sábado, 2 de janeiro de 2021

24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

 


24ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES

22 a 30 de janeiro de 2021

 Ainda que claudicante, por causa da rasteira viral, o ano cinematográfico de 2021 já começa trazendo, diretamente de Minas Gerais, a 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Um presente notável, para os cinéfilos de todo o Brasil, que será aberto online e gratuitamente no dia 22 janeiro de 2021 e poderá ser apreciado até 30 de janeiro de 2021, também presencialmente, com a instalação de um Cine Drive-In.

Mostra de Cinema de Tiradentes é um evento audiovisual de vanguarda, realizado pela Universo Produção, que reúne as manifestações da arte numa programação cultural abrangente oferecida gratuitamente ao público. Conta com a exibição de filmes brasileiros em pré-estreias nacionais, promove o 24º Seminário do Cinema Brasileiro, que inclui debates, mesas temáticas, diálogos audiovisuais e a série Encontro com os Filmes, que reúne anualmente críticos de cinema, acadêmicos, pesquisadores, profissionais do audiovisual, imprensa e público. A Mostra, cuja uma trajetória ocupa espaço de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil, promove, em média, 10 oficinas, que certificam mais de 200 alunos, a Mostrinha de Cinema, para o público infanto-juvenil, além de exposições e atrações artísticas.

 


VERTENTES DA CRIAÇÃO

como os realizadores audiovisuais se relacionam

com a construção das imagens e sons

na busca pela poética de seus filmes

Vertentes da Criação é o tema proposto pelos curadores Francis Vogner dos Reis e Lila Foster para a edição de 2021. A ideia partiu da percepção de que há, em anos recentes, uma reconfiguração intelectual e empírica dos processos na produção do país, cuja singularidade está condicionada por elementos variados: universos simbólicos, ética das imagens a partir dos espaços, personagens e territórios, estética amparada em perspectiva crítica do automatismo das práticas da expressão audiovisual do mercado e, principalmente, a economia de um tempo que resiste ao modelo célere de velocidade da circulação do capital. O cinema brasileiro se reinventa nas circunstâncias impostas a ele e nas inquietações de criadores arrojados que constantemente reinventam as formas do fazer.

Num ano tão absolutamente atípico como 2020, todo tipo de processo se alterou de alguma forma. Sejam através de processos de criação quanto pessoais e afetivos, o ano que não termina obrigou milhões de pessoas a se ajustarem a novas formas de convívio e de construção de laços. O cinema foi um dos quadros mais diretamente afetados, em várias frentes: fechamento das salas de exibição, interrupção de projetos e filmagens em andamento e, especificamente no Brasil, a ampliação da paralisa do governo federal relativa ao setor, que se amplificou pelos impactos da pandemia. Consciente de todas as complexidades desse cenário, a 24a Mostra de Cinema de Tiradentes, leva para sua temática parte dos questionamentos de um tempo único da história do mundo.

Os curadores Francis Vogner dos Reis e Lila Foster destacam: “A Mostra de Tiradentes marca a cada ano um ciclo. Um ciclo de filmes produzidos no ano que antecede ao mês de janeiro, quando a mostra é realizada, um ciclo de questões que ecoam a partir dos debates do ano anterior, um ciclo de eventos sociais, econômicos, culturais indissociáveis do que podemos chamar de ‘campo do cinema brasileiro’.

A verdade é que se nos últimos anos temos vivenciado um ritmo acelerado na roda da história - manifestações sociais, golpe parlamentar, cortes cada vez mais profundos nas políticas sociais e no financiamento do cinema brasileiro -, nada nos preparou para o que vivenciamos desde março de 2020, quando se deu o início do isolamento social devido a pandemia do coronavírus. Em um primeiro momento, foi um tempo de suspensão: reaprender a viver o cotidiano no espaço doméstico fechado, lidar com outras medidas de tempo, administrar a angústia de uma economia que para sem poder parar e aceitar a nebulosidade do horizonte de expectativas. Nessa experiência individual, comunitária e social, a materialidade da realidade é incontornável: revela de um lado os privilégios dos que podem parar e se recolher e do outro lado aqueles que não podem parar nunca.

