domingo, 8 de agosto de 2021

10ª Mostra Ecofalante de Cinema


10ª MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA

11 de agosto a 14 de setembro de 2021

ONLINE E GRATUITA

links: textos em laranja 

A 10ª Mostra Ecofalante de Cinema, o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais, cuja programação contará debates e a exibição de 101 títulos de 40 países, 30 deles inéditos no Brasil, anuncia sua programação que acontecerá entre os dias 11 de agosto e 14 de setembro de 2021, em edição inteiramente online e gratuita para todo o território brasileiro, com acesso pelo site Mostra Ecofalante de Cinema e pelas plataformas parceiras Belas Artes à La Carte e Spcine Play. 

Para o diretor da Mostra Ecofalante de Cinema, Chico Guariba, “A Mostra chega ao seu décimo ano num momento de grande crise no Brasil e no mundo, marcada pela pandemia, a emergência climática, a enorme destruição da biodiversidade e a crescente desigualdade social. Os desafios são enormes e a função da Mostra, que sempre foi a de trazer informação de qualidade e promover o debate democrático, plural e inclusivo, tem se tornado cada vez mais importante. Não é à toa  que foi o festival que mais cresceu no Brasil nesses últimos anos”.  

A grade de programação é organizada nas seções  Panorama Internacional Contemporâneo reúne produções inéditas e com carreira em festivais como Berlim, Sundance, Roterdã, Locarno, IDFA-Amsterdã (organizadas em sete eixos temáticos: Ativismo, Biodiversidade, Cidades, Economia, Povos & Lugares, Tecnologia e Trabalho); As realizações africanas têm presença, com obras vindas do Quênia, Angola e Madagascar; A Competição Latino-Americana será disputada por 30 títulos, representando sete países da região; Programa Especial - Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência, que traz obras assinadas por Adirley Queirós, Cristiano Burlan, Eliane Caffé, Evaldo Mocarzel, Gabriel Mascaro, Kiko Goifman, João Moreira Salles, Maria Augusta Ramos, Paulo Caldas e Paulo Sacramento; No Especial Energia Nuclear - 35 Anos de Chernobyl, 10 Anos de Fukushima, seleção de documentários produzidos nos últimos anos que abordam esses grandes desastres nucleares; Além dos filmes de estudantes brasileiros competem no Concurso Curta Ecofalante. As exibições de filmes e debates serão acessadas pelo endereço www.ecofante.org.br. 


O filme de abertura, coprodução entre Alemanha, Suíça e Itália, O Novo Evangelho, propõe uma nova encenação da crucificação de Cristo, já filmada pelo cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (O Evangelho Segundo São Mateus, 1964) e Mel Gibson (A Paixão de Cristo, 2004). Na mesma cidade italiana onde foram produzidos estes dois longas, Matera, agora Jesus é interpretado por um ativista político camaronês, que defende os direitos dos trabalhadores ilegais explorados por um sistema agrícola liderado pela máfia. O realizador do filme, Milo Rau, é premiado diretor de teatro suíço, e o filme, um dos destaques do IDFA – Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, foi eleito melhor documentário no Swiss Film Awards 2021.  


O evento conta ainda com a pré-estreia de A Bolsa ou a Vida, mais recente trabalho do consagrado diretor brasileiro Silvio Tendler. O novo longa-metragem propõe discutir o tema ‘o que virá depois da pandemia?’. “É uma discussão sobre se no pós-pandemia a centralidade será no ser humano e na natureza ou no cassino financeiro”, afirma o diretor. A obra traz entrevistas com personalidades conhecidas do mundo artístico/cultural e com cidadãos comuns, que sentem na pele as dificuldades impostas pelo caos social. O realizador, cuja filmografia acumula mais de 70 títulos, responde por alguns dos maiores sucessos do documentário brasileiro, como Os Anos JK - Uma Trajetória Política (1981) e Jango (1984). 


O inédito longa-metragem A História do Plástico, uma coprodução EUA/Índia/Bélgica/China/Indonésia/Filipinas, também merece sessão especial de pré-estreia. Dirigido por Deia Schlosberg, o documentário expõe a “verdade inconveniente” por trás da poluição do plástico, material onipresente em nossas vidas. Parte do “The Story of Stuff Project”, iniciativa que criou o famoso curta A História das Coisas, o filme conquistou o prêmio do público nos festivais de Mill Valley e Napa Valley, ambos nos Estados Unidos. 


Mostra Ecofalante de Cinema preparou uma programação no marco dos acidentes nucleares de Chernobyl (Ucrânia, 1986) e Fukushima (Japão, 2011). O Especial Energia Nuclear – 35 Anos de Chernobyl, 10 Anos de Fukushima traz cinco obras realizadas entre 2006 e 2020 que alertam para os perigos da energia nuclear. Este programa procura trazer uma discussão sobre essa alternativa de energia em tempos de emergência climática. Entre os títulos está o documentário multipremiado O Desastre de Chernobyl, dirigido pelo cineasta francês Thomas Johnson, que revisita o – até então – maior acidente nuclear, ocorrido no coração da Europa e o documentário inédito alemão Nuclear Forever, de Carsten Rau, que documenta o processo delicado de desmantelamento de uma planta nuclear do seu país, seguindo o projeto de tornar a Alemanha livre de energia nuclear até 2022.

 

COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA


A Competição Latino-Americana traz um total de 30 títulos. Está na seleção o longa-metragem brasileiro “Luz nos Trópicos”, dirigido por Paula Gaitán, selecionado para o Festival de Berlim e vencedor das competições do Festival de Lima e do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Ao longo de seus 260 minutos de duração, a obra acompanha um indígena nascido no exterior que retorna à terra de seus ancestrais, trazendo as cinzas do avô e o registro sonoro de sua voz gravada pouco antes de morrer.  Já Chico Rei Entre Nós, de Joyce Prado, parte da história de um rei congolês que se tornou escravo e libertou a si mesmo e a seus súditos durante o Ciclo de Ouro em Minas Gerais para explorar os diversos ecos da escravidão brasileira na vida dos negros da atualidade. O filme foi vencedor do prêmio do público para documentário brasileiro e de menção honrosa do júri na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. 

Edna traz assinatura do diretor Eryk Rocha (de Cinema Novo, melhor documentário no Festival de Cannes) e transita entre real e imaginário. Focaliza uma moradora da rodovia Transbrasiliana e a guerra pela terra. Premiado internacionalmente, e com passagens pelos festivais IDFA-Amsterdã, MoMa Doc Fortnight, Thessaloniki Doc, Visions du Réel e DOXA (Canadá), Meu Querido Supermercado trata das suas dúvidas, afetos, medos e sonhos improváveis de funcionários de uma loja de supermercado. A diretora Tali Yankelevich registrou no local humor, drama, mistério, romance e até física quântica. 

O cineasta Pedro Diógenes, dos premiados Os Monstros e Estrada Para Ythaca, em Pajeú, trata de um riacho de Fortaleza de onde sai uma criatura que atormenta em pesadelos a protagonista da história. A obra foi eleita como melhor filme brasileiro do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba e foi selecionada para o importante FidMarseille, na França. A dupla Marília Hughes e Cláudio Marques, do internacionalmente laureado A Guerra do Algodão, aborda em Sobradinho as lembranças de uma idosa, ex-moradora de uma cidade inundada por uma barragem na década de 1970 no interior do estado da Bahia. 

O Índio Cor de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels, de Tiago Carvalho, traz imagens inéditas registradas por Noel Nutels, que percorreu o Brasil tratando da saúde de indígenas, ribeirinhos e sertanejos. O filme inclui ainda o único registro da voz desse médico sanitarista, denunciando o que ele chamou de massacre histórico contra as populações indígenas. Por sua vez, Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa! discute como a chegada dos brancos impactou severamente a vida dos povos indígenas. Se, por um lado, os secaram ou foram envenenados, animais fugiram ou foram extintos e as árvores começaram a cair, todavia os cânticos e as tradições permanecem. A produção, que tem direção assinada por Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero, conquistou o prêmio de melhor filme da competição internacional no Festival de Sheffield. 


Coprodução entre o Brasil e a Noruega, MATA, de Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes, denuncia o avanço das plantações de eucalipto e mostra como um agricultor e uma comunidade indígena se posicionam como resistência. O filme revela o impacto da monocultura no meio ambiente, em contraste aos modos de vida tradicionais. O impacto ambiental com a chegada do complexo portuário e industrial em Pernambuco está no centro de Território Suape, de Cecilia da Fonte, Laercio Portella e Marcelo Pedroso. O longa retrata ainda a vida na periferia e área rural do Cabo de Santo Agostinho, cidade de maior vulnerabilidade para o jovem negro no Brasil. 

Um conjunto de curtas-metragens completa a presença brasileira na Competição Latino-Americana da Mostra Ecofalante de Cinema. O multipremiado A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro, é um ensaio poético com as memórias do passado escravista brasileiro. Afeto, de Gabriela Gaia Meirelles e Tainá Medina, discute a ocupação feminina do espaço urbano, tendo sido eleito melhor filme experimental no BOGOSHORTS – Festival de Curtas de Bogotá. Gilson, curta premiado de Vitória Di Bonesso, mostra a desigualdade social através da trajetória de um entregador de aplicativo de delivery que precisa trabalhar durante a pandemia da covid-19. A crise sanitária também está presente em Janelas Daqui, de Luciano Vidigal e Arthur Sherman, no qual moradores da favela do Vidigal, Rio de Janeiro, relatam críticas, poesias e reflexões. 

Grande vencedor da competição brasileira de curtas-metragens do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, Yaõkwa – Imagem e Memória, de Rita Carelli e Vincent Carelli (este, diretor de Corumbiara e Martírio) traz um ritual dos índios Enawenê Nawê em registros colhidos há 15 anos que são por eles agora revistos. Em Topawa, de Kamikia Ksedje e Simone Giovine, mulheres Parakanã (grupo que habita entre os rios do Tocantins e do Xingu) lembram do contato com os brancos a partir do trabalho de tecer redes com o fio do tucum, uma palmeira que cresce formando touceiras densas. Tapajós Ameaçado, de Thomaz Pedro, acompanha lideranças indígenas para apresentar as suas perspectivas em relação a uma série de megaprojetos que estão sendo planejados, como ferrovias, hidrovias, agronegócio, mineração e outros. Coprodução entre Brasil, França e Portugal selecionada para os festivais de Berlim e Roterdã, Apiyemiyekî?, de Ana Vaz, traz desenhos que retratam a memória visual coletiva do povo Waimiri-Atroari que foram utilizados com base na pedagogia crítica do educador e filósofo Paulo Freire. 


Obra de circulação em eventos internacionais, Kopacabana, de Marcos Bonisson e Khalil Charif, propõe uma abordagem experimental elaborada através de uma colagem de imagens atuais e de arquivo, ambientada no bairro de Copacabana (Rio de Janeiro), contando com narração de Fausto Fawcett. Mineiros, de Amanda Dias, discute como a mineração está na raiz e na economia do estado de Minas Gerais. Baseado em memórias dos negros escravizados às margens do rio das Almas (Goiás), Rio das Almas e Negras Memórias, de Taize Inácia e Thaynara Rezende, é um musical que fabula sobre o violento processo que as pessoas negras foram acometidas. 

O mexicano 499, de Rodrigo Reyes, premiado no Festival de Tribeca, focaliza vítimas das guerras das drogas e retrata a atual crise humanitária do país por meio de depoimentos reais e personagens fictícios. Já no curta-metragem O Submundo de Rogelio (Álvaro Muñoz Sánchez, Colômbia) um trabalhador nas minas de enxofre tenta não ser mais uma vítima da lenda local, de que as vidas dos mineiros foram dadas ao diabo pelo descobridor do maior veio de enxofre da América Latina. 

Produção mexicana dirigida por Adolfo Fierro e Juan González, o curta-metragem Aká traz as imagens criadas por um jovem do povo nativo Tarahumara, que se tornou o primeiro cinegrafista de sua cidade. Também curta mexicano, Cascarita (de Jimena Barrera) aborda a dependência de baterias como energia para nossos brinquedos. Lançado no Festival de Sundance e premiado internacionalmente, o longa-metragem de Anabel Rodríguez, Era Uma Vez na Venezuela, uma coprodução entre Venezuela, Reino Unido, Áustria e Brasil, registra a campanha para eleições parlamentares em uma vila de pescadores daquele país, confrontando uma líder chavista e uma opositora. 


Já o peruano Lagoa Negra (de Felipe Esparza) teve estreia no Festival de Roterdã e passou por vitrines prestigiosas, como o festival New Directors | New Films. O filme, de 34 minutos de duração, tem as montanhas do Peru como foco, mostrando como elas constituem um espaço sagrado, cheio de dedicação e mistério. O curta-metragem Mundo, da chilena Ana Edwards, foi selecionado para o IDFA-Amsterdã, considerado o mais importante festival internacional de documentários. A obra observa como a paisagem é remodelada por meio de noções evangélicas após a conversão de uma idosa da etnia aimará. 

A representação argentina na competição inclui Piedra Sola, dirigido por Alejandro Telémaco Tarraf. O longa-metragem se passa na região da Cordilheira dos Andes e narra um encontro místico vivido por um encarregado de arrear e colocar a carga em lhamas entre seus ancestrais e a forma mutável do puma. A produção foi lançada no prestigioso Festival de Roterdã. Do mesmo país, Twakana Yagan (de Rodrigo Tenuta e Ignacio Leonidas) tem por cenário Ushuaia, na Terra do Fogo, onde vive a comunidade Yagán Paiakoala, referência de um povo ancestral que viveu por mais de 8.000 anos. Uma idosa lembra a música de seu avô, enquanto seus filhos embarcam em uma viagem a cavalo. O filme foi vencedor do prêmio de melhor curta-metragem documental no MAAM DOCS – Mostra de Antropologia Visual de Madri.

 

LONGAS-METRAGENS 

499

(México, 2020, 88’)

Dir. Rodrigo Reyes

 


CHICO REI ENTRE NÓS

(Brasil - SP, 2020, 94’)

Dir. Joyce Prado

 

EDNA

(Brasil - SP, 2021, 64’)

Dir. Eryk Rocha

 


ERA UMA VEZ NA VENEZUELA

(Venezuela/Reino Unido/Áustria/Brasil, 2020, 99’)

Dir. Anabel Rodríguez

 

LUZ NOS TRÓPICOS

(Brasil - RJ, 2020, 260’)

Dir. Paula Gaitán

 


MATA

(Brasil - RJ/Noruega, 2020, 79’)

Dir.  Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes

 

MEU QUERIDO SUPERMERCADO

(Brasil - SP, 2020, 80’)

Dir. Tali Yankelevich

 


NŨHŨ YÃG MŨ YÕG HÃM: ESSA TERRA É NOSSA!

(Brasil - MG, 2020, 70’)

Dir. Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero

 

O ÍNDIO COR DE ROSA CONTRA A FERA INVISÍVEL:

A PELEJA DE NOEL NUTELS

(Brasil - RJ, 2020, 71’)

 Dir. Tiago Carvalho

 

PAJEÚ

(Brasil - CE, 2020, 74’)

Dir. Pedro Diógenes

 

PIEDRA SOLA

(Argentina, 2020, 72’)

Dir. Alejandro Telémaco Tarraf

 


SOBRADINHO

(Brasil - BA, 2020, 70’)

Dir. Marília Hughes e Cláudio Marques

 

TERRITÓRIO SUAPE

(Brasil - PE, 2020, 70’)

Dir. Cecília da Fonte, Laércio Portella, Marcelo Pedroso

 

 CURTAS-METRAGENS 


A MORTE BRANCA DO FEITICEIRO NEGRO

(Brasil - SC, 2020, 10’) – Direção: Rodrigo Ribeiro

 


AFETO

(Brasil - RJ, 2019, 15’)

Direção: Gabriela Gaia Meirelles e Tainá Medina

 

AKÁ

(México, 2020, 28’)

 Direção: Adolfo Fierro, Juan González

 

APIYEMIYEKÎ?

(Brasil - SP, França, Portugal, 2019, 28’)

 Direção: Ana Vaz

 

CASCARITA

(México, 2020, 4’)

– Direção: Jimena Barrera

 

GILSON

(Brasil - SP, 2020, 5’)

 – Direção: Vitória Di Bonesso

 

JANELAS DAQUI

(Brasil - RJ, 2020, 15’)

Direção: Luciano Vidigal e Arthur Sherman

 


KOPACABANA

(Brasil - RJ, 2019, 14’)

Direção: Marcos Bonisson & Khalil Charif

 

LAGOA NEGRA

(Peru, 2020, 34’)

 Direção: Felipe Esparza

 

MINEIROS

(Brasil - MG, 2020, 23’)

Direção: Amanda Dias

 

MUNDO

(Chile, 2020, 19’)

Direção: Ana Edwards

 

O SUBMUNDO DE ROGELIO

(Colômbia, 2019, 12’)

Direção: Álvaro Muñoz Sánchez

 

RIO DAS ALMAS E NEGRAS MEMÓRIAS

(Brasil - GO, 2019, 20’)

– Direção: Taize Inácia e Thaynara Rezende

 

TAPAJÓS AMEAÇADO

(Brasil - SP, 2021, 24’)

– Direção: Thomaz Pedro

 


TOPAWA

(Brasil - PA, 2019, 7’)

Direção: Kamikia Ksedje e Simone Giovine

 

TWAKANA YAGAN

(Argentina, 2020, 15’)

Direção: Rodrigo Tenuta e Ignacio Leonidas

 


YAÕKWA - IMAGEM E MEMÓRIA

(Brasil - PE/MT, 2020, 20’)

Direção: Rita Carelli e Vincent Carelli

  

CONCURSO CURTA ECOFALANTE

O Concurso Curta Ecofalante é uma competição voltada para curtas-metragens produzidos por estudantes. Para participar, os filmes inscritos precisavam abordar temáticas relacionadas a pelo menos um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU na Agenda 2030 – são 17 objetivos que abrangem temas como erradicação da pobreza, saúde de qualidade, combate às mudanças climáticas e igualdade de gênero. O Concurso Curta Ecofalante, que nesta edição tem apoio do WWF-Brasil, selecionou 10 filmes que concorrerão ao prêmio de Melhor Curta Ecofalante.

 

ÀPROVA

(Brasil - SP, 2020, 16’)

 Direção: Natasha Rodrigues

 

BEATMAKERS

(Brasil - SP, 2019, 22’)

 Direção: Luciana Santos e Sabrina Emanuelly

 

CASA DOS AMIGOS

(Brasil - SC, 2021, 9’)

Direção: Lena Bertanin e Pedro Oliveira

 

EFEITO ZUVUYA

(Brasil - SP, 2020, 13’)

Direção: Gabriel Guizani

 


LETÍCIA, MONTE BONITO, 04

(Brasil - RS, 2020, 19’)

Direção: Julia Regis

 

NÃO TOQUE, É DRAG!

(Brasil - PE, 2020, 20’)

Direção: Gabriel Cabral

 

QUARENTENA PRA QUEM?

(Brasil - SP, 2020, 22’)

 Direção: Laís Maciel e Isabella Vilela

 

REMANESCENTE

(Brasil - SP, 2019, 25’)

 Direção: João Victor Avila

 


VER A CHINA

(Brasil - SP, 2019, 30’)

Direção: Amanda Carvalho

 

VILA DOS PESCADORES - DA PESCA AO POVO

(Brasil - SP, 2019, 15’)

 Direção: Cintia Neli da Silva Inacio, Geovanne Rafael V. da Silva

  


TERRITÓRIOS URBANOS:

SEGREGAÇÃO, VIOLÊNCIA E RESISTÊNCIA


Uma das atrações da 10ª Mostra Ecofalante de Cinema, é o programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência, que consiste em uma seleção de 16 importantes filmes brasileiros realizados nas últimas duas décadas e que tratam da realidade urbana do país. Essas obras, em sua maior parte documentários, são sintomáticas das mudanças socioeconômicas pelas quais o Brasil passou nesse período. Mas, para além disso, elas também escancaram os persistentes problemas que a sociedade e o Estado brasileiros ainda não resolveram e que se inscrevem na geografia das grandes cidades do nosso país.  

