CineSesc: 10/12/2020 a 23/12/2020
Enquanto o coronavírus vai fazendo vítimas o cinema vai fazendo festa gratuitamente nas plataformas online. Para alegria geral dos cinéfilos fãs de cinema brasileiro, estreou dia 10/12/2020 e vai até 23/12/2020 a 21ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro, realizada pelo CineSesc, com a exibição de filmes lançados comercialmente entre os meses de novembro de 2019 e outubro de 2020, na cidade de São Paulo, como Alice Júnior; Diz A Ela Que Me Viu Chorar; Meu Amigo Fela; Nóis Por Nóis; Vaga Carne, e uma mostra imperdível em homenagem ao diretor Leon Hirzman.
Desde sua primeira
edição, no ano 2000, a Retrospectiva busca dar visibilidade à produção
cinematográfica brasileira contemporânea por meio de um recorte que procura
refletir a diversidade de estilos, vozes e linguagens. Este ano, em função da
pandemia de coronavírus (covid-19), o CineSesc apresenta uma edição mais
enxuta, exclusivamente online e gratuita na plataforma do Sesc Digital, onde serão
exibidos 20 filmes, sendo 10 longas-metragens e
10curtas-metragens. Para assistir gratuitamente, basta acessar sescsp.org.br/cinemaemcasa.
Já no documentário Diz A Ela Que Me Viu Chorar, de Maíra Bühler, moradores de um hotel no centro de São Paulo vivem amores tumultuados por sua condição vulnerável. O edifício é parte de um programa municipal de redução de danos para usuários de crack prestes a ser extinto. Entre escadas circulares, quartos decorados, viagens de elevador e ao som das músicas do rádio, os personagens são atravessados por sentimentos de amor romântico e medo da perda. Vencedor do Prêmio da Crítica, no Festival Internacional de Cinema do Uruguai. Classificação: 16 anos.
A programação engloba, ainda, os curtas-metragens Éramos em Bando, de Marcelo Castro, Pablo Lobato e Vinícius de Souza; Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho; Rã, de Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia; Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira. E pelo CineClubinho, o público poderá conferir a animação Os Under Undergrounds, O Começo, com direção de Nelson Botter Jr, que ficará disponível por sete dias. O longa conta a história de Heitor, que, após ser expulso de sua banda por não ser “cool” o bastante, cai em um bueiro e vai parar em uma cidade subterrânea muito diferente, onde encontra amigos leais e uma nova banda. Juntos, eles passarão por diversas aventuras e terão de lidar com as diferenças, superar fraquezas, resolver dramas pessoais e crises típicas da adolescência, que serão vencidas através da amizade e amor pela música.
Além da produção recente, a Retrospectiva exibe ainda uma programação de núcleo histórico em homenagem ao diretor, produtor e roteirista Leon Hirszman. Um dos fundadores do CPC – Centro Popular de Cultura, da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde realizou seu primeiro filme, o cineasta Leon Hirszman (1937 – 1987) foi um documentarista e autor de ficção expoente do Cinema Novo. Parceiro de Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho, ele recebeu o Leão de Ouro, no Festival de Veneza, pelo filme Eles não usam black-tie (1981), adaptação da peça de Gianfrancesco Guarnieri. A Retrospectiva Leon Hirszman acontece de 10 de dezembro de 2020 a 09 de fevereiro de 2021. Confira a programação completa abaixo ou acesse: sescsp.org.br/leonhirszman.
PROGRAMAÇÃO
RETROSPECTIVA
DO CINEMA BRASILEIRO
10/12/2020 a
16/12/2020
Brasil | 2019
| 87 min | 12 anos | Ficção
Direção: Gil
Baroni
Alice Júnior é uma
YouTuber trans cercada de liberdades e mimos. Depois de se mudar com o pai para
uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, a jovem precisa
sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo:
dar o primeiro beijo.
Brasil | 2019 | 83
min | 16 anos | Documentário
Direção:
Maíra Bühler
Moradores de um hotel no
centro de São Paulo vivem amores tumultuados por sua condição vulnerável. O edifício
é parte de um programa municipal de redução de danos para usuários de crack
prestes a ser extinto. Entre escadas circulares, quartos decorados, viagens de
elevador e ao som das músicas do rádio, os personagens são atravessados por
sentimentos de amor romântico e medo da perda. Diz A Ela Que Me Viu Chorar,
retrata um grupo de pessoas reunidas por laços fortes em frágil abrigo.