Esse “tempo da suspensão” parece ter propiciado um campo de reavaliação e processamento de experiências. Neste tempo é preciso estabelecer, reorientar ou formular outros e novos fundamentos para o mundo em que vivemos. Onde se pisa, afinal? O que a imaginação tem sedimentado em termos de uma forma e uma ética das imagens? Mais do que produtos, as imagens são desdobramentos de quais desejos? Nos últimos anos, em Tiradentes, os filmes e, principalmente, a fala de diretoras, diretores de fotografia, atrizes, atores, montadores, diretores de arte, roteiristas, tem trazido relatos de experiências que apontam para ricas e múltiplas vertentes de processos criativos do cinema brasileiro contemporâneo. Esses processos criativos não são simplesmente novos modos de produção, mas uma reconfiguração de ideias, procedimentos, motivos e desejos. É o desejo de filmar que se encontra com a necessidade de filmar. Esses processos revelam relações inauditas da imaginação com o real, em intervenções que não só questionam, mas se descolam de modos e procedimentos criativos e de produção mais normativos do ponto de vista técnico e estético.

Até um tempo atrás, o conceito de “cinema de processo” era aquele que confiava o elã criativo ao imponderável da dinâmica entre técnica e real se libertando do roteiro e da hierarquia de produção. Hoje, para falar em processo, é preciso entender a variedade de métodos e questões que passam por desejos e circunstâncias muito diferentes entre si. Falar de processo hoje é entender as novas epistemologias, os novos pontos de partida que orientam um cinema voltado não somente à intensidade do presente, mas sobretudo a uma atenção às temporalidades diversas que atravessam e coexistem nisso que chamamos de presente.


A trama dos exercícios criativos é complexa, porque diversificada na sua empiria e nos seus olhares ativos. Um cineasta indígena que faz um traveling sozinho com a câmera na mão, enquanto guia um barco, tem motivos e conquista sentidos diferentes na imagem daquele cineasta que, com uma equipe pequena, faz o traveling em meio a um ritual ou uma diretora que executa um traveling em espaço fechado numa cena que fora ensaiada anteriormente. Uma fala improvisada pode ser um achado circunstancial em método aberto, como também pode mostrar uma alternativa, uma fissura necessária, dentro de um processo cênico hipercontrolado.

Vemos nos filmes uma reconfiguração intelectual e empírica dos processos de criação. É claro essa reconfiguração vem de longe e não é uma novidade, mas hoje toda essas novas elaborações de processos singulares são condicionadas por elementos variados, sejam eles universos simbólicos, uma nova ética das imagens que nasce dos espaços, personagens e dos territórios, uma estética amparada em uma perspectiva crítica do automatismo das práticas da expressão audiovisual do mercado e, principalmente, uma economia do tempo que resiste ao modelo célere de velocidade da circulação do capital.

Quais são os desejos que guiam/dão origem os filmes? O que, afinal, dá forma ao filme? Como se criam métodos particulares para liberar experiências particulares? Como pensar os processos de artesania– a construção dos personagens, do espaço, a escrita, a montagem?  O que se faz com as mãos, os olhos, os corpos e o coração quando se está criando uma imagem? O convite a esse exercício de pensar esses caminhos do cinema pode criar (ou não) um léxico, novas palavras, acionar o campo de expressão das experiências particulares do trabalho de criação, um trabalho que não está isolado dos processos mais amplos do mundo (econômicos, técnicos, políticos), mas dele toma parte ativa com mais proximidade ou com uma calculada (e necessária) distância.

Vertentes da Criação não busca enquadrar, não procura dar respostas ou tecer conclusões mais categóricas sobre o cinema brasileiro contemporâneo. Mas indica o desejo de entender, de dar a ver, de botar na roda o que leva, guia e movimenta quando se cria imagens e sons. A proposta, então, será refletir – por filmes e debates- uma série de questões:

- O que move o cinema?

- Quais são os desejos que guiam e dão origem aos filmes?

- O que, afinal, dá forma ao filme?

- Como se criam métodos particulares para liberar experiências particulares?

- Como pensar os processos de artesania, como a construção dos personagens, do espaço, da escrita e da montagem?

- O que se faz com as mãos, os olhos, os corpos e o coração quando se está criando uma imagem? Enfim: o que leva, guia e movimenta o artista quando ele cria imagens e sons?

 

Eu Te Amo Bressan

24ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES

SELEÇÃO DE CURTAS

Para a sua 24ª edição, a Mostra de Cinema de Tiradentes, selecionou 79 curtas-metragens, de 19 estados brasileiros, para comporem oito mostras temáticas: Foco (11), Panorama (26), Foco Minas (9), Temática (3), Praça (13), Formação (9), Jovem (3) e Mostrinha (5). Os estados de Minas Gerais e São Paulo aparecem com maior quantidade de trabalhos na seleção, com 16 filmes cada. Há ainda produções de Alagoas (1), Amazonas (4), Bahia (4), Ceará (4), Brasília (2), Espírito Santo (2), Goiás (1), Mato Grosso (1), Pará (3), Paraíba (1), Paraná (5), Pernambuco (4), Rio de Janeiro (8), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (5), Santa Catarina (2) e Sergipe (2).

No processo de seleção, percebemos muitos curtas realizados durante o isolamento social devido à pandemia e selecionamos aqueles que conseguiram propor deslocamentos ao estado permanente de tristeza que nos imobiliza”, comenta Camila Vieira, uma das curadoras. “O que nos chamou atenção foram curtas feitos com as restrições do isolamento que buscaram formas inventivas de realização de cinema e processos de criação, como República, da Grace Passô, ou Minha Bateria está Fraca e está Ficando Tarde, de Rubiane Maia e Tom Nóbrega, entre outros”.

Para Felipe André Silva, que estreia na equipe de curadoria de curtas da Mostra de Tiradentes, a percepção foi de que especialmente a produção de classe média e seus “filmes de pandemia” encontrou dificuldades para se expandir além das temáticas sobre si mesma ou escapar das limitações espaciais impostas pelo isolamento. “Foi então um desafio que nós adotamos, o de encontrar trabalhos que quebrassem com essa lógica”, afirma Felipe. Ele chama atenção para títulos como Drama Queen, de Gabriela Luiza, Levantado do Chão, de Melissa Dulius e Gustavo Jahn, ou Eu te Amo, Bressan, como exemplares da liberdade estética e narrativa potencializadas pelo contexto – e não só para falar de pandemia.

Na edição desse ano da Mostra Foco, segundo a equipe de curadoria, será possível perceber três linhas de aproximações entre os curtas, que vão desde propostas experimentais a construções ficcionais. A primeira é de curtas que pensam a catástrofe, a destruição e o colapso do mundo em que vivemos, tratando sobre em que medida isso se conecta a uma crise generalizada da política institucional e de um projeto de país; a segunda linha inclui curtas que borram fronteiras entre o real e o imaginário, o que existe de possível na concretude das vivências e o que há de criação do impossível no campo da imaginação; e a terceira linha são filmes de distopia, com alegorias que aludem ao presente, pensam os processos históricos e apontam possíveis futuros.

Já a Mostra Panorama contém curtas de realizadores com trajetórias já reconhecidas no cinema contemporâneo brasileiro, casos das duplas Gustavo Jahn & Melissa Dullius e Lucas Parente & Rodrigo Lima e de nomes como Julia Katharine e Ricardo Alves Jr., entre outros. “Mas também selecionamos curtas de jovens realizadores que estão se aventurando nas ficções em diálogo com os códigos do cinema de gênero e outros que estão buscando diferentes processos de criação dentro do documentário”, destaca Camila Vieira.

Para Felipe André, será estimulante ao público se deparar com alguns voos criativos surpreendentes dentro da vasta seleção. “No meio de um mundo que está ruindo, foi importante atentarmos também para o que se apresentava como virtuosismo cinematográfico”, diz o curador. “A Mostra de Tiradentes é o espaço de celebração do cinema que olha para a frente e ainda aquele que está sendo feito nas condições permitidas pelo momento histórico. Assim como se anunciava em 2020, a imaginação prossegue sendo uma potência, e isso será reiterado dentro das propostas temáticas da edição de 2021”.


