MOSTRA MUNDO ÁRABE DE CINEMA EM CASA
Vem
aí mais uma boa temporada de filmes online e grátis. Desta vez, quem
abre as cortinas para a cultura do oriente é a Mostra Mundo Árabe de Cinema em
Casa, que acontece de 28 de agosto a 27 de setembro de
2020.
Realizada
pelo ICArabe (Instituto de Cultura Árabe) e pelo Sesc São Paulo - Serviço
Social do Comércio e CineSesc, com patrocínio da Câmara de Comércio
Árabe-Brasileira, a Mostra
Mundo Árabe de Cinema em Casa, que será apresentada exclusivamente
online, nos sites mundoarabe2020.icarabe.org (28
de agosto a 13 de setembro) e sescsp.org.br/cinemaemcasa (31
de agosto a 27 de setembro), trará quatro filmes inéditos no
Brasil e uma seleção especial dos destaques da Mostra que, nos
últimos 15 anos, projetou-se no cenário internacional e integrou-se ao
calendário cultural da cidade de São Paulo. Além das exibições, também serão
promovidos encontros online com diretores e convidados especiais para interação
com o público.
A
curadoria da Mostra
Mundo Árabe de Cinema em Casa foi idealizada como resposta ao
alastro da pandemia, buscando filmes que abordassem a inovação e a
singularidade na forma cinematográfica e a linguagem subjetiva, evidenciada
pelo hiper-realismo e seu diálogo com temáticas humanas e universais.
Ao
comentar sobre o documentário inédito Gaza, que abrirá esta edição da
Mostra, o diretor cultural do ICArabe, Arthur Jafet, reitera a importância do
gênero: “Em termos de forma, o cinema- documentário - ou não ficção - é onde
se encontra a experimentação mais ousada e imaginativa. Filmes-documentários
foram exibidos em locais incomuns, acessíveis por iniciativas independentes da
sociedade civil, e ativistas também realizaram exibições e discussões com
cineastas que foram vívidas e memoráveis”.
A
abertura será realizada dia 28 de agosto, às 18h, online (no canal do YouTube
do ICArabe) e pelo
Zoom, seguida pela exibição do documentário Gaza (trailer), dos
diretores Garry Keane e Andrew McConnell na plataforma da Mostra.
Após
a abertura, todos os filmes ficarão disponíveis na plataforma da Mostra Mundo Árabe de Cinema em
Casa e podem ser assistidos pelos usuários cadastrados em
quaisquer dias e horários, entre 29 de agosto e 13 de setembro.
Na
plataforma digital do Sesc, as exibições ocorrerão às segundas-feiras, dias 31
de agosto e 7, 14 e 21 de setembro. A cada semana, um
filme novo estreia e fica disponível ao público por 7 dias. Mais informações
em www.icarabe.org
PROGRAMAÇÃO
(no canal Youtube do ICArabe e no Zoom)
28
de agosto, às 18h
Professor
Mohamed Habib, presidente do Instituto da Cultura Árabe-ICArabe; Rubens Hannun,
presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira-CCAB; Danilo Santos de
Miranda, diretor do Departamento Regional do Sesc-SP; Soraya Smaili,
fundadora do Instituto da Cultura Árabe-ICArabe e Idealizadora da Mostra Mundo
Árabe de Cinema; Arthur Jafet, diretor cultural do Instituto da Cultura Árabe-
ICArabe; Silvia Antibas, diretora cultural da Câmara de Comércio
Árabe-Brasileira (CCAB).
3
de setembro, às 17h
Bate-papo
online
Soudade
Kaadan, cineasta síria do filme The Day I lost my Shadow,
vencedor do Leão do Futuro no Festival Internacional de Cinema de Veneza, em
2018; é produtora de cinema graduada pela Université Saint Joseph-USJ, Líbano; Esther
Império Hamburger, Professora-Titular do Departamento de Cinema,
Televisão e Rádio da ECA/USP; Flávia Guerra, documentarista, curadora e
crítica de cinema; é jornalista formada pela Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo-USP
4
de setembro, às 16h
Bate-papo
online
Eric
Motjer, diretor, documentarista e produtor, formado na Universitat
de Barcelona; é o cineasta de Beirut - La Vie en Rose; Roberto
Khatlab, pesquisador, historiador, escritor. Diretor do Centro de Estudos e
Culturas da América Latina da Université Saint-Esprit de Kaslik (USEK), Líbano;
Salem Hikmat Nasser, doutor em Direito Internacional pela Universidade
de São Paulo-USP, é professor de Direito na FGV-SP; Natália Nahas Carneiro
Maia Calfat, cientista social, doutoranda em Ciência Política pela
Universidade de São Paulo-USP; Eduardo Mossri, bacharel em interpretação
pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo-USP,
participou da novela Órfãos da Terra e do espetáculo Cartas Libanesas.
11
de setembro, às 17h
Bate-papo
online
Garry
Keane, cineasta do filme Gaza, é formado na Irish
National Film School, Irlanda; seus documentários foram indicados para 11
prêmios da Academia Irlandesa de Cinema e TV; Arlene Clemesha leciona
história árabe contemporânea na Universidade de São Paulo-USP; foi
representante da sociedade civil brasileira na ONU através da Rede
Internacional pela Palestina (UN-ICNP); Diogo Bercito, jornalista da
Folha de São Paulo, especializado em assuntos ligados ao Mundo Árabe e autor do
blog Orientalíssimo.
FILMES
Plataforma digital
(28 de agosto a 13 de setembro)
Inéditos:
Beirute,
La Vie en Rose (Espanha, 2019)
Red
Sea International Film Festival 2020, Arábia Saudita; Docs Barcelona 2019,
Espanha; Casa Árabe, Madri, Espanha.
Documentário.
73 min. Idiomas: Árabe, Francês, Inglês
Direção:
Èric Motjer. Roteiro: Albert F. Arcarons
Sinopse:
Um
documentário que se aproxima da vida de quatro membros da elite cristã
libanesa. Em um dos países politicamente mais instáveis do mundo, os
protagonistas são um símbolo da antiga “Suíça do Oriente Médio”, os últimos
representantes de uma era de ouro que relutam em desistir. No meio de uma vida
cotidiana marcada pela insegurança e pela guerra, os protagonistas superaram o
medo do futuro e do estilo de vida, agindo como se nada tivesse mudado desde a
independência do Líbano. Eles vivem em um oásis agridoce, uma mistura de uma
intensa vida social com suntuosas celebrações e a extravagância dos tempos
passados. Através do documentário, testemunharemos o fim de uma era e um modo
de vida cujos dias parecem contados.
Sobre
o diretor: Èric Motjer é diretor, documentarista e produtor.
Mestre em cinema e sociedade documental pela ESCAC (Universitat de Barcelona),
formou-se em cinema documental na EICTV de Cuba. Desde 2018, dirige o festival
de curtas Manlleu Film Festival e também trabalha como diretor de fotografia e
produtor freelancer de documentários e videoclipes. Beirute, la vie en rose
(73', 2019) é seu primeiro longa-metragem documentário como diretor, onde se
mergulha no mundo da elite cristã em Beirute
Árabes
Ocidentais (Dinamarca e Holanda, 2019)
Festival
Internacional de Cinema de Berlim - Berlinale 2019, Alemanha
-indicado para o prêmio Glasshüte como melhor filme; Bodil Awards
2020, Dinamarca - indicado como melhor documentário (bedste dokumentarfilm); CPH
Dox 2019, Dinamarca - indicado para o prêmio Danish Dox.
Documentário.
77 min. Idiomas: Árabe, Dinamarquês, Inglês
Direção: Omar
Shargawi
Elenco:
Omar Shargawi, Dar Salim, Janus Nabil Barkawi
Sinopse:
Após
uma breve cena filmada dentro do carro do diretor, onde Omar fala da violenta
discussão que teve com um de seus irmãos, uma sequência visualmente poderosa -
composta por imagens de arquivo e imagens em belos tons - apresenta de forma
inequívoca os principais temas do filme, como o deslocamento cultural de Omar e
a espinhosa relação com o seu pai. A relação de Shargawi com seu pai é
enigmática e instável e a fotografia em execução ao longo do documentário
(cortesia de Aske Foss e do próprio diretor) reflete a fragilidade de seu
vínculo. Os preciosos elementos visuais são enriquecidos não apenas pela
esplêndida trilha sonora de Anders 'AC' Christensen, mas também por meio de
intensas gravações de telefonemas e várias especulações filosóficas sobre temas
como religião, guerra e ódio. Filmado ao longo de um período de doze anos, o
processo de produção deste documentário foi turbulento. O filme foi finalmente
editado pelo talentoso Thomas Papapetros no espaço de cinco meses, mas ao longo
de um ano. O trabalho árduo do diretor pode ser visto claramente na tela e o
resultado final é um filme corajoso e comovente, com o qual os espectadores,
não raro, identificar-se-ão.
Sobre
o diretor: Nascido em 1974, na Dinamarca. Criado por sua mãe
dinamarquesa e pai palestino em Copenhague. Diretor autodidata, com experiência
anterior trabalhando como fotógrafo, Shargawi estreou no cinema como diretor Go
with Peace Jamil (2008). O filme ganhou vários prêmios em festivais
internacionais - ganhando o VPRO Tiger Award em Roterdã, o Church Prize e o
FIPRESCI Award em Gotemburgo e o melhor diretor da Transilvânia. Al Medina
(2015) é seu segundo longa-metragem como diretor. Shargawi também dirigiu
vários documentários. My Father from Haifa (2009), sobre o pai do
diretor que quando criança fugiu com a família da Palestina, levou para casa
dois prêmios no Festival Internacional de Cinema de Dubai. Em 2011, ele
co-dirigiu Meia revolução. Seu terceiro documentário Árabes
Ocidentais (2019) foi selecionado para o Panorama na Berlinale e também
para o CPH: DOX.
O
dia em que perdi minha sombra (Síria, França, Líbano e Qatar,
2018)
O
filme estreou no Festival Internacional Veneza em setembro 2018. Primeiro filme
sírio a competir neste festival; Prêmios: Festival Internacional de Veneza 2018;
Vencedor do Leão do Futuro - Prêmio Luigi de Laurentiis; Nomeado: Prêmio
Orizzonti por melhor filme, Prêmio Especial do Júri da Mostra Orizzonti, Prêmio
Orizzonti de Melhor Ator, Prêmio Orizzonti de Melhor Atriz, Prêmio Orizzonti de
Melhor Diretor, Prêmio Orizzonti de Melhor Roteiro, Vancouver International
Women in Film Festival 2019, Vencedor do prêmio de melhor filme, Vencedor do
prêmio de melhor atuação - Sawsan Arshid, Valencia Festival of Mediterranean
Cinema 2019, Vencedora da Palma de Prata de melhor direção, Minneapolis Saint
Paul International Film Festival 2019, Indicado ao prêmio de diretor emergente;
Toronto International Film Festival 2018, Festival Internacional de Gouna,
Egito – 2018, Indicado ao Golden Star de melhor narrativa, Dallas International
Film Festival 2019, Prêmio do Grande Júri de melhor narrativa, Singapore
International Film Festival 2018, Indicado ao Prêmio Silver Screen de melhor
filme asiático, Los Angeles Film Festival 2018, Vencedor do prêmio concedido
pelo júri por melhor ficção; Indicado ao prêmio de melhor filme, London Film
Festival 2018, Sutherland Award - indicado ao melhor filme.
Drama.
90 min. Idioma: Árabe
Direção
e roteiro: Soudade Kaadan
Elenco:
Reham Alkassar, Sawsan Arshid, Samer Ismail, Oweiss Mkhallalati
Sinopse: No
início da guerra na Síria, a jovem farmacêutica Sana tenta comprar um pouco de
gás engarrafado, mas sua busca rapidamente sai do controle. Este filme foi
escrito em um país onde o amanhã é um pensamento inimaginável. O que é amanhã
se você está vivendo sob constantes bombardeios? As sombras vão reaparecer e
desaparecer ao longo do filme, anunciadas por um som dilacerante da partitura,
cujo efeito é uma reminiscência da obra de Lucrecia Martel, onde o som muitas
vezes é um significante de um universo misterioso em que a realidade é
distorcida e quebrada. O filme alterna entre diferentes níveis: Realidade,
sonhos, ilusões, miragens e um universo hiper-realista em que perder uma sombra
é uma experiência traumatizante que se reflete em um conceito de realismo
mágico.Vencedor do Prêmio Luigi De Laurentiis de Melhor Estreia em Veneza.
Sobre
a diretora: Soudade Kaadan é uma diretora síria, nascida na
França. Estudou crítica de teatro no Instituto Superior de Artes Dramáticas da
Síria e cinema na Universidade Saint Joseph (IESAV) no Líbano. Seus filmes
foram exibidos em vários locais nacionais e internacionais e receberam prêmios
internacionais. Seu primeiro longa-metragem de ficção, O dia em que perdi
minha sombra, recebeu o prêmio O Leão do Futuro de melhor filme
de estreia no Festival de Veneza 2018 e já foi exibido em vários festivais:
TIFF, BFI, Busan e IFFR. Seu recente curta-metragem Aziza ganhou o Prêmio
Sundance Grand Jury em 2019.
Gaza (Irlanda
e Palestina, 2019)
Selecionado como
a entrada irlandesa do Melhor longa-metragem internacional no 92o Oscar. Indicado
ao Sundance Film Festival 2019; ao Grande Prêmio do Prix Europa 2019; ao melhor
documentário no Palm Springs International Film Festival 2019. Indicado ao
melhor filme de língua estrangeira no New York Festivals 2020; à Medalha de
Prata de melhor documentário no Munich Film Festival 2019. Vencedor da Menção
Especial do Júri no International Film Festival and Forum on Human Rights 2020.
Indicado ao Prêmio de Melhor documentário no Boston Palestine Film Festival
2019.
Documentário.
100 min. Idioma: Árabe
Direção:
Garry Keane e Andrew Mc Connell
Elenco:
Karma Khaial, Ahmed Qassem, Mahmoud AlRiyashi, Ahmed Jamal Al Aqraa, Habi Abou
Alqoran, Ibrahim Abu Alqas, Manal Khalafawi, Aida Abu Sitta, Mohammed Allouh,
Ali Abu Yassin
Países:
Irlanda e Palestina
Sinopse: Gaza nos
leva a um lugar único fora do alcance das reportagens da televisão para revelar
um mundo rico em personagens eloquentes e resilientes, oferecendo-nos um
retrato cinematográfico e enriquecedor de um povo que tenta levar uma vida
significativa contra os escombros de um conflito perene. O documentário é uma
coprodução germano-irlandesa-canadense com a Real Films, Filmoption International,
Fine Point Films, Gebrueder Beetz Filmproduktion e ZDF em cooperação com a
ARTE. Isto é Gaza como nunca antes vista. Longe de ser um local de miséria, é
uma terra de sorrisos, alegria e até mesmo momentos breves de esperança. São
tecidos esses elementos com fios de desespero, frustração e fadiga, permitindo
ao público olhar com maior profundidade e entender que a vida em Gaza se move
em ciclos, com o passado pesando sobre qualquer esperança futura.
Sobre
os diretores: Garry Keane, diretor e produtor. Em 1992, depois
de estudar cinema no London College of Communication e na Irish National Film
School, trabalhou como diretor de fotografia em Nova York e Londres, antes de
se estabelecer na Irlanda, onde foi documentarista nos últimos 25 anos. Nesse
período, Garry dirigiu mais de 100 horas de documentários de TV para emissoras
europeias e americanas em mais de 20 países. Em 2011, montou a Real Films e,
desde então, os documentários de Keane foram indicados para 11 prêmios da
Academia Irlandesa de Cinema e Televisão, ganhando quatro, incluindo dois na
categoria Melhor Diretor de TV em 2013 e 2018; Andrew Mc Connell é um fotógrafo
premiado que cobre eventos mundiais há mais de 15 anos. Seu trabalho
frequentemente se concentra em temas de conflito e deslocamento e apareceu em
muitas das principais publicações do mundo. Andrew trabalhou profundamente em
questões como a crise dos refugiados na Síria, o conflito na República
Democrática do Congo e o povo sarauí, esquecido do Saara Ocidental, pelo qual
foi premiado com o primeiro lugar no World Press Photo Awards. Baseado em
Beirute, trabalhou no Oriente Médio nos últimos 8 anos. Gaza é seu primeiro
trabalho como cineasta e dá continuidade aos seus projetos fotográficos no
território sitiado, iniciados em 2010. Entre várias homenagens, Andrew ganhou
dois prêmios de primeiro lugar no World Press Photo Awards, quatro prêmios da
National Press Photographers Association, incluindo o prestigioso Best of Show,
o primeiro lugar no Pictures of the Year International e 2 Sony World
Photography Awards.
História da Mostra Mundo Árabe de Cinema
seleção especial
Nós
e os Outros - um Retrato de Edward Said (Selves and
Others, França, EUA, 2004) - 1ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.
Documentário.
54 min. Idioma: Inglês
Direção:
Emmanuel Hamon
Sinopse: Neste
documentário, o intelectual Edward Said aborda sua doença, suas teorias e sua
posição na causa palestina. O filme Selves and Others: a portrait of Edward
Said, exibido na primeira noite do Ciclo de cinema “Cultura Árabe em
debate”, começa com Said na direção de um carro. Ali, com a cidade de Nova York
ao fundo, ele fala como aprendeu a conviver com a leucemia, diagnosticada
alguns anos antes. Impressiona a coragem de alguém que fala com tanta
naturalidade de uma doença que ainda não tem uma cura definitiva. Mas na
trajetória de vida do intelectual, as soluções para os problemas que seus
escritos levantavam, ou para as causas que defendia, também não se ofereciam em
um horizonte mais próximo. Conhecido como um dos grandes intelectuais
contemporâneos da América e um porta-voz proeminente da causa palestina nos
Estados Unidos, Said morreu em setembro de 2003 aos 67 anos. Pouco antes de sua
morte, uma equipe de filmagem francesa passou várias semanas com ele e sua
família. Selves and Others é um documentário íntimo que oferece um
vislumbre de algumas das reflexões finais de Said sobre os temas que dominavam
seu trabalho. Exibido na Primeira Mostra Mundo Árabe de Cinema, em
parceria com o SESC, em 2005.
Sobre
o diretor: Emmanuel Hamon trabalhou como assistente de
direção, entre 1990 e 1998, em dez longas-metragens ao lado de Patrice Chéreau,
Maurice Pialat, Robert Altman, Régis Wargnier. Seus filmes são exibidos na
France Télévisions e ARTE, e foram selecionados e premiados em vários festivais
no mundo inteiro, tais quais: Maurice Papon, itinerário de um homem da ordem
(Menção especial festival du film d'histoire de Blois), Democracia em geral
(2003 / grande prêmio duplo Festival de sciences d'Oulins) Selves and
Others, um retrato de Edward Saïd (FIPA, Vancouver, MIZNA, Ottawa, San
Francisco, Copenhagen, MedFilm, São Paulo, Toronto).
A
Trilogia do Deserto: Andarilhos do deserto; O
colar perdido da pomba; Baba Aziz, o príncipe que contemplava a sua
alma. 4ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.
Direção
e Roteiro: Nacer Khemir
Andarilhos
do Deserto (Tunísia e França, 1984)
Fantasia.
95 min. Idioma: Árabe
Elenco: Nacer
Khemir, Soufiane Makni, Noureddine Kasbaoui, Hedi Daoud, Sonia Ichti
O
colar perdido da pomba (França, Itália e Tunísia, 1991)
Fantasia
Duração: 87 min. Idioma: Árabe
Elenco:
Navin Chowdhry, Walid Arakji, Ninar Esber, Noreddine Kasbaoui, Jamil Joudi
Países:
França, Itália e Tunísia
Baba
Aziz, o príncipe que contemplava sua alma (Tunísia, França, Itália,
Hungria, Alemanha e Reino Unido. 2005)
Drama.
98 min. Idiomas: Árabe. Persa
Elenco:
Parvis Shahinkhou, Maryam Hamid, Golshifteh Farahani, Mohamed Graïaa
Sobre
a trilogia: Andarilhos do Deserto, que
exibimos na presente mostra, foi realizado em 1984. Faz parte do que
posteriormente se batizou de Trilogia do Deserto, sendo o primeiro da
série, no qual Khemir tocou fundo em toda a influência que recebeu da
literatura árabe, da arte de contar estórias e de um mundo de fábulas.
Andarilhos do deserto foi pioneiro e inovador em seu momento de lançamento, e
até hoje continua surpreendente e candente. O segundo filme da trilogia, O
colar perdido da pomba, tem o mesmo ritmo, mostrando a enorme influência da
arte, da arquitetura e, principalmente, da caligrafia. Fala do amor e o
apresenta de maneira poética e delicada. Bab`Aziz ou Baba Aziz, como
preferimos traduzir para o português, é o último – e mais recente – filme da
trilogia. Produzido em 2004, ou seja, 20 anos após o primeiro filme da série,
marca um retorno do Khemir cineasta, após alguns anos de ausência, período em
que o diretor se dedicou a outras atividades artísticas. Baba Aziz tem
forte influência do formato narrativo das Mil e Uma Noites, no qual
Khemir cultua e cultiva ainda mais profundamente a cultura árabe clássica.
Sobre
o diretor: Nacer Khemir é um intelectual intenso e completo,
com sólida formação. Além de cineasta, atua como artista plástico, calígrafo e
ator. Não obstante tenha vivido parte de sua vida na França, onde recebeu boa
parte de sua educação formal, Khemir é um arabista, que estuda a literatura e a
poesia árabes e tem enorme apreço por sua identidade cultural e por sua origem.
Utilizando diferentes formas de expressão, deixa clara sua profundidade e a
exuberância de sua herança cultural, consciente do poder que ela é capaz de
exercer no imaginário. Sua obra merece ser vista e conhecida do público
brasileiro, que até o momento não teve esse contato, apesar de seus primeiros
trabalhos terem sido realizados na década de 80.
Sob
as Bombas (França/Líbano/Reino Unido/Bélgica, 2007) - 4ª Mostra Mundo
Árabe de Cinema.
Ficção.
98 min. Idiomas: Árabe, Inglês, Francês.
Direção: Philippe
Aractingi
Elenco: Nada
Abou-Farhat, Georges Khabbaz, Rawya El-Chab, Bshara Atallah
Sinopse: Zeina é
xiita e vive em Dubai. O seu filho Karim reside temporariamente em Kherbert
Selem, uma pequena aldeia no sul do Líbano, com a sua irmã. A guerra eclode no
Líbano. Muito preocupada, Zeina parte para esse país, entrando pela Turquia.
Devido ao bloqueio, ela só chega ao porto de Beirute no dia do cessar-fogo,
quando conhece Tony. Ele é cristão, vive na capital libanesa e é taxista. Os
dois têm pouco em comum, mas, nas circunstâncias em que se encontram, isso
pouco interessa. Quando chegam a Kherbert Selem, a vila está em ruínas. A irmã
de Zeina foi assassinada e All, um jovem, diz a eles que Karim foi levado dali
por jornalistas franceses. Zeina e Tony partem em busca da criança perdida.
Sobre
o Diretor: Ao longo de sua carreira, Philippe Aractingi é conhecido por
experimentar e diversificar continuamente a natureza de suas obras. O filme Ônibus
liderou todas as paradas de bilheteria e incitou um número recorde de mais de
140.000 entradas. Já o filme Sob as Bombas foi lançado em 2008 e criou
uma onda internacional de interesse. Foi selecionado em 40 festivais, incluindo
Veneza, Sundance e Dubai, e ganhou um total de 23 prêmios em todo o mundo. O
filme Heranças está sendo ensinado em escolas e universidades como um
estudo de caso. Aractingi também é fundador da Fondation Liban Cinema e
vice-presidente titular do Screen Institute Beirut (SIB), que ajuda
artistas emergentes a moldar e executar suas ideias e documentários. Além
disso, ele treina alunos e é membro do júri da ALBA. Nas horas vagas, dedica-se
à arte-fotografia. Festivais: Sundance Film Festival 2008 (Grand Jury Prize),
Festival de Veneza 2007(Prêmio Visão Alternativa, EIUC), Dubai International
Film Festival 2007.
Herança (Líbano,
2013). 12ª Mostra Mundo Árabe de Cinema
Documentário/Drama.
96 min. Idiomas: Árabe, Francês, Italiano.
Direção:
Philippe Aractingi
País:
Líbano
Sinopse: Quando o
diretor Philippe Aractingi é forçado a deixar sua pátria-mãe pela terceira vez
em sua vida, desta vez, após a guerra Israel-Hezbollah de 2006, a mudança para
Paris o leva a mergulhar na história de sua família, deslocada inúmeras vezes
no passado por convulsões políticas e militares, e perceber que seus ancestrais
fogem das guerras há cinco gerações. Ao explorar suas raízes, Aractingi remonta
à queda do Império Otomano, à criação do Estado de Israel e à Guerra Civil
Libanesa. Através de um novo estilo de produção de filmes, ele entrelaça cenas
dirigidas e imagens de arquivo com diários pessoais filmados em vídeo, fotos de
família e rolos em super 8. Heranças é uma meditação comovente e poderosa sobre
identidade, escolha, origens e os fortes laços de família.
Sobre
o Diretor: (leia na sinopse anterior)
Dunia (Egito,
França e Líbano, 2006) - 5ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.
Ficção.
110 min. Idioma: Árabe
Direção:
Jocelyn Saab
Elenco:
Hanan Turk, Mohamed Mounir, Fathy Abdel Wahab
Sinopse: A jovem
estudante de Belas Artes Dunia sonha em ser uma bailarina profissional e poeta.
Sua expressão artística é inibida, no entanto, por sua inabilidade em
experienciar e expressar o desejo. Dunia acredita que uma mulher não pode mover
o seu corpo de maneira sensual e é frequentemente estimulada a pensar e falar
sobre isso pelo professor Dr. Beshir. O enredo do filme leva a uma viagem por
uma sociedade cheia de contradições sobre a sexualidade.
Sobre
a diretora: Jocelyn Saab nasceu e foi criada em Beirute, no
Líbano. Seu primeiro trabalho foi apresentar um programa de música pop na
estação de rádio nacional libanesa chamado Marsipulami tem olhos azuis.
Então se tornou locutora de televisão. Depois que a guerra civil estourou no
Líbano, Saab começou a trabalhar em documentários. Isso a levou a um trabalho
como diretor de segunda unidade de Circle of Deceit, dirigido por Volker
Schlondorff em 1981, sobre a guerra civil libanesa. Ela continuou a relatar e
documentar a guerra.
Ponto
de Encontro (EUA, 2006) – 5ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.
Documentário.
85 min. Idiomas: Árabe, Hebraico, Inglês
Direção:
Júlia Bacha e Ronit Avni
Sinopse: Ponto
de Encontro é uma co-produção entre palestinos, israelenses,
norte-americanos e sul-americanos que atravessam os estereótipos e os dogmas
para contar histórias dos que vivem na Palestina ocupada e em Israel.
Sobre
as diretoras: Julia Bacha é cineasta premiada pela Peabody,
estrategista de mídia e diretora de criação da Just Vision. Foi codiretora e
roteirista de Encounter Point (2006), diretora e produtora de Budrus
(2009) e de My Neighborhood (2012). Além de ter sido agraciada com 20 prêmios de
Festivais Internacionais de Cinema, o trabalho de Julia Bacha foi exibido nos
festivais de Sundance, Berlim e Tribeca, transmitidos pela BBC, HBO e Al
Jazeera e compartilhado com os campos de refugiados palestinos e o Congresso
norte-americano. Ronit Avni é empreendedora, CEO, fundadora de tecnologia,
palestrante, produtora premiada Peabody. Nomeada "Jovem Líder Global
(YGL)" pelo Fórum Econômico Mundial e duas vezes nomeada "DC Power
Woman in Tech". Mais de 10 anos de experiência fundando, construindo e liderando
organizações de tecnologia e mídia, gerenciando diversas equipes remotas em
mercados em crescimento, levantando capital e criando produtos de mídia e
tecnologia que as pessoas adoram. Fundadora e CEO da Localized. Atual juíza do
Global Teacher Prize.
Budrus (EUA,
Israel e Palestina, 2009)
Documentário.
82 min. Idiomas: Árabe, Hebráico, Inglês
Direção:
Julia Bacha
Sinopse: Em 2003,
quando o governo israelense decide erguer uma barreira entre Israel e a
Palestina, a vila palestina de Budrus torna-se o principal palco de
manifestações. O muro atravessaria o vilarejo, destruindo os campos e separando
famílias. Mas Ayed Morrar, líder da comunidade, dá início a um movimento de
resistência histórico, em que une palestinos de facções políticas rivais e
israelenses simpatizantes da causa. A vitória, no entanto, parecia improvável,
até sua filha de quinze anos, Iltezam, tomar a dianteira e mobilizar um
contingente de mulheres na luta. Panorama do Festival de Berlim.
Sobre
a diretora: (leia na sinopse anterior)
Sobre
Futebol e Barreiras (Brasil, 2011) - 7ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.
Documentário.
110 min. Idiomas: Árabe, Inglês, Hebraico, Português
Direção: Arturo
Hartmann, Lucas Justiniano, José Menezes, João Carlos Assumpção
Roteiro: Arturo
Hartmann, Lucas Justiniano
Sinopse: No
momento em que israelenses e palestinos torcem por times durante a Copa do
Mundo de 2010, são discutidas questões-chave da história e da sociedade daquele
território. Entre os personagens, um judeu israelense que torce pela Alemanha,
um árabe que foi um dos principais jogadores da história do futebol de Israel e
um palestino que mistura futebol e política na visão que tem de seu povo. Um
filme que mostra os sentimentos de inconformismo e de esperança dos
participantes, que reflete o que os distancia e ao mesmo tempo, aproxima.
Sobre
os diretores: Arturo Hartmann trabalha desde 2005 como
repórter, retratando assuntos ligados ao Oriente Médio. Escreve como freelancer
para o site OperaMundi e revista Caros Amigos De 2005 a 2009 foi editor e
repórter do ICArabe; João Carlos Assumpção é jornalista, escritor e
colunista do diário Lance!, cobriu cinco Copas do Mundo e três Olimpíadas.
Autor de três livros sobre futebol. Foi repórter e correspondente em Nova York
da Folha de S. Paulo; José Menezes foi coprodutor do
longa-metragem Hotel Atlântico e atuou como diretor de fotografia no
longa Vai-Vai: 80 anos nas ruas. Atuou como produtor, editor e assistente
de direção em curtas-metragens; Lucas Justiniano trabalha com audiovisual
desde 2003. Como roteirista, atuou em programas de televisão como ShowIg e
Nepsa. Como editor, trabalhou em documentários para diretores de renome, como
Tatá Amaral, O rei do Calimã.
Os
Caminhos do Mascate (Los Caminos del Mascate, Espanha, 2012) -
8ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.
Documentário.
52 min. Idioma: Espanhol
Direção: José
Luis Mejias
Sinopse: O
diretor espanhol resolveu investigar a história da imigração árabe no Brasil,
que começou no século 19. Herdeiros de uma cultura comercial, os árabes
chegaram ao país embarcando na profissão de mascate e levando seus produtos
onde os transportes da época não conseguiam chegar. O filme mostra sagas de
imigrantes e traz depoimentos de descendentes como o escritor Milton Hatoum, os
professores universitários e pesquisadores Soraya Smaili e Michel Sleiman e o
músico Sami Bordokan, entre outros.
Sobre
o diretor: Morador de Madri, José Luis Mejias é fotógrafo e
gosta de pesquisar povos e costumes de outros países, além da Espanha. O
documentário, para o qual passou um mês no Brasil, foi seu primeiro filme.
Naila
e o Levante (Estados Unidos, Palestina, 2017) - 13ª Mostra
Mundo Árabe de Cinema. 14 anos
Documentário/Animação.
76 min. Idiomas: Árabe, Inglês, Hebraico, com legendas em português
Direção:
Julia Bacha
Elenco:
Naila Ayesh, Zahira Kamal, Azza al-Kafarneh, Naima Al-Sheikh, Roni Ben Efrat,
Sama Aweidah
Sinopse: Quando
um levante nacional eclode em 1987, uma mulher em Gaza deve escolher entre o
amor, a família e a liberdade. Destemida, ela abraça todos os três, juntando-se
a uma rede clandestina de mulheres em um movimento que força o mundo a
reconhecer, pela primeira vez, o direito palestino à autodeterminação. Naila e
o Levante narra a notável jornada de Naila Ayesh, cuja história é tecida
através da mais vibrante e não violenta mobilização na história da Palestina: a
primeira Intifada no final dos anos 1980.
Sobre
a diretora: (leia na sinopse acima)
(31
de agosto a 27 de setembro)
The
Day I lost my Shadow
(sinopse
acima)
Western
Arabs
(sinopse
acima)
Seleção
História da Mostra Mundo Árabe de Cinema
Nós
e os Outros (Selves and Others), sobre Edward Said
(sinopse
acima)
Sob
as Bombas
(sinopse
acima)
Sobre
o ICArabe: O Instituto da Cultura Árabe, baseado em São Paulo, Brasil, é
uma entidade civil, autônoma, laica, de caráter científico e cultural. Visa
integrar, estudar e promover as várias formas de expressão da cultura árabe,
antigas e contemporâneas, e encorajar o reconhecimento de sua presença na
sociedade brasileira. Está aberto à participação de todos os que acreditam ser
premente assegurar o respeito às diferenças.
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