O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida, é mais uma obra de Dr. Seuss adaptada para o cinema. Você pode até pensar que não sabe
quem é este escritor de livros infantis, ilustrador, cartunista estadunidense, cujo
nome verdadeiro é Theodor Seuss Geisel (1904 - 1991), mas com certeza conhece
(ou ao menos ouvir falar) de alguns filmes adaptados de suas obras infantis: Os 5000 Dedos do Dr. T (1953); O Grinch (com Jim Carrey, 2000),
que anteriormente foi um especial animado: O
Grinch Que Roubou o Natal (1966), À
Procura de Dr. Seuss (1994), O Gato
(2003), a animação Horton e o Mundos dos
Quem (2008). Ah, O Lorax também ganhou
uma versão semi-musical, para TV, em 1972, narrada por Boris Karloff.
Dr. Seuss
não se intimidava com temas polêmicos (principalmente nos EUA) que tratava com
naturalidade na literatura infantil: preconceito, discriminação racial e
social, consumismo, autoritarismo... Ele foi um dos primeiros autores a falar da
questão do meio ambiente, ao escrever O
Lorax (1971). É claro que nem todas as adaptações para o cinema e TV fizeram
o mesmo sucesso que os seus livros. Apesar da preocupação dele, e depois de sua
esposa Audrey Geisel, com a trama e a fidelidade da história, tanto a crítica especializada
quanto o público (fãs do escritor) não reconheceram o autor nos filmes. O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida
também tem dividido a crítica (americana), mas os espectadores estão amando a
animação, que realmente é muito agradável.
O Lorax: Em Busca Da Trúfula Perdida (Dr.
Seuss' The Lorax, EUA, 2011), dirigido por Chris Renaud (de O Meu Malvado Favorito) e Kyle Balda, é uma divertida animação para ao público infantojuvenil,
mas que toda a família poderá ver sem receio de se entediar. É uma história
ecológica bacana, com a leveza necessária para a compreensão dos pequeninos, e
profundidade suficiente para tocar também os adultos. Ela fala de poder, ganância, desrespeito ao
próximo, à natureza. Tudo começa na literalmente plastificada Sneedville, uma
pequena cidade onde as pessoas vivem “confortavelmente” rodeadas de utensílios,
plantas, e o que mais se imaginar, feitos de plástico. Um lugar aparentemente
muito bonito, higiênico, iluminado.
Ali, neste
“aprazível” lugarejo, dominado pelo megaempresário Aloysio O’Hare, começa a saga do adolescente Ted Wiggins, que precisa encontrar uma árvore verdadeira para
presentear a garota dos seus sonhos: Audrey.
Como as plantas estão extintas em Sneedville, ele pede ajuda à sua avó e acaba conhecendo
um sujeito estranho, chamado Umavez-Ido,
o único capaz de lhe dizer o que, de fato, aconteceu com todas as árvores e
onde encontrar uma. Aos poucos, o garoto conhece a sombria história do ermitão
e de como o tal Lerox, “aquele que
fala pelas árvores”, passou a fazer parte dela.
Em 2011
tivemos dois exemplos distintos de animações que trataram de temas ecológicos,
o belíssimo As Aventuras de Sammy, de
Ben Stassen e o tardio e meio equivocado Animais
Unidos Jamais Serão Vencidos, dirigido por Reinhard Klooss e Holger Tappe. Em
ambos os personagens eram cativantes, mas apenas em Sammy percebia-se a preocupação com a narrativa. O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida,
além de um bom roteiro, traz ainda personagens encantadores como os amáveis Barbalutes, os curiosos Cisnes Cismados e os engraçadíssimos Peixes Cantores, que habitam um paraíso
ameaçado.
O cinéfilo
mais atento verá alguns pontos em comum com o genial WALL.E (2008), de Andrew Stanton, mas acredite, as referências em
nada diminuem a sua qualidade. Assim como a vaga lembrança de Fuga do Século 23 (1976), de Michael
Anderson. A coloridíssima animação tem muitas canções (a maioria é desnecessária),
mas não chegam a incomodar, afinal é uma produção para crianças e crianças
adoram música. Também tem boas piadas e
um 3D que impressiona. Não é uma obra-prima, mas garante uma diversão saudável e,
sem ser piegas, tecla uma mensagem de urgência na questão ambiental e (se
possível!) desenvolvimento sustentável.
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