sábado, 24 de setembro de 2011

Crítica: Família Vende Tudo


Na onda das novas “comédias” brasileiras, modernosas e “ousadinhas”, chega Família Vende Tudo, com roteiro e direção de Alain Fresnot, um filme que deve agradar aquele público que ri de qualquer coisa, mesmo que não tenha a menor graça. Como quem tem na produção uma Rede XXXXX, não pega resfriado, nem que fique ao relento, por conta do elenco de novelas e seriados, deve fazer uma razoável bilheteria. 

A trama gira (feito metralhadora) em torno de uma família que vende mercadoria contrabandeada do Paraguai e, quando a situação financeira se complica, pede à filha Lindinha (Marisol Ribeiro) que se prostitua. O filho Webster (Robson Nunes), que é evangélico “aleluia” ferrenho, ao ouvir o sermão de uma bispa (Marisa Orth), tem a brilhante ideia de sugerir aos pais, Ariclenes (Lima Duarte) e Cida (Vera Holtz), que a irmã se “ofereça” a Ivan Carlos (Caco Ciocler), um famoso cantor de música brega, engravide e peça uma compensação. A “inocente” garota, linhagem chuchu da serra (herdada da mãe), adora o plano. É claro que, como se trata de uma família de “ingnorantes” as “coisa” vão “estar” dando errado (como reza o tradicional clichê), mas como são boa gente indecente, no fim tudo se ajeita (como reza o tradicional clichê). 


Família Vende Tudo (Brasil, 2011) aposta na exploração dos excluídos (sociais e morais) dispostos a levar vantagem em tudo. O tema não é novo, mas, se bem trabalhado, tem lá a sua curiosidade e significância. O problema é que a narrativa não decide para onde vai levar os seus caricatos personagens, se ladeira (mais) abaixo, se é que isso é possível, e ou ladeira acima, para abrir a porta da felicidade. Há um punhado de histórias (de baixaria, musica brega, periferia, corno, igreja evangélica, prostituição, lesbianismo) dentro de um liquidificador descontrolado sendo cuspidas para todo lado. Nenhuma delas convence. Insinua-se muito, mostra se pouco. É tudo raso. É tudo (hipocritamente) família (?). É tudo programa de TV de quinta categoria. É tudo sem importância e, por isso, sem empatia. 

Ao final, óbvio e troncho, a impressão é a de ter visto um dramédia romântico, mistura de drama que não é drama com comédia que não é comédia, num clima de contos de (sa)fadas dos mais piegas. Sem força para o drama, sem humor (timing) para a comédia e com romance de novela, restou rechear a história com palavrões, até nos trocadilhos com os nomes de cidades, e “brincar” de chanchadinha.

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