quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Crítica: Enrolados


Enrolados
pra desenrolar o mau humor

Já não é novidade que a maioria dos filmes de animação é bem melhor que a maioria dos filmes de ficção que cai de paraquedas por aqui, via EUA. Portanto, quem é fã do gênero e de um bom cinema, não deve perder o divertido Enrolados, mais uma aposta certeira da Disney na releitura de um clássico dos Contos de Fadas dos Irmãos Grimm: Rapunzel. Fique atento é uma releitura, portanto, não espere ver aquela velha história, mas essa é tão boa quanto, e muito mais movimentada, engraçada e enrolada. Estréia dia 07 de Janeiro de 2011.

Esta versão fala do drama de um casal real, cuja Rainha, grávida, adoece e somente a infusão de uma rara flor poderá curá-la. A planta, escondida pela vaidosa Gothel (que é a cara - haja plástica! - da espetaculosa Cher), é encontrada e a Rainha é salva, dando à luz uma linda menina: Rapunzel. No entanto, para tristeza de todos, a vingativa e maldosa Gothel sequestra a criança. 18 anos depois a busca pela princesa perdida continua e aí conhecemos o decidido cavalo Maximus (o melhor personagem); o engraçado e superprotetor camaleão Pascal; o ladrão Flynn Rider e seus dois comparsas; o impagável bando de malfeitores sonhadores (outro achado genial). Não demora e, em meio a perseguições de praxe, num belo recanto, damos de cara com a torre-prisão onde a jovem bela e inocente Rapunzel que, entre outras ocupações, se exercita penteando diariamente os 21 metros de seus cabelos dourados.


O excelente roteiro de Enrolados (Tangled), na verdade, não era a primeira opção da Disney, que pensava numa sátira ao conto Rapunzel, com um título de Rapunzel Destrançada (Rapunzel Unbraided). Parece que era cabelo demais para destrançar e acharam melhor enrolar. Com isso o público tem uma deliciosa animação que é uma ótima comédia, para começar bem o ano. O que nunca é demais ressaltar, independente da qualidade do 3D, é a evolução técnica. Hoje em dia uma animação não se basta apenas numa olhada, tantos são os detalhes a serem observados. Em Enrolados além da impressionante textura e movimento das roupas (principalmente de Rapunzel) e das flores na janela, tem as pinturas feitas por ela, os fios de cabelo, o contagiante clima de fantasia no desenho do castelo, da taverna, da floresta, da torre.


Enrolados (Tangled, EUA, 2010), com direção de Byron Howard e Nathan Greno, é a 50ª animação da Disney e traz de volta a música tão característica dos seus clássicos desenhos, e sem chatear o espectador, que poderia pensar (ih, mais uma musiquinha!), já que ela tem a ver. Mas, como nem tudo é um prazeroso e inesquecível musical, há um mal-estar que poderia ter sido evitado. A irritação fica por conta da incômoda “dublagem” de Luciano Huck, “dando vida” ao protagonista Flynn Rider. Como se não bastasse o volume do seu áudio, muito superior ao dos outros dubladores, é impossível encaixar a imagem de um na persona do outro, além da “piada” do nariz (será essa a razão de tal convite?). Dublagem já é algo terrível, com as vozes de sempre dos profissionais da área, mas contratar “celebridades” do momento pra dublar, principalmente animação, é o fim! Duvido que alguém vá assistir a um filme só porque ele foi dublado por um “humorista”, uma “cantora”, um apresentador...


Feito o desabafo, se a conhecidíssima “voz” não incomodar (na versão dublada e sem SAP) esqueça qualquer compromisso (mesmo que inconsciente) com lição de moral e bons costumes ou mensagens edificantes, relaxe e mergulhe num mundo fantástico, repleto de sequências de (literalmente) tirar o fôlego, e role de rir com a determinação de Maximus, com a valentia de Pascal, e com as performances apaixonantes dos maiores malfeitores do mundo animado.

No próximo ano a grande expectativa cinematográfica fica (também) por conta das animações brasileiras como: Brasil Animado (de Mariana Caltabiano); Lutas (de Luiz Bolognesi); A Floresta É Nossa! (de Paulo Munhoz); Minhocas (de Arthur Nunes e Paolo Conti); Bruxaria (de Virginia Cúria); Nautilus (de Rodrigo Gava, Clewerson Saremba e Eduardo Campos). Tomara que convençam e arrebatem o público com produções esbanjando técnica e muita criatividade em 2 ou 3D. Está mais do que na hora de Santo Animado de Casa fazer bons Milagres nas grandes salas!

3 comentários:

  1. Curti muito a crítica. Vou ver o filme quando estrear no cinema.

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  2. Sim...a dublagem do Luciano foi incomoda...acho que foi o que me perturbou no filme, mas ainda é legal... :D

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  3. Olá, Anônimo.
    Legal você ter curtido a crítica.
    Espero que não se decepcione com Enrolados.
    Sabe como é, nem sempre dois espectadores vêm o mesmo filme com os mesmos olhos.

    T+
    Joba

    Olá, Lola.
    Acho que a "voz" do Luciano vai perturbar e confundir a grande maioria, independente de ser fã ou não do apresentador.

    T+
    Joba

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