sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Crítica: Invocação do Mal


Quem já viu algum filme de exorcismo, de alma penada assombrando famílias em uma casa isolada (óbvio), comprada com as últimas economias (óbvio), já viu, praticamente, todos. A variação é mínima. Invocação do Mal não foge ao clichê do gênero, mesmo apelando para o discutível “baseado em uma história real” (com fotos e tudo mais no prólogo e no epílogo).

Programados a altos decibéis, para acordar o espectador sonolento, a narrativa morna relata fatos que teriam ocorrido em 1971, envolvendo os investigadores paranormais Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) e o casal Carolyn (Lili Taylor) e Roger Perron (Ron Livingston), que os contrata para descobrir o que há de errado com a casa em que moram com as cinco filhas. Uma simpática família comum (é claro!), um lugar tétrico, disfarçado de bucólico, casa labirinto, mobiliários antigos, portas rangedoras, cachorro vidente, relógios que param exatamente naquela hora “h”... etc. Ou seja, só pelo trilha barulhenta ou propensão o distraído espectador pode “levar” algum sustinho. Se resolver tapar os ouvidos, vai sentir absolutamente nada! 

Invocação do Mal (The Conjuring, EUA, 2013), dirigido por James Wan, sofre do mesmo mal da maioria dos filmes do gênero: o cansativo e barulhento “horror” explícito, sem nenhum espaço para a imaginação. Os gêmeos roteiristas Chad e Carey Hayes, “especialistas” no assunto, não vão além do lugar comum (citado acima) nessa colcha de retalhos apodrecidos de outras tramas genéricas. O que fica é o eficiente trabalho do elenco e o movimento de câmera de John R. Leonetti, em algumas sequências e enquadramentos.  Ainda não assisti, nestes últimos anos, a um filme tão apavorante quanto o Atividade Paranormal (2009), mesmo com o ridículo final sugerido por Spielberg.

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