sábado, 14 de janeiro de 2012

Crítica: Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras



Quem se divertiu com a releitura de Guy Ritchie para o notável Sherlock Holmes e seu fiel parceiro Dr. Watson, não vai ter o quê reclamar desta segunda aventura de ação e mistério, com altas doses de humor, do ilustre morador da 221B Baker Street, London.

Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes: A Game of Shadows, RU, EUA, 2011), com direção de Guy Ritchie, traz o astucioso Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.), muito mais alucinado e cerebral, frente a frente com o seu maior inimigo, o gênio do crime conhecido como Professor Moriarty (Jared Harris). Os dois têm como arma de ataque e defesa o raciocínio lógico. O inescrupuloso Moriarty aposta na força dos seus capangas. O sagaz Sherlock conta com a valiosa colaboração de seu melhor amigo e bom de briga Dr. Watson (Jude Law), que por acaso é o seu biógrafo.


Baseado no roteiro de Michele Mulroney e Kieran Mulroney, levemente inspirado no dramático conto O Problema Final, de Arthur Conan Doyle (1859/1930), publicado em 1893, que pode ser lido em MundoSherlock , O Jogo das Sombras tem uma narrativa ágil e divertida. A sua trama, que se esparrama por Londres, França, Alemanha e Suíça, é mais complexa que a do primeiro filme e pode até confundir quem gosta de algo mais linear, mas jamais subestima a inteligência do espectador. Pelo contrário, aguça! Se ele gostar de enigmas (e não souber coisa alguma sobre o desenvolvimento da história) vai conseguir solucionar o caso juntamente com Sherlock. É que a narrativa espalha pistas em diversas cenas. Algumas são bem rápidas e outras parecem dizer: “Preste atenção em mim!”.


O grande mistério a ser desvendado se passa em 1891, quando funestos acontecimentos, envolvendo autoridades, abalam a Europa. Para um observador comum, seriam ações terroristas sem qualquer ligação. Mas, para Sherlock Holmes, os assassinatos e atentados a bomba (em período tão próximo) não são mera coincidência. Ele ainda não sabe qual é a real intenção dos atos criminosos, mas acredita que somente uma pessoa seria capaz de tamanha insanidade, o nefando Professor Moriarty. O único problema é que ele não tem como provar, já que o diabólico matemático do crime, que se passa por um cidadão acima de qualquer suspeita, não deixa rastros. Prevendo uma catástrofe mundial, ele “convoca” o Dr. Watson (usando as chantagens de sempre) para ajudá-lo a solucionar o complicado caso. Para apreciar o fantástico xeque-mate e saber quem afinal é o rei, a torre ou o cavalo, neste tabuleiro de intriga internacional, é preciso saborear o jogo de cena do esquentado Sherlock e do frio Moriarty. E acredite, não tem nada a ver com o jogo de xadrez ensaiado em Roubo nas Alturas, de Brett Ratner.


A produção de Sherlock Holmes continua impecável. Os efeitos especiais são impressionantes, principalmente as belas e nada gratuitas sequencias em câmera lentíssima. Downey Jr e Law são um show à parte, têm uma química impressionante e carisma de sobra para muitos outros capítulos da história. Jared Harris se sai muito bem na pele do vilão, mas quem rouba a cena é Sthephen Fry, interpretando (com seu peculiar humor inglês) Mycroft Holmes, o irônico irmão do detetive e que, segundo Sherlock, além de mais brilhante que ele próprio, possuía um senso de observação e de dedução muitas vezes superiores ao seu, apesar de lhe faltar a energia e a convicção para isso: “Ele não tem nem energia, nem ambição. Ele não se incomodará a ponto de sair da sua rotina para verificar suas próprias soluções. Preferirá se considerar errado a ter que provar que está certo. Diversas vezes submeti-lhe um problema e recebi uma explicação que, mais tarde, se comprovou correta. E, mesmo assim, ele se mostrou incapaz de analisar os pontos práticos do problema.” Mas o que deve intrigar o público são os novos e geniais disfarces de Sherlock. Impagáveis!

5 comentários:

  1. Oi, Joba. Vi o primeiro Sherlock com Downey Jr. e não gostei muito. Achei muito barulhento e cheio de cenas gratuitas. Mas você diz o contrário quanto a isso, e eu posso estar enganado... Enfim, lá vou eu, hoje à tarde mesmo, e aí te conto. Abraço!

    ResponderExcluir
  2. Olá, Ravel.
    Se não gostou do primeiro,
    não acredito que goste deste.
    O clima é parecido.

    Eu acho os dois muito divertidos.

    Abração!

    T+
    Joba

    ResponderExcluir
  3. Pois é, ainda não vi, mas vou ver. Ou não, re re. Depois lhe digo. Tem um problema adicional: reli recentemente O cão dos Baskervilles, meu Doyle preferido. Estou com vontade é de ver umd os filmes "clássicos" do Holmes, dos quais aliás não vi nenhum.

    ResponderExcluir
  4. Olá, Ravel.
    Dizem que tem um bom seriado sobre Sherlock Holmes,
    produzido pela BBC, na TV a Cabo, acho.
    Já tem gente por aí comparando o filme de Ritchie
    com a série.
    Mesmo não tendo visto a série
    acho bobagem qualquer comparação.

    São leitura diferentes e ponto.

    Abração.

    T+
    Joba

    ResponderExcluir
  5. Valeu a dica, vou ver se acho algo.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...