Céu de Agosto

4 BILHÕES DE INFINITOS, Marco Antonio Pereira (MG)

A DESTRUIÇÃO DO PLANETA LIVE, Marcus Curvelo (BA)

ABJETAS 288, Júlia da Costa e Renata Mourão (SE)

DE COSTAS PRO RIO, Felipe Aufiero (AM / PR)

DRAMA QUEEN, Gabriela Luíza (MG)

EU TE AMO, BRESSAN, Gabriel Borges (PR)

LAMBADA ESTRANHA, Luisa Marques & Darks Miranda (RJ)

NOVO MUNDO, Natara Ney e Gilvan Barreto (RJ)

PRECES PRECIPITADAS DE UM LUGAR SAGRADO QUE NÃO EXISTE MAIS, Rafael Luan e Mike Dutra (CE)

CÉU DE AGOSTO, Jasmin Tenucci (SP)

RATOEIRA, Carlos Adelino (SC)


  

Ilha do Sol

MOSTRA PANORAMA

À BEIRA DO PLANETA MAINHA SOPROU A GENTE,

Bruna Barros e Bruna Castro (BA)

A PONTUALIDADE DOS TUBARÕES, Raysa Prado (PB)

ADELAIDE, AQUI NÃO HÁ SEGUNDA VEZ PARA O ERRO,

Anna Zêpa (SP)

ANIMAIS NA PISTA, Otto Cabral (PB)

BABELON, Leon Barbero (SP)

CAMINHOS ENCOBERTOS,

Beatriz Macruz e Maria Clara Guiral (SP)

CHOVEU HÁ POUCO NA MONTANHA DESERTA, Rei Souza (GO)

CONSTRUÇÃO, Leonardo da Rosa (RS)

ENTERRADO NO QUINTAL, Diego Bauer (AM)

FORA DE ÉPOCA, Drica Czech e Laís Catalano Aranha (SP)

ILHA DO SOL, Lucas Parente, Rodrigo Lima e Walter Reis (RJ)

LEVANTADO DO CHÃO, Melissa Dullius e Gustavo Jahn (SC / RS)

MANGUE-BRANCO, Flávia K. Ventura (SP)

MENARCA, Lillah Halla (SP)

MILTON FREIRE, UM GRITO ALÉM DA HISTÓRIA,

Victor Abreu (RJ)

MINHA BATERIA ESTÁ FRACA E ESTÁ FICANDO TARDE,

Rubiane Maia / Tom Nóbrega (SP)

O JARDIM FANTÁSTICO, Fábio Baldo, Tico Dias (SP)

OPY'I REGUA, Júlia Gimenes, Sérgio Guidoux (RS)

QUERIDA MAMÃES, DE DORA, POR SARA, Sara Antunes (SP)

SEIVA BRUTA, Gustavo Milan (AM)

TRÊS GRAÇAS, Luana Laux (ES)

VAGALUMES, Léo Bittencourt (RJ)

VIDA DENTRO DE UM MELÃO, Helena Frade (MG)

VITÓRIA, RICARDO ALVES JR (MG)

VOCÊ JÁ TENTOU OLHAR NOS MEUS OLHOS?, Tiago Felipe (PR)

WON'T YOU COME OUT TO PLAY?, Julia Katharine (SP)


Pátria

MOSTRA FORMAÇÃO

A VERDADE SAI DE SEU POÇO PARA ENVERGONHAR A HUMANIDADE, Matheus Strelow (RS)

CAMINHOS NA NOITE, Douglas Oliveira (SE)

COMBOIO PRA LUA, Rebeca Francoff (MG)

ELA VIU ARANHAS, Larissa Muniz (MG)

NOÇÕES DE CASA, Giulia Maria Reis (RJ)

O FILHO DO HOMEM, Fillipe Rodrigues (PA)

PARA TODES, Victor Hugo, Samara Garcia e equipe (RJ)

PÁTRIA, Lívia Costa e Sunny Maia (CE)

VANDER, Barbara Carmo (BA)

 


Por Outras Primaveras

MOSTRA JOVEM

LETÍCIA, MONTE BONITO, 04, Julia Regis (RS)

