quinta-feira, 7 de março de 2013

Crítica: Oz - Mágico e Poderoso



O Maravilhoso Mágico de Oz, do escritor norte-americano L. Frank Baum (1856 - 1919), foi lançado em 1900 e fez tanto sucesso que acabou ganhando 14 continuações e diversas adaptações para o cinema, teatro, televisão, histórias em quadrinhos. A mais famosa versão para o cinema é a de 1939, dirigida por Victor Fleming (1889 - 1949), estrelada por Judy Garland (Dorothy, do Kansas), que imortalizou a canção Over the Rainbow, composta por Harold Arlene e E. Y. Harburg.

Oz - Mágico e Poderoso (Oz The Great and Powerful, EUA, 2013), dirigido por Sam Raimi não é uma nova versão do livro clássico de Baum e nem do filme clássico de Fleming, mas uma espécie de prólogo às duas obras, tendo como base a ideia original do romance de Frank Baum.  Ou seja, é uma história nova (com referências à velha) que se passa bem antes da tumultuada chegada de Dorothy, levada pelo segundo ciclone, com a casa e o cachorro Totó, já que o primeiro carregou o balão do espertalhão desastrado Oz (ou: Oscar Zoroastro Phadrig Isaac Norman Henkel Diggs Emmannuel Ambroise) - Mágico e Poderoso.


Escrita por Mitchell Kapner e David Lindsay-Abaire, a nova aventura trata da jornada fabulosa de Oscar Diggs (James Franco), um inexpressivo mágico que, por volta de 1900, enquanto a fortuna não lhe bate à porta, perambula pelo Kansas, trabalhando em um circo poeirento. Ele autodenomina-se Oz - Mágico e Poderoso e sonha em alcançar a fama com a mesma categoria dos seus ídolos geniais Harry Houdini e Thomas Edison. O problema é que o simpático Oz, não se leva muito a sério. Falastrão e mulherengo, não consegue viver longe de uma confusão romântica e, ao fugir de uma delas, se mete em outra, a bordo de um balão, e vai parar na belíssima Terra de Oz, onde o povo acredita ser ele o Grande Mágico das profecias e futuro rei.

Oscar pensa em usar todo o seu charme para tirar vantagem da coincidência profética de Oz em Oz, mas sabe que só vai por a mão no tesouro real se conseguir, com a sua magia, derrotar a bruxa do mal, que pode ser qualquer uma das três belas irmãs herdeiras do trono: Theodora (Mila Kunis), Evanora (Rachel Weisz) ou Glinda (Michelle Williams). Sem ter para onde fugir o nosso herói de ocasião aceita a missão e, além de alguns bons truques na manga, vai contar com a inestimável ajuda dos adoráveis Finley (Zach Braff - voz), um macaco alado, e China Girl (Joey King - voz), uma apaixonante garota feita de porcelana chinesa.


Oz - Mágico e Poderoso é um cinema de puro encantamento e não subestima a inteligência de ninguém ao proporcionar uma inesquecível jornada sensorial ao fascinante reino da fantasia. O roteiro simples (deliciosamente infantojuvenil) trabalha bem o tema, dando apenas as voltas necessárias para o desenvolvimento de um bom enredo, o que torna a narrativa tão envolvente que nem se percebe o tempo (2h10) passar. Os personagens são todos cativantes, tanto em carne e osso quanto em expressivo CGI. Lembrando que os efeitos especiais, de cair o queixo, estão a serviço da história e não de um preciosismo infantil do diretor. É impressionante a interação entre Oz, Finley e China Girl. Os três em cena (e roubando a cena!) é emoção à flor da pele, mas não se compara ao divino primeiro encontro de Oz com a Garota de Porcelana, umas das mais belas sequências já vistas no cinema (ah, você vai precisar de um lenço!).

Sam Raimi explora com muita perspicácia alguns elementos fundamentais da obra de Baum, sem replicar jamais aqueles que apareceram no filme de Fleming, como o Espantalho e os Macacos Voadores. A sutileza na mudança do preto e branco para o colorido ganha tanto na forma (janela quadrada) quanto na pertinência (expansão da percepção), dando ao espectador exatamente a mesma sensação de deslumbre de Oz olhando embevecido aquele admirável mundo novo. É a magia do cinema, a ilusão que enche os olhos gratos a Thomas Edson. Ah, o filme não tem cantoria..., ou quase não tem, na hora você vai entender. Isto é, desde que se lembre da velha versão!

Oz - Mágico e Poderoso chega aos cinemas em versões 2D, 3D digital,  IMAX 3D e 35mm - dubladas e legendadas. Vi em IMAX 3D e recomendo a quem gosta de uma sensação mais vertiginosa e ou de maior interação com a história e seus divertidos sustos. Enfim, em qualquer versão é um espetáculo imperdível (mesmo!) para toda a família apaixonada por cinema e fantasia! Acho que redundei!

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