sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

21ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro

 


21ª RETROSPECTIVA DO CINEMA BRASILEIRO

CineSesc: 10/12/2020 a 23/12/2020 

Enquanto o coronavírus vai fazendo vítimas o cinema vai fazendo festa gratuitamente nas plataformas online. Para alegria geral dos cinéfilos fãs de cinema brasileiro, estreou dia 10/12/2020 e vai até 23/12/2020 a 21ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro, realizada pelo CineSesc, com a exibição de filmes lançados comercialmente entre os meses de novembro de 2019 e outubro de 2020, na cidade de São Paulo, como Alice JúniorDiz A Ela Que Me Viu ChorarMeu Amigo FelaNóis Por Nóis;  Vaga Carne, e uma mostra imperdível em homenagem ao  diretor Leon Hirzman. 

Desde sua primeira edição, no ano 2000, a Retrospectiva busca dar visibilidade à produção cinematográfica brasileira contemporânea por meio de um recorte que procura refletir a diversidade de estilos, vozes e linguagens. Este ano, em função da pandemia de coronavírus (covid-19), o CineSesc apresenta uma edição mais enxuta, exclusivamente online e gratuita na plataforma do Sesc Digital, onde serão exibidos 20 filmes, sendo 10 longas-metragens e 10curtas-metragens. Para assistir gratuitamente, basta acessar sescsp.org.br/cinemaemcasa.


Os destaques da Retrospectiva ficam por conta da ficção Alice Júnior, de Gil Baroni, que traz a história de uma garota trans cercada de liberdades e mimos. Depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, a jovem precisa sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo: dar o primeiro beijo. O filme integrou a seleção da Mostra Generation, no Festival de Berlim 2020, recebeu os prêmios de Melhor Atriz para Anne Mota, no Festival de Brasília (Anne foi a primeira atriz trans a receber o prêmio), Melhor Filme Brasileiro e Melhor Filme da Mostra Geração, no Festival Internacional do Rio, além dos prêmios de Melhor Filme, Melhor Atuação e Menção Especial no Festival Mix Brasil de 2019. Classificação: 12 anos. 

Já no documentário Diz A Ela Que Me Viu Chorar, de Maíra Bühler, moradores de um hotel no centro de São Paulo vivem amores tumultuados por sua condição vulnerável. O edifício é parte de um programa municipal de redução de danos para usuários de crack prestes a ser extinto. Entre escadas circulares, quartos decorados, viagens de elevador e ao som das músicas do rádio, os personagens são atravessados por sentimentos de amor romântico e medo da perda. Vencedor do Prêmio da Crítica, no Festival Internacional de Cinema do Uruguai. Classificação: 16 anos. 


Outro documentário de destaque na retrospectiva é Sementes: Mulheres Pretas no Poder, dirigido por Éthel Oliveira e Júlia Mariano. Em resposta à execução de Marielle Franco, as eleições de 2018 se transformaram no maior levante político conduzido por mulheres negras que o Brasil já viu, com candidaturas em todos os estados. No Rio de Janeiro, Mônica Francisco, Rose Cipriano, Renata Souza, Jaqueline de Jesus, Tainá de Paula e Talíria Petrone se candidataram aos cargos de deputada estadual ou federal. O documentário acompanhou essas mulheres, em suas campanhas, mostrando que é possível uma nova forma de se fazer política no Brasil, transformando o luto em luta. Classificação: 14 anos. 

A programação engloba, ainda, os curtas-metragens Éramos em Bando, de Marcelo Castro, Pablo Lobato e Vinícius de Souza; Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho; , de Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia; Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira. E pelo CineClubinho, o público poderá conferir a animação Os Under Undergrounds, O Começo, com direção de Nelson Botter Jr, que ficará disponível por sete dias. O longa conta a história de Heitor, que, após ser expulso de sua banda por não ser “cool” o bastante, cai em um bueiro e vai parar em uma cidade subterrânea muito diferente, onde encontra amigos leais e uma nova banda. Juntos, eles passarão por diversas aventuras e terão de lidar com as diferenças, superar fraquezas, resolver dramas pessoais e crises típicas da adolescência, que serão vencidas através da amizade e amor pela música. 

Além da produção recente, a Retrospectiva exibe ainda uma programação de núcleo histórico em homenagem ao diretor, produtor e roteirista Leon Hirszman. Um dos fundadores do CPC – Centro Popular de Cultura, da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde realizou seu primeiro filme, o cineasta Leon Hirszman (1937 – 1987) foi um documentarista e autor de ficção expoente do Cinema Novo. Parceiro de Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho, ele recebeu o Leão de Ouro, no Festival de Veneza, pelo filme Eles não usam black-tie (1981), adaptação da peça de Gianfrancesco Guarnieri. A Retrospectiva Leon Hirszman acontece de 10 de dezembro de 2020 a 09 de fevereiro de 2021. Confira a programação completa abaixo ou acesse: sescsp.org.br/leonhirszman. 


 

PROGRAMAÇÃO

RETROSPECTIVA DO CINEMA BRASILEIRO

sescsp.org.br/cinemaemcasa

10/12/2020 a 16/12/2020

 


ALICE JÚNIOR

Brasil | 2019 | 87 min | 12 anos | Ficção

Direção: Gil Baroni

Alice Júnior é uma YouTuber trans cercada de liberdades e mimos. Depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, a jovem precisa sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo: dar o primeiro beijo.

 


DIZ A ELA QUE ME VIU CHORAR

Brasil | 2019 | 83 min | 16 anos | Documentário

Direção: Maíra Bühler

Moradores de um hotel no centro de São Paulo vivem amores tumultuados por sua condição vulnerável. O edifício é parte de um programa municipal de redução de danos para usuários de crack prestes a ser extinto. Entre escadas circulares, quartos decorados, viagens de elevador e ao som das músicas do rádio, os personagens são atravessados por sentimentos de amor romântico e medo da perda. Diz A Ela Que Me Viu Chorar, retrata um grupo de pessoas reunidas por laços fortes em frágil abrigo.

 


ÉRAMOS EM BANDO

Brasil | 2020 | 54 min | 12 anos | Ficção

Direção: Marcelo Castro, Pablo Lobato e Vinícius de Souza

Impedidos de estrear seu 25º espetáculo por conta da pandemia de Covid-19, atrizes e atores do Grupo Galpão se lançam em uma primeira experiência artística no ambiente virtual. Um trabalho de resistência poética.

 


OS UNDER UNDERGROUNDS, O COMEÇO

Brasil | 2020 | 100 min | Livre | Animação

Direção: Nelson Botter Jr.

Heitor foi expulso de sua banda por não ser ‘cool’ o bastante. Magoado, se distrai na volta pra casa e cai num bueiro em obras indo parar em uma cidade subterrânea muito diferente. Nesse lugar, habitado por criaturas humanóides muito ‘esquisitas’ ele finalmente encontra o que buscava: amigos leais e, mais que isso, uma banda. Heitor se torna o novo guitarrista dos ‘The Under-Undergrounds’, uma bandinha de garagem que não liga para estereótipos devido ao amor que compartilham pela música. Juntos eles passarão por diversas aventuras e terão de lidar com as diferenças, superar fraquezas, resolver dramas pessoais e crises típicas da adolescência, que serão vencidas através da amizade e amor pela música. Como se já não bastasse tudo isso, ainda terão de ajudar Heitor voltar para casa!

 


SEMENTES: MULHERES PRETAS NO PODER

Brasil | 2020 | 105 min | 14 anos | Documentário

Direção: Éthel Oliveira, Júlia Mariano

Em resposta à execução de Marielle Franco, as eleições de 2018 se transformaram no maior levante político conduzido por mulheres negras que o Brasil já viu, com candidaturas em todos os estados. No Rio de Janeiro, Mônica Francisco, Rose Cipriano,

Renata Souza, Jaqueline de Jesus, Tainá de Paula e Talíria Petrone se candidataram aos cargos de deputada estadual ou federal. O documentário acompanhou essas mulheres, em suas campanhas, mostrando que é possível uma nova forma de se fazer política no Brasil, transformando o luto em luta.

