Não é novidade alguma que os EUA estão na rota
dos tornados, furações e outros ventos mais e ou menos violentos. Novidade,
para mim, foi ver, no Google, a
quantidade de filmes sobre o assunto. Numa passada de olhos, contei uns doze,
mas acredito que haja, no mínimo, o dobro. Isso sem contar os dramas
metafóricos. Eu assisti ao clássico Mágico
de Oz (1939), ao famoso Twister
(1996) e ao divertidíssimo trash Sharknado
(2013)..., que parece ter servido de inspiração ao insosso No Olho do Tornado. E por falar em catástrofe-trash (?) fiquei
curioso em dois títulos da minha pesquisa: Metal
Tornado (2011) e Alien Tornado
(2012).
A trama de No
Olho do Tornado? Como poderia dizer? Bom, no dia da formatura dos alunos do
colegial, em Silverton, aparece pela redondeza um bando de furacões para
estragar a festa. Bem, onde tem furacões tem caçadores profissionais de
furações, como o documentarista Pete
(Matt Walsh) e a meteorologista Allison (Sarah Wayne Callies), e caçadores amadores de furacões, como os
caipiras debiloides (tipo Jackass) Donk (Kyle Davis) e Reevis (Jon Reep); gente inocente correndo pra
lá e pra cá; estudantes adolescentes na hora e lugar errados; cachorro perdido;
velho solitário; coisas materiais (móveis e imóveis) carregadas pelos tornados
e furacões. E, é claro (ou seria empoeirado?), no meio da tempestade, um pai, Gary (Richard Armitage), e seus filhos, Donnie (Max Deacon) e Trey (Nathan Kress), em crise, discutindo a relação no melhor estilo
catástrofe-trash da produtora The Asylum
e do canal SyFy.
Dirigido por Steven Quale, o drama de ação, baseado no roteiro insípido de John
Swetnam, é tão preguiçoso que é difícil acreditar que não tenha sido soprado
pra longe dos cinemas antes do tempo fechar. Os vigorosos tornados são os
protagonistas e, como é da sua natureza, não fazem feio, destroem com técnica e
precisão praticamente tudo que encontram pelo caminho. Já os humanos, não
passam de um detalhe fora de foco no meio da tempestade. Ainda que sejam eles,
na maior parte da narrativa que imita o estilo found footage, a contar (documentar) a história, através de suas
variadas câmeras. São coadjuvantes enfadonhos que não despertam o menor
interesse pelo seu melodramático destino (pra lá de previsível).
No Olho
do Tornado (Into The Storm,
EUA, 2014) é uma ficção boba. Clichê e pieguice abundam na borda e dentro da
tempestade. Voam frases feitas para todos os gostos: “Precisamos sair daqui!” e ou “Trabalhei
com isso a minha vida toda!” e ou a clássica: “O que está acontecendo?”. Todavia tempestuosa, embora mal escrito,
mal dirigido, mal interpretado, mal editado, No Olho do Tornado está longe de ser considerado trash..., porque
lhe falta o principal: inventividade, que sobra em Sharknado, por exemplo.
Com a pretensão de seriedade levada pela
ventania, mesmo com efeitos especiais excelentes, No Olho do Tornado acaba soando mais como um arremedo (sem vacas
voando!) de Twister, que compensava
os efeitos razoáveis com um bom script. Por falar em Twister, há uma (bonita) sequência “lúdica” no tornado de lá que
aproxima os dois no tornado de cá. Quem viu o filme de 1996, dirigido por Jan
de Bont, vai se lembrar na hora da cena.
Enfim, um programa literalmente nebuloso e com
previsão meteorológica imprevisível, para o deleite dos fãs do gênero que, de
quebra, levam de brinde mensagens edificantes de superação que, por Bóreas!, assim como o
filme, serão totalmente esquecidas logo após a sessão.
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