terça-feira, 16 de julho de 2013

Crítica: Turbo


Férias de julho a mil, adultos a toda..., e para dar um recreio aos pais, na agitação da garotada, chega o animadíssimo Turbo, contando a história de um caracol cansado da lerdeza da espécie e que sonha em se tornar um campeão de corridas.

Quanto vale um sonho? Para o entusiasta caracol Theo, sair da mesmice, exercitar para se locomover mais rápido, não tem preço. Já para o seu conformado irmão Chet, cada um deve ser feliz como é, mesmo levando uma vida miserável. Ambos vivem numa “animada” e colorida comunidade de caracóis de jardim. Passam o dia comendo tomates e se escondendo dos corvos e de um menino malvado. De noite o prazer de Theo é assistir a antigas gravações (em VHS) de corridas do seu ídolo humano Guy Gagne, o grande campeão de Indianápolis. Em uma de suas “andanças” Theo sofre um acidente e, ao cair dentro do motor de um carro (assim como o Ken Parker-Homem Aranha), tem o seu código genético alterado, tornando-se um caracol ultraveloz. Para a sua felicidade e desespero do irmão Chet, quando menos espera está fazendo parte da equipe de caracóis de corrida do simpático Tito, e a caminho das 500 Milhas de Indianápolis.


O argumento (superação) é clássico e, portanto, é possível ver alguma referência e ou clichê em situações que lembram (sem comprometer) filmes tantos da própria DreamWorks quanto da concorrente Pixar que, por sua vez, também remetem a outras produções. Faz parte do vicioso ciclo cinematográfico (norte-americano?) vestir velhos temas com nova roupagem ou personagens inusitados. Porém, nem sempre o resultado é satisfatório como em Turbo, cuja narrativa otimista carrega uma saudável dose de mensagem sobre perseverança (“Nenhum sonho é grande demais, nenhum sonhador é pequeno demais”)..., sem ser piegas.


Turbo (Turbo, EUA, 2013), dirigido por David Soren, é diversão para toda a família. A curiosa história, apesar de totalmente absurda, é redondinha, envolvente e fácil de ser acompanhada pelos pequenos espectadores. O humor é leve (sem escatologia), beira o nonsense e o pastelão. Os personagens são graciosos em suas diferenças (e fofurices) físicas e em família. Os irmãos caracóis Theo/Turbo e Chet e os humanos Tito e Angelo, cativam tanto pelo bonito traço e tratamento gráfico, quanto pela personalidade forte (mas não inflexível) e pureza de espírito. Quem também merece destaque é o esportista Guy Gagne, cujo temperamento varia conforme a concorrência na pista. Aliás, um pouco de a vida como ela é não faz mal a ninguém. Na verdade até prepara o cidadão para o mundo ao redor da sala de cinema.


A animação tem bom ritmo, boas músicas incidentais (e acidentais) e um visual fantástico. As sequências na pista de corrida são impactantes..., os fãs de automobilismo não vão ter do que reclamar. Enfim, um programa que deve encantar (e emocionar) os amantes dos desenhos animados e das corridas de carro..., ou de caracol. Gostei da versão em 3D.

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