quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Crítica: As Crônicas de Nárnia: O Peregrino da Alvorada



As Crônicas de Nárnia: O Peregrino da Alvorada
por Joba Tridente

Vi a mais recente aventura cinematográfica As Crônicas de Nárnia: O Peregrino da Alvorada (The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Treader, Reino Unido, 2010), e achei encantadora. O filme infanto-juvenil, dirigido por Michael Apted tem uma narrativa mágica e envolvente. O roteiro de Christopher Markus, Stephen McFeely e Michael Petroni prima pela simplicidade de só querer contar (e bem!) uma história. E conta, para o deleite do cinéfilo mais ranzinza.


Nesta nova aventura, Edmundo Pevensie (Skandar Keynes) e Lúcia Pevensie (Georgie Henley), com seu antipático e mimado primo Eustáquio Clarence Scrubb (Will Poulter), são tragados por uma pintura e lançados ao Mar do Leste de Nárnia, de onde são resgatados pelo Rei Cáspian (Ben Barnes), que comanda o belíssimo navio O Peregrino da Alvorada. Na embarcação, além da experiente tripulação, se encontra também Ripchip (voz do ator britânico Simon Pegg), o simpático rato guerreiro, que vai ter um papel fundamental na união do grupo para defender Nárnia de forças e aberrações malignas. As tentações são muitas e cada um ainda vai ter que enfrentar o próprio medo, ou ser derrotado por ele.


Não li nem um dos sete livros de C. S. Lewis (1898-1963), publicados de 1950 a 1956, que registram As Crônicas de Nárnia, mas gostei (de cara) do primeiro filme: As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005). Não vi o segundo: As Crônicas de Nárnia: Príncipe Cáspian (2008), que disseram ser melhor e agora superado por este As Crônicas de Nárnia: O Peregrino da Alvorada. A série parece seguir um esquema de qualidade semelhante a Harry Poter, que foi melhorando filme a filme. Mesmo não tendo lidos as obras originais (ou talvez por isso) de um e de outro, sou fã das adaptações. É bem verdade que não gosto de alguns efeitos especiais de Harry Poter (as cobras são ridículas), mas os deste Peregrino da Alvorada são impressionantes.


Aos preconceituosos, vale lembrar que os traços da tão alardeada cultura cristã de Lewis estão sutilmente presentes e devidamente incorporados na narrativa fluida. Pra falar a verdade, os tais elementos cristãos (avareza, gula, inveja, ira, luxúria, orgulho, preguiça), chamados de pecados, que muitos ressaltam nas obras de Lewis, estão presentes na literatura desde muito antes do cristianismo, portanto, não é o que poderia embaçar a sua literatura, se fosse o caso. Também porque são facilmente encontrados em qualquer conto (clássico) de fadas ou maravilhoso. O filme tem excelente ritmo e ação na medida certa, pra envolver toda a família numa deliciosa e emocionante viagem rumo à fantasia (acredite!) sagrada e profana.

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