quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Crítica: Star Trek: Sem Fronteiras

Star Trek: Sem Fronteiras
por Joba Tridente

Não me parece necessário ser um trekker de carteirinha para gostar da franquia Star Trek (séries, filmes, hqs) que, comemorando o seu 50º. aniversário, chega aos cinemas com uma interessante aventura retrofuturista: Star Trek: Sem Fronteiras. Fiquei fã quando, na adolescência, assisti casualmente, na televisão, a reprise do antigo seriado (hoje clássico) Jornada nas Estrelas (atual Star Trek). Apaixonado por ficção científica, ele me arrebatou pela “discussão” filosófica e conceito humanitário em suas entrelinhas. Daquele dia até hoje jamais me esqueci de: “O Espaço..., a fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, em sua missão de cinco anos para explorar novos mundos, pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve.”


Star Trek: Sem Fronteiras (Star Trek Beyond, 2016), dirigido por Justin Lin, o 13º. filme da franquia, chega aos cinemas trazendo uma história bacana, escrita por Simon Pegg e Doug Jung, que remete ao velho e bom seriado criado por Gene Roddenberry. O enredo é simples (mas eficiente!) e garante uma boa diversão: Obrigados a interromper um merecido descanso na magnífica Yorktown (cidade-planetóide que parece ter sido projetada pelo genial Escher), para atender a um pedido de socorro, o comandante James T. Kirk (Chris Pine) e sua tripulação são emboscados pelo misterioso Krall (Idris Elba). Com a Enterprise destruída, e os sobreviventes dispersos no planeta Altamind, tem início uma corrida contra o tempo para Kirk reunir a equipe, encontrar um meio de fugir dos domínios do furioso inimigo da Federação Unida dos Planetas e evitar que ele cometa um atentado devastador.


Como se vê, o roteiro é padrão (um pedido de socorro e suas consequências) e o que conta, mesmo, é como esta empolgante narrativa, que não tem intenção alguma de reescrever a gênese da série, é conduzida na medida certa para divertir e também emocionar com recortes preciosos. Como, por exemplo, entre outros, o da destruição da Enterprise. Ao longo da saga Star Trek, várias aeronaves USS foram destruídas, mas, possivelmente, nunca de forma tão impactante e dramática quanto a USS Kelvin, em Star Trek (2009), quando Kirk (Chris Hemsworth) a coloca em rota de colisão com a nave romulana Narada, para salvar a sua esposa Winona..., e agora, quando a USS Enterprise é atacada por um “enxame” de naves “abelhas” comandadas pelo “zangão” Krall, em uma sequência espetacular, com um desfecho de cortar o coração, que assinala um acontecimento importante entre os dois eventos. Não vou tirar o seu prazer de descobrir qual é o fato e tampouco revelar a analogia entre as duas cenas primordiais nesta nostálgica trama. Apenas lhe digo: fique atento aos sinais que abrem e fecham histórias, porque, ao captar a “mensagem”, você vai se arrepiar.


Toda via cheia de ação que segue, a aventura trágica dos nossos heróis continua surpreendendo e, diante do imprevisível, aos abnegados oficiais da Federação Unida dos Planetas resta recuperar as forças, cuidar dos feridos e tentar escapar da arapuca. É neste porém que Star Trek: Sem Fronteiras cresce e aparece com soluções bem engenhosas (tão juvenis quanto rebeldes) na exploração de uma tecnologia (ultra)passada (retrô) que pode salvar o dia e ao desvelar detalhes da curiosa inter-relação (fraternal?) entre os oficiais da frota e seus dilemas (banais?).

Star Trek: Sem Fronteiras é assim, na sua aparente simplicidade se esconde um vendaval de emoções que, após a sessão, é difícil de se conter. A trama que começa com um melancólico registro do Kirk, sobre a mesmice da sua rotina, vai ganhando ritmo e dramaticidade até alcançar o ápice numa impressionante batalha, ao som apoteótico de Sabotage, do Beastie Boys (sequência que, mantidas as devidas proporções, ouso dizer, equivale à dos músicos alucinados de Mad Max: Estrada da Fúria). Outro momento inesquecível e de rara sagacidade neste enredo (enxuto!) onde menos é sempre mais.


Enfim, considerando a excelência dos efeitos especiais e do ótimo 3D-IMAX; a simpatia do elenco e dos adoráveis personagens: James T. Kirk (Chris Pine), Spock (Zachary Quinto), McCoy-Magro (Karl Urban), Scott (Simon Pegg), Checov (o saudoso Anton Yelchin), Uhura (Zöe Saldãna), Sulu (John Cho), Krall (Idris Elba) e Jaylah (Sofia Boutella); a beleza do figurino e capricho da maquiagem; o roteiro redondo, o drama sem pieguice e o humor sutil (quase nonsense); a narrativa rolando sem firulas e ou equívocos, fazendo jus ao melhor da saga cinquentona; uma trilha sonora que valoriza mais do que incomoda a trama; a direção ponderada (e cheia de garra!) de Justin Lin..., e pela pungente homenagem a Leonard Nimoy, o eterno (primeiro) Spok, numa belíssima cena, e agradecimento ao talentoso Anton Yelchin, por seu jovial Checov, o sci-fi Star Trek: Sem Fronteira é reflexão (profunda sobre a pertinente motivação criminosa do maquiavélico Krall) e diversão da melhor qualidade para trekker de carteirinha e ou mero fã de ocasião que sabe apreciar o que é bom!

2 comentários:

  1. Eu por exemplo não assisti a série, passei a gostar e muito a parti dessa franquia de filmes. Não sabia sobre as HQs, mas como estou lendo muito ultimamente vou dar uma pesquisa pra quem sabe ler também.
    Estou doida pra assistir a Star Trek Sem Fronteiras que por enquanto só li críticas positivas.
    Beijos
    http://recolhendopalavras.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. ..., olá, Dany, acho que vai gostar desta última Jornada nas Estrelas. ..., história é básica, mas bem contada. ..., não há excessos. ..., volte pra dizer o que achou e o que parece a minha dica sobre relação de sequências entre o Star Trek (2009) e este Sem Fronteiras. Beijos! T+

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