quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Crítica: Uma Aventura Lego 2


Uma Aventura Lego 2
por Joba Tridente

Cinco anos é meia década e nesse meio tempo, entre a criação das duas Aventuras Lego, nos defrontamos com o inesquecível Lego Batman - O Filme (um dos melhores filmes do herói sombrio) e Lego Ninjago - O Filme. Para os muito ansiosos espectadores, se o tempo voa, quando se tem uma caixa de tijolinhos coloridos para se entreter, entre uma aventura e outra, o relógio pareceu estar sem corda ou sem bateria, pois tiquetaqueava em câmera lenta. Toda via das coleções infinitas, no entanto, finalmente é chegada a hora de saber a quantas anda a criatividade com as peças LEGO na casa do jovem Finn.


Dirigido por Mike Mitchell (Trolls; Alvin e os Esquilos 3; Shrek Para Sempre) e roteirizado por Phil Lord e Chris Miller (roteiristas e diretores de Uma Aventura Lego), a animação com personagens e tijolinhos plásticos supercoloridos Uma Aventura Lego 2, começa onde a Aventura anterior praticamente “terminou”: com o pavor do garoto Finn se vendo obrigado a dividir o seu imaginativo mundo LEGO, com a irmãzinha Bianca, assim como seu pai fez com ele. Bem, digamos que a “guerra de mundos” (ou de gênero?) entre as crianças já era esperada, mas o que não se sabia era até onde um colidiria com o outro e o “caos” que se instalaria no universo da fantasia e no universo real.


Assim, cinco anos depois..., após um breve prólogo, contando como a cidade de Bricksburg foi arrasada por Alienígenas Blocos Duplos e virou a desértica e distópica Apocalypseburg..., encontramos os sobreviventes se defendendo de mais um ataque de Aliens Duplos do Sistema Systar, comandados pela General Mayhem, cuja missão é sequestrar os mais importantes membros da comunidade (Lucy, Batman, Unikitty, Barba de Metal e Benny), acatando ordens da metamórfica Rainha Waterva Wa'Nabi, que tem ideias diplomáticas um tanto inusitadas. O Batman que o diga!

É claro que o nosso bem-intencionado e sempre otimista anti-herói Emmet vai tentar o impossível para resgatar, ao menos, a sua amada Lucy. Para tanto, ele constrói uma nave e parte rumo ao Planeta Maná..., encontrando, no espaço sideral, o adorável aventureiro Rex Dangervest (meu personagem favorito), um arqueólogo, defensor das galáxias, caubói e treinador de velociraptores, que vai ajudá-lo muito nessa missão que (para Emmet) será uma verdadeira Jornada (de corpo e alma) do Herói.


Uma Aventura Lego 2 pode não causar o mesmo impacto da originalíssima animação de 2014, mas ainda surpreende (e muito!) com o ótimo desenvolvimento de novos personagens (como o genial Rex, a enigmática Mayhem e a misteriosa Wa'Nabi) e o aprofundamento de outros (como o amável Emmet e a decidida guerreira Lucy). O roteiro redondinho é escrito na medida para divertir (com ótimas gags) e emocionar (com sequências brilhantes) qualquer público. 

Excetuando as referências cinematográficas (Planeta dos Macacos, Mad Max - Estrada da Fúria, Guardiões da Galáxia, Jurassic World, Matrix, De Volta para o Futuro), acessíveis ao espectador mais adulto, a sua trama surreal e, principalmente, as construções e desconstruções mirabolantes (de cair o queixo!) com bloquinhos multicoloridos vai encantar a criançada..., e, de quebra, os seu acompanhantes. Aliás, vale destacar (para os mais emotivos) que a razão que aproxima Emmet de Rex arrepia..., e que a revelação da origem do aventureiro Rex impacta tanto quanto a revelação da origem do patrulheiro espacial Buzz Lightyear, em Toy Story (1995). Aqui, por mais simbólica que pareça em sua projeção, há de tocar fundo também os jovens. Espero que (assim como eu) não tenha assistido a nenhum trailer


Enfim, uma bela lição (nada moralista) de vida e de convivência entre crianças/irmãos (que não têm receio de dar asas à imaginação) e seus genitores (que adoram embarcar nas suas histórias fantásticas), sutilmente narrada e animada com excepcional competência técnica. Uma vez que há muito a se admirar e nada a contestar em Uma Aventura Lego 2, creio que cada espectador fará a sua leitura conforme o seu estado de espírito. Quanto a mim, me diverti até com as irônicas canções da trilha..., e olha que odeio trilhas sonoras.


*Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros vídeo-documentários fiz em 1990. O primeiro curta (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.

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