 


INABITÁVEL

| Brasil | 2020 | 20 min | 12 anos | Ficção

Direção: Matheus Farias, Enock Carvalho

O mundo experimenta um fenômeno nunca antes visto. Marilene procura por sua filha Roberta, uma mulher trans que está desaparecida. Enquanto corre contra o tempo, ela descobre uma esperança para o futuro.

 


Brasil | 2019 | 16 min | 10 anos | Ficção

Direção: Ana Flavia Cavalcanti, Julia Zakia

Val e suas duas filhas vivem numa casa de 16 metros quadrados. Certa madrugada, mãe e filhas são subitamente acordadas com palmas e alguém chamando por Val no portão. A voz é de Neném Preto, amigo de Val e dono do mercadinho. No portão, Val ouve dele um estranho pedido: o de usar seu quintal para desovar uma exótica carga. Mãe de família, ela hesita, mas acaba cedendo.

 


PERIFERICU

Brasil | 2019 | 22 min | 16 anos | Ficção/Documentário

Direção: Nay Mendl, Rosa Caldeira,

Stheffany Fernanda e Vita Pereira

Luz e Denise cresceram em meio às adversidades de ser LGBT no extremo sul da cidade de São Paulo. Entre o vogue e as poesias, do louvor ao acesso à cidade. Os sonhos e incertezas da juventude inundam suas existências.

 


A MORTE BRANCA DO FEITICEIRO NEGRO

Brasil | 2020 | 11 min | 14 anos | Documentário

Direção: Rodrigo Ribeiro

Memórias do passado escravista brasileiro transbordam em paisagens etéreas e ruídos angustiantes. Através de um poético ensaio visual, uma reflexão sobre silenciamento e invisibilização do povo preto em diáspora, numa jornada íntima e sensorial. 

 

RETROSPECTIVA DO CINEMA BRASILEIRO

sescsp.org.br/cinemaemcasa

17/12/2020 a 23/12/2020

 


AZOUGUE NAZARÉ

Brasil | 2018 | 82 min | 14 anos | Ficção

Direção: Tiago Melo

Num imenso canavial que parece não ter fim, numa casa isolada, moram o casal Catita e Irmã Darlene. Catita esconde que participa do Maracatu. Darlene é fiel da igreja do Pastor Barachinha, um antigo mestre de maracatu convertido à religião evangélica, que se vê na missão de expulsar o demônio do Maracatu, evangelizando toda a cidade. Em meio ao canavial, um Pai de Santo pratica um ritual religioso com cinco caboclos de lança. Os caboclos ganham poderes, incorporam entidades e desaparecem. A cidade de Nazaré da Mata testemunha acontecimentos misteriosos.

 


MEU AMIGO FELA

Brasil | 2019 | 94 min | 14 anos | Documentário

Direção: Joel Zito Araújo

Uma nova perspectiva sobre o músico nigeriano Fela Kuti, a fim de contrapor a narrativa mais frequentemente retratada: como um excêntrico ídolo pop africano do gueto. No filme a complexidade da vida de Fela é desvendada através dos olhos e conversas de seu amigo íntimo e biógrafo oficial, o africano-cubano Carlos Moore.

 


NÓIS POR NÓIS

Brasil | 2018 | 96 min | 16 anos | Ficção

Direção: Aly Muritiba e Jandir Santin

O Baile rola solto. Enquanto o RAP ecoa das caixas de som, quatro amigos vagam pela pista com objetivos bem distintos. Mari só pensa no flow que possa levá-la para a final do Circuito de Rimas CWB, a batalha de MCs mais famosa da cidade. Japa se ocupa da venda dos produtos de Nando, que testa o garoto. Gui espera que o baile corra bem e que ao fim da festa possa voltar pra casa com o lucro da bilheteria. Ele precisa muito da grana. Já Café, bem, Café só quer curtir. O que eles não sabem é que seus destinos estarão selados para sempre após esta noite.

 


ROGÉRIA, SENHOR ASTOUFI BARROSO PINTO

Brasil | 2018 | 82 min | 14 anos | Documentário

Direção: Pedro Gui

A vida e a trajetória artística de Rogéria a partir da dualidade entre artista e personagem, entre Rogéria e Astolfo. Passando por todos os momentos da vida da transformista, o filme mescla dramatizações de etapas de sua vida – como o acidente que lhe feriu a cabeça – e depoimentos de artistas brasileiros, como Bety Faria, Jô Soares, Bibi Ferreira, Aguinaldo Silva, entre outros. Atual, provocante e sensível, o filme trata de temas bastante abordados no mundo de hoje, como questões de gênero, preconceito e afirmação de direitos no Brasil.