Brasil | 2020
| 54 min | 12 anos | Ficção
Direção:
Marcelo Castro, Pablo Lobato e Vinícius de Souza
Impedidos de estrear seu
25º espetáculo por conta da pandemia de Covid-19, atrizes e atores do Grupo
Galpão se lançam em uma primeira experiência artística no ambiente virtual. Um
trabalho de resistência poética.
Brasil | 2020
| 100 min | Livre | Animação
Direção:
Nelson Botter Jr.
Heitor foi expulso de sua
banda por não ser ‘cool’ o bastante. Magoado, se distrai na volta pra casa e
cai num bueiro em obras indo parar em uma cidade subterrânea muito diferente.
Nesse lugar, habitado por criaturas humanóides muito ‘esquisitas’ ele
finalmente encontra o que buscava: amigos leais e, mais que isso, uma banda.
Heitor se torna o novo guitarrista dos ‘The Under-Undergrounds’, uma bandinha
de garagem que não liga para estereótipos devido ao amor que compartilham pela
música. Juntos eles passarão por diversas aventuras e terão de lidar com as
diferenças, superar fraquezas, resolver dramas pessoais e crises típicas da
adolescência, que serão vencidas através da amizade e amor pela música. Como se
já não bastasse tudo isso, ainda terão de ajudar Heitor voltar para casa!
Brasil | 2020
| 105 min | 14 anos | Documentário
Direção:
Éthel Oliveira, Júlia Mariano
Em resposta à execução de
Marielle Franco, as eleições de 2018 se transformaram no maior levante político
conduzido por mulheres negras que o Brasil já viu, com candidaturas em todos os
estados. No Rio de Janeiro, Mônica Francisco, Rose Cipriano,
Renata Souza, Jaqueline
de Jesus, Tainá de Paula e Talíria Petrone se candidataram aos cargos de
deputada estadual ou federal. O documentário acompanhou essas mulheres, em suas
campanhas, mostrando que é possível uma nova forma de se fazer política no
Brasil, transformando o luto em luta.
| Brasil |
2020 | 20 min | 12 anos | Ficção
Direção:
Matheus Farias, Enock Carvalho
O mundo experimenta um
fenômeno nunca antes visto. Marilene procura por sua filha Roberta, uma mulher
trans que está desaparecida. Enquanto corre contra o tempo, ela descobre uma
esperança para o futuro.
Brasil | 2019
| 16 min | 10 anos | Ficção
Direção: Ana
Flavia Cavalcanti, Julia Zakia
Val e suas duas filhas
vivem numa casa de 16 metros quadrados. Certa madrugada, mãe e filhas são
subitamente acordadas com palmas e alguém chamando por Val no portão. A voz é
de Neném Preto, amigo de Val e dono do mercadinho. No portão, Val ouve dele um
estranho pedido: o de usar seu quintal para desovar uma exótica carga. Mãe de
família, ela hesita, mas acaba cedendo.
Brasil | 2019
| 22 min | 16 anos | Ficção/Documentário
Direção: Nay
Mendl, Rosa Caldeira,
Stheffany
Fernanda e Vita Pereira
Luz e Denise cresceram em
meio às adversidades de ser LGBT no extremo sul da cidade de São Paulo. Entre o
vogue e as poesias, do louvor ao acesso à cidade. Os sonhos e incertezas da
juventude inundam suas existências.
Brasil | 2020
| 11 min | 14 anos | Documentário
Direção:
Rodrigo Ribeiro
Memórias do passado escravista brasileiro transbordam em paisagens etéreas e ruídos angustiantes. Através de um poético ensaio visual, uma reflexão sobre silenciamento e invisibilização do povo preto em diáspora, numa jornada íntima e sensorial.
RETROSPECTIVA
DO CINEMA BRASILEIRO
17/12/2020 a 23/12/2020
Brasil | 2018
| 82 min | 14 anos | Ficção
Direção:
Tiago Melo
Num imenso canavial que
parece não ter fim, numa casa isolada, moram o casal Catita e Irmã Darlene.
Catita esconde que participa do Maracatu. Darlene é fiel da igreja do Pastor
Barachinha, um antigo mestre de maracatu convertido à religião evangélica, que
se vê na missão de expulsar o demônio do Maracatu, evangelizando toda a cidade.