POR OUTRAS PRIMAVERAS,

Anna Carolina Moura Mol de Freitas (MG)

TRAÇADOS, Rudyeri Ribeiro (PA)


  

Pietá

23 MINUTOS, Rodrigo Beetz e Wesley Figueiredo (MG)

CRUA, Clara Vilas Boas e Emanuele Sales (MG)

LENÇOL BRANCO, Rebecca Moreno (MG)

MINEIROS, Amanda Dias (MG)

O MUNDO MINERAL, Guerreiro do Divino Amor (MG)

PIETÀ, Pink Molotov (MG)

SAPATÃO: UMA RACHA/DURA NO SISTEMA, Dévora mc (MG)

VIDEOMEMORIA, Aiano Bemfica, Pedro Maia de Brito (PE/MG)

VIGÍLIA, Rafael dos Santos Rocha (MG)


  

Ela Mora no Andar de Cima

MOSTRA PRAÇA

5 FITAS, Heraldo de Deus e Vilma Martins (BA)

AINDA TE AMO DEMAIS, Flávia Correia (AL)

CASA COM PAREDE, Dênia Cruz (RN)

ELA QUE MORA NO ANDAR DE CIMA, Amarildo Martins (PR)

MAGNÉTICA, Marco Arruda (RS)

NOITE DE SERESTA, Sávio Fernandes e Muniz Filho (CE)

O BARCO E O RIO, Bernardo Ale Abinader (AM)

PEGA-SE FACÇÃO, Thaís Braga (PE)

PRIMEIRO CARNAVAL, Alan Medina (SP)

QUARTA: DIA DE JOGO, Clara Henriques e Luiza França (RJ)

RÁDIO CAPITAL ALVORADA, Rafael Stadniki (DF)

REBU, Mayara Santana (PE)

VOCÊ TEM OLHOS TRISTES, Diogo Leite (SP)


 

Napo

MOSTRINHA

FOGUETE, Pedro Henrique Chaves (DF)

MITOS INDÍGENAS EM TRAVESSIA,

Julia Vellutni & Wesley Rodrigues (SP)

NAPO, Gustavo Ribeiro (PR)

O MENINO E O OVO, Juliana Capilé (MT)

VENTO VIAJANTE, Os Alunos / Analúcia Godoi (CE)


 

Filme de Domingo

MOSTRA TEMÁTICA VERTENTES DA CRIAÇÃO

FILME DE DOMINGO, Lincoln Péricles (SP)

REPÚBLICA, Grace Passô (SÃO PAULO)

UMA NOITE SEM LUA, Castiel Vitorino Brasileiro (ES/SP)

  



PROGRAMA DE FORMAÇÃO AUDIOVISUAL

Dez Oficinas

 O Programa de Formação Audiovisual oferecerá 225 vagas, distribuídas em dez oficinas. As inscrições são gratuitas e estão abertas até 11 de janeiro de 2021, ou até se esgotarem as inscrições, pelo site da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Devido à pandemia de Covid-19, todas as atividades serão realizadas em ambiente digital, mantendo o mesmo propósito e conceito das edições realizadas presencialmente. É permitida apenas uma inscrição por pessoa nas modalidades abaixo. 

 

POR UMA MISE-EN-SCÈNE PANDÊMICA

De 23 a 26 de janeiro de 2021, das 14h30 às 17h30, o roteirista, diretor e professor de cinema Leandro Afonso e o professor e roteirista Diogo Cronemberger serão os responsáveis pela oficina Por uma mise-en-scène pandêmica. Serão oferecidas 25 vagas para interessados a partir de 16 anos. O objetivo da atividade é refletir sobre outras possibilidades de direção cinematográfica, incitadas pela pandemia, mas exploradas muito antes dela. A oficina propõe abordar e analisar obras que utilizaram pouquíssimos recursos e, ainda assim, se tornaram emblemáticas.

 

ATUAÇÃO NO CINEMA

De 23 a 26 de janeiro de 2021, das 16h às 19h, o ator e cineasta Renan Rovida ministrará a oficina Atuação no Cinema, com oferta de 20 vagas. A atividade tem como objetivo estimular a apreciação e a experimentação na atuação para o cinema brasileiro. Durante a oficina, os participantes terão um breve panorama do histórico da atuação, do teatro ao cinema, por meio de exercícios práticos de criação de personagens e cenas.

 

AUDIÊNCIA DO AUDIOVISUAL

COMO OS FILMES PODEM ALCANÇAR SEUS PÚBLICOS

De 23 e 25 de janeiro de 2021, das 10h às 13h, o especialista em marketing para cinema José Agripino da SilvaNeto será o responsável pela oficina Audiência do Audiovisual - Como os filmes podem alcançar seus públicos. Serão oferecidas 25 vagas para roteiristas, diretores e produtores. O objetivo da atividade é desenvolver o pensamento de construção de audiências para as obras audiovisuais. Serão apresentadas ferramentas e análises de casos de sucesso para que cada participante compreenda como atrair e manter uma audiência interessada em seus projetos.

 

O PODER DA CULTURA SONORA

PARA O SOM NO CINEMA

De 23 a 27 de janeiro de 2021, das 09h30 às 12h30, o diretor de som Léo Bortolin ministrará a oficina O poder da cultura sonora para o som no cinema, com oferta de 20 vagas. A partir de estudos e práticas da direção de som no cinema, a atividade promoverá reflexões sobre conceitos e teorias do elemento sonoro nas produções cinematográficas, além de ampliar a percepção auditiva dos participantes por meio de exercícios e análises fílmicas.

 

DOCUMENTÁRIOS DOMÉSTICOS

De 25 a 27 de janeiro de 2021, das 10h30 às 12h30 e das 14h às 16h, o artista visual Lucas Rossi Gervilla será o responsável pela oficina Documentários Domésticos, com oferta de 25 vagas para interessados a partir de 16 anos. O objetivo da atividade é compartilhar ferramentas para que os participantes possam contar suas próprias histórias por meio de pequenos documentários. A Oficina focará em técnicas de filmagem e produção, sem sair de casa, utilizando equipamentos de baixo custo e acessórios fáceis de serem encontrados ou adaptados. E abordará os princípios básicos da edição e montagem.

 

ROTEIROS DE CURTAS

De 25 a 29 de janeiro de 2021, das 15h às 18h, a diretora de arte e roteirista Camila Tarifa ministrará a oficina Roteiro de Curtas, com oferta de20 vagas. O objetivo da atividade é ensinar conceitos básicos da escrita de um roteiro de curta-metragem, por meio da análise de modelos clássicos e contemporâneos da linguagem curta do audiovisual. E escrever um roteiro de curta-metragem a partir das ferramentas colocadas em cada aula.

 

ROTEIRO PARA NARRATIVAS AUDIOVISUAIS

De 27 a 29 de janeiro de 2021, das 10h às 12h e das 14h30 às 16h30, o especialista em marketing, roteirista e consultor Gustavo Padovani será o responsável pela oficina Roteiro para narrativas audiovisuais, com oferta de 25 vagas. O objetivo da atividade é aprimorar a capacidade técnica e criativa dos participantes ao treinar práticas de escritas de roteiro, metodologias de criação, análises de estruturas narrativas e estímulo a um olhar crítico para os produtos audiovisuais contemporâneos.

 

PRODUÇÃO EXECUTIVA DE AUDIOVISUAL

De 27 a 30 de janeiro de 2021, das 09h às 12h, a produtora, roteirista e diretora Cris Reque ministrará a oficina Produção executiva de audiovisual, com oferta de 25 vagas. A proposta da atividade é permitir que os participantes tenham as ferramentas básicas para elaborar um projeto, sob o ponto de vista da produção executiva e compreender as etapas, demandas, documentos e a organização do trabalho executivo numa obra audiovisual.

 

REENCANTAR O CORPO, REENCANTAR O MUNDO

De 27 a 30 de janeiro de 2021, das 15h às 18h, a cineasta e educadora Larissa Figueiredo será a responsável pela oficina Reencantar o corpo, reencantar o mundo, com oferta de 20 vagas. A atividade, que tem no cinema sua base de criação, convida outras artes e outras epistemologias para provocar os participantes a produzirem pequenos vídeos diariamente – como diários corporais e audiovisuais – para juntos escutar os corpos através do cinema e acolher o que eles têm a ensinar neste período de intimidades cerceadas de liberdade.

