Depois de muito diz-que-diz e sai-não-sai, eis
que finalmente, para a felicidade geral da nação Tolkieniana, estreia O Hobbit, que, de um, virou dois e
três. O filme de aventura e fantasia, com ação muito bem calculada, chega cheio
de novidades tecnológicas para todos os gostos e bolsos (2D, 3D, 3D High Frame
Rate (HFR), IMAX).
O
Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey, Nova Zelândia, EUA, 2012), é
baseado no clássico da literatura infantil O
Hobbit, do escritor J.R.R. Tolkien.
Aclamada pela crítica, a premiada obra acabou recebendo suaves alterações (ou
ajustes) em edições seguintes e se tornou uma espécie de prólogo à saga
literária O Senhor dos Anéis, cuja
adaptação cinematográfica foi vista há quase dez anos.
Muita gente (sem ver o resultado!) anda dizendo
que, ao contrário de O Senhor dos Anéis
(com suas mil e tantas páginas), O Hobbit
se bastaria em um único filme, alegando não haver material literário para três.
Grande equívoco! Julgar uma obra literária
pela quantidade de páginas e um filme pela duração é simplificar a criatividade
do seu autor, a capacidade narrativa do roteirista e do diretor. A excelência
de um filme independe de sua metragem e muito menos da fonte inspiradora, que tanto
pode vir de uma mera frase, uma nota de jornal, um poema, quanto de um romance
enciclopédico. Para quem se deliciar com esta versão de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada,
os próximos “capítulos” são: O Hobbit: A
Desolação de Smaug (2013) e O Hobbit:
Lá e de Volta Outra Vez (2014).
Com roteiro de Fran Walsh, Philippa Boyens,
Peter Jackson e Guillermo del Toro, o primeiro filme da nova trilogia, dirigida
por Peter Jackson, é diversão de
qualidade para novos e velhos fãs do Universo Tolkien. A narrativa bem-humorada,
repleta de personagens e situações novas, acompanha a jornada épica do pacato e
caseiro hobbit Bilbo Bolseiro (Martin Freeman), do Mago Gandalf (Ian McKellen) e de um grupo de 13 anões, liderados por Thorin Escudo de Carvalho (Richard Armitage), para resgatar o
Reino de Erebor (terra dos anões), tomada pelo Dragão Smaug.
A viagem rumo às Terras Ermas é longa e perigosa
o suficiente para que os 15 determinados guerreiros provem a união do grupo e a
sua força e coragem no enfrentamento dos fantásticos: Trolls, Orcs, Wargs, Goblins... Nessa empolgante caminhada, onde são fortalecidos os
laços de amizade e reatados os de confiança, Bilbo conhece o enigmático Gollum
(Andy Serkis, sublime) e, de quebra,
os dois protagonizam a melhor sequência da trama. Vale destacar também as brilhantes
performances de Freeman, McKellen, Armitage..., e participações muito especiais
de atores/personagens inesquecíveis que retornam à Terra Média: Ian Holm (Bilbo velho); Elijah Wood
(Frodo); Cate Blanchett (Galadriel);
Christopher Lee (Saruman); Hugo Weaving (Elrond); Orlando Bloom (Legolas).
O
Hobbit: Uma Jornada Inesperada tem um bom ritmo (de leitura)
e uma riqueza de detalhes impressionante. Gandolf
diz que "Todas as boas histórias
merecem embelezamento" e O
Hobbit esbanja também nesse quesito. Entre outras maravilhas, quem resiste à
convidativa e graciosa aldeia dos hobbits e ou ao deslumbre de Valfenda? Tecnicamente
(em 2D), é praticamente irretocável. O praticamente é porque, com tanto tecnologia,
ainda me incomoda (desde a trilogia passada) a desproporção dos anões (que
nunca estão do mesmo tamanho). A trilha sonora é bacana e o canto dos anões
emociona.
Quanto à duração (que consome seis capítulos, mas
parece tratar apenas de um), acredito que o prazer de ler e ver depende da
história e do seu narrador. Se a narrativa é agradável você quer que ela demore
o maior tempo possível. Se não, deixa a sala e ou fecha o livro.
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