Cyrus
Voltando ao que interessa, Cyrus tem uma trama interessante e um roteiro muito bem elaborado. Ele fala da difícil arte de amar, da dependência e da dificuldade em “libertar” um ex-amor ou partilhar um novo amor, quando não se tem autoestima. O solitário John (John C. Reilly) é um editor que vive “separado” da ex-mulher Jamie (Catherine Keener), que também é a sua melhor amiga. Quando ela lhe informa que vai se casar novamente, ele entra em parafuso, perde totalmente o chão. Em uma festa, que vai a contragosto, conhece Molly (Marisa Tomei). A sintonia entre os dois é perfeita ou deveria ser, não fosse a onipresença do adorável filho dela: Cyrus (Jonah Hill), de 21 anos.
O cativante (e estranho) embate entre John e Cyrus (pelo amor de Molly) provoca as mais diversas emoções e expectativas. Longe dos clichês habituais, é praticamente impossível ao espectador (a não ser que algum chato lhe conte!) conhecer a verdadeira personalidade de Cyrus, com a sua cara e jeito de bebezão carente, antes do final. O trabalho de direção é formidável e ganha maior visibilidade porque os Duplass só trabalham com atores que saibam e gostem de improvisar, dando mais veracidade aos diálogos. Outra curiosidade é o fato deles gravarem tudo em ordem cronológica, o que facilita o trabalho do ator na construção e evolução do seu personagem.
Cyrus é um filme que se vê com muito interesse e, como toda produção independente, tem lá as suas estranhezas, como, por exemplo, o movimento de câmera e enquadramento. A força dos diálogos, na narrativa simples, faz tudo parecer (e não é?) casual. Não há tipos caricatos, efeitos especiais e muito menos piadas escatológicas. Não há tiroteios, perseguição de carros, pancadaria. Há apenas uma bela e deliciosa história vivida por atores que acreditam nela. Em Cyrus tudo é discreto, até a trilha sonora. Ou, na medida dos custos que enriquecem a criatividade. Não é uma comédia hilária, como promete o cartaz, mas tem lá a sua graça. Enfim, um filme original que não subestima a inteligência do público que adora cinema. E precisa mais?
um filme raro
Quem gosta de um bom drama psicológico, com pitadas de suspense e algum humor, não pode perder o excelente Cyrus (Cyrus, EUA, 2010), filme produzido pelos irmãos Scott (Ridley e Tony) e dirigido pelos criativos irmãos Jay Duplass e Mark Duplass.
Cyrus é um típico cinema independente que nunca se espera que chegue ao Brasil (assim como não chegaram os curiosos – e bem cotados - filmes anteriores dos Duplass: The Puffy Chair, que mostra a saga de um filho tentando levar uma poltrona de presente para o pai, e Baghead, sobre um grupo de atores perseguido por uma pessoa usando um saco de papel na cabeça), acostumados que estamos com o lixo que Hollywood nos (ab)arrota. Ôps! Será que algo está mudando no mundo do entretenimento americano, que agora começa a descobrir que há muito mais inteligência nos econômicos realizadores independentes do que imaginava existir nos esbanjadores realizadores “explode quarteirões, cidades, planetas”? Ou será que tudo não passa de mais uma jogada moneytária?
Quem gosta de um bom drama psicológico, com pitadas de suspense e algum humor, não pode perder o excelente Cyrus (Cyrus, EUA, 2010), filme produzido pelos irmãos Scott (Ridley e Tony) e dirigido pelos criativos irmãos Jay Duplass e Mark Duplass.
Cyrus é um típico cinema independente que nunca se espera que chegue ao Brasil (assim como não chegaram os curiosos – e bem cotados - filmes anteriores dos Duplass: The Puffy Chair, que mostra a saga de um filho tentando levar uma poltrona de presente para o pai, e Baghead, sobre um grupo de atores perseguido por uma pessoa usando um saco de papel na cabeça), acostumados que estamos com o lixo que Hollywood nos (ab)arrota. Ôps! Será que algo está mudando no mundo do entretenimento americano, que agora começa a descobrir que há muito mais inteligência nos econômicos realizadores independentes do que imaginava existir nos esbanjadores realizadores “explode quarteirões, cidades, planetas”? Ou será que tudo não passa de mais uma jogada moneytária?
Voltando ao que interessa, Cyrus tem uma trama interessante e um roteiro muito bem elaborado. Ele fala da difícil arte de amar, da dependência e da dificuldade em “libertar” um ex-amor ou partilhar um novo amor, quando não se tem autoestima. O solitário John (John C. Reilly) é um editor que vive “separado” da ex-mulher Jamie (Catherine Keener), que também é a sua melhor amiga. Quando ela lhe informa que vai se casar novamente, ele entra em parafuso, perde totalmente o chão. Em uma festa, que vai a contragosto, conhece Molly (Marisa Tomei). A sintonia entre os dois é perfeita ou deveria ser, não fosse a onipresença do adorável filho dela: Cyrus (Jonah Hill), de 21 anos.
O cativante (e estranho) embate entre John e Cyrus (pelo amor de Molly) provoca as mais diversas emoções e expectativas. Longe dos clichês habituais, é praticamente impossível ao espectador (a não ser que algum chato lhe conte!) conhecer a verdadeira personalidade de Cyrus, com a sua cara e jeito de bebezão carente, antes do final. O trabalho de direção é formidável e ganha maior visibilidade porque os Duplass só trabalham com atores que saibam e gostem de improvisar, dando mais veracidade aos diálogos. Outra curiosidade é o fato deles gravarem tudo em ordem cronológica, o que facilita o trabalho do ator na construção e evolução do seu personagem.
Cyrus é um filme que se vê com muito interesse e, como toda produção independente, tem lá as suas estranhezas, como, por exemplo, o movimento de câmera e enquadramento. A força dos diálogos, na narrativa simples, faz tudo parecer (e não é?) casual. Não há tipos caricatos, efeitos especiais e muito menos piadas escatológicas. Não há tiroteios, perseguição de carros, pancadaria. Há apenas uma bela e deliciosa história vivida por atores que acreditam nela. Em Cyrus tudo é discreto, até a trilha sonora. Ou, na medida dos custos que enriquecem a criatividade. Não é uma comédia hilária, como promete o cartaz, mas tem lá a sua graça. Enfim, um filme original que não subestima a inteligência do público que adora cinema. E precisa mais?
Cyrus é tudo isso que você escreveu. É um filme delicioso, a cena em que John, interpretado pelo ator John C. Reilly de Boogie Nights canta na festa no início do filme é bela e constrangedora, nunca pensei que pudesse reunir estes dois adjetivos numa mesma sentença. O único porém é a camêra um tanto nervosa que abusa um pouco do zoom. Filmado com camêras digitais Red One de excelente qualidade, mas por um cameraman um tanto inexperiente, mas que não atrapalha em nada o prazer do filme. Tinhámos que ver mais filmes assim no Brasil, com um roteiro excelente como este.
ResponderExcluirOlá, Antunes.
ResponderExcluirAnda sumido!
Esperar ver mais cinema independente e de qualidade (ou de qualidade mesmo que não seja independente), por aqui, em Curitiba, você sabe bem, não é nada fácil.
Mas, como a esperança sobrevive ao vai-e-vem cinematográfico...
Abração.
T+
Joba
Esse é o tipo filme que te deixa com a sensaçao que de que terminou no meio o no começo, sei la. Enfim de zero a dez eu dou um zero bem grande, pois esse filme nao tem identidade, nao é comedia, drama e nem nada. Boa a interpretaçao dos atores mas péssimo de roteiro. Nem agua com açucar ele chega a ser. É uma historia muito boa que poderia se r explorada a pelo menos dez porcento. Conseguiram matar uma bom filme numa coisa sem graça, sem comedia, sem drama e nem nada. Nao chega a ser o pior filme do ano mas foi quase.
ResponderExcluirOlá, JCNABELGICA.
ResponderExcluirÉ, realmente Cyrus te incomodou.
Não é uma comédia hilária, conforme chamada no cartaz, e sim um drama com algum humor.
Ainda bem que ele não é um água com açúcar e como todo bom idependente tem uma linguagem própria que foge dos clichês tradicionais americanos.
A mim, realmente, ele pareceu ter começo, meio e fim num roteiro e direção e atuações precisas.
Mas, a arte é assim mesmo, permite (ou não) as mais diversas leituras. Tudo depende do estado de espírito do espectador.
Abs.
T+
Joba.
Estou muito animado para ver a nova série de Duplass Brothers Eu acho que eles sempre fazem um trabalho muito bom.
ResponderExcluir..., é esperar pra ver o que renderá Togetherness...
Excluirabs.
T+
Joba!