quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Crítica: Tron - O Legado



Tron - O Legado

Fã de Tron - Uma Odisséia Eletrônica (Tron), escrito e dirigido por Steven Lisberger em 1982, estava ansioso pra ver o que viria em Tron - O Legado. Como não sabia (ou imaginava) o que esperar, confesso que o achei bacana (com algumas ressalvas), talvez mais pelo envolvimento com os belos efeitos visuais.



Tron – O Legado (Tron: Legacy, EUA, 2010), dirigido por Joseph Kosinski, traz uma história (até) simplória e assimilável por qualquer criança ou adulto plugado ou não em game, ou no Tron do século XX, que fez a cabeça de muita gente que se maravilhava com os portais de possibilidades que se abriam com a nova tecnologia, ainda que ao alcance de poucos, bem poucos. Ela fala dos anseios entre criador e criatura, das expectativas entre pai e filho e da perturbação causada pela ausência de um mestre no mundo real ou virtual. As pessoas e as máquinas mudaram muito nestas últimas três décadas. Aquele que antes conduzia, agora é praticamente conduzido, prisioneiro de uma tecnologia nova a cada dia.


Desta vez, quem nos transporta para dentro da máquina, para as armadilhas da Grade, é Sam Flynn (Garrett Hedlund), filho de Kevin Flynn (Jeff Bridges). Ao investigar o desaparecimento do seu pai, ele acaba descobrindo, meio que por acaso, o cibernético universo criado por Kevin. O problema é que aquele mundo virtual vem sofrendo mudanças desde que foi criado, para o bem e o mal da evolução eletrônica. Ali, Sam é um usuário (um vírus), presa fácil de programas avançados, e mesmo que não conheça as regras do jogo, vai ter que jogar. Nessa plataforma repleta de inimigos ele precisa descobrir em que malha da Grade seu pai se encontra e, com a ajuda da guerreira Quorra (Olivia Wilde), resgatá-lo e tentar escapar do domínio de Clu (Jeff Bridges), um programa mestre obcecado pela idéia de perfeição, dentro e fora do computador.


Com roteiro de Edward Kitsis e Adam Horowitz, a ficção Tron - O Legado, tem cara de continuidade. Talvez por isso não se aprofunde em questões como o conflito de interesses econômicos na Encom, empresa herdada (e desprezada) por Sam, preferindo investir no (batido) dilema vilão e mocinho(s). Carta na manga pra uma eventual continuidade? Resta apreciar, através de magníficos e luminosos efeitos especiais, o reflexo de um mundo humano num mundo virtual, onde a meta é o poder. A supremacia do autoritário em detrimento da harmonia. A purificação da raça cibernética, sincronizando o que está dentro com o que está fora, antes que alguém dê um Ctrl+Alt+Del. O côncavo e o convexo, no mesmo espelho, modificam o corpo, não a mente. Mas, será que o público que busca novidade na ficção científica quer continuar vendo a mesma história de sempre?


Ao apresentar este universo retrô, para os novos espectadores (acostumados a games de novíssima geração), os criadores perdem um bocado de chão e (mesmo com o diferencial de pioneiro), infelizmente, acaba sendo mais um numa imensa lista de filmes pós-Tron, que exploram o entra e sai de usuários e de personagens em games. É um filme mediano, cuja melancolia reinante é acentuada pela irreconhecível e melodramática trilha do Daft Punk (que só funciona no filme). Ele carece de humor, alegria, personagens e diálogos mais consistentes e convincentes. É (sem dúvida) muito bonito (apesar de pouquíssimas cenas em 3D), mas ao final fica a sensação de que é só isso. Ou seja, uma previsível aventura (sem sangue, sexo, romance) que se assiste, embevecido com o apelo visual, e logo se esquece. Tudo bem que é um filme tipicamente Disney, mas, precisava ser tão família? Em tempo, dizem que em IMAX o 3D realmente impressiona.

2 comentários:

  1. Realmente é um extâse visual. A história é batida, mas tem boas cenas e ótimos dialógos. E é família demais até para um filme da Disney. Apesar de tudo isso eu acho que vale a pena ver, de preferência em 3D ou IMAX para quem morar em São Paulo ou Curitiba.

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  2. Olá, Antunes.
    Saí da Cabine tão "iluminado" com o visual de Tron que, na hora, não tinha ainda opinião formada.
    Quando comecei a comentar, vi que ele me decepcionou um pouco.
    Mesmo assim é um excelente programa e ainda uma grande referência no gênero.

    Abração.

    T+
    Joba

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