Sequências sempre geram muitas expetativas. A
maioria não vai além de mero caça-níquel de fã (Batman que o diga!). No entanto, na contramão das abomináveis derrapagens,
felizmente há sempre uma ou outra que faz jus à obra original.
Dizem que a garantia de uma futura franquia é o
saldo da primeira bilheteria. Convenhamos que os 540 milhões de dólares arrecadados pela animação Meu Malvado Favorito, de 2010, não é tão descartável e, com
certeza, fez luzir e reluzir os olhos dos produtores e abrir caminho para a continuação.
E já que em time que está ganhando não se mexe, a missão de repetir o sucesso
coube aos mesmos diretores Pierre Coffin
e Chris Renaud e roteiristas Ken Daurio e Cinco Paul. Assim, sob o slogan: Quando o mundo precisou de um herói, chamaram o vilão, a história segue
em frente com muita ação e aventura.
Meu
Malvado Favorito 2 (Despicable Me 2, EUA, 2013) começa praticamente onde parou (em 2010). O ex-vilão
Gru, totalmente regenerado, agora se
dedica integralmente às suas três adoráveis filhas adotivas, Margô, Edith e Agnes, e, nos momentos de folga, à
fabricação de uma exótica geleia. É claro que conta com a imprescindível
colaboração (nem sempre eficiente) do ancião cientista louco Dr. Nefário e do impagável exército de Minions (que devem ganhar um filme
próprio em 2014). Porém, nem tudo são frutas e flores e, quando menos espera, Gru é “convidado” pela ultra-secreta Liga Anti-Vilões, chefiada por Silas Bundovsky, para se juntar à dedicada
e atrapalhada agente Lucy Wilde na
caça a um novo vilão que cometeu um crime espetacular (e bota espetacular
nisso!).
Já que, segundo Bundovsky, um ex-super-vilão é a melhor
escolha para encontrar o esconderijo de um novo super-vilão, é dada a largada
para deliciosas gags e referências aos filmes de agentes secretos tipo James Bond. O criativo
roteiro, num clima pra lá de pastelão, é redondo
e com sacada e soluções geniais. Pesa um pouco em algumas cenas (finais), mas
nada além do que se vê em velhos desenhos animados na TV.
Repleto de pequenas histórias (paralelas),
algumas emocionantes (com Agnes) e
outras hilárias (com namoradas de Gru),
a narrativa não perde o rumo e muito menos o ritmo. Coisa rara em qualquer
gênero cinematográfico. E por falar em ritmo, o
movimento de câmera da sequência de abertura é tão fascinante que leva um
tempinho para se acreditar que é animação. E por falar em beleza, as cenas com
o lindo carro de Lucy (toda a garotada vai querer um) são deliciosamente um
espetáculo à parte.
A premissa da animação é divertir e não passar
lição de moral, mas toca (sem insistir) com delicadeza (sem pieguice) numa
questão difícil para o espectador de qualquer idade: rejeição amorosa. O humor
é leve, meio nonsense e meio infantil (os pequenos vão gostar da escatologia
infantil), mas não aborrece os acompanhantes que, se não rirem de uma piada (boba)
ou outra, vão ter muitas oportunidades para curtir esta imperdível continuação.
Neste ano de grandes animações, Meu Malvado Favorito 2 (oitavo
lançamento e terceira continuação) convence ao apostar em uma história tão original
quanto a anterior e (algo raro!) com a mesma
qualidade. Todos os personagens têm personalidade e não estão na tela
apenas para fazer número. Entre os novos se destacam o mexicano Eduardo Perez e seu filho Antonio (que protagonizam cenas tão
encantadoras quanto bizarras). O 3D é bom e fica
melhor nas cenas (de teste de elenco) dos Minions
entre os créditos finais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário