzido em
Hong Kong na mesma época. Na década de 1980, ele voltou a chamar a atenção ao
fazer filmes históricos populares que retratavam a vida oprimida das mulheres
da dinastia Chosun com um toque de erotismo. Dessa fase, destaca-se The Hut (1980), que ganhou o Prêmio
Especial do Júri no Festival de Cinema de Veneza, e Spinning the Tales of Cruelty Towards Women, exibido com ótimas
críticas em muitos festivais, entre eles o de Cannes.
Com Kim Min-hee e Youn Yuh-Jung no elenco, Atrizes,
do diretor Lee Jae-yong, também conhecido como E J-yong, é um divertido falso
documentário com seis famosas atrizes sul-coreanas – cada uma representando a
si mesma –, que se reúnem em um estúdio para uma sessão de fotos da revista
Vogue Korea, mas o encontro das beldades, que não estão acostumadas a dividir
os holofotes, resulta em uma disputa de egos e crises de estrelismo. O filme
foi feito sem roteiro, filmado cena a cena, com as atrizes improvisando suas
performances de acordo com a situação, evitando criar algo fictício, e trazendo
alguns pequenos confrontos da vida real, especialmente entre Go Hyun-Jung e
Choi Ji-woo, com cada uma admitindo que sua relação no set era tensa, e uma
confessando que sentia inveja da aparência da outra.
Dirigido por Im Sang-soo, A Empregada é um remake de Hanyo, a Empregada, de 1960, grande
clássico do cinema sul-coreano, do diretor Kim Ki-Young. A história é sobre o
caso de um homem com uma empregada de sua família, um envolvimento que aos
poucos vai se direcionando para consequências sombrias. Jeon Do-yeon, que
interpreta a empregada, ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes
2007 pelo filme Sol Secreto, de Lee
Chang-dong. Com A Empregada, o
diretor Im Sang-soo participou pela primeira vez da competição oficial do Festival de Cannes, em 2010, sendo
convidado novamente em 2012, com o filme The
Taste of Money.
Paju, da diretora Park Chan-ok,
acompanha a perigosa obsessão de uma garota, tão perto do seu objeto de desejo,
mas proibida de amar: ela é apaixonada pelo marido da própria irmã. O filme tem
locações em Paju, uma pacata cidade que dá nome ao longa, situada ao norte de
Seul e perto da fronteira com a Coreia do Norte. A figura masculina deste
triângulo de paixões é representada por Lee Sun-kyun, ator que ficou
mundialmente famoso ao interpretar o patriarca da família rica no filme Parasita. A atriz Seo Woo, que vive a
adolescente apaixonada pelo cunhado, é a mesma que é traída pelo marido com a
babá na refilmagem de A Empregada.
Antes de realizar Ciúme é Meu Nome do
Meio (2002), seu primeiro longa-metragem, Park Chan-ok trabalhou como
diretora assistente para cineastas compatriotas seus, entre eles Hong Sang-soo,
no filme A Virgem Desnudada Por Seus
Celibatários (2000).
Canola, de Yoon Hong-seung, conta a
história de avó e neta que se reencontram doze anos após terem se perdido uma
da outra em um mercado, mas as coisas já não são mais tão boas e perfeitas,
como eram antes da traumática separação. No papel da avó está a consagrada Youn
Yuh-Jung, que ganhou o Oscar 2021, de
Melhor Atriz Coadjuvante, por Minari: Em
Busca da Felicidade, passando a ser a primeira entre todos os atores e
atrizes sul-coreanos a ganhar um Oscar até hoje. A jovem atriz Kim Go-eun, que
interpreta a neta, alcançou a fama instantaneamente com o filme Eungyo, em 2012, se tornando um ícone da
juventude coreana. O realizador Yoon Hong-seung, que também usa o pseudônimo
Chang, é ex-diretor de videoclipes que estreou na direção de longas-metragens
com o filme de terror Death Bell, em
2008.
O Festival Volta ao Mundo: Coreia do Sul
reúne sete joias de uma das cinematografias mais criativas, modernas e
fascinantes do mundo, uma incrível volta pela cultura e pelos costumes deste
País que sempre teve lugar especial no streaming
dos melhores filmes: o seu À La Carte!
BALA SEM RUMO (Aimeless Bullet)
Coreia do Sul, 1961, p/b, 110 min., drama.
Direção: Yoo Hyun-mok
Elenco: Choi Mu-ryong, Kim Jin Kyu e Moon Jeong-suk.