Em meio ao canavial, um Pai de Santo pratica um ritual religioso com cinco
caboclos de lança. Os caboclos ganham poderes, incorporam entidades e
desaparecem. A cidade de Nazaré da Mata testemunha acontecimentos misteriosos.
Brasil | 2019
| 94 min | 14 anos | Documentário
Direção: Joel
Zito Araújo
Uma nova perspectiva
sobre o músico nigeriano Fela Kuti, a fim de contrapor a narrativa mais
frequentemente retratada: como um excêntrico ídolo pop africano do gueto. No
filme a complexidade da vida de Fela é desvendada através dos olhos e conversas
de seu amigo íntimo e biógrafo oficial, o africano-cubano Carlos Moore.
Brasil | 2018
| 96 min | 16 anos | Ficção
Direção: Aly
Muritiba e Jandir Santin
O Baile rola solto.
Enquanto o RAP ecoa das caixas de som, quatro amigos vagam pela pista com
objetivos bem distintos. Mari só pensa no flow que possa levá-la para a final
do Circuito de Rimas CWB, a batalha de MCs mais famosa da cidade. Japa se ocupa
da venda dos produtos de Nando, que testa o garoto. Gui espera que o baile
corra bem e que ao fim da festa possa voltar pra casa com o lucro da
bilheteria. Ele precisa muito da grana. Já Café, bem, Café só quer curtir. O
que eles não sabem é que seus destinos estarão selados para sempre após esta
noite.
Brasil | 2018
| 82 min | 14 anos | Documentário
Direção:
Pedro Gui
A vida e a trajetória
artística de Rogéria a partir da dualidade entre artista e personagem, entre
Rogéria e Astolfo. Passando por todos os momentos da vida da transformista, o
filme mescla dramatizações de etapas de sua vida – como o acidente que lhe feriu
a cabeça – e depoimentos de artistas brasileiros, como Bety Faria, Jô Soares,
Bibi Ferreira, Aguinaldo Silva, entre outros. Atual, provocante e sensível, o
filme trata de temas bastante abordados no mundo de hoje, como questões de
gênero, preconceito e afirmação de direitos no Brasil.
Brasil | 2019
| 45 minutos | 16 anos | Ficção
Direção:
Grace Passô e Ricardo Alves Jr.
Uma estranha voz toma
posse do corpo de uma mulher. Juntos, a voz e o corpo procuram por
pertencimento e por uma identidade própria enquanto questionam seus papéis
dentro da sociedade. O filme é uma transcriação do espetáculo teatral da atriz
e dramaturga Grace Passô.
| Brasil |
2020 | 13 min | 14 anos | Ficção
Direção:
Rafael Ramos
Dois amigos se encontram
para comer um bodó. A conversa entre eles percorre as cores e os cheiros das
casas, cozinha no pavimento, no calor da cidade. Alguém fica e alguém parte.
Brasil | 2019
| 25 min | 12 anos | Ficção
Direção: Leo
Tabosa
Mário retorna ao sertão
depois de 15 anos para enterrar o pai. Ele regressa para sua cidade natal como
Marie, uma mulher trans. Lá, reencontra seu amigo de infância, Estevão, e com
ele o seu passado.
Brasil | 2019
| 21 min | 12 anos | Ficção
Direção:
Everlane Moraes
Os peixes agonizam à
beira-mar à medida que a água invade a cidade e forma espelhos que distorcem
sua imagem. Na noite densa, quando a lua sobe a maré, esses seres, que vivem em
uma vida diária monótona sem água, são hipnotizados pelos poderes de Iemanjá, a
deusa do mar.
Brasil | 2020
| 20 min | 14 anos | Ficção
Direção:
Thais Melo e Preta Ferreira
Após a morte do pai, Lari
e sua mãe vão passar alguns dias na praia. Elas resolvem cozinhar caranguejos.
E os bichos, aos poucos, transformam-se em seres luminosos.
Brasil | 2020
| 16 min | Livre | Ficção
Direção:
Grace Passô
Brasil, 2020. A pandemia
evidencia a dimensão da necropolítica que opera no país e a sociedade vive uma
crise ética em meio a um governo que é a exata expressão do poder
colonialista. República é um curta metragem realizado em casa, com
estrutura caseira, durante o início da quarentena de 2020, no centro da cidade
de São Paulo, Brasil.
Brasil | 2019
| 8 minutos | Livre | Documentário
Direção:
Kamikia Kisedje e Simone Giovine
As redes de tucum o
primeiro contato com os brancos. As mulheres Parakanã tecem os fios da sua
história.
RETROSPECTIVA LEON HIRSZMAN
10/12/20 a
9/02/21
Brasil | 1972
| Cor | 111 min | 10 anos | Ficção
Direção: Leon
Hirszman
Baseado no romance de
Graciliano Ramos e com trilha sonora de Caetano Veloso, o filme acompanha a
trajetória de Paulo Honório, um modesto caixeiro-viajante que enriquece,
valendo-se de métodos violentos, compra a fazenda São Bernardo e contrata
casamento com Madalena, a esclarecida professora da cidade. O conflito se
estabelece quando Madalena não aceita ser tratada como propriedade. Com
atuações marcantes de Othon Bastos e Isabel Ribeiro, o filme, que estreou em
1972, tornou-se um clássico do cinema brasileiro, tendo recebido vários
prêmios.
Brasil | 1981
| Cor | 134 min | 14 anos | Ficção
Direção: Leon
Hirszman
O filme debruça-se sobre
as contradições e anseios da classe trabalhadora no final dos anos 1970. Tião,
jovem operário, namora Maria. Quando toma conhecimento de que ela está grávida,
resolve marcar o casamento. Mas as dificuldades financeiras do casal são
imensas. Nisso eclode uma greve. Otávio, pai de Tião, líder sindical veterano,
adere à greve mesmo contrariado com a decisão da categoria. O filho,
indiferente à luta do pai e dos colegas, fura a greve. O conflito então explode
no interior da família. Baseada em peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri, o
filma cativou o público e a crítica, e recebeu vários prêmios, entre os quais
se destaca o Prêmio Especial do Júri do Festival de Veneza (1981).
Entre 1974 e 1976, Leon
Hirszman realizou três documentários produzidos pelo MEC sobre os cantos
entoados pelos trabalhadores rurais nordestinos. Na trilogia há a documentação
dos cantos de trabalho da cana-de-açúcar em Feira de Santana, dos plantadores
de cacau em Itabuna, de mutirões em Chã Preta. “É uma espécie de partido-alto
do campo, uma roda de samba no trabalho” – afirma o cineasta que
confessadamente caminhava na trilha aberta por Humberto Mauro e Mário de
Andrade no resgate dessa prática cultural em vias de extinção.
Brasil | 1975
| Cor | 12 min | 14 anos | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
Gravado na cidade de Chã
Preta, em Alagoas, este episódio aborda a tradição do canto de trabalho
coletivo no Brasil, onde influências indígenas se misturam a dos europeus e dos
africanos. Gradativamente essa tradição cultural vem desaparecendo até mesmo
nos meios rurais – onde sempre existiu.
Brasil | 1976
| Cor | 11 min | 14 anos | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
Filmado na região de
Itabuna, Bahia, o documentário recolhe cantos e danças dos trabalhadores das
roças de cacau, praticados nas atividades de extração e “pisa” da fruta.
Brasil | 1976
| Cor | 10 min | 14 anos | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
Ao mesmo tempo em que
transformam a natureza, certas atividades humanas, pelo seu caráter sazonal,
criam manifestações culturais e artísticas muito particulares pela dimensão e
ritmo que contêm. Leon Hirszman registra na região de Feira de Santana, Bahia,
as cantorias dos trabalhadores da cultura da cana-de-acúcar.
Brasil |
1979-1990 | Cor | 89 min | 14 anos | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
Documentário sobre a
primeira greve brasileira fora da fábrica. Cobrindo os acontecimentos na região
do ABC paulista. O filme acompanha o movimento de 150 mil metalúrgicos em luta
por melhores salários. Sem obter suas reivindicações, decidem-se pela greve,
afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da
categoria. O governo inicia uma grande operação de repressão. Sem opção para
realizar suas assembleias, os trabalhadores são acolhidos pela Igreja. Passados
45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical
nunca mais foi o mesmo.
Brasil |
1962| P&B | 18 min | 14 anos | Ficção
Direção: Leon
Hirszman
O primeiro filme de Leon
é um dos episódios do longa-metragem Cinco vezes favela, realizado pelo CPC da
União dos Estudantes, no início da década de 1960. O episódio acompanha o drama
vivido pelos trabalhadores de uma pedreira carioca, diante da ordem de
intensificar as explosões, o que poria em risco a população que habitava os
barracos situados no alto do morro.
Brasil |
1973| Cor | 12 min | 14 anos | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
O documentário adota como
referência histórica a cidade de Atenas, a megalópole grega que incorporou de
40 cidades em 370 a.c. Atualizando a questão, o filme discute o destino da
região sudeste brasileira, que tem por centros Rio de Janeiro e São Paulo, e
questiona: temos capacidade de produzir um projeto mais feliz para a
humanidade?
Brasil | 1973
| Cor | 13 min | 14 anos | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
Primeiro documentário a
tratar do tema, realizado no início da década de 70, Ecologia denuncia os
efeitos nefastos do crescimento industrial descontrolado sobre o meio ambiente.
É uma vigorosa denúncia contra a exploração desenfreada dos recursos naturais e
clama pela revisão dos padrões de comportamento para evitar que o mundo físico,
doente, venha a perecer.
Brasil | 1964
| P&B | 16 min | 14 anos | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
Filmado em som direto, o
documentário retrata o cotidiano dos trabalhadores rurais analfabetos do
Nordeste que vivem na extrema miséria. Incapazes de escrever são, no entanto,
conscientes de sua condição e perfeitamente habilitados a propor as soluções
que esperam para os seus problemas. O filme ficou proibido no Brasil até 1980,
período em que foi exibido fora do Brasil.
Brasil | 1969
| P&B | 14 min | 14 anos | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
Esse filme foi realizado
como um contraponto à “Garota de Ipanema”. Ao invés da Bossa Nova e da Zona Sul
carioca, o interesse do cineasta volta-se para as raízes da música popular
brasileira. O resultado é um belo e pungente registro do sambista em seu
ambiente, conversando e tocando com amigos e vizinhos, em casa, no bar, no
terreiro. Cenas da vida no subúrbio mesclam-se às memórias e improvisos,
compondo um sensível panorama, ao mesmo tempo melancólico e alegre, do
compositor e da vida à margem da sociedade.
Brasil |
1983-1986| Cor | 60 min | Livre | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
Como parte do projeto que
gerou a trilogia “Imagens do Inconsciente”, Leon Hirszman entrevista a
psiquiatra Nise da Silveira, discípula de Carl Jung e fundadora do Museu de
Imagens do Inconsciente.
- EM BUSCA DO ESPAÇO COTIDIANO
Brasil |
1983-1986| Cor | 80 min | Livre | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
Este episódio tece
considerações sobre o trabalho de Nise da Silveira à frente do Museu de Imagens
do Inconsciente e o papel da atividade artística no tratamento dos pacientes.
Em busca do espaço cotidiano, denuncia os limites da psiquiatria tradicional e
a decadência dos lugares que acomodam os doentes. A partir daí, volta-se para o
caso de Fernando Diniz, cujas pinturas funcionam como lugar de exposição de
seus tormentos subjetivos.
- NO REINO
DAS MÃES
Brasil |
1983-1986| Cor | 55 min | Livre | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
O episódio tem como
principal personagem a paciente Adelina Gomes – moça pobre, filha de
camponeses, internada num hospício no final dos anos 1930. Aos 18 anos, Adelina
apaixonou-se por um rapaz, mas seu casamento foi proibido pela mãe. Em sinal de
revolta, ela estrangula a gata de estimação da família e recebe o diagnóstico
de esquizofrenia. Ao longo do filme, conhecemos as esculturas e pinturas feitas
por Adelina no ateliê da Seção de Terapêutica Ocupacional do Centro
Psiquiátrico Nacional, organizada por Nise da Silveira em 1946.
- A BARCA
DO SOL
Brasil |
1983-1986| Cor | 70 min | Livre | Documentário
Direção: Leon
Hirszman
O episódio mergulha no
universo místico de Carlos Pertuis, filho de uma família de imigrantes
franceses, internado aos 29 anos. Depois de enfrentar problemas pessoais como a
morte do pai, ele certo dia vislumbrou uma imagem cósmica, a que deu o nome de
“o planetário de Deus”. Foi encarcerado no hospital da Praia Vermelha, no Rio
de Janeiro, e recebeu o diagnóstico de esquizofrenia. Em 1946, passou a
frequentar o ateliê criado por Nise da Silveira, afeiçoando-se por ele como se
fosse sua casa. Suas obras são marcadas pela presença de mandalas, sinais de
suas tentativas de organizar o caos psíquico.
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