Foi tanto disse me disse sobre a aventura
cinematográfica do Lanterna Verde,
que deve ter apavorado meio mundo dos fãs de HQ e do estranho personagem do Anel Verde e sua Lanterna Maravilhosa, digo, Poderosa.
A boa notícia é que o filme é tão ágil e divertido que o espectador nem tem
tempo de achar o filme ruim.
Todo leitor de quadrinhos já aprendeu que não
adianta cobrar coerência nas adaptações de histórias de super-heróis para o
cinema. O tempo e espaço de ambas são completamente diferentes. Também porque é
impossível tratar de todas as variantes (morte, ressurreição, renascimento,
recomeço etc) dos personagens nas histórias das revistas. No cinema, o
roteirista pega (ou inventa) uma fase que acha mais interessante, do círculo
vicioso do herói, e vai em frente. Já imaginou quantas horas seriam necessárias
para falar de todos os sujeitos que já foram Capitão América e Lanterna
Verde? Antes me incomodava com essa “falha” que acaba transformando o filme
numa espécie de resumão biográfico do super-herói da HQ. Agora penso que uma
coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e fim. Para protagonizar este Lanterna Verde, o escolhido foi o 2º. e
(ao lado de Guy Gardner) o mais
famoso Lanterna, o Hal Jordan. Se as reviravoltas que
criaram para ele, nos quadrinhos, acontecerão ou não, na sequência da franquia,
é outra história.
Lanterna
Verde (Green Lantern,
EUA, 2011), dirigido por Martin Campbell,
é uma produção que pode ser vista como um bom filme do personagem (para quem o conhece)
e ou como um bom filme de ficção científica (para quem nunca ouviu falar dele).
Tem ação, aventura, efeitos especiais fantásticos e muitas piadas legais. O
roteiro é simples, básico, digerível e sem embromação. Um ser maligno,
conhecido como Parallax, está destruindo
mundos e civilizações. A Tropa dos
Lanternas Verdes, sabe que o inimigo tem o poder de incitar o medo e deixar
qualquer um vulnerável. Os guardiões universais, também têm uma arma poderosa:
um anel que acumula uma energia descomunal. No entanto estão perdendo a batalha.
Eles precisam de combatentes, mas somente o anel é capaz de encontrá-los. Na
Terra, o escolhido é o piloto de avião Hal
Jordan (Ryan Reynolds), um
sujeito inseguro, porém competente. Ele não é má pessoa, mas é meio arrogante e
até imaturo. Ou seja, um cara normal com qualidade e defeitos como qualquer
humano. Ou quase.
Lanterna
Verde é um filme muito bem humorado. O Lanterna Verde, de Reynolds, é juvenil, brincalhão e irresponsável como
o Tocha Humana (Chris Evans) do filme
Quarteto Fantástico (2005). Ambos se
divertem com a ideia de ser um herói e as novas habilidades são como um
brinquedo novo nas mãos de uma criança. As cenas das minúsculas máscaras de Hal/Lanterna são ótimas. Elas me
lembraram um dos melhores e mais engraçados episódios do seriado televisivo Lois and Clark: As Novas Aventuras do
Superman (1993/1997) em que um sarcástico vilão, viajante do tempo, botando
e tirando os óculos, diz a Lois Lane (Teri
Hatcher) que ela é a mulher mais burra do universo por não perceber que Clark Kent é o Superman (Dean Cain) sem os óculos. Lois fica indignada por ter sido enganada e fala para Clark/Superman: “Quando você iria me contar? Quando as crianças estivessem voando pela
casa?” O capítulo só é comparável ao seriado Batman e Robin, em que todos os vilões tentavam descobrir a
identidade secreta dos heróis Batman/Bruce
Waine (Adam West) e Robin/Burt Ward
(Dick Grayson). Como se precisasse. A desconstrução de um super-herói (por trás
dos óculos e ou da máscara) dá uma certa humanidade aos personagens. Os Watchmen
que o digam! Ah, se não me engano, o Quarteto
Fantástico é o único grupo de super-heróis responsabilizado pela destruição
do patrimônio público e privado, por conta dos seus embates com os vilões.
O Lanterna
Verde não é didático e nem fica resenhando desnecessariamente cada
personagem. Qualquer espectador, por mais bisonho que seja, em poucos minutos
se situa (e bem) neste universo alienígena e sabe quem é quem. A narrativa
mistura elementos conhecidos da saga, cria um “novo começo” para o Lanterna Hal Jordan e, sabiamente, é
parcimoniosa na exploração de toda Galera
Lanterna. Pode ter alterado a ordem dos acontecimentos, aos modos das HQs,
mas, nos créditos finais, deixa claro que, se a franquia vingar, Sinestro (Mark Strong) é quem vai dar as cartas, ou amarelar de vez. Com boas
interpretações e indiscutível qualidade tecnológica (excetuando o 3D), o filme agrada,
apesar de um detalhe que não chega a influir na trama: o romance de Hal Jordan com Carol Ferris (Blake
Lively). O casal (atores e personagens) não tem a menor química. Se bem que
o bizarro triângulo amoroso, envolvendo o malvado vilão de ocasião Hector Hammond (Peter Sarsgaard), a bela Carol
e o simpático mocinho Hal, tem lá o
seu humor negro. O que não é pra menos, no contato com forças alienígenas o
bonitão vira herói e o cientista um monstrengo.
Opa, boa crítica.
ResponderExcluirTambém fiz um crítica no meu humilde blog:
http://cinelogin.wordpress.com/2011/08/21/lanterna-verde-critica/
Olá, Renato.
ResponderExcluirValeu pela visita.
O povo ficou brabo contigo
na sua crítica ao Lanterna, hein.
O bacana é isso,
cada espectador vê de uma maneira.
Você não curtiu muito,
mas eu já achei muito melhor do que imaginava.
E está tudo bem!
Abração.
T+
Joba