O Programa Especial  Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência traz ao público uma seleção de importantes filmes brasileiros realizados nas últimas duas décadas que tratam da realidade urbana do país. Inéditas na Mostra Ecofalante, essas obras são sintomáticas das mudanças socioeconômicas pelas quais o Brasil passou nesse período, escancarando os persistentes problemas que a sociedade e o Estado brasileiros ainda não resolveram e que se inscrevem na geografia das grandes cidades. Há filmes de nomes como João Moreira Salles (Notícias de Uma Guerra Particular), Maria Augusta Ramos (Futuro Junho), Paulo Caldas e Marcelo Luna (O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas), Kiko Goifman (Atos dos Homens), Eliane Caffé (Era O Hotel Cambridge), Evaldo Mocarzel (À Margem da Imagem), Adirley Queirós (Branco Sai, Preto Fica), Cristiano Burlan (Mataram Meu Irmão), Gabriel Mascaro (Um Lugar ao Sol), Natasha Neri e Lula Carvalho (Auto de Resistência), João Sodré, Maíra Buhler e Paulo Pastorelo (Elevado 3.5). Também traz obras de uma nova e promissora geração de cineastas brasileiros como Affonso Uchoa (A Vizinhança do Tigre), Alice Riff (Meu Corpo é Político), Pedro Rocha (Corpo Delito) e Camila de Moraes (O Caso do Homem Errado). A Mostra exibe ainda em primeira mão a nova remasterização do clássico O Prisioneiro da Grade de Ferro (Autorretratos), de Paulo Sacramento. 

Alguns desses filmes já foram alçados à condição de clássicos do cinema nacional. Outros, mais recentes, ainda circulam e continuam a ter impacto, principalmente sobre um público mobilizado em torno de determinadas causas. O que intencionamos com essa mostra é chamar a atenção do espectador para a contribuição que o cinema brasileiro, com seu olhar atento, tem a dar aos debates em torno de urgentes questões urbanas, que muitas vezes se confundem com problemas estruturais de nossa sociedade. Os filmes aqui apresentados, em seu conjunto, revelam as disputas territoriais, as formas de opressão, mas também falam de modos de resistência.

 


À MARGEM DA IMAGEM

(Brasil-SP, 2003, 72 min)

Dir. Evaldo Mocarzel

Sinopse: O filme dá voz a moradores de rua da cidade de São Paulo e àqueles que com eles convivem e trabalham cotidianamente em prol de lhes dar assistência. Essa população encontra-se nas ruas pelos mais diversos motivos e, nela, desenvolve uma cultura própria, além de diversas formas de resistir a essa dura realidade. O filme focaliza temas como exclusão social, desemprego, alcoolismo, loucura, religiosidade, espaços públicos contemporâneos, degradação urbana, cidadania, alteridade e o roubo da imagem dessas comunidades. Baseado em estudos da filósofa e pesquisadora Maria Cecília Loschiavo. Filme vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Gramado e no Festival do Rio; prêmio especial do júri no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

 

A VIZINHANÇA DO TIGRE

(Brasil-MG, 2014, 95 min)

Dir. Affonso Uchôa

Sinopse: Juninho, Menor, Neguinho, Adilson e Eldo são jovens moradores do bairro Nacional, periferia de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Divididos entre o trabalho e a diversão, o crime e a esperança, cada um deles terá de encontrar modos de superar as dificuldades e domar o tigre que carregam dentro das veias. Filme vencedor do prêmio da Mostra Aurora e do júri da crítica na Mostra de Tiradentes; prêmio da crítica no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba; melhor filme no CachoeiraDoc – Festival de Documentários de Cachoeira; melhor direção no Fronteira – Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental de Goiânia.

 


ATOS DOS HOMENS

(Brasil-SP, 2006, 78 min)

Dir. Kiko Goifman

Sinopse: Inicialmente, este seria um documentário sobre sobreviventes de chacinas no Rio de Janeiro. Porém, no curso da preparação das filmagens, um novo e hediondo massacre perpetrado por policiais tem lugar na Baixada Fluminense. A matança ocorrida nas cidades de Nova Iguaçu e Queimados faz com que a equipe do projeto acabe se voltando para o cotidiano dos moradores da região atingida, escancarando a profunda desigualdade social e a banalização da morte, modo corriqueiro de resolução de conflitos em algumas periferias urbanas do país. Filme selecionado para os festivais de Berlim, Guadalajara, Bafici-Buenos Aires e Montevidéu.

 

AUTO DE RESISTÊNCIA

(Brasil-RJ, 2018, 105 min)

Dir. Natasha Neri e Lula Carvalho

Sinopse: Um acompanhamento dos casos de homicídios cometidos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro classificados como “autos de resistência”, isto é, legítima defesa. Durante a tramitação dessas ocorrências na justiça, fica evidente o padrão de imprudência da corporação em relação a elas: investigações esdrúxulas e perícias defeituosas, que levam 98% dos inquéritos a serem arquivados. O filme acompanha a trajetória de personagens que lidam com essas mortes em seu cotidiano, mostrando o tratamento dado pelo Estado a esses casos, desde o momento em que um indivíduo é morto, passando pela investigação da polícia, até as fases de arquivamento ou julgamento por um tribunal do júri. Filme vencedor do prêmio de melhor filme brasileiro no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários.

 


BRANCO SAI, PRETO FICA

(Brasil-DF, 2014, 95 min)

Dir. Adirley Queirós

Sinopse: Tiros em um baile de black music na periferia de Brasília ferem dois homens, que ficam marcados para sempre. Um terceiro vem do futuro para investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade repressiva. Filme vencedor dos prêmios de melhor filme, melhor ator, melhor direção de arte, prêmio da crítica, Prêmio Saruê e Prêmio Exibição TV Brasil no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; melhor filme, melhor ator, melhor montagem, melhor captação de som direto e melhor edição de som na Mostra Brasília (Festival de Brasília do Cinema Brasileiro); melhor filme no Festival do Uruguai; melhor filme latino-americano no Festival de Mar del Plata; prêmio especial do júri e prêmio da crítica no Festival Cartagena; melhor filme internacional no Festival Pachamama – Cinema de Fronteira; Prêmio Olhares Brasil e prêmio especial do júri no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba; melhor filme e prêmio do público no CachoeiraDoc – Festival de Documentários de Cachoeira; melhor desenho de som no Festival de Vitória; menção honrosa da Mostra Aurora e do júri da crítica na Mostra de Tiradentes.

 


CORPO DELITO

(Brasil-CE, 2017, 74 min)

Dir. Pedro Rocha

Sinopse: Ivan, de 30 anos, acaba de sair da cadeia depois de oito anos preso. Ele agora está de volta à sua casa, de volta ao convívio com sua esposa e sua filha, que ele mal conhece. É uma chance de retomar a vida; porém, ele ainda não está livre, sua liberdade é condicional e, por isso, seus passos são controlados por uma tornozeleira eletrônica. Apenas o trajeto da casa ao trabalho é permitido, mas Ivan não se conforma e oscila constantemente entre o dever de ficar em casa e o desejo de ganhar a rua. Se ceder à tentação, porém, estará arriscando o benefício da progressão de sua pena. Filme selecionado para o Dok Leipzig – Festival Internacional de Documentário e Animação de Leipzig, para o forumdoc.bh – Festival Etnográfico e Documentário de Belo Horizonte e para a Mostra de Tiradentes.

 

ELEVADO 3.5

(Brasil-SP, 2007, 75 min)

Dir. João Sodré, Maíra Buhler e Paulo Pastorelo

Sinopse: O mundo de pessoas que se cruzam ao longo dos 3,5 quilômetros do Elevado Presidente João Goulart (nomeado anteriormente Elevado Presidente Costa e Silva e popularmente conhecido como Minhocão) – uma via expressa construída na região central da cidade de São Paulo durante a ditadura militar (1964-1985). Do nível da rua ao último andar, o filme revela diferentes pontos de vista e mergulha nas histórias dos personagens.

Vencedor do prêmio de melhor filme brasileiro no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários; selecionado para os festivais de Bogotá, Biarritz e do Cinema Latino-Americano de Trieste. 

 


ERA O HOTEL CAMBRIDGE

(Brasil-SP/França/Espanha, 2016, 120 min)

Dir. Eliane Caffé

Sinopse: No limite entre o documentário e a ficção, o filme narra a trajetória de refugiados recém-chegados ao Brasil que, junto com trabalhadores sem-teto, ocupam um velho edifício abandonado no centro da cidade de São Paulo. Em meio à tensão diária da ameaça do despejo, revelam-se dramas, situações cômicas e diferentes visões de mundo. Filme vencedor do prêmio do público para filme brasileiro de ficção na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; melhor montagem, prêmio do público e prêmio da crítica no Festival do Rio; menção honrosa do Prêmio Spanish Cooperation no Festival de San Sebastián; melhor filme e melhor atuação no Festival Pachamama – Cinema de Fronteira; melhor filme, melhor atriz e prêmio da crítica no Fest Aruanda – Festival de Aruanda do Audiovisual Brasileiro; melhor longa-metragem internacional (Prêmio Periférica Cine) e melhor longa-metragem latino-americano (Prêmio CineMigrante/OIM) no Festival Internacional Cinemigrante (Argentina); menção honrosa no Festival de Cinema e Fórum de Direitos Humanos (Suíça).

 


FUTURO JUNHO

(Brasil-RJ, 2015, 100 min)

Dir. Maria Augusta Ramos

Sinopse: O filme apresenta o retrato de um momento chave da história do Brasil, focando o cotidiano de quatro personagens que vivem na maior cidade do país. As realidades de um economista e analista do mercado financeiro, de um metalúrgico da Volkswagen, de um motoboy e de um metroviário acabam reforçando diferentes aspectos do cenário socioeconômico brasileiro em um período de tensão social. Este documentário é construído a partir da observação do cotidiano dessas pessoas nas três semanas que antecedem a abertura dos jogos da Copa do Mundo da FIFA. Filme vencedor do prêmio de melhor filme e menção honrosa do prêmio da crítica no Janela Internacional de Cinema do Recife; melhor direção de documentário no Festival do Rio; selecionado para o Festival de Documentários de Yamagata (Japão).

