terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Crítica: O Texto

 


O TEXTO

por Joba Tridente 

Para quem gosta de filme de suspense, praticamente sem ação, mas como boa dose de tensão e muita de ansiedade, vai gostar do filme russo O Texto (Tekct, 2019), dirigido por Klim Shipenko. Baseado no best-seller de Dmitry Glukhovsky, sua trama é centrada em Ilya Goryunov (Alexander Petrov), um rapaz de 27 anos, preso por um crime de tráfico, que não cometeu, e ao sair da prisão que acertar as contas com o jovem oficial do Serviço Federal de Controle de Drogas, Pyotr Khazin (Ivan Yankovskiy), responsável pelos seus sete anos de presídio. 

Você pode estar pensando: Oh! Não! Mais um filme de vingança clichê de um inocente contra um policial irresponsável? E você está certo! É sem dúvida um filme de vingança! Só que, em tempos de novas tecnologias, a vingança será totalmente casual e online. Num encontro intempestivo, Ilya pega o celular de Pyotr e..., ao acessar as mensagens de texto, fotos e vídeos, correspondências com a namorada Nina (Kristina Asmus) e com pais, bem como negociações suspeitas com amigos..., tanto a sua vida quanto a sede de vingança tomam um rumo inimaginável. Quanto maior o acesso aos dados, se fazendo passar por Pyotr, mais ele se complica, principalmente por tomar decisões comprometedoras envolvendo a família e pessoas muito próximas ao policial. 



Enfim, O Texto é daqueles filmes que te deixam mais preocupado com o protagonista que o próprio personagem, na iminência (ou não!) de ser apanhado com os dedos no teclado acessando e interagindo com informações bombástica e desveladoras, inclusive sobre ele próprio. Corrupção policial, chantagem familiar, preconceito e hipocrisia, drogas..., fazem parte do cardápio. Ótimos atores e direção e roteiro redondinho do próprio Glukhovsky, esta boa opção de programa serve também para conhecer um jeito russo diferenciado de realizar um thriller. 

Nota: O filme O Texto será exibido no 1º. FESTIVAL DE CINEMA RUSSO - Russian Film Festival (10 a 30 de dezembro de 2020) que acontece online e gratuitamente na plataforma de streaming Spcine Play.


*Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.


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