 

DA IDEIA AO FILME:

COMO DESENVOLVER O SEU PROJETO

De 28 a 30 de janeiro de 2021, das 10h às 13h, a produtora executiva, diretora de produção e curadora Maria Flor Brazil ministrará a oficina Da ideia ao filme: Como desenvolver o seu projeto, com oferta de 20 vagas.  A atividade pretende ser um ponto de partida para pessoas de todas as áreas que desejam realizar um filme, com uma proposta já definida, mas que não possuem intimidade com o universo audiovisual. O objetivo é estimular e estruturar as ideias para criação de um Projeto Audiovisual definitivo, pronto para ser realizado ou apresentado em editais.


  

HOMENAGEM A PAULA GAITÁN

 Ao se falar em Vertentes da Criação, o nome da cineasta Paula Gaitán parece se acomodar à perfeição. Na ousadia expressiva e na variedade criativa, trata-se de uma artista incontornável, e não apenas no cinema brasileiro contemporâneo, a julgar pelas constantes celebrações e retrospectivas de sua obra ao redor do mundo nos últimos anos. Gaitán realiza longas, curtas e médias-metragens, faz filmes com dinheiro, sem dinheiro, filme caseiro, performances, musical de memória, filme híbrido, documentário especulativo, ficção poética, cine-retrato abstrato, videoclipes, séries de entrevistas, artes visuais e outros mais. “Ela usa a câmera como uma pintora usa o pincel. E tudo para ela é música, dos ruídos às cores”, destaca Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial da Mostra.


Diário de Sintra

Escolhida para receber a homenagem e o Troféu Barroco, da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes, Paula Gaitán, de origem colombiana, lançou seu primeiro filme em 1989, Uaka, filmado no Xingu. Antes, já atuava no campo artístico como atriz, fotógrafa e diretora de arte. Foi parceira de Glauber Rocha (1939-1981) em alguns de seus trabalhos mais importantes, fazendo o cartaz de Cabeças Cortadas (1970), a cenografia de A Idade da Terra (1980), no qual também atuou diante das câmeras, e ilustrações de livros do realizador baiano. Como diretora, assinou filmes diversos, ora inovando nas abordagens e nas formas visuais e sonoras, como Diário de Sintra (2007) e Noite (2014), ora se aproximando intimamente de figuras importantes da criação, como Vida (2010), com Maria Gladys, Agreste (2010), com Marcélia Cartaxo, e É Rocha e Rio, Negro Léo (2020). Na ficção, dirigiu Exilados do Vulcão (2013) e Luz nos Trópicos (2020).


Ópera dos Cachorros

Para celebrar a trajetória de Paula Gaitán, a Mostra vai promover um encontro virtual com a cineasta e uma Mostra Homenagem, com a exibição de oito trabalhos da cineasta: os longas Diário de Sintra; Exilados do Vulcão; Noite; Luz nos Trópicos; o videoclipe A Mulher do Fim do Mundo (de Elza Soares) e três filmes inéditos: o curta Ópera dos Cachorros; o média Se hace camino al andar; e o filme que abre a programação da Mostra, na noite do dia 22 de janeiro, em pré-estreia mundial, que a diretora está finalizando para apresentar no evento.

“A obra da Paula responde de maneira abrangente ao emblema da experimentação estética e da experiência poética. Cada um de seus filmes se empenha em buscas distintas, sempre novas, abrindo caminhos inexplorados sobretudo por ela mesma. A cada filme ela refaz, repensa, redescobre e reinterpreta a dimensão do personagem, do tempo, do plano, da montagem e do som”, destaca Francis Vogner. “Homenageá-la é reconhecer a dimensão de uma obra já consolidada e investigar as imagens de um trabalho misterioso e inquieto, de independência e singularidade radicais, que possuem poucos paralelos na produção artística atual”.  

 

24ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES

 Na Web:  mostratiradentes.com.br

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