Quando
Missão Impossível chegou aos cinemas,
lá nos idos de 1996, assim meio claudicante, não se imaginava que a série de tv,
criada em 1966, chegaria tão longe. Lá se vão 19 anos e não parece que a
franquia esteja dando sinal de cansaço. Pelo contrário, depois da guinada do
sensacional Missão: Impossível – Protocolo Fantasma (2011), de Brad Bird, com seu humor
inesperado, parece que os agentes da IMF (Impossible Mission Force) vão
continuar (nem que seja temporariamente) contratados para atrapalhar (sempre
que preciso) os planos de algum psicopata.
Missão: Impossível - Nação Secreta (Mission: Impossible - Rogue Nation, 2015), dirigido por Christopher McQuarrie, que escreveu o roteiro em
parceria com Drew Pearce, traz uma
história meio confusa, envolvendo um Sindicato
(do crime) especializado em manipular e lucrar com a guerra e a paz no fio da
navalha entre as nações. Porém, que espectador vai se importar com a confusão
armada pelo terrorista Salomão Lane (Sean Harris), a ser resolvida (de uma
forma ou de outra) por Ethan Hunt (Tom Cruise) e sua equipe, formada por Benji Dunn (Simon Pegg), William Brandt
(Jeremy Renner) e Luther Stickell (Ving Rhames)..., se conseguirem se livrar da insistente e
misteriosa agente Ilsa Faust (Rebecca Ferguson)? Sei não, mas acho que Hollywood precisa
urgentemente rever a vilania de seus frustrados vilões. Nem eles acreditam na
própria motivação. Ou será que os roteiristas estão apostando na redenção dos
malvadões?
MI - Nação Secreta é ação insana praticamente do começo
ao fim, com ao menos três sequências sensacionais. A primeira (quem chegar
atrasado vai perder) é do assalto de Ethan/Cruise
a um avião em movimento. A segunda, que pode deixar muita gente sem fôlego,
mistura água e curto-circuito. A terceira e melhor delas, que me lembrou a eletrizante
sequência final de o Poderoso Chefão 3
(1990), quando a ação acontece em três planos diferentes, em meio à apresentação
da ópera Cavalleria Rusticana, de
Mascagni - se passa no Vienna State Opera, durante a encenação da fantástica Turandot, de Puccini, cuja belíssima área
Nessun dorma acaba pontuando as cenas de Ilsa com Hunt. A cena-opera é bem
escrita, bem coreografada e muito bem-humorada.
Aliás, é o humor que, assim como em MI - Protocolo Fantasma, alavanca a narrativa simples e valoriza o mais do mesmo da ação:
perseguição de carro, perseguição de moto, tiros a esmo em lugar público; e do
drama: desmantelamento (outra vez?) e ilegalidade (de novo?) da IMF. E nesse
quesito, a vez é do ótimo Simon Pegg com o seu prestativo e engraçado TI Dunn. Por falar em Pegg, há uma
controvérsia quanto ao game Hallo 5
que o personagem Dunn joga. Todavia, como
não tenho a menor ideia de plataforma, deixo a discussão para os fãs do jogo.
Missão: Impossível - Nação
Secreta é diversão pipoca bem ao gosto
dos meninos: mais moderada no açúcar (romance) que no sal (pancadaria). McQuarrie
faz excelente direção e o ótimo elenco, ainda que o vilão Salomão Lane (de Harris) não seja dos mais convincentes, dá conta da
brincadeira mocinhos e bandidos. Enfim, não há muito que falar. E precisa? Pode
não ser melhor que o MI 4, mas é um
bom programa para quem gosta do gênero.
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