 

MATARAM MEU IRMÃO

(Brasil-SP, 2013, 77 min)

Cristiano Burlan

Sinopse: Ao reconstituir os detalhes da morte de seu irmão aos 22 anos, o cineasta Cristiano Burlan lança-se em uma jornada pessoal que o leva a desvelar certos padrões no círculo da violência atuante nos bairros da periferia paulistana e, em particular, no Capão Redondo, onde ele morava com a família. Ao investigar as razões pelas quais o irmão acabou se envolvendo com drogas e roubo de carros, o diretor expõe partes de sua própria história familiar. Os depoimentos de parentes e amigos trazem à tona os destinos de diversos personagens, mapeando um histórico de dolorosas feridas emocionais. Filme vencedor do prêmio de melhor filme brasileiro e prêmio da crítica no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários; melhor documentário (voto da crítica) no Festival Sesc Melhores Filmes; Prêmio Governador do Estado para Cultura na categoria Cinema; menção honrosa de melhor documentário no Cinesul – Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo.

 


MEU CORPO É POLÍTICO

(Brasil, 2017, 71 min)

Dir. Alice Riff

Sinopse: O filme acompanha o cotidiano de quatro militantes LGBTQIA+ que vivem em periferias de São Paulo. Estão em foco sua intimidade e o contexto social urbano no qual estão inseridos. Questões contemporâneas prementes da população trans e seus campos de disputas políticas são mostrados sem tabus e trazendo o ponto de vista das personagens retratadas. Filme vencedor do prêmio de melhor filme brasileiro no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba; melhor filme no Lovers – Festival LGBTQI de Turim; selecionado para os festivais Visions du Réel, Bafici-Buenos Aires e Havana.

 


NOTÍCIAS DE UMA GUERRA PARTICULAR

(Brasil-RJ, 1999, 57 min)

Dir. João Moreira Salles e Katia Lund

Sinopse: O filme apresenta a realidade da violência urbana na cidade do Rio de Janeiro no final da década de 1990, partindo do cotidiano no morro Dona Marta. Por meio de depoimentos de moradores, traficantes e policiais, um cenário de insegurança, corrupção e injustiças vai se revelando. Filme vencedor do prêmio de melhor filme da competição brasileira e menção especial da competição internacional no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários; Prêmio Margarida de Prata da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

 


O CASO DO HOMEM ERRADO

(Brasil-BA/RS, 2017, 77 min)

Dir. Camila de Moraes

Sinopse: O operário negro Júlio César de Melo Pinto foi executado em Porto Alegre pela Polícia Militar nos anos 1980. A história do jovem é contada através de depoimentos como o do fotógrafo que fez as imagens que tornaram o caso conhecido e o da viúva do operário, além de nomes respeitados da luta pelos direitos humanos e do movimento negro no Brasil. Filme vencedor do prêmio de melhor documentário no LABRFF – Festival do Cinema Brasileiro de Los Angeles; melhor filme no Festival Cine Latino de Punta del Este; selecionado para os festivais de Gramado e Latino-Americano de São Paulo. 

 

O PRISIONEIRO DA GRADE DE FERRO (AUTORRETRATOS)

(Brasil-SP, 2003, 126 min)

Dir. Paulo Sacramento

Sinopse: O sistema carcerário brasileiro visto de dentro: um ano antes da desativação da Casa de Detenção do Carandiru (São Paulo), detentos aprendem a utilizar câmeras de vídeo e documentam o cotidiano do maior presídio da América Latina. Filme vencedor dos prêmios de melhor filme da competição internacional, melhor filme da competição brasileira, Prêmio ABD – Associação Brasileira de Documentaristas e Prêmio MinC no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários; prêmio da crítica para documentário no Festival de Gramado; menção especial da mostra Future Film / Digital no Festival de Veneza; prêmio especial do júri no Festival do Rio; melhor direção de documentário no Festival de Tribeca; melhor documentário no Festival de Málaga e no Grande Prêmio TAM do Cinema Brasileiro (atual Grande Prêmio do Cinema Brasileiro); melhor filme no Festival de Leeds; melhor documentário de diretor estreante no Festival Latino de Los Angeles; Prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte para melhor diretor estreante; melhor direção no Prêmio Fiesp/Sesi do Cinema Paulista; medalha de prata no Filmmaker Doc Festival (Itália).

 


O RAP DO PEQUENO PRÍNCIPE

CONTRA AS ALMAS SEBOSAS

(Brasil-PE, 2000, 75 min)

Dir. Paulo Caldas e Marcelo Luna

Sinopse: Dois personagens reais formam o eixo deste documentário: Helinho, justiceiro, 21 anos, conhecido como “Pequeno Príncipe”, é acusado de matar 65 bandidos; Garnizé, músico, 26 anos, componente da banda Faces do Subúrbio, militante político e líder comunitário, usa a cultura para enfrentar a difícil sobrevivência na periferia. Os dois são filhos de uma guerra social silenciosa, que é travada diariamente nos subúrbios das grandes cidades brasileiras. Filme selecionado para os festivais de Veneza e Roterdã; prêmio do público no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; Prêmio GNT de Renovação de Linguagem no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários; Prêmio Gran Coral de segundo melhor documentário no Festival de Havana; melhor filme na Jornada de Cinema da Bahia; melhor direção no Festival de Cuiabá.

 


UM LUGAR AO SOL

(Brasil-PE, 2009, 71 min)

Dir. Gabriel Mascaro

Sinopse: Moradores ricos que vivem muito acima da realidade das ruas discutem uma vida na qual o privilégio cria um universo à parte. Filme vencedor do prêmio de melhor documentário no FIDOCS – Festival de Documentários de Santiago; menção especial do júri no Bafici-Buenos Aires; selecionado para os festivais Visions du Réel, CPH:DOX, Los Angeles, Havana, Cartagena, Miami, Málaga, Toulouse, Uruguai, Três Continentes de Nantes e Bratislava. 

 

PANORAMA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO


O Panorama Internacional Contemporâneo é o programa da Mostra Ecofalante de Cinema, que a cada edição traz os mais novos filmes dos principais festivais de cinema e documentário do mundo, exibirá 38 produções, sendo 27 inéditas no Brasil, contando com representantes de 31 países. 

Grande atração do Panorama Internacional Contemporâneo, o longa-metragem Jogo do Poder é assinado por Costa-Gavras, cineasta vencedor do Oscar e do prêmio de melhor direção no Festival de Cannes. Em seu novo longa-metragem, inédito no Brasil, o diretor revela os bastidores do jogo de poder da Europa, focalizando as razões para a crise na Grécia ter acontecido e como foi travada uma das mais espetaculares e controversas batalhas da história política. 

Também parte do Panorama, A Nova Corporação, dirigido por Joel Bakan e Jennifer Abbott – mesmos realizadores do multipremiado A Corporação, de 2003 – revela uma nova astúcia dessas instituições: transvestir-se de entidades “socialmente responsáveis”. Outro destaque é O Capital do Século XXI, codirigido pelo economista Thomas Piketty, autor do best seller homônimo no qual o filme se inspira. O documentário traça a evolução do capitalismo e evidencia esta nova fase em que a concentração de renda voltou a aumentar, exacerbando as desigualdades no mundo. 


O documentário italiano Res Creata, dirigido por Alessandro Cattaneo, que teve sua estreia no Hot Docs, festival internacional de documentários de Toronto, explora a relação milenar, ora conflitante, ora harmoniosa entre os seres humanos e os animais; ensaio visual ao mesmo tempo intimista e filosófico, o documentário sugere que se conseguirmos mudar o modo como pensamos sobre os animais, o ecossistema inteiro se beneficiará.  

Selecionado no IDFA–Amsterdã e CPH:DOX, festival internacional de documentários da Dinamarca, A Campanha Contra o Clima, de Mads Ellesøe, revela a campanha, patrocinada secretamente pelas maiores petroleiras do planeta, de negação da causa antrópica do aquecimento global, retardando em mais de 30 anos as ações contra a crise do clima. Chama atenção a representação africana no evento deste ano. Um dos destaques é uma rara produção do Quênia, Softie, premiada por sua montagem no badalado Festival de Sundance. Dirigido pelo cineasta e ativista Sam Soko, o documentário segue o percurso de um fotógrafo famoso por retratar a violência política daquele país, que se aventura na política para levar seu ativismo socioambiental a um novo patamar. Outra cinematografia pouco frequente no circuito internacional, a produção de Angola Ar Condicionado, selecionada para o prestigioso Festival de Roterdã, o longa de estreia de Fradique mescla realismo fantástico e crítica social em uma história onde aparelhos de ar condicionado começam a cair misteriosamente dos apartamentos na cidade de Luanda, capital do país. Já Morning Star é uma coprodução entre Madagascar e a Ilha da Reunião selecionada para o IDFA-Amsterdã, o mais importante festival internacional de documentários. Dirigida por Nantenaina Lova, que também assina a produção, o roteiro, a fotografia e a edição, a obra focaliza uma vila, uma comunidade e uma cultura em vias de desaparecer por conta da mineração. 

Selecionado nos festivais Hot Docs, CPH:DOX, Dokufest e IDFA – Amsterdã, Dope Is Death: A Outra Luta dos Panteras Negras, da diretora norte-americana Mia Donovan, traz a pouco conhecida história de um programa de desintoxicação, iniciado por um dos fundadores do movimento dos Panteras Negras, no bairro nova-iorquino do Bronx dos anos 1970. Também se destacam o documentário canadense dirigido por Lulu Wei Um Lugar Como Nenhum Outro, que venceu o Rogers Audience Award no Hot Docs ao retratar a transformação de um icônico quarteirão de Toronto através das histórias de membros de sua comunidade que lhe deram identidade, e Cuidadoras a Caminho, do documentarista indonésio Ismail Fahmi Lubis, que revela os meandros de um centro de treinamento para trabalhadoras domésticas que buscam ser empregadas no exterior. 

O Panorama Internacional Contemporâneo está dividido em 7 temas: Ativismo, Biodiversidade, Cidades, Economia, Povos & Lugares, Tecnologia e Trabalho.

 

ATIVISMO

O eixo temático ATIVISMO é composto de quatro filmes: Arica, de Lars Edman e William Johansson Kalén, é uma coprodução Suécia/Chile/Bélgica/Noruega/Reino Unido selecionada para o festival IDFA-Amsterdã que focaliza um processo de responsabilidade corporativa contra uma mineradora sueca que exportou 20 mil toneladas de lixo tóxico para uma a cidade do Chile; Ativistas Animais, de Denis Henry Hennelly e Casey Suchan, conta a história da perseguição implacável do governo norte-americano a um grupo de ativistas que luta contra a crueldade animal; Dope is Death: A Outra Luta dos Panteras Negras, de Mia Donovan, recupera a história do Dr. Mutulu Shakur, (padrasto do rapper Tupac Shakur, assassinado em 1996), que junto com seus companheiros dos Panteras Negras e os Jovens Lordes, combinaram saúde comunitária com política radical para criar o primeiro programa de desintoxicação por acupuntura nos Estados Unidos. Já a produção do Quênia vencedora do prêmio de melhor montagem no Festival de Sundance: Softie, de Sam Soko, retrata um jovem fotógrafo famoso por retratar a violência política de seu país que decide concorrer às eleições regionais.

 

ARICA

(Arica, Suécia/Chile/Bélgica/Noruega/Reino Unido, 2020, 97 min)

Dir. Lars Edman e William Johansson Kalén

Sinopse: Uma mineradora sueca exporta 20 mil toneladas de lixo tóxico para a cidade chilena de Arica, no norte do deserto de Atacama. Milhares de pessoas adoecem, muitas morrem de câncer. O filme documenta um processo inédito de responsabilidade corporativa que começa depois de um cineasta sueco nascido no Chile expor o escândalo em um primeiro documentário. Filmado ao longo de 15 anos, a obra revela como as decisões tomadas décadas atrás na Europa continuam afetando as pessoas na América do Sul. Selecionado para o IDFA-Amsterdã.

 


ATIVISTAS ANIMAIS

(The Animal People, EUA, 2019, 97 min)

Dir. Denis Henry Hennelly e Casey Suchan

Sinopse: Filmado ao longo de 15 anos, conta a história da perseguição implacável do governo norte-americano a um grupo de ativistas que luta contra a crueldade animal. O filme retrata como os jovens foram alçados de ativistas radicais que se apoiam na primeira emenda à Constituição do país – a liberdade de expressão –, a terroristas domésticos. Produção executiva do ator vencedor do Oscar e ativista vegano Joaquin Phoenix. Selecionado para o Suncine – Festival de Cinema e Meio Ambiente de Barcelona.

 

DOPE IS DEATH:

A OUTRA LUTA DAS PANTERAS NEGRAS

(Dope is Death, EUA, 2020, 79 min)

Dir. Mia Donovan

Sinopse: A história de como o Dr. Mutulu Shakur (padrasto do rapper Tupac Shakur, assassinado em 1996), junto com seus companheiros dos Panteras Negras e os Jovens Lordes, combinaram saúde comunitária com política radical para criar o primeiro programa de desintoxicação por acupuntura nos Estados Unidos em 1973. Visionário, o projeto logo considerado perigoso demais pelo governo norte-americano. Selecionado para os festivais IDFA-Amsterdã, HotDocs, CPH:DOX e Dokufest.

 

SOFTIE

(Softie, Quênia, 2020, 96 min)

Dir. Sam Soko

Sinopse: Softie, como é apelidado Boniface, é um jovem fotógrafo queniano famoso por retratar a violência política de seu país natal. Inconformado com o descaso e abandono que vê ao seu redor, decide concorrer às eleições regionais. Ao lutar por manter a sua campanha “limpa” e sua família segura, percebe que a política é o único caminho para se alcançar a justiça socioambiental, é também um jogo muito sujo e perigoso. Vencedor do prêmio de melhor montagem no Festival de Sundance; selecionado para os festivais de HotDocs e CPH:DOX.

 

BIODIVERSIDADE

BIODIVERSIDADE é o eixo temático que reúne sete produções: As Borboletas de Arabuko (John Davies, Reino Unido) aborda o ofício de caçadores e criadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental; Vencedor do importante festival ambiental norte-americano Wild & Scenic, Baleias Enredadas, de David Abel, é produção norte-americana que trata dos esforços para proteger da extinção as baleias francas do Atlântico Norte; O alemão; Era Uma Vez Um Lago, de Daniel Asadi Faezi, premiado no Festival de Innsbruck, é uma abordagem poética sobre um lago no norte do Irã transformado em terra estéril e coberta de sal; O Salmão Vermelho, dos russos Dmitriy Shpilenok e Vladislav Grishin, foi elogiado por sua fotografia primorosa ao focalizar um santuário do salmão vermelho, ameaçado pela pesca ilegal; O Tempo das Florestas, produção francesa dirigida por François-Xavier Drouet, alerta para a atual fase de industrialização das florestas, verdadeiros símbolos da natureza e da preservação; Res Creata (de Alessandro Cattaneo, Itália) é ensaio visual sobre a relação entre os seres humanos e os animais selecionado para os importantes festivais de documentários Visions du Rèel e Hot Docs; Narrado pelo ator e ativista ambiental Woody Harrelson, o longa-metragem norte-americano Solo Fértil, de Josh Tickell e Rebecca Harrell Tickell, aborda um grupo de ativistas, cientistas, agricultores e políticos que se unem em um movimento global por uma técnica de plantio cujo objetivo é equilibrar o clima, reabastecer o vasto suprimento de água e alimentar o mundo.

 

AS BORBOLETAS DE ARABUKO

(The Flying Gold of Arabuko, Reino Unido, 2020, 10 min)

Dir. John Davies

Sinopse: Sobre o ofício de caçadores e criadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental. Contado da perspectiva de um criador de borboletas e ex-caçador furtivo, o filme questiona se algo tão pequeno como uma borboleta poderia salvar um ecossistema inteiro. Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no Independent Shorts Awards e de  menção especial do júri no Festival Innsbruck Nature.

 

BALEIAS ENREDADAS

(Entangled, EUA, 2020, 75 min)

Dir. David Abel

Sinopse: Sobre os esforços para proteger da extinção as baleias francas do Atlântico Norte, os impactos desses esforços na indústria da lagosta e como o Serviço Nacional de Pesca Marinha tem lutado para equilibrar os interesses rivais. Vencedor do Prêmio Jackson Wild Media (considerado como o “Oscar” do cinema de natureza), na categoria de melhor filme não-televisivo.

 

ERA UMA VEZ UM LAGO

(Where We Used To Swim, Alemanha, 2019, 8 min)

Dir. Daniel Asadi Faezi

Sinopse: O Lago Urmia, no norte do Irã, já foi o maior lago do Oriente Médio, mas sua má gestão trouxe uma seca devastadora que transformou boa parte dele em terra estéril e coberta de sal. Sob a forma de ensaio cinematográfico, o filme utiliza fragmentos de identidade e memória, partindo do presente para revisitar o passado e erguer um monumento ao quase extinto Lago Urmia. Vencedor de menção honrosa no Festival de Innsbruck.

 

O SALMÃO VERMELHO

(Sockeye Salmon, Red Fish, Rússia, 2020, 51 min)

Dir. Dmitriy Shpilenok e Vladislav Grishin

Sinopse: O Santuário do Sul de Kamchatka é o paraíso do salmão vermelho, espécie selvagem que habita a península de Kamchatka, região no extremo oriente da Rússia. A reserva, que abriga uma população de ursos marrons e atrai milhares de turistas todo ano, é um raro exemplo de equilíbrio entre a flora e a fauna. O documentário, elogiado por sua fotografia primorosa, foi filmado ao longo de anos e testemunhou os esforços da comunidade para conscientizar a população local e frear a caça furtiva, que ameaçava o salmão vermelho e assim, toda a biodiversidade que ele ajuda a sustentar. Vencedor do grand prix do Festival Ekofilm.

 

O TEMPO DAS FLORESTAS

(Le Temps des Forêts, França, 2018, 104 min)

Dir. François-Xavier Drouet

Sinopse: Símbolo da natureza e da preservação, as florestas enfrentam uma fase de industrialização sem precedentes. A pesada mecanização, as monoculturas, os fertilizantes e os pesticidas se multiplicam no ritmo acelerado do modelo da agricultura intensiva. Ao mesmo tempo, a transmissão de conhecimento dos silvicultores se perde. Nessa jornada ao coração da indústria florestal e suas alternativas, o filme mostra como as escolhas de hoje definirão a paisagem de amanhã. Vencedor do prêmio SRG SSR na Semana da Crítica do Festival de Locarno e do Prêmio Independente no Festival de Trento.

 


RES CREATA

(Res Creata – Humans and Other Animals, Itália, 2019, 80 min)

Dir. Alessandro Cattaneo

Sinopse: Sobre a relação milenar – ora conflituosa, ora harmoniosa – entre os seres humanos e os animais. Trata-se de uma relação onde a curiosidade, o amor e o deslumbramento muitas vezes se entrelaçam com a exploração, a objetificação e a necessidade. Ensaio visual ao mesmo tempo intimista e filosófico, o filme procura jogar luz sobre o que nos conecta e sugere que se conseguirmos mudar o modo como pensamos sobre os animais, o ecossistema inteiro se beneficiará. Selecionado para o Festival de Innsbruck, Cracóvia, Visions du Rèel e Hot Docs.

 

SOLO FÉRTIL

(Kiss The Ground, EUA, 2020, 85 min)

Dir. Josh Tickell e Rebecca Harrell Tickell

Sinopse: Narrado pelo ator e ativista ambiental Woody Harrelson, o filme aborda um grupo revolucionário de ativistas, cientistas, agricultores e políticos que se unem em um movimento global chamado “Agricultura Regenerativa”. Trata-se de uma técnica de plantio cujo objetivo é equilibrar o clima, reabastecer o vasto suprimento de água e alimentar o mundo. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival Doc LA (Los Angeles); melhor documentário interativo no Festival Lonely Wolf (Londres).

 

CIDADES

CIDADES é eixo temático no qual estão reunidos seis títulos: O longa-metragem português A Nossa Terra, o Nosso Altar, de André Guiomar, premiado no Festival de Bilbao, é documentário intimista e observacional sobre o bairro do Aleixo, na cidade do Porto, vivendo processo de demolição que arrasta-se há anos; Coprodução entre a Alemanha e a Etiópia dirigida por Daniel Kötter, A Leste de Finfinnee foi premiado no Festival DOK Leipzig ao incursionar na periferia da capital etíope Adis Abeba, analisando o fosso mais do que simbólico entre o urbano e rural; Ar Condicionado, longa angolano assinado por Fradique e selecionado para o Festival de Roterdã, mistura realismo mágico e crítica social em um enredo sobre aparelhos de ar condicionado que começam a cair misteriosamente dos apartamentos na cidade de Luanda, capital do país; Formas Concretas de Resistência, coprodução entre Reino Unido e Líbano dirigida por Nick Jordan, focaliza obra arquitetônica de Oscar Niemeyer (1907-2012) em Trípoli para um evento que acabou não sendo realizado e se tornou um verdadeiro estorvo no meio da cidade; Injustiça Climática, de Judith Helfand, vincula a devastação de um desastre natural ao desastre do racismo estrutural a partir da pior onda de calor da história dos Estados Unidos vivida pela cidade de Chicago em 1995, quando 739 pessoas – a maioria idosos e negros – morreram no espaço de uma semana; Já o canadense Um Lugar Como Nenhum Outro, dirigido por Lulu Wei, é um registro pessoal da transformação de um icônico quarteirão da cidade de Toronto, coletando histórias de membros de sua comunidade.

 

A NOSSA TERRA, O NOSSO ALTAR

(A Nossa Terra, o Nosso Altar, Portugal, 2020, 77 min)

Dir. André Guiomar

Sinopse: Documentário intimista e observacional, o filme testemunha as últimas rotinas no cotidiano do bairro social do Aleixo (na cidade do Porto, Portugal), marcadas pela tensão de um fim anunciado. Entre a queda da primeira e da última torre, o processo de demolição arrasta-se durante anos, deixando as vidas dos moradores em suspenso, num misto de resignação e inconformidade. Vencedor do Prêmio ZIFF Youth Award no Festival de Documentários e Curtas-Metragens de Bilbao; Melhor Diretor Emergente na competição internacional do Festival Porto/Post/Doc.

 

A LESTE DE FINFINNEE

(Rift Finfinnee, Alemanha/Etiópia, 2020, 79 min)

Dir. Daniel Kötter

Sinopse: Uma viagem pela periferia de Adis Abeba, capital da Etiópia. Em planos de paisagens e arquitectura rigorosamente enquadrados e com uma trilha sonora que entrelaça as conversas originais de forma complexa, o filme percorre o desfiladeiro do rio Akaki, analisando o fosso mais do que simbólico entre o urbano e rural. A obra toma a geografia concreta, a arquitetura e a vida cotidiana de trabalhadores agrícolas e da construção civil no leste de Adis Abeba (“Finfinnee”, em oromo) como ponto de partida para uma narrativa alegórica sobre a urbanização de uma sociedade africana à beira da guerra civil. Vencedor do Prêmio DEFA no Festival DOK Leipzig; selecionado para os festivais Doclisboa e Hot Docs.

 


AR CONDICIONADO

(Ar Condicionado, Angola, 2020, 72 min)

Dir. Fradique

Sinopse: Quando aparelhos de ar condicionado começam a cair misteriosamente dos apartamentos na cidade de Luanda, capital da Angola, um vigia e uma empregada doméstica têm a missão de recuperar o aparelho do chefe. O filme mistura realismo mágico e crítica social em uma narrativa sobre como vivemos em conjunto nas esperanças verticais, no coração de uma cidade que é passado-presente-futuro.
Vencedor do prêmio de melhor filme no Festival de Innsbruck; selecionado para o Festival de Roterdã.

 

FORMAS CONCRETAS DE RESISTÊNCIA

(Concrete Forms of Resistance, Reino Unido/Líbano, 2019, 25 min)

Dir. Nick Jordan

Sinopse:Trípoli teve sorte de ter esse projeto no coração da cidade, mas o projeto teve o azar de ser em Trípoli”. Com essa frase, o filme dita o tom melancólico de sua análise sobre a concepção e o uso do projeto arquitetônico do brasileiro Oscar Niemeyer (1907-2012) para a Feira Internacional Permanente que seria sediada na cidade de Trípoli, no Líbano. A guerra colocou um fim nesse grande projeto e tornou o espaço inviável – um estorvo no meio da cidade. Selecionado para o Festival de Sheffield e Festival de Curtas-Metragens de Londres.

 

INJUSTIÇA CLIMÁTICA

(Cooked: Survival by Zip Code, EUA, 2018, 82 min)

Dir. Judith Helfand

Sinopse: Chicago sofreu a pior onda de calor da história dos Estados Unidos em 1995, quando 739 pessoas – a maioria idosos e negros – morreram no espaço de uma semana. Enquanto o filme vincula a devastação do desastre natural ao desastre do racismo estrutural, também investiga uma das indústrias de maior crescimento das últimas décadas: a indústria de preparação para emergências e desastres. O filme pergunta: como pode o estado estar disposto a se prevenir contra desastres naturais, mas reluta em reconhecer os desastres em câmera lenta que engendra? Selecionado para os festivais DOC NYC, SEFF – Seoul Eco e DC Environmental.

 

UM LUGAR COMO NENHUM OUTRO

(There’s No Place Like This Place, Anyplace, Canadá, 2020, 75 min)

Dir. Lulu Wei

Sinopse: Registro pessoal da transformação de um icônico quarteirão de Toronto através das histórias de membros de sua comunidade, da qual fazem parte a diretora e sua namorada. Enquanto todos revisitam a história do bairro – indissociável da trajetória de cada um dos moradores –, eles não deixam de lutar por moradia acessível em meio à maior crise imobiliária que o país jamais viu. Vencedor do prêmio do público no Festival Hot Docs.

 

ECONOMIA

No eixo temático ECONOMIA estão quatro longas-metragens: A Nova Corporação é assinado pelo renomado escritor, músico de jazz, cineasta e professor Joel Bakan, em codireção com Jennifer Abbott. O filme revela como a aquisição corporativa da sociedade está sendo justificada pelas astutas ações estratégicas que buscam reposicionar corporações como entidades com consciência social; Jogo do Poder, do cineasta três vezes vencedor do Oscar Costa-Gavras, é baseado nas memórias do ex-ministro de finanças grego Yanis Varoufakis, co-roteirista do filme, e focaliza as razões para a crise na Grécia ter acontecido e como foi travada uma das mais espetaculares e controversas batalhas da história política; O Capital no Século XXI, de Justin Pemberton e Thomas Piketty, é coprodução França/Nova Zelândia que propõe uma viagem através da história moderna de nossas sociedades, contrapondo a riqueza e o poder de um lado e, do outro, o progresso social e as desigualdades; Oeconomia, dirigido por Carmen Losmann e selecionado para o Festival de Berlim, revela como as regras do jogo capitalista contemporâneo pré-condicionam sistematicamente o crescimento, os déficits e as concentrações de riqueza.

 

A NOVA CORPORAÇÃO

(The New Corporation: The Unfortunately Necessary Sequel,

Canadá, 2020, 106 min)

Dir. Joel Bakan e Jennifer Abbott

Sinopse: O filme revela como a aquisição corporativa da sociedade está sendo justificada pelo astuto “rebranding” das corporações como entidades com consciência social. De reuniões de elites corporativas em Davos, às mudanças climáticas e desigualdade em espiral; a ascensão de líderes de ultradireita à covid-19 e a injustiça racial, a obra analisa o poder devastador das corporações. Contrariar isso é uma onda de resistência em todo o mundo, à medida que as pessoas vão às ruas em busca da justiça e do futuro do planeta. Vencedor do prêmio de melhor documentário canadense no Festival de Vancouver; selecionado para os festivais de Toronto e Planet in Focus.

 


JOGO DO PODER

(Adults in the Room, França/Grécia, 2019, 124 min)

Dir. Costa-Gavras

Sinopse: Baseado nas memórias do ex-ministro de finanças grego Yanis Varoufakis, é uma abordagem sobre a “agenda oculta” da Europa revelando o que realmente acontece em seus corredores de poder. Focaliza as razões para a crise na Grécia ter acontecido, e como foi travada uma das mais espetaculares e controversas batalhas na história política. Mas a verdadeira história do que aconteceu é quase inteiramente desconhecida, principalmente porque grande parte dos verdadeiros negócios da União Europeia ocorre a portas fechadas.
Selecionado para o Festival de Roterdã.

 

O CAPITAL NO SÉCULO XXI

(Capital in the Twenty-First Century,

França/Nova Zelândia, 2019, 103 min)

Dir. Justin Pemberton e Thomas Piketty

Sinopse: Adaptado do livro homônimo de Thomas Piketty, uma das obras mais importantes dos últimos anos. Intercalando referências à cultura pop com intervenções dos mais influentes especialistas de nossa época, o filme propõe uma viagem através da história moderna de nossas sociedades. O documentário contrapõe a riqueza e o poder de um lado e, do outro, o progresso social e as desigualdades. Uma reflexão necessária para compreender o mundo de hoje. Selecionado para o Festival de Hamburgo.

 

OECONOMIA

(Oeconomia, Alemanha, 2020, 89 min)

Dir. Carmen Losmann

Sinopse: Camada por camada, o filme revela como as regras do jogo capitalista contemporâneo pré-condicionam sistematicamente o crescimento, os déficits e as concentrações de riqueza. Com particular perspicácia e rigor, o filme articula os aspectos mais flagrantes da economia capitalista tornados invisíveis pela cobertura predominante da mídia. Selecionado para os festivais de Berlim, IDFA-Amsterdã, Sheffield e CPH:DOX.

 

POVOS & LUGARES

Seis filmes integram o eixo temático POVOS & LUGARES: A produção da Sérvia, Até o Anoitecer, de Maja Novaković, acumulou premiações em eventos nos Estados Unidos, França, Alemanha, Suíça, Irã e Eslovênia ao retratar com poesia amarga a vida cotidiana nas colinas isoladas do país através de duas mulheres idosas; O português Hálito Azul, de Rodrigo Areias, focaliza uma vila de pescadores da ilha de São Miguel, nos Açores, que vive os últimos dias de uma atividade pesqueira tal como a conhecem; Morning Star, de Nantenaina Lova, é uma coprodução entre Madagascar e Ilha da Reunião que focaliza uma comunidade da região costeira e a importância cultural daquele espaço cobiçado pelo capitalismo; O italiano Omelia Contadina, de JR e Alice Rohrwachter, apresenta uma performance de camponeses que trazem trechos de textos de Pier Paolo Pasolini e Rachel Carson e foi vencedor do prêmio de melhor curta-metragem estrangeiro no Festival de Valladolid; Uma coprodução Reino Unido/Polônia/Espanha, Pesca Roubada, de Gosia Juszczak, lança um olhar sensível para a população pobre na Gambia, país africano onde pescadores e outros trabalhadores são afetados pelo extrativismo e pelo neocolonialismo chinês; O suíço Sapelo, de Nick Brandestini, focaliza a ilha de mesmo nome no estado da Georgia (Estados Unidos), que abriga comunidades afrodescendentes em desaparecimento. A obra foi vencedora do prêmio de melhor longa-metragem no Festival Visions du Réel, melhor documentário, melhor direção e prêmio especial do júri no Festival BendFilm (Oregon, EUA) e de melhor documentário no Festival Ojai da Califórnia.

 

ATÉ O ANOITECER

(Then Comes The Evening, Sérvia, 2019, 28 min)

Dir.  Maja Novaković

Sinopse: A poesia amarga da vida cotidiana nas colinas isoladas do leste da Sérvia mostra o cuidado e a intimidade de duas mulheres idosas, tanto em suas relações mútuas quanto na relação com a natureza.
Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no Festival de Innsbruck e no Festival de Documentários Full Frame (EUA); melhor filme no Festival de Lugano (Suíça); prêmio especial do júri no Festival Auteur de Belgrado e no Festival Cinema Vérité do Irã; prêmio do público no Festival Entrevues de Belfort (França); prêmio da crítica internacional no Festival FeKK de Liubliana (Eslovênia).

 

HÁLITO AZUL

(Hálito Azul, Portugal, 2018, 78 min)

Dir. Rodrigo Areias

Sinopse: Esmagada contra o oceano pela encosta de um vulcão, a vila de pescadores da Ribeira Quente, na ilha de São Miguel nos Açores, vive os últimos dias de uma atividade pesqueira tal como a conhecem. Todos lutam por dias normais, enquanto a vida continua, mesmo com os peixes ficando escassos. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Ismailia (Egito).

 

MORNING STAR

(Morning Star, Madagascar/Ilha da Reunião, 2020, 77 min)

Dir. Nantenaina Lova

Sinopse: Uma vila, uma comunidade e uma cultura em vias de desaparecer por conta da mineração. O filme focaliza na comunidade local numa região costeira de Madagascar e na importância cultural daquele espaço cobiçado pelo capitalismo. Foca também nos jovens, na perspectiva que tem de perderem sua terra, na absoluta ausência de oportunidades. Selecionado para o IDFA-Amsterdã.

 


OMELIA CONTADINA

(Omelia Contadina, Itália, 2019, 10 min)

Dir. JR e Alice Rohrwachter

Sinopse: Filme performático com uma comunidade de camponeses italianos que fazem uma ‘apresentação funerária’ em que o(s) morto(s) são eles mesmos. Com a proclamação de textos proféticos do cineasta Pier Paolo Pasolini (1922-1975) e trechos de “A Primavera Silenciosa”, da escritora norte-americana Rachel Carson (1907-1964). Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem estrangeiro no Festival de Valladolid.

 


PESCA ROUBADA

(Stolen Fish, Reino Unido/Polônia/Espanha, 2020, 30 min)

Dir. Gosia Juszczak

Sinopse: Um olhar muito sensível para a população pobre na Gambia, país africano onde pescadores e outros trabalhadores são afetados pelo extrativismo e pelo neocolonialismo chinês. Selecionado para o Festival de Sheffield.

 

SAPELO

(Sapelo, Suíça, 2020, 91 min)

Dir. Nick Brandestini

Sinopse: Sapelo é uma ilha na costa do estado da Georgia (Estados Unidos) que abriga comunidades afrodescendentes em desaparecimento. A idosa Cornelia luta para preservar costumes, tradições e resgate da ancestralidade negra muito viva e presente. Vencedor do prêmio de melhor longa-metragem no Festival Visions du Réel; melhor documentário, melhor direção e prêmio especial do júri no Festival BendFilm (Oregon, EUA); melhor documentário no Festival Ojai (Califórnia, EUA). 

 

TECNOLOGIA

No eixo temático TECNOLOGIA estão reunidas cinco produções: A Campanha Contra o Clima é uma coprodução Dinamarca/Finlândia/Noruega/Suíça/Bélgica, dirigida por Mads Ellesøe, que mostra como, em 1988, as maiores petroleiras do planeta detectaram o aquecimento global, mas, em vez de agir, lançaram uma campanha que há 30 anos atrapalha o combate à emergência climática, semeando dúvida onde antes havia unanimidade; Coded Bias (EUA/Reino Unido/China), de Shalini Kantayya, que foi eleito como o melhor documentário no Festival de Calgary, no Canadá, tem como protagonista a pesquisadora Joy Buolamwini, que descobriu serem as tecnologias de reconhecimento facial imprecisas em rostos de pele negra ou incorretas para mulheres; Feels Good Man, de Arthur Jones, foi vencedor do prêmio de melhor documentário de diretor estreante no Festival de Sundance ao contar a história de como o meme Pepe The Frog escapou do controle de seu criador e involuntariamente se tornou um símbolo de ódio, racismo e intolerância; Influence, coprodução da África do Sul e Canadá selecionada para o Festival de Sundance e dirigida por Richard Poplak e Diana Neille, focaliza Lord Timothy Bell, fundador da empresa de relações públicas Bell Pottinger, que ganhou destaque ao prestar serviços para políticos polêmicos e amorais, tendo usado a mídia como uma arma para influenciar as eleições – e subverter a democracia, como no Reino Unido e no Chile de Pinochet; O Debatedor, de Harry Spitzer e Joshua Davis, questiona sobre o que ocorre quando a inteligência artificial se aventura no mundo real do discurso humano e age mais como nós. O filme oferece um raro vislumbre dos bastidores da criação de uma nova e poderosa inteligência artificial.

 

A CAMPANHA CONTRA O CLIMA

(The Campaign Against the Climate

Dinamarca/Finlândia/Noruega/Suíça/Bélgica, 2020, 58 min)

Dir. Mads Ellesøe

Sinopse: Em 1988, o mundo se preparava para agir contra as mudanças climáticas. Mas então algo aconteceu. Algo que levou à crise climática para a qual o mundo despertou hoje. As maiores petroleiras do planeta foram das primeiras a detectar o aquecimento global, mas, em vez de agir, lançaram uma campanha que há 30 anos atrapalha o combate à emergência climática, semeando dúvida onde antes havia unanimidade. Trata-se de um modus operandi que vai encontrar, anos depois, o seu maior aliado na internet das redes sociais e algoritmos. Selecionado para o IDFA-Amsterdã e para os festivais CPH:DOX e Cinemambiente.

 


CODED BIAS

(Coded Bias, EUA/Reino Unido/China, 2019, 84 min)

Dir. Shalini Kantayya

Sinopse: Quando Joy Buolamwini, pesquisadora do MIT Media Lab (EUA), descobre que muitas tecnologias de reconhecimento facial não detectam com precisão rostos de pele negra ou classificam incorretamente os rostos de mulheres, ela passa a investigar o caráter altamente tendencioso presente nos algoritmos. Acontece que a inteligência artificial não é neutra e as mulheres estão liderando a ofensiva para garantir que nossos direitos civis sejam protegidos. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Calgary (Canadá); selecionado para os festivais de Sundance, SXSW, CPH:DOX e Hot Docs.

 

FEELS GOOD MAN

(Feels Good Man, EUA, 2019, 92 min)

Dir. Arthur Jones

Sinopse: A história de como o meme Pepe The Frog escapou do controle de seu criador e involuntariamente se tornou um símbolo de ódio, racismo e intolerância. Por meio de uma série de imprevistos e conexões bizarras impulsionadas pela internet, Pepe acabou sendo cooptado pela extrema direita norte-americana. Como isso aconteceu exatamente é uma viagem selvagem ao coração da vida online dos dias de hoje e à “memeificação” de nossa cultura coletiva compartilhada – na qual os significados das imagens mudam a todo momento e não podem ser controlados nem mesmo por seus criadores. Vencedor do prêmio de melhor documentário de diretor estreante no Festival de Sundance; selecionado para os festivais SXSW, Hot Docs e CPH:DOX.

 

INFLUENCE

(Influence, África do Sul/Canadá, 2020, 26 min)

Dir. Richard Poplak e Diana Neille

Sinopse: Lord Timothy Bell, fundador da empresa de relações públicas Bell Pottinger, ganhou destaque no mundo da publicidade ao prestar serviços para políticos que vão do polêmico ao abertamente amoral. Depois de décadas usando a mídia como uma arma para influenciar as eleições – e subverter a democracia – no Reino Unido, no Chile de Pinochet e além, um novo cliente contribui para a queda dramática de Bell. Oferecendo uma visão precisa sobre o quanto nossas percepções são moldadas por forças externas, o filme promove uma investigação perturbadora sobre a politização da comunicação moderna, fenômeno que se repete e multiplica na instrumentalização das redes sociais nos dias de hoje. Vencedor do prêmio de melhor documentário sul-africano no Festival de Durban; selecionado para os festivais de Sundance, Moscou e Dokufest.

 

O DEBATEDOR

(The Debater, EUA, 2020, 26 min)

Dir. Harry Spitzer e Joshua Davis

Sinopse: Não há quem possa parar os avanços da inteligência artificial. As máquinas nos venceram no jogo de damas, xadrez, pôquer… Mas tudo isso são jogos. O que ocorre quando a IA se aventura no mundo real do discurso humano e age mais como nós? O filme oferece um raro vislumbre dos bastidores da criação de uma nova e poderosa inteligência artificial. Ele conta a história do empenho de uma equipe da IBM em levar a inteligência artificial a um território desconhecido e explora o que significa viver em um mundo onde a IA nos ajuda a tomar decisões, especialmente na era das notícias falsas e bolhas ideológicas. Selecionado para o Festival DPH:DOX.

