Garoto era apaixonado pelos Beatles
(1960-1970)..., paixão que continuou adolescência afora e perdura até hoje. Gostava
mais de John Lennon e George Harrison. Com o fim do grupo fiquei ainda mais fã
de Lennon e Yoko, que nunca acreditei que tivesse sido o pivô da separação da
banda, mas que sempre me pareceu o “grilo falante” de John. Quanto a Paul
McCartney, por conta de malfadadas declarações (fofocas?), na mídia, pouco
antes do lançamento de algum disco, pouco me interessou a sua carreira e ou
suas vindas ao Brasil.
Rocksow foi
gravado durante a turnê Wings Over
America Tour, de Paul McCartney
e sua banda Wings, em 1976, que
serviu como termômetro para que Paul se firmasse em carreira, digamos, solo,
pós-Beatles. Apresentado como registro do concerto em Seattle (Washington), sabe-se
(ou especula-se) que o filme é uma edição das 30 melhores performances musicais
do grupo em Nova York, Seattle (Washington) e Los Angeles (Califórnia). Além do
filme-concerto, lançado em 1980 (pela Miramax), o show, que passou pela Europa
e Austrália, resultou ainda no álbum-triplo ao vivo Wings over America.
Para este badalado relançamento em Blu-ray e
cinema, Rocksow foi remasterizado e restaurado
em uma versão de 125 minutos de muito rock, balada, folk..., do Wings e dos Beatles.
Com a trilha remixada em som surrond 5.1,
o show ganha em energia com a excelência de músicos como o
multi-instrumentista, compositor e cantor Denny Laine, o sensacional
guitarrista Jimmy McCulloch (1953-1979), o ótimo baterista Joe English, e o
bem-vindo naipe de metais formado por Tony Dorsey (trombone), Howie Casey
(saxofone), Steve Howard (trompete, flugelhorn), Thaddeus Richard (saxofone,
clarinete, flauta). Alguns dos momentos mais arrebatadores estão nas novas
interpretações de Paul para “velhas” canções dos Beatles (Blackbird, Lady Madonna, Yesterday), como a maravilhosa The Long and Winding Road (minha música
favorita do grupo britânico).
Rockshow é um espetáculo nostálgico para os
cinquentões, que viveram aquela época em que os shows se valiam mesmo pelos
artistas, e para os novos fãs de McCartney. O público, ali, bem pertinho do
ídolo, se divertindo com efeitos especiais que (levavam a galera à loucura!) não
passavam de tiro de fumaça, luz estroboscópica, spot sobre o público. O retorno
da plateia era isqueiro aceso na hora das baladas, palmas substituídas por
estalar de dedos... Delícia de tempo antes da maldita luz azul dos celulares.
No Brasil serão poucas sessões (26/07, às 21h;
27/07, à meia noite; e 28/07 às 14h) e preço especial na Rede UCI.
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