quarta-feira, 29 de maio de 2013

Crítica: A Fuga do Planeta Terra


2013 parece ser o ano das animações. Até agora, só nos cinemas, já foram lançados seis (Janeiro: Detona Ralph e Sammy; Fevereiro: As Aventuras de Tadeo e Reino Gelado; Março: Os Croods; Abril: Uma História de Amor e Fúria). O desenho da vez, ou melhor, do mês, é o irônico retrô-futurista A Fuga do Planeta Terra.

A Fuga do Planeta Terra (Escape From Planet Earth, Canadá, EUA, 2013), dirigido por Callan Brunker, é um filme de ação e aventura espacial no melhor estilo pastelão e ficção científica dos anos 1950. A sua espirituosa mistura de amáveis montrengos com alta tecnologia e heróis fora de órbita deve encantar a garotada e até mesmo fazer a alegria de alguns marmanjos malucos por histórias reais (?) e imaginárias de OVNIs, Área 51, sci-fi, ETs, teoria de conspiração alienígena e outras delícias do universo ufológico. Qualquer cinemaníaco ou mero telespectador vai reconhecer (óbvio) a reciclagem de personagens (alheios), mas isso (me parece) é o que menos importa, já que, mesmo com tantas referências (inclusive ao meu favorito Planeta 51), ainda consegue surpreender com bons e criativos momentos. E olha que originalidade (nesse gênero), hoje em dia, está difícil.


A história se passa paralelamente no Planeta Baab e no Planeta das Trevas (Terra). Baab é onde vive o musculoso herói mundial Scorch Supernova, que tem as suas façanhas interplanetárias televisionadas. Ali, essa celebridade das celebridades, namora Gabby, uma bela repórter, e tem como maior fã o sobrinho Kip, filho do seu inteligente irmão Gary, técnico do Controle da Missão BASA e responsável pela sua segurança. Scorch não teme nenhum alienígena e por isso aceita, sem pestanejar, atender a um pedido de socorro vindo da Terra, de onde nenhum explorador intergaláctico retornou. Na sua cola vem o preocupado Gary, que logo descobre um nefasto plano envolvendo Lena, a chefe da BASA, e o descerebrado terráqueo General Shanker (que na versão original conta com uma hilária dublagem de William Shatner, o querido Capitão Kirk, de Jornada nas Estrelas). Para sair dessa enrascada universal os dois irmãos vão precisar juntar força e cérebro e, se tiverem sorte, contar com a ajuda de Kip e de Kira, ex-piloto de testes da BASA e esposa de Gary, e de um plantel de ETs ingênuos.


A Fuga do Planeta Terra, com seu fantástico visual vintage, mira no público infantil, mas sem esquecer os seus acompanhantes adultos. Assim, para o deleite de ambos, um pouco de ingenuidade aqui e gags impagáveis ali: hora da refeição; cinema em um drive-in; congelamento; a conversa de Scorch com um boneco de vento (é de rolar de rir); e geniais acolá: a mensagem de boas-vindas ao ETs e a explicação do avançado desenvolvimento tecnológico dos humanos (discurso de todo ufólogo amador ou profissional). O topete conquistador do maluco Shanker é uma sacada à parte.


Para quem faz questão, o bonito desenho tem ainda uma mensagem bacana (sem pieguice) sobre valores humanos e extraterrestres. Enquanto a narrativa rola, vai tangenciando (nas entrelinhas) assuntos pertinentes (força bruta e inteligência; conhecimento que escraviza; uso das novas tecnologias) em linguagem acessível ao espectador mirim e sem bestificar o adulto. O que já é uma grande coisa.

Ah, quer saber como é possível que todo ET que se preze fala perfeitamente o inglês americano? É só assistir ao Planeta 51 e ou ao suprassumo do trash: Papai Noel Conquista os Marcianos.

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