quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Crítica: Lanterna Verde


Foi tanto disse me disse sobre a aventura cinematográfica do Lanterna Verde, que deve ter apavorado meio mundo dos fãs de HQ e do estranho personagem do Anel Verde e sua Lanterna Maravilhosa, digo, Poderosa. A boa notícia é que o filme é tão ágil e divertido que o espectador nem tem tempo de achar o filme ruim.

Todo leitor de quadrinhos já aprendeu que não adianta cobrar coerência nas adaptações de histórias de super-heróis para o cinema. O tempo e espaço de ambas são completamente diferentes. Também porque é impossível tratar de todas as variantes (morte, ressurreição, renascimento, recomeço etc) dos personagens nas histórias das revistas. No cinema, o roteirista pega (ou inventa) uma fase que acha mais interessante, do círculo vicioso do herói, e vai em frente. Já imaginou quantas horas seriam necessárias para falar de todos os sujeitos que já foram Capitão América e Lanterna Verde? Antes me incomodava com essa “falha” que acaba transformando o filme numa espécie de resumão biográfico do super-herói da HQ. Agora penso que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e fim. Para protagonizar este Lanterna Verde, o escolhido foi o 2º. e (ao lado de Guy Gardner) o mais famoso Lanterna, o Hal Jordan. Se as reviravoltas que criaram para ele, nos quadrinhos, acontecerão ou não, na sequência da franquia, é outra história.


Lanterna Verde (Green Lantern, EUA, 2011), dirigido por Martin Campbell, é uma produção que pode ser vista como um bom filme do personagem (para quem o conhece) e ou como um bom filme de ficção científica (para quem nunca ouviu falar dele). Tem ação, aventura, efeitos especiais fantásticos e muitas piadas legais. O roteiro é simples, básico, digerível e sem embromação. Um ser maligno, conhecido como Parallax, está destruindo mundos e civilizações. A Tropa dos Lanternas Verdes, sabe que o inimigo tem o poder de incitar o medo e deixar qualquer um vulnerável. Os guardiões universais, também têm uma arma poderosa: um anel que acumula uma energia descomunal. No entanto estão perdendo a batalha. Eles precisam de combatentes, mas somente o anel é capaz de encontrá-los. Na Terra, o escolhido é o piloto de avião Hal Jordan (Ryan Reynolds), um sujeito inseguro, porém competente. Ele não é má pessoa, mas é meio arrogante e até imaturo. Ou seja, um cara normal com qualidade e defeitos como qualquer humano. Ou quase.


Lanterna Verde é um filme muito bem humorado. O Lanterna Verde, de Reynolds, é juvenil, brincalhão e irresponsável como o Tocha Humana (Chris Evans) do filme Quarteto Fantástico (2005). Ambos se divertem com a ideia de ser um herói e as novas habilidades são como um brinquedo novo nas mãos de uma criança. As cenas das minúsculas máscaras de Hal/Lanterna são ótimas. Elas me lembraram um dos melhores e mais engraçados episódios do seriado televisivo Lois and Clark: As Novas Aventuras do Superman (1993/1997) em que um sarcástico vilão, viajante do tempo, botando e tirando os óculos, diz a Lois Lane (Teri Hatcher) que ela é a mulher mais burra do universo por não perceber que Clark Kent é o Superman (Dean Cain) sem os óculos. Lois fica indignada por ter sido enganada e fala para Clark/Superman: “Quando você iria me contar? Quando as crianças estivessem voando pela casa?” O capítulo só é comparável ao seriado Batman e Robin, em que todos os vilões tentavam descobrir a identidade secreta dos heróis Batman/Bruce Waine (Adam West) e Robin/Burt Ward (Dick Grayson). Como se precisasse. A desconstrução de um super-herói (por trás dos óculos e ou da máscara) dá uma certa humanidade aos personagens. Os Watchmen que o digam! Ah, se não me engano, o Quarteto Fantástico é o único grupo de super-heróis responsabilizado pela destruição do patrimônio público e privado, por conta dos seus embates com os vilões.



O Lanterna Verde não é didático e nem fica resenhando desnecessariamente cada personagem. Qualquer espectador, por mais bisonho que seja, em poucos minutos se situa (e bem) neste universo alienígena e sabe quem é quem. A narrativa mistura elementos conhecidos da saga, cria um “novo começo” para o Lanterna Hal Jordan e, sabiamente, é parcimoniosa na exploração de toda Galera Lanterna. Pode ter alterado a ordem dos acontecimentos, aos modos das HQs, mas, nos créditos finais, deixa claro que, se a franquia vingar, Sinestro (Mark Strong) é quem vai dar as cartas, ou amarelar de vez. Com boas interpretações e indiscutível qualidade tecnológica (excetuando o 3D), o filme agrada, apesar de um detalhe que não chega a influir na trama: o romance de Hal Jordan com Carol Ferris (Blake Lively). O casal (atores e personagens) não tem a menor química. Se bem que o bizarro triângulo amoroso, envolvendo o malvado vilão de ocasião Hector Hammond (Peter Sarsgaard), a bela Carol e o simpático mocinho Hal, tem lá o seu humor negro. O que não é pra menos, no contato com forças alienígenas o bonitão vira herói e o cientista um monstrengo.

2 comentários:

  1. Opa, boa crítica.
    Também fiz um crítica no meu humilde blog:

    http://cinelogin.wordpress.com/2011/08/21/lanterna-verde-critica/

    ResponderExcluir
  2. Olá, Renato.
    Valeu pela visita.
    O povo ficou brabo contigo
    na sua crítica ao Lanterna, hein.

    O bacana é isso,
    cada espectador vê de uma maneira.
    Você não curtiu muito,
    mas eu já achei muito melhor do que imaginava.
    E está tudo bem!

    Abração.

    T+
    Joba

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...