 

TRABALHO

O eixo temático TRABALHO é composto por seis produções: Cuidadoras a Caminho, produção da Indonésia dirigida por Ismail Fahmi Lubis, focaliza um centro de treinamento para trabalhadoras domésticas que buscam ser empregadas no exterior; Filipiñana (Filipinas/Reino Unido), de Rafael Manuel, aborda a estratificação rígida da sociedade filipina a partir de uma jovem trabalhadora de um sofisticado clube e venceu o prêmio de melhor curta-metragem no Festival de Berlim; Mulheres de Farda, de Deirdre Fishel, foi selecionado nos importantes festivais de Tribeca e DOC NYC ao focalizar as histórias das mulheres policiais em Minneapolis (EUA) que tentam restaurar a confiança na comunidade; Noite Adentro, de Loira Limbal, investiga o fenômeno das creches norte-americanas que funcionam 24 horas por dia, resultado das extensas jornadas em diferentes empregos da população; O Novo Evangelho, de Milo Rau, propõe uma nova versão da crucificação de Cristo, desta vez interpretada por um ativista político camaronês Yvan Sagnet, que defende os direitos dos trabalhadores ilegais explorados por um sistema agrícola liderado pela máfia. O filme é ao mesmo tempo uma gravação dos ensaios da peça e, fora do “palco”, uma documentação da luta de Sagnet e de seus compatriotas africanos por visibilidade e dignidade; A produção da República Tcheca, dirigida por Jindřich Andrš, O Último Turno, acompanha a difícil transição de um mineiro de meia idade em busca de uma nova profissão, após o fechamento da última mina da República Tcheca.

 

CUIDADORAS A CAMINHO

(Help is on the Way, Indonésia, 2020, 90 min)

Dir. Ismail Fahmi Lubis

Sinopse: Uma janela para um processo de treinamento raramente visto, o filme revela os meandros de um centro de treinamento na Indonésia para trabalhadoras domésticas que buscam ser empregadas no exterior. A cada ano, milhares se inscrevem nesses centros para conseguir trabalho em Hong Kong, Cingapura ou Taiwan, onde têm chances de conseguir uma remuneração que lhes permita prover para suas famílias, que ficam para trás. São muitas as razões para essa escolha – necessidade, imposição da família, desejo de emancipação. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival da Indonésia; selecionado para o Festival de Taiwan.

 

FILIPIÑANA

(Filipiñana, Filipinas/Reino Unido, 2020, 24 min)

Dir. Rafael Manuel

Sinopse: Um cartaz com os dizeres “Trabalho é para pessoas que não jogam golfe” recebe os sócios de um sofisticado clube de golfe em algum lugar das Filipinas. Isabel é uma jovem que iniciou o trabalho no clube há pouco tempo. No entanto, ela rapidamente aprende as limitações impostas por sua função, na base da pirâmide social deste microcosmo que revela a estratificação rígida da sociedade filipina. Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no Festival de Berlim; troféu Lobo de Prata no Festival du Nouveau Cinéma de Montreal; melhor filme de estudante no Festival Molodist de Kiev (Ucrânia); melhor curta-metragem asiático no Festival Short Shorts de Tóquio.

 

MULHERES DE FARDA

(Women in Blue, EUA, 2020, 82 min)

Dir. Deirdre Fishel

Sinopse: As histórias das mulheres policiais em Minneapolis (EUA) que tentam reformar o departamento e restaurar a confiança na comunidade depois que um tiroteio policial força sua primeira chefe mulher a renunciar. Selecionado para os festivais de Tribeca e DOC NYC.

 

NOITE ADENTRO

(Through the Night, EUA, 2020, 72 min)

Dir. Loira Limbal

Sinopse: Os norte-americanos e imigrantes residentes nos Estados Unidos têm acumulado extensas jornadas em diferentes empregos para conseguir se sustentar. Esse novo contexto de trabalho ininterrupto resulta no inesperado fenômeno das creches que funcionam 24 horas por dia. Documentário de estilo cinema vérité, o filme investiga os custos da nossa economia contemporânea através das experiências de duas mulheres, mães e trabalhadoras, e também da administradora da creche, cuja vida é indissociável da rotina do espaço que administra. Vencedor do prêmio especial do júri no Festival de Sarasota (EUA); selecionado para os festivais de Tribeca, DOC NYC e Hot Docs.

 


O NOVO EVANGELHO

(Das Neue Evangelium, Alemanha/Suíça/Itália, 2020, 107)

Dir. Milo Rau

Sinopse: No passado, tanto Pier Paolo Pasolini como Mel Gibson filmaram a crucificação de Jesus na cidade de Matera, no sul da Itália. Em 2019, Matera se tornou o cenário para uma nova encenação da Paixão. Desta vez, Jesus foi interpretado pelo ativista político camaronês Yvan Sagnet, que defende os direitos dos trabalhadores ilegais explorados por um sistema agrícola liderado pela máfia. O filme é ao mesmo tempo uma gravação dos ensaios da peça e, fora do “palco”, uma documentação da luta de Sagnet e de seus compatriotas africanos por visibilidade e dignidade. Vencedor da categoria melhor documentário nos Prêmios do Cinema Suíço; selecionado para o IDFA-Amsterdã.

 


O ÚLTIMO TURNO

(A New Shift, República Tcheca, 2020, 90 min)

Dir. Jindřich Andrš

Sinopse: A árdua transição de um mineiro de meia idade que já protagonizou, em 2017, um curta-metragem retratando seu último dia em uma das últimas minas a fechar na República Tcheca. O início deste filme retoma esse fatídico dia e segue o protagonista na busca de uma nova profissão. Quando ele coloca como meta virar um programador de informática, graças a um dos programas nacionais de reinserção laboral, não podia imaginar onde encontraria os maiores desafios. Vencedor do prêmio de melhor documentário tcheco no Festival de Jihlava (República Tcheca); prêmio do público no Festival DOK Leipzig; troféu Olho de Prata do Institute of Documentary Film.

 

Especial Energia Nuclear

35 ANOS DE CHERNOBYL, 10 ANOS DE FUKUSHIMA 


Com a narração do ator norte-americano Willem Dafoe, a produção italiana Fukushima: Uma História Nuclear focaliza o trabalho de Pio d’Emilia, um dos primeiros jornalistas a chegar a Fukushima após o acidente na Central Nuclear e, depois anos de investigação, chegou à constatação de que o que salvou Tóquio da destruição foi o mau funcionamento de uma válvula. O alemão Nuclear Forever, de Carsten Rau, discute de onde deve vir, em tempos de emergência climática, a energia do futuro, já que a energia nuclear é uma opção controversa. O Desastre de Chernobyl, produção francesa dirigida por Thomas Johnson, reconstrói a batalha para evitar que uma segunda explosão ainda mais poderosa ocorresse após aquela que impactou um reator da usina nuclear de Chernobyl. 

A produção francesa O Rolo Número 11004, de Mirabelle Fréville, recupera um surpreendente e impactante rolo de filme, até então censurado, feito oito meses após os bombardeios atômicos no Japão, ao final da Segunda Guerra Mundial. Stalking Chernobyl, de Iara Lee, vai à Zona de Exclusão de Chernobyl e encontra, três décadas após o maior acidente nuclear da história, a volta da vida selvagem ao local, ao lado de caminhantes ilegais, aficionados por esportes radicais, artistas e empresas de turismo.

 

ENTREVISTAS E DEBATES

Uma série de entrevistas com personalidades ligadas aos filmes exibidos na Mostra será disponibilizada ao longo da programação. Realizada em parceria com o WWF-Brasil, a série com figuras marcantes do ativismo socioambiental já tem confirmada a participação de Alessandra Munduruku, Rita e Vincent Carelli, Luiz Bolognesi, Vandana Shiva, Isael Maxakali e Sueli Maxakali, Deia Schlosberg e Marina Silva. Também serão realizados debates virtuais, reunindo ativistas, cientistas e especialistas que discutem, entre outros temas, ativismo, biodiversidade, cidades, economia, povos e lugares, tecnologia e trabalho. Os debates, cuja programação será divulgada em breve, acontecerão sempre às quartas-feiras e sábados, às 19h00. Todos os debates e entrevistas poderão ser acessados a partir do canal da Mostra Ecofalante no Youtube.

 

DEBATES

saiba mais sobre cada debate

clicando nos links (textos em laranja)

 

ATIVISMO

Qual o Custo da Desigualdade no Acesso à Saúde?

Debate: Ativismo

Transmissão ao vivo pelo Youtube

quarta-feira - 25.ago - 19:00

 

BIODIVERSIDADE

Desafio Global: A Restauração da Natureza

contra a Crise do Clima e a Perda da Biodiversidade

Debate: Biodiversidade

Transmissão ao vivo pelo Youtube

quarta-feira - 18.ago - 19:00

 

CIDADES

Comunidade, História e o Direito à Cidade

Debate: Cidades

Transmissão ao vivo pelo Youtube

sábado - 21.ago - 19:00

 

ECONOMIA

Green New Deal: A Retomada da Economia Será Verde?

Debate: Economia

Transmissão ao vivo pelo Youtube

sábado - 04.set - 19:00

 

POVOS & LUGARES

Comunidades Pesqueiras em Risco: Sobrepesca,

Empreendimentos e Aquecimento Global

Debate: Povos & Lugares

Transmissão ao vivo pelo Youtube

sábado - 28.ago - 19:00

 

TECNOLOGIA

Inteligência Artificial e Controle Social

Debate: Tecnologia

Transmissão ao vivo pelo Youtube

quarta-feira - 01.set - 19:00

 

TRABALHO

Economia do Cuidado: Violência, Precarização e Gênero

Debate: Trabalho

Transmissão ao vivo pelo Youtube

sábado - 14.ago - 18:00

 

SESSÃO ESPECIAL: PRÉ-ESTREIA

A Bolsa ou a Vida: Qual Futuro Queremos Construir?

Debate: Sessão Especial: Pré-estreia

Transmissão ao vivo pelo Youtube

quinta-feira - 19.ago - 19:00

 

SESSÃO ESPECIAL:

RESÍDUOS SÓLIDOS

Economia Circular

Debate: Sessão Especial: Resíduos Sólidos

Transmissão ao vivo pelo Youtube

quarta-feira - 08.set - 19:00

 

PROGRAMA ESPECIAL:

TERRITÓRIOS URBANOS:

SEGREGAÇÃO, VIOLÊNCIA E RESISTÊNCIA

Programa Especial - Territórios Urbanos:

Segregação, Violência e Resistência

Transmissão ao vivo pelo Youtube

segunda-feira - 30.ago - 19:00



10ª MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA

11 de agosto a 14 de setembro

online e gratuita

 

site:

ecofalante.org.br

 

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