quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Crítica: Winter, O Golfinho



Winter, O Golfinho é um típico drama-terapia, inspirado em fatos reais, que conta (mais) uma história bacana sobre esperança e superação animal e (também) humana. Um prato cheio para os biólogos e psicoterapeutas. Não é o primeiro filme sobre personagens com alguma deficiência física e ou psicomotor, e, com certeza, não será o último. Um Sonho Possível (The Blind Side, 2009), dos mesmos produtores, até garantiu o Oscar à Sandra Bullock, em 2010.  

Dirigido por Charles Martin Smith, baseado no roteiro de Karen Janszen e Noam Dromi, é uma produção que pode ser vista sem sustos por toda a família que gosta de filmes que mexam com as suas emoções. A história é centrada em dois personagens: Sawyer (Nathan Gamble), um garoto introspectivo, com problemas de socialização familiar e escolar que, ao se relacionar com Winter, um golfinho fêmea que perdeu a cauda num acidente, acaba encontrando um novo sentido para a sua vida. Ao redor deles circulam Lorraine Nelson (Ashley Judd), mãe de Sawyer, o Dr. Clay Haskett (Harry Connick Jr.), que administra o Clearwater Marine Hospital, e sua filha Hazel (Cozi Zuehlsdorff), e o Dr. Cameron McCarthy (Morgan Freeman), médico especialista em prótese que tem a difícil missão de criar uma nova cauda para Winter.


A narrativa, que exercita uma pegada no “estilo” documentário mundo animal, acentua os dramas paralelos (falência do Hospital e soldados mutilados), para destacar a importância das pesquisas médicas na área de próteses e de terapias alternativas. A sua trama é simples e, clichês de ocasião à parte, funciona bem como filme-autoajuda ao demonstrar que sempre haverá alguém com um problema maior que o seu e que a solução para todas as aflições está no altruísmo. Convenhamos que o amor universal não é o maior dos sentimentos humanos, mas os americanos tratam a questão com tanta convicção que o espectador acaba aceitando e, até acreditando que o mundo (dos homens) tem salvação. Pelo menos na ficção.


Apoiado numa trilha sonora que provoca emoções até no mais frio dos espectadores, Winter, O Golfinho (Dolphin Tale, EUA, 2011), pode não ser um grande filme, mas cumpre o seu papel de utilidade pública (intencional ou não) ao denunciar o desrespeito dos pescadores com a fauna marinha, vitimando muitos animais. O elenco, que traz ainda Kris Kristofferson, como Reed, o pai de Clay, é irregular, mas não chega a comprometer a produção cujas estrelas (por uma boa causa) são Winter e Sawyer

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