terça-feira, 8 de abril de 2014

Crítica: Capitão América 2 - O Soldado Invernal


Em tempos de câmera de vigilância, e-mail de vigilância, twitter de vigilância e outros instrumentos de vigilância ainda não desvelados ou comunicados pelos governos que controlam os meios de comunicação..., e com a Guerra Fria requentando em fogo baixo, toda a paranoia com a segurança no mundo, principalmente nos EUA, é pouca. Um assunto capaz de tirar o sono de qualquer cidadão, até mesmo o de um herói de guerra que renasceu do gelo para um mundo cada vez mais absurdo e tecnológico.

Capitão América 2 - O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier, EUA, 2014), com direção de Anthony Russo e Joe Russo e roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely, surpreende com uma trama de espionagem esperta (tipo anos 1970) e muito próxima da realidade: o preço da segurança de alta tecnologia. O Steve Roger que retorna é um sujeito gentil, correto, um capitão ciente de que, em setenta anos que passou congelado, o mundo mudou, mas alguns vícios totalitários (leia-se: genocídio) persistem travestidos de democracia. Todavia, antes de restaurar a ordem mundial, é preciso compreender os sinais da desordem mundial.


Ainda tentando se adaptar à realidade do “novo mundo”, Capitão América (Chris Evans) descobre, após operação de resgate em um navio sequestrado, que os agentes da SHIELD Nick Fury (Samuel L. Jackson) e Alexander Pierce (Robert Redford) estão agindo estranhamente. Ao tentar descobrir a razão é ameaçado e caçado por um Soldado Invernal (Sebastian Stan). Praticamente solitário em seu ideal de uma América que não reconhece e decidido a encontrar a pedra-chave do quebra cabeça que está colocando em risco a sua vida, acaba pedindo ajuda à Viúva Negra (Scarlett Johansson) e ao ex-paraquedista Sam Wilson (Anthony Mackie).

Esta é uma daquelas histórias que quanto menos se souber do enredo, melhor. Ele tem lá as previsibilidades do gênero que um espectador mais esperto pode até adivinhar. Mas, em vez de se preocupar em jogar esse jogo de reviravoltas, o bom é curtir o espetáculo (se puder economizar na pipoca sugiro o 3D IMAX).


Sequência, como todo mundo sabe, é uma incógnita, pode superar o filme anterior e ou enterrar de vez a franquia. Felizmente O Soldado Invernal está na primeira alternativa. E se não chega a superar totalmente o Capitão América: O Primeiro Vingador (2011), ao menos se equipara, com um roteiro inteligente (acessível a qualquer adolescente), ritmo frenético (a briga no elevador é ótima), cenas de luta primorosamente coreografadas, humor leve, fotografia impecável e um elenco excelente.

Para os mais emotivos, românticos ou sonhadores, que não se contentam com pouco, há ainda duas sequências nostálgicas arrebatadoras: a melancólica visita do herói ao Museu Smithsonian e o seu dramático reencontro com a (agora) velha namorada Peggy Carter (Hayley Atwell). São cenas curtas, um adendo emblemático que melhor traduz o desconforto de Steve Rogers em seu profundo mergulho nacionalista para resgatar a dignidade da sua América a cada dia mais imperialista. Passagens que fazem deste uma das melhores adaptações da Marvel, que garante ter trabalho para sua “linha de heróis” por mais duas décadas. Desde que se mantenha a mesma qualidade, com certeza as futuras aventuras serão bem-vindas. Afinal, sempre haverá um cientista maluco ou um militar maluco ou um governante maluco querendo dominar o mundo..., ou ainda um ET maluco querendo dominar o universo!

NOTA: Há uma cena imperdível nos créditos finais.

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