Sinopse: Um contador
pressionado, seu irmão veterano de guerra e sua família disfuncional lutam para
se integrarem à sociedade coreana do pós-guerra.
O CAMINHO PARA SAMPO (The Road to Sampo)
Coreia do Sul, 1975, cor, 95 min., drama.
Direção: Lee Man-hee
Elenco: Baek Il-seob, Kim Jin Kyu e Mun Suk.
Sinopse: O jovem
trabalhador da construção civil Young-dal conhece um homem de meia-idade
chamado Jeong, que está voltando para Sampo, sua cidade natal, depois de
cumprir pena na prisão e vagar de um canteiro de obras para outro. Já se
passaram dez anos desde que ele esteve em Sampo pela última vez. Em um
restaurante, os dois conhecem Baek-hwa, uma hostess de bar em fuga, e os três
começam sua jornada juntos. O homem mais jovem e a garota, que discutiam
constantemente no início, logo se apegam um ao outro, e o trio viaja para a
estação de trem, cada um relembrando seu passado enquanto caminham.
AMORA (Mulberry)
Coreia do Sul, 1985, cor, 114 min., drama.
Direção: Lee Doo-yong
Elenco: Lee Mi-sook, Lee Dae-kun e Lee Moo-jung
Sinopse: Sam bo é um
jogador que vive sem se preocupar com a forma como sua esposa administrará sua
casa sem que ele ganhe dinheiro. Para conseguir comida e provisões, sua esposa
An-hyeob dorme com vários mercadores na aldeia. Um dos poucos homens com quem
ela não dorme, um servo lascivo chamado Sam-dol, decide revelar suas atividades
ao marido como vingança.
ATRIZES (Actresses)
Coreia do Sul, 2009, cor, 104 min.,
documentário/drama
Direção: Lee Jae-yong
Elenco: Kim Min-hee, Youn Yuh-Jung, Kim Ok-bin,
Lee Mi-sook, Go Hyun-jung e Choi Ji-woo
Sinopse: Quando seis
famosas atrizes sul-coreanas se reúnem para uma sessão de fotos da Vogue, seus
egos de estrelas colidem, uma vez que estão acostumadas a serem o centro das
atenções, e agora devem dividir os holofotes. O diretor Lee Je-yong disseca o
mundo do entretenimento sul-coreano neste falso documentário, permitindo que
atrizes reais representem versões fictícias de si mesmas.
PAJU (Paju)
Coreia do Sul, 2009, cor, 110 min., drama.
Direção: Park Chan-ok
Elenco: Lee Sun-kyun, Seo Woo
Sinopse: Choi Eun-mo,
de 15 anos, se apaixona pelo futuro marido da sua irmã mais velha, um professor
sete anos mais velho que ela. Um dia, sua irmã morre em um acidente e Eun-mo
começa a viver com o cunhado viúvo. Mas a garota começa a desconfiar que seu amado
pode estar envolvido na morte da irmã dela, sem imaginar que, na verdade, ele a
está protegendo de algo ainda mais terrível.
A EMPREGADA (The housemaid)
Coreia do Sul, 2010, cor, 107 min., drama.
Direção: Im Sang-soo
Elenco: Jeon Do-yeon, Lee Jung-jae e Youn Yuh-Jung.
Sinopse: A jovem Lee
Eun-yi é recrutada por uma governanta de aristocratas coreanos para trabalhar
como babá e empregada. No luxuoso ambiente moram o executivo Hoon, sua esposa
Hae-ra, que está grávida de gêmeos, e sua filha pequena, Nami. A moça é
recebida respeitosamente e logo se adapta ao local. Até que um dia, quando
viaja com a família para cuidar da filhinha do casal, o patrão resolve
visitá-la em plena madrugada. Eles passam a manter um caso, que logo é
descoberto pelas demais mulheres da casa.
CANOLA (Canola)
Coreia do Sul, 2016, cor, 117 min., drama.
Direção: Yoon Hong-seung
Elenco: Youn Yuh-Jung, Kim Go-eun, Kim Hee-won e Ryu Jun-Yeol.
Sinopse: Doze anos
após terem se perdido uma da outra em um mercado, avó e neta se reencontram.
Mas as coisas não são mais tão boas e perfeitas, como eram antes da traumática
separação.
Volta ao Mundo: Coreia do Sul
16 a 30 de setembro de 2021
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