 


VAGA CARNE

Brasil | 2019 | 45 minutos | 16 anos | Ficção

Direção: Grace Passô e Ricardo Alves Jr.

Uma estranha voz toma posse do corpo de uma mulher. Juntos, a voz e o corpo procuram por pertencimento e por uma identidade própria enquanto questionam seus papéis dentro da sociedade. O filme é uma transcriação do espetáculo teatral da atriz e dramaturga Grace Passô.

 


MANAUS HOT CITY

| Brasil | 2020 | 13 min | 14 anos | Ficção

Direção: Rafael Ramos

Dois amigos se encontram para comer um bodó. A conversa entre eles percorre as cores e os cheiros das casas, cozinha no pavimento, no calor da cidade. Alguém fica e alguém parte.

 


MARIE

Brasil | 2019 | 25 min | 12 anos | Ficção

Direção: Leo Tabosa

Mário retorna ao sertão depois de 15 anos para enterrar o pai. Ele regressa para sua cidade natal como Marie, uma mulher trans. Lá, reencontra seu amigo de infância, Estevão, e com ele o seu passado.

 


PATTAKI

Brasil | 2019 | 21 min | 12 anos | Ficção

Direção: Everlane Moraes

Os peixes agonizam à beira-mar à medida que a água invade a cidade e forma espelhos que distorcem sua imagem. Na noite densa, quando a lua sobe a maré, esses seres, que vivem em uma vida diária monótona sem água, são hipnotizados pelos poderes de Iemanjá, a deusa do mar.

 


RECEITA DE CARANGUEJO

Brasil | 2020 | 20 min | 14 anos | Ficção

Direção: Thais Melo e Preta Ferreira

Após a morte do pai, Lari e sua mãe vão passar alguns dias na praia. Elas resolvem cozinhar caranguejos. E os bichos, aos poucos, transformam-se em seres luminosos.

 


REPÚBLICA

Brasil | 2020 | 16 min | Livre | Ficção

Direção: Grace Passô

Brasil, 2020. A pandemia evidencia a dimensão da necropolítica que opera no país e a sociedade vive uma crise ética em meio a um governo que é a exata expressão do poder colonialista.  República é um curta metragem realizado em casa, com estrutura caseira, durante o início da quarentena de 2020, no centro da cidade de São Paulo, Brasil.

 


TOPAWA

Brasil | 2019 | 8 minutos | Livre | Documentário

Direção: Kamikia Kisedje e Simone Giovine

As redes de tucum o primeiro contato com os brancos. As mulheres Parakanã tecem os fios da sua história.

 

 RETROSPECTIVA LEON HIRSZMAN

sescsp.org.br/leonhirszman

10/12/20 a 9/02/21

 


SÃO BERNARDO

Brasil | 1972 | Cor | 111 min | 10 anos | Ficção

Direção: Leon Hirszman

Baseado no romance de Graciliano Ramos e com trilha sonora de Caetano Veloso, o filme acompanha a trajetória de Paulo Honório, um modesto caixeiro-viajante que enriquece, valendo-se de métodos violentos, compra a fazenda São Bernardo e contrata casamento com Madalena, a esclarecida professora da cidade. O conflito se estabelece quando Madalena não aceita ser tratada como propriedade. Com atuações marcantes de Othon Bastos e Isabel Ribeiro, o filme, que estreou em 1972, tornou-se um clássico do cinema brasileiro, tendo recebido vários prêmios.

 


ELES NÃO USAM BLACK-TIE

Brasil | 1981 | Cor | 134 min | 14 anos | Ficção

Direção: Leon Hirszman

O filme debruça-se sobre as contradições e anseios da classe trabalhadora no final dos anos 1970. Tião, jovem operário, namora Maria. Quando toma conhecimento de que ela está grávida, resolve marcar o casamento. Mas as dificuldades financeiras do casal são imensas. Nisso eclode uma greve. Otávio, pai de Tião, líder sindical veterano, adere à greve mesmo contrariado com a decisão da categoria. O filho, indiferente à luta do pai e dos colegas, fura a greve. O conflito então explode no interior da família. Baseada em peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri, o filma cativou o público e a crítica, e recebeu vários prêmios, entre os quais se destaca o Prêmio Especial do Júri do Festival de Veneza (1981).

