Trilha
Sonora da Cidade
por Joba
Tridente
Recentemente o produtor, roteirista e diretor Edu Felistoque, desceu aos quintos dos infernos paulista, também conhecido como Cracolândia, e de lá trouxe um dos mais perturbadores documentários recentes sobre o fluxo de drogas e dependentes: Cracolândia. Um filme incômodo, que te deixa sem chão e que, pela abordagem sincera, é capaz de mudar o olhar de muita gente (nem que seja de rabo-de-olho) sobre a questão. Um documentário social que está mais interessado em buscar soluções (Brasil e mundo afora), para o drama de centenas de cidadãos, do que ficar atirando balas de festim em culpados da culpa alheia nunca assumida.
Agora, Edu Felistoque, em parceria com Gab Felistoque, mergulha nos quintos dos céus paulistanos e, em meio a transeuntes de purgatório, faz transbordar para todos os ouvidos uma deliciosa Trilha Sonora da Cidade..., interpretada por vários artistas solos ou em grupos: Lammpi; Kick Bucket; Jali Kiari; Elzo Henschell; Teko Porã; O Grande Grupo Viajante; Lilian Jardim..., fazendo a gente esquecer, por alguns momentos, do caos e dos humores de São Paulo.
Enfim, considerando o recorte expressivo do panorama dos artistas que se apresentam em espaços públicos em São Paulo e o respeito de Edu Felistoque e Gab Felistoque aos artistas de rua, tanto na condução das entrevistas quanto na captação sonora..., Trilha Sonora da Cidade é um documentário que tem tudo para agradar até aquele cidadão que diz não precisar de arte para viver. É bom demais. Que a arte, em qualquer espaço, sobreviva ao caos nosso de cada dia cinzento...
NOTA: Trilha Sonora da Cidade estreia no dia 25 de novembro de 2020, às 20h, na plataforma do In-Edit TV, logo após o debate com os diretores, às 19h. Nas primeiras 24 horas o acesso ao documentário será gratuito. Depois, cada acesso terá o valor simbólico de R$3,00.
*Joba Tridente: O
primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros
videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em
35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e
coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e
divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro
tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder,
2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.
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