por Joba Tridente
Prêmio de melhor filme no Festival Olhar de Cinema (2020) e exibição em vários outros festivais nacionais e internacionais, finalmente chega às salas de cinema, no próximo dia 31 de março de 2022, o melancólico docudrama (híbrido de ficção com documentário) Pajeú (2020), com roteiro e direção de Pedro Diógenes (Inferninho).
Sem conseguir alguma explicação plausível para as apavorantes visões, Maristela se põe a investigar, por conta própria, a origem e a degradação do riacho..., da sua já esquecida nascente e importância histórica aos dias de hoje, na esperança de encontrar alguma conexão com as visões da entidade aquática. Assim, ela vai a campo e conversa com encarregados de instituições públicas, estudiosos, comerciantes, moradores da margem do riacho e até adolescentes numa praia de Fortaleza (Ceará), cidade por onde o Riacho Pajeú “corre” e é desviado, canalizado (em prol da especulação imobiliária), é abandonado ao próprio azar de ainda existir e (sem saneamento básico na região) servindo de lixeira para todo tipo de dejetos produzido por “humanos”.
Irregular em sua narrativa docudrama (mais doc que drama), com algum problema de áudio (perde-se muitas falas, principalmente quando casadas com os altos decibéis da incômoda trilha), o suspense investigativo Pajeú (com vocação - apenas vocação - para o terror leve) não fecha o assunto ecológico proposto (relacionado à água do riacho outrora venturoso que vai despejar no mar..., na Praia Formosa). Ao seu final místico (fatalista?), cabe ao espectador digerir as respostas dadas às tantas perguntas de Maristela aos transeuntes, em caminhada pela beira do riacho e beira do mar, em busca de algum tipo de informação, de relação e ou de reação diante do riacho semimorto, e ponderar sobre o futuro do riacho interior de cada um...
Trailer: Aqui
NOTA: As considerações acima são pessoais e, portanto, podem não refletir a opinião geral dos espectadores e cinéfilos de carteirinha.
Joba
Tridente: O
primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros
videodocumentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em
35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e
coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e
divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro
tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder,
2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.
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