Nos últimos anos a Coréia do Sul tem sido o
destino de muitos realizadores estrangeiros de animação (para reduzir custos),
inclusive brasileiros. Por alguns filmes que nos chegam parece estar valendo a
pena. A cada novo desenho (terceirizado e ou em parceria) percebe-se um maior domínio
técnico. Vale ressaltar que a Coréia do Sul tem alguns belíssimos exemplares,
em produções próprias, como, por exemplo, Oseam.
Outback é uma região “no meio do nada” na
Austrália, o equivalente ao sertão brasileiro, inóspito e longe de tudo. É ali
que vamos encontrar a Galera Animal,
do título: Coalas, Dingos, Tilacino ou tigre da Tasmânia, Diabo da Tasmânia,
Macaco, Avestruz, Wombats (um roedor gigante), Lagartos, Crocodilos, Cangurus, Abutres...
A história começa com um fantástico voo de reconhecimento sobre Outback, até
encontrar o anti-herói Johnny, um simpático
coala que está sendo expulso de um território de eucalipto só porque é albino. Confuso
e sem ter para onde ir, encontra os espertalhões Hamish, um Diabo da Tasmânia, e Higgens,
um macaco fotógrafo, que propõem a ele trabalhar num circo. Porém, o que parece
ser uma boa ideia acaba se tornando um grande problema. Ou melhor, o começo de uma saga, repleta de
perigo, onde o desajeitado coala se vê bancando o herói, em meio a uma briga
por água, numa região dominada pelo brutamontes Bog, um imenso crocodilo.
Outback
- Uma Galera Animal (The
Outback, Coréia do Sul, EUA, 2012), dirigido Kyung Ho Lee, é uma animação suavemente colorida e chama a atenção
pelos estranhos tons pastel na caracterização de alguns animais. O alvo é a
criançada (dos 6 aos 12 anos), mas não chega a ser uma tortura para os
acompanhantes mais velhos, desde que entrem no clima infantil da trama. O
roteiro é simples, e o pequeno espectador não terá nenhuma dificuldade em
distinguir quem é quem e ou mesmo acompanhar a narrativa. Na verdade o roteiro
é simples até demais e pouco original na adaptação de uma história já vista,
com alguma variação, na interpretação de outros animais..., quer dizer, nem tão
outros assim, em várias animações de sucesso. Se bem que não há nenhum demérito
em se recontar bem uma história (mesmo batida).
Geralmente um longa de animação, dependendo da
técnica utilizada, leva uns quatro anos para ser finalizado e distribuído. Daí,
talvez, as coincidências (?) de roteiro, personagens e sequencias. Assim, se a
história de Johnny, o improvável
herói (de ocasião), lembra a do Rango
(2011), o circo logo nos remete a Madagascar
3: Os Procurados (2012). Agora, o que impressiona mesmo é a semelhança entre
as cenas de combate dos Wombats (principalmente em asa delta) de Outback e dos roedores de Era
do Gelo 4 (2012) que, por sua vez, lembra as dos fofos Ewoks em Star Wars Episódio VI: O Retorno de Jedi, 1983). Coincidências (ou
não) à parte, o que está ficando cada vez mais difícil de engolir é a
humanização excessiva dos animais selvagens. A cada animação os bichos aparecem
mais civilizados que o próprio homem civilizado, absorvendo até mesmo as suas
(discutíveis) idiossincrasias... Pode até ser engraçadinha a brincadeira com os
super-heróis, mas é totalmente deslocada (ou seria tresloucada?).
Outback
- Uma Galera Animal deve agradar e divertir as crianças mais pela curiosa
fauna australiana, do que pela edificante e simplória narrativa, com suas
mensagens educativas (sutis ou explícitas) sobre preconceito, amizade, poder,
liberdade, heroísmo... Apesar de começar falando do abandono do coala (Johnny) à própria sorte, a narrativa evita
o dramalhão e, sem se furtar ao assunto, trata de conquistar o público infantil
trabalhando a trama de forma mais leve, misturando ação, aventura, música,
dança e humor, num ritmo propício aos pequenos. O que quer dizer que um
acompanhante mais velho vai se entusiasmar e achar alguma graça, lá pelo meio
ou quase perto do final. Ou não, depende muito do seu estado de espírito e
companhia. A dica é dar folga ao racional e levar somente o emocional para a
sala de cinema.
Este é um filme de poucas novidades, para um
cinéfilo, e nada memorável. Tecnicamente é até bem resolvido e o 3D é apenas um
capricho (desnecessário) a mais.
fotos:
divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário