Bem, uma vez que o Hotel Transilvânia (2012), com seus
proprietários, funcionários e convidados não-humanos, já foi devidamente
apresentado no filme anterior, é hora de conferir a rotina virada do avesso após
a chegada do simpático mochileiro Jonathan,
na véspera da festa de 118 anos de Mavis,
a filha única do ciumento Drácula. Lembra?
Então, o tempo passou e os jovens Mavis
e Jonathan se casaram e tiveram o Dennis, um encantador ruivinho de
cabelos encaracolados. Enquanto o menino cresce, sob os cuidados amorosos da
mãe, o vovô Drácula, temendo pelo fim
da sua vampiresca linhagem, já que, às vésperas de completar cinco anos, a adorável
criança não dá sinais de um tradicional par
de presas, resolve colocar em prática um plano maluco, envolvendo seus melhores
amigos: a Múmia Murray, o Lobisomem Wayne, o Homem Invisível Griffin, o Frankstein Frank e, de carona, o Geleia...
Hotel
Transilvânia 2 (Hotel Transilvanya 2,
2015) aposta mais uma vez na espirituosa direção de Genndy
Tartakovsky e no roteiro inteligente de Robert Smigel. Ainda que não tenha o mesmo impacto da história
original anterior, é uma animação que chega com muito gás, esbanjando gags,
humor absurdo, nonsense e pastelão. As paródias da vez são as novas tecnologias
e os adocicados (e politicamente corretos) programas infantis na tv, que deixam
o vovô Drácula á beira de uma ataque
de nervos. E por falar em programas, a melhor (?) sequência se passa num
acampamento para vampiros filhotes..., simplesmente impagável. Você vai rir toda
vez que (acampar ou) se lembrar da “criançada” cantando em volta da fogueira.
Os velhos monstros, com seus poderes minguados também devem provocar boas
risadas, principalmente o estafado Lobisomem Wayne.
Na sua crítica brincalhona às novas tecnologias e
seus usuários, Hotel Transilvânia 2
pega gancho para alfinetar a urbanização e as relações sociais entre vizinhos e
aparentados de ocasião. Há uma dose de humor agridoce, na ocupação de lugares
sagrados e ou revisão de antigos costumes, mas esta só será sentida pelos
adultos que tiveram a felicidade de crescer no interior. Bem, se o
desenvolvimento provoca melancolia, o jeito é tentar se adaptar e mandar a
tristeza pousar noutro lugar.
Enfim, é muito mais divertido assistir ao Hotel Transilvânia 2 do que escrever
sobre ele sem correr o risco de contar mais do que deve e acabar com as surpresas
que o crescimento de Dennis reserva
aos pequenos e aos grandes espectadores. Ah, lembrando que, para aumentar a
animação da trama, o desenho convida alguns novos personagens, como o esquivo e
hilário Vlad, pai “malvadão” de Drácula, e a família certinha de Jonathan. Pra terminar, fique atento (a),
há um trocadilho genial com o nome de uma cidade... Acho que é isso, boa
diversão!
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