quarta-feira, 3 de abril de 2019

Crítica: SHAZAM!



SHAZAM!
por Joba Tridente

No mundo cinematográfico dos fictícios heróis e super-heróis norte-americanos, ainda há espaço para algum poderoso de renome ou para algum poderoso sem notoriedade fazer o nome? Hollywood acredita que sim! O mais novo super-herói dos quadrinhos a chegar no cobiçado panteão traz em seu nome-mantra a essência de seis personagens míticos: Salomão (sabedoria), Hércules (força), Atlas (resistência), Zeus (poder), Aquiles (coragem), Mercúrio (velocidade), cuja combinação (no estilo anagrama) da primeira letra de cada nome, ao ser pronunciada por ele: - SHAZAM!, desperta seus sentidos heróicos e o coloca num figurino vermelho, dourado e branco para enfrentar o ambicioso vilão soturno Dr. Sivana (ou Dr. Silvana, como ficou conhecido no Brasil).

Bem, “novo super-herói” é força de expressão. Para os espectadores de primeiro (?) contato com o personagem-duplo da DC, é bom saber que este SHAZAM, que agora estreia na telona do cinema, não é um novato. Criado pelo roteirista Bill Parker e o desenhista C.C. Beck, a sua jornada (e que jornada!) no universo das HQs, começou em 1940, nas páginas da Whiz Comics, da editora Fawcett. Depois de uma ”pancadaria” judicial, foi parar na DC Comics. Noutra confusão de direitos de propriedade de “maravilhosos”, a esperta Marvel tratou logo de registrar o seu Capitão Marvel. Aí, sem alternativa, a DC teve que se contentar com o título SHAZAM!. É mais ou menos isso! Mas, essa história rocambolesca de nomes e personagens “iguais mas diferentes” você encontra melhor detalhada em sites especializados em HQ. Só lembrando, SHAZAM, o original, que foi um e voltou outro, já apareceu em séries televisivas e desenhos animados...


SHAZAM! (SHAZAM!, 2019), filme de ação e aventura juvenil, com boa dose de humor adolescente (quase pastelão), roteirizado satisfatoriamente por Henry Gayden e Darren Lemke e dirigido com desenvoltura por David F. Sandberg, conta a história do frágil garoto de lar adotivo Billy Batson (Asher Angel), de 14 anos, que busca incessantemente por sua mãe biológica e..., logo após ser adotado pelo casal Rosa (Marta Milans) e Victor Vasquez (Cooper Andrews), em cuja casa aconchegante ele conhece o irônico deficiente Freddy (Jack Dylan Grazer), especializado em super-heróis..., é convocado por uma Mago Ancião (Djimon Hounsou), para se tornar um defensor da Terra. Para tanto, basta a Billy aceitar e clamar o nome-mantra do Mago para se transformar no musculoso e nada hábil adulto SHAZAM (Zachary Levi, excelente!) e vice-versa.


Toda via dos poderes inesperados (sem manual de instrução), no entanto (quem se lembra do início de carreira do Homem Aranha?), ainda que se divirta com seus novos dons, na companhia de Freddy, que tenta lhe ensinar como agem os heróis famosos, Billy (um traumatizado adolescente no corpo de um adulto ingênuo) só vai se dar conta das suas responsabilidades quando se encontrar frente a frente com o ambicioso e vingativo Dr. Thaddeus Sivana (Mark Strong), que se apossou dos Sete Pecados Capitais (Gula, Avareza, Luxúria, Ira, Preguiça, Orgulho, Inveja). Nessa hora, ou Billy/SHAZAM acredita em si mesmo, ou vai ter que improvisar no cara a cara com as sete feras voláteis!


Embora não consiga escapar totalmente do clichê pancadaria e destruição (típico do “gênero”), SHAZAM! traz uma história de origem divertida e totalmente descompromissada, com gags legais sobre heróis e super-heróis DC e situações cômicas e reflexivas que remetem ao clássico Quero Ser Grande (Big, 1988), de Penny Marshall. Sem apelar para o melodrama (afinal a mira é o público jovem), em meio às aventuras e desventuras de um super-herói bizarro, que só pensa em divertir o público ao seu redor com seus poderes “mágicos”, o roteiro roda o bambolê e tangencia com  sutileza e inteligência a delicada questão da família adotiva e ou biológica na formação e no caráter de uma pessoa.   


Enfim, considerando a luminosidade, a vivacidade e o humor irreverente que (antes tarde que nunca) está abrindo com louvor brechas na sombria DC; o afinado elenco que segura bem a história divertida que, em sua linguagem gráfica, presta homenagem aos quadrinistas Bill Parker e CC Beck; relevando a qualidade do CGI, a metragem longa (poderia se bem mais enxuta) e o fato de que este não é exatamente o personagem que conheci nas HQs da minha infância..., o hilário e charmoso SHAZAM! é um ótimo passatempo-família para a garotada acima dos 12 anos e seus acompanhantes adultos. Nota: Há duas sequências nos créditos finais. A primeira sugere um novo capítulo da franquia e a última (após os créditos) azara o Aquaman... 


*Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros vídeo-