 


CANTOS DE TRABALHO NO CAMPO

Entre 1974 e 1976, Leon Hirszman realizou três documentários produzidos pelo MEC sobre os cantos entoados pelos trabalhadores rurais nordestinos. Na trilogia há a documentação dos cantos de trabalho da cana-de-açúcar em Feira de Santana, dos plantadores de cacau em Itabuna, de mutirões em Chã Preta. “É uma espécie de partido-alto do campo, uma roda de samba no trabalho” – afirma o cineasta que confessadamente caminhava na trilha aberta por Humberto Mauro e Mário de Andrade no resgate dessa prática cultural em vias de extinção.

 


CANTOS DE TRABALHO NO CAMPO - MUTIRÃO

Brasil | 1975 | Cor | 12 min | 14 anos | Documentário

Direção: Leon Hirszman

Gravado na cidade de Chã Preta, em Alagoas, este episódio aborda a tradição do canto de trabalho coletivo no Brasil, onde influências indígenas se misturam a dos europeus e dos africanos. Gradativamente essa tradição cultural vem desaparecendo até mesmo nos meios rurais – onde sempre existiu.

 


CANTOS DE TRABALHO NO CAMPO - CACAU

Brasil | 1976 | Cor | 11 min | 14 anos | Documentário

Direção: Leon Hirszman

Filmado na região de Itabuna, Bahia, o documentário recolhe cantos e danças dos trabalhadores das roças de cacau, praticados nas atividades de extração e “pisa” da fruta.

 


CANTOS DE TRABALHO NO CAMPO - CANA-DE-AÇÚCAR

Brasil | 1976 | Cor | 10 min | 14 anos | Documentário

Direção: Leon Hirszman

Ao mesmo tempo em que transformam a natureza, certas atividades humanas, pelo seu caráter sazonal, criam manifestações culturais e artísticas muito particulares pela dimensão e ritmo que contêm. Leon Hirszman registra na região de Feira de Santana, Bahia, as cantorias dos trabalhadores da cultura da cana-de-acúcar.

 


ABC DA GREVE

Brasil | 1979-1990 | Cor | 89 min | 14 anos | Documentário

Direção: Leon Hirszman

Documentário sobre a primeira greve brasileira fora da fábrica. Cobrindo os acontecimentos na região do ABC paulista. O filme acompanha o movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários. Sem obter suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. O governo inicia uma grande operação de repressão. Sem opção para realizar suas assembleias, os trabalhadores são acolhidos pela Igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo.

 


PEDREIRA DE SÃO DIOGO

Brasil | 1962| P&B | 18 min | 14 anos | Ficção

Direção: Leon Hirszman

O primeiro filme de Leon é um dos episódios do longa-metragem Cinco vezes favela, realizado pelo CPC da União dos Estudantes, no início da década de 1960. O episódio acompanha o drama vivido pelos trabalhadores de uma pedreira carioca, diante da ordem de intensificar as explosões, o que poria em risco a população que habitava os barracos situados no alto do morro.

 


MEGALÓPOLIS

Brasil | 1973| Cor | 12 min | 14 anos | Documentário

Direção: Leon Hirszman

O documentário adota como referência histórica a cidade de Atenas, a megalópole grega que incorporou de 40 cidades em 370 a.c. Atualizando a questão, o filme discute o destino da região sudeste brasileira, que tem por centros Rio de Janeiro e São Paulo, e questiona: temos capacidade de produzir um projeto mais feliz para a humanidade?

 


ECOLOGIA

Brasil | 1973 | Cor | 13 min | 14 anos | Documentário

Direção: Leon Hirszman

Primeiro documentário a tratar do tema, realizado no início da década de 70, Ecologia denuncia os efeitos nefastos do crescimento industrial descontrolado sobre o meio ambiente. É uma vigorosa denúncia contra a exploração desenfreada dos recursos naturais e clama pela revisão dos padrões de comportamento para evitar que o mundo físico, doente, venha a perecer.

 


MAIORIA ABSOLUTA

Brasil | 1964 | P&B | 16 min | 14 anos | Documentário

Direção: Leon Hirszman

Filmado em som direto, o documentário retrata o cotidiano dos trabalhadores rurais analfabetos do Nordeste que vivem na extrema miséria. Incapazes de escrever são, no entanto, conscientes de sua condição e perfeitamente habilitados a propor as soluções que esperam para os seus problemas. O filme ficou proibido no Brasil até 1980, período em que foi exibido fora do Brasil.

 


NELSON CAVAQUINHO

Brasil | 1969 | P&B | 14 min | 14 anos | Documentário

Direção: Leon Hirszman

Esse filme foi realizado como um contraponto à “Garota de Ipanema”. Ao invés da Bossa Nova e da Zona Sul carioca, o interesse do cineasta volta-se para as raízes da música popular brasileira. O resultado é um belo e pungente registro do sambista em seu ambiente, conversando e tocando com amigos e vizinhos, em casa, no bar, no terreiro. Cenas da vida no subúrbio mesclam-se às memórias e improvisos, compondo um sensível panorama, ao mesmo tempo melancólico e alegre, do compositor e da vida à margem da sociedade.

 


POSFÁCIO: ENTREVISTA COM A DRA. NISE DA SILVEIRA

Brasil | 1983-1986| Cor | 60 min | Livre | Documentário

Direção: Leon Hirszman

Como parte do projeto que gerou a trilogia “Imagens do Inconsciente”, Leon Hirszman entrevista a psiquiatra Nise da Silveira, discípula de Carl Jung e fundadora do Museu de Imagens do Inconsciente.

 


IMAGENS DO INCONSCIENTE: FERNANDO DINIZ

 - EM BUSCA DO ESPAÇO COTIDIANO

Brasil | 1983-1986| Cor | 80 min | Livre | Documentário

Direção: Leon Hirszman

Este episódio tece considerações sobre o trabalho de Nise da Silveira à frente do Museu de Imagens do Inconsciente e o papel da atividade artística no tratamento dos pacientes. Em busca do espaço cotidiano, denuncia os limites da psiquiatria tradicional e a decadência dos lugares que acomodam os doentes. A partir daí, volta-se para o caso de Fernando Diniz, cujas pinturas funcionam como lugar de exposição de seus tormentos subjetivos.

 


IMAGENS DO INCONSCIENTE: ADELINA GOMES

- NO REINO DAS MÃES

Brasil | 1983-1986| Cor | 55 min | Livre | Documentário

Direção: Leon Hirszman

O episódio tem como principal personagem a paciente Adelina Gomes – moça pobre, filha de camponeses, internada num hospício no final dos anos 1930. Aos 18 anos, Adelina apaixonou-se por um rapaz, mas seu casamento foi proibido pela mãe. Em sinal de revolta, ela estrangula a gata de estimação da família e recebe o diagnóstico de esquizofrenia. Ao longo do filme, conhecemos as esculturas e pinturas feitas por Adelina no ateliê da Seção de Terapêutica Ocupacional do Centro Psiquiátrico Nacional, organizada por Nise da Silveira em 1946.

 


IMAGENS DO INCONSCIENTE: CARLOS PERTUIS

- A BARCA DO SOL

Brasil | 1983-1986| Cor | 70 min | Livre | Documentário

Direção: Leon Hirszman

O episódio mergulha no universo místico de Carlos Pertuis, filho de uma família de imigrantes franceses, internado aos 29 anos. Depois de enfrentar problemas pessoais como a morte do pai, ele certo dia vislumbrou uma imagem cósmica, a que deu o nome de “o planetário de Deus”. Foi encarcerado no hospital da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, e recebeu o diagnóstico de esquizofrenia. Em 1946, passou a frequentar o ateliê criado por Nise da Silveira, afeiçoando-se por ele como se fosse sua casa. Suas obras são marcadas pela presença de mandalas, sinais de suas tentativas de organizar o caos psíquico.


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