terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Crítica: Incontrolável


Incontrolável

Cinema é que nem moda, hora mais, hora menos, volta um modelito que fez sucesso na década passada ou por aí. Eu já nem me lembrava mais do gênero catástrofe, com o advento do cinema-apocalíptico. Mas eis que chega Incontrolável (Unstoppable, EUA, 2010), dirigido por Tony Scott, um filme com muita ação, tensão e suspense (do princípio ao fim) para fã nenhum botar defeito. Ele lembra um bocado outras “produções descarrilhadas”, mas, em se tratando de catástrofe ferroviária, rodoviária, aeroviária, ovniviária, é claro que um sempre vai lembrar o outro, já que catástrofe para se catastrófica tem que fazer muito estrago. E olha que Incontrolável (que me espanta, no Brasil, não receber o título de O Trem Assassino - ou algo parecido - tão ao gosto dos tituladores) é inspirado em fatos reais.


Incontrolável conta a trajetória do Trem 777, uma locomotiva toda computadorizada, com 39 vagões, carregando produtos tóxicos, que, por falha humana (evidentemente!), fica descontrolada e, sem maquinista, sai atropelando (a 240 quilômetros por hora) tudo que encontra pela frente, colocando em risco a vida da população de algumas cidades nos EUA. A empresa ferroviária, mais preocupada com a sua imagem perante a sociedade financeira, do que propriamente com a população, tenta algumas iniciativas (uma delas é tão sem noção que vai provocar riso, mas que, pensando bem, é tipicamente americana) para evitar a tragédia que se anuncia. Porém, como o “vilão dos trilhos” é uma pesadíssima máquina sem freios (e sem sentimentos), as estratégias vão caindo por terra. Quando todas as esperanças parecem definitivamente perdidas, a missão heróica de parar a composição enlouquecida fica nas mãos profissionais e amadoras de dois ferroviários que só tinham saído de suas casas para cumprir mais um dia rotineiro de trabalho.

Incontrolável traz os clichês de praxe nesse tipo de produção, onde tragédia pouca é bobagem, para envolver o espectador (e a espectadora). Assim, entre atropelamentos e explosões bem dirigidas, fotografadas e montadas num ritmo alucinante, vêm à tona os tradicionais melodramas pessoais dos protagonistas. Frank Barnes (Denzel Washington) é um pai que busca se dedicar às duas filhas adolescentes. Will Colson (Chris Pine) é um pai que está impossibilitado de ver o filho. Frank é um profissional em fim de carreira e Will é um profissional iniciante, querendo mostrar serviço. A bordo do trem 1206, para não sair dos trilhos, eles vão se ver obrigados a deixar as preocupações familiares de lado, para salvar a vida de milhares de pessoas e uma cidade que, por azar, está no itinerário sem destino do “trem-bomba”.


Baseado no roteiro de Mark Bomback, a narrativa é bem amarrada, conta com ótimos efeitos especiais e trilha marcante. Incontrolável dá ao público aquilo que se espera desse tipo de filme: diversão! Trágico ou não, verídico ou não, a platéia quer se divertir, se emocionar, se apavorar, se contorcer na cadeira, e nisso Tony Scott é um mestre. Acredito até o que filme provoque algumas lágrimas nos (ou seria nas?) mais sensíveis. É um drama de (muita) ação que só tem graça ver no cinema, na tela grande, lugar de todo e qualquer filme (de qualidade ou não) e que, acredito, ficaria muito melhor se fosse em 3D. Para quem gosta do gênero vale o ingresso..., depois se esquece os dois. A estréia está prevista para o dia 7 de Janeiro de 2011.

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