Encontro Explosivo
ou James Bond em True Lies: a Missão Impossível
Eu também vou me repetir. Quando o americano não está invejosamente refilmando o cinema estrangeiro, melhor do que o seu, esta refilmando a si mesmo de forma escandalosamente mais explosiva (em número de veículos, armas, mortos) e com efeitos especiais (de qualidade discutível) para aquele público cujo Tico está em ferias e o Teco hibernando e parou ali pra tirar um cochilo. Se pagar meia ou tiver convite, com certeza, vai reclamar menos.
ou James Bond em True Lies: a Missão Impossível
Eu também vou me repetir. Quando o americano não está invejosamente refilmando o cinema estrangeiro, melhor do que o seu, esta refilmando a si mesmo de forma escandalosamente mais explosiva (em número de veículos, armas, mortos) e com efeitos especiais (de qualidade discutível) para aquele público cujo Tico está em ferias e o Teco hibernando e parou ali pra tirar um cochilo. Se pagar meia ou tiver convite, com certeza, vai reclamar menos.
Encontro Explosivo (Knight and Day, EUA, 2010) é um filme para quem nunca viu ou ouviu falar de James Bond, do divertido True Lies (James Cameron, 1994), Missão Impossível e de et ceteras que têm um “explosivo” (ou dupla) qualquer no título. Daqueles em que um sujeito sozinho (ou seria bonzinho?) livra o mundo (isto é, os EUA) dos sujeitos mauzinhos. Roy Miller (Tom Cruise) - similar a Ethan Hunt, de Missão Impossível - é um agente do FBI, com licença para matar e explodir qualquer pessoa ou coisa que atravanque o seu caminho em qualquer lugar da Terra. A sua “missão” é proteger um inventor e o seu invento (revolucionário no consumo de energia) que despertou a cobiça do governo americano, traficantes e oportunistas de plantão. June Havens (Cameron Diaz) é a loira burra, digo mula, que esbarra nele, num aeroporto, e sem que nem mais porquê é envolvida na tramóia caça-níquel. As suas cara e bocas seriam cômicas, não fosse a canastrice que também abraça Cruise e vai encontrar par em Paul Dano, no papel do debilóide nerd lerd, digo lerdo, Simon Feck.
Encontro Explosivo é uma “comédia” insossa que cansa pela insistente repetição de carros explodindo (voando, trombando, despedaçando) e bandidos (armados até os dentes) ruins de mira e o mocinho Tom de sempre, mesmo desarmado, matando os seus “inimigos” e “parceiros”, aos montes. A produção, é claro, preocupada com o bolso, apela para mortes sem sangue e explosões sem corpos, para não perturbar a paz de espírito dos espectadores mais sensíveis e que ainda apreciam esse tipo de filme, onde bandido e mocinho, às vezes, se diferenciam apenas pelo distintivo. É difícil acreditar que James Mangold (de Johnny & June) tenha dirigido essa tolice de ação (re)clonada, tamanha a pobreza criativa que vai da fajuta colcha de roteiros, costuradas por Dana Fox e Scott Frank, à falta de química, de sex appel, de sintonia entre Cruise e Diaz. Não há humor, amor e muito menos sexo. Enfim, como não se salva nem o trocadilho do título original, a dica para o fã do casal protagonista não se aborrecer é a de ficar adivinhando (ACERTANDO TODAS!) as ações e reações que vão acontecer no troca-troca de clichês.
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