Quem já viu algum filme de exorcismo, de alma
penada assombrando famílias em uma casa isolada (óbvio), comprada com as últimas
economias (óbvio), já viu, praticamente, todos. A variação é mínima. Invocação do Mal não foge ao clichê do
gênero, mesmo apelando para o discutível “baseado em uma história real” (com
fotos e tudo mais no prólogo e no epílogo).
Programados a altos decibéis, para acordar o
espectador sonolento, a narrativa morna relata fatos que teriam ocorrido em
1971, envolvendo os investigadores paranormais Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) e o casal Carolyn
(Lili Taylor) e Roger Perron (Ron Livingston),
que os contrata para descobrir o que há de errado com a casa em que moram com
as cinco filhas. Uma simpática família comum (é claro!), um lugar tétrico,
disfarçado de bucólico, casa labirinto, mobiliários antigos, portas rangedoras,
cachorro vidente, relógios que param exatamente naquela hora “h”... etc. Ou
seja, só pelo trilha barulhenta ou propensão o distraído espectador pode
“levar” algum sustinho. Se resolver tapar os ouvidos, vai
sentir absolutamente nada!
Invocação
do Mal (The Conjuring,
EUA, 2013), dirigido por James Wan, sofre
do mesmo mal da maioria dos filmes do gênero: o cansativo e barulhento “horror”
explícito, sem nenhum espaço para a imaginação. Os gêmeos roteiristas Chad e
Carey Hayes, “especialistas” no assunto, não vão além do lugar comum (citado
acima) nessa colcha de retalhos apodrecidos de outras tramas genéricas. O que fica é o eficiente trabalho
do elenco e o movimento de câmera de John R. Leonetti, em algumas sequências e
enquadramentos. Ainda não assisti, nestes
últimos anos, a um filme tão apavorante quanto o Atividade
Paranormal (2009), mesmo com o ridículo final sugerido por Spielberg.
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