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enquanto isso, no Reino da Animação, mexe e vira e mexe e um velho argumento reaparece
evocando a benevolência da luz contra a malevolente escuridão: lendários heróis
de uma legião de bem em pé de guerra contra lendários vilões de uma legião do
mal.
Reino Escondido (Epic,
EUA, 2013) é um filme de ação e aventura, com pitadas de humor e romance,
dirigido ao público infantojuvenil. O tema central é o equilíbrio do meio
ambiente. A história gira em torno de Maria
Catarina, ou M.C, uma adolescente
em busca de um relacionamento cordial, social e familiar com o seu pai, o
excêntrico Professor Bomba, que
desenvolve pesquisa sobre minúsculas criaturas que só ele acredita ver. Em meio
a encontros e desencontros com o pai, M.C
acaba envolvida numa acirrado combate entre os “inexistentes” Homens-Folha e Boogans e vai parar no bucólico Reino Encantado e Escondido dos
homúnculos. Ali, ela conhece o determinado Ronin,
líder dos Homens-Folha e tutor do
adolescente rebelde sem causa Nod,
com quem vai juntar forças para destruir o exército de pragas do aniquilador Mandrake e cumprir uma difícil missão.
Com o seu
deslumbrante visual e realismo avatariano, resquícios estéticos de Fantasia (1940) e lembrança, digamos,
documental do famoso caso Fadas de
Cottingley (1917)..., Reino Escondido, dirigido por Chris Wedge, ganha o espectador logo de
cara. Mas não lhe alcança de imediato o coração. Isso porque, inspirado no interessante
conto infantil The Leaf Men and the Brave
Good Bugs (1996), de William Joyce, os seus cinco roteiristas (incluindo
Joyce) preferiram apostar no lugar comum das histórias fantásticas sobre seres protetores
das florestas a mergulhar na originalidade do livro, que acrescenta os
percalços da velhice ao assunto.
Para os
amantes da Natureza em todo o seu esplendor (de fauna e flora) mítico, Reino Escondido talvez não seja o
esperado prato de sabores ocultos, mas deve mexer com os seus sentimentos. Se a
sensação de “história já vista” se dá pelo tema (biologia), explorado em
diversas animações mundo afora (principalmente no Japão), o mesmo não pode ser
dito da impressionante tecnologia que detalha os bonitos e carismáticos personagens
e as sequências de batalhas (à la Star
Wars) em cenários de cair o queixo. É o que faz valer o ingresso, além de
deixar o espectador se perguntando se a floresta é real ou CGI.
A
previsibilidade do roteiro simplório e edificante (sem ser piegas), talvez incomode
o acompanhante adulto, mas não deve afetar a garotada extasiada com a
possibilidade de um mundo de gentes e bichos estranhos habitando lugares
encantadores a poucos centímetros dos seus pés. Porém, sabendo ou não como termina
essas histórias de graciosas fadas, elfos, flores, caramujos, lesmas, sapos,
lagartas e atrapalhados humanos.., a dica é relaxar, rir de algumas piadas
infantis, e curtir o belíssimo visual em 3D (de profundidade).
Ah, no
próximo refri ou pipoca, você pode nem se lembrar mais do filme, o difícil
(mesmo) vai ser esquecer a terrível dublagem (sem noção) de Murilo Benício,
dando uma personalidade irritante e antipática ao simpático cientista maluco Bomba. Bem que podia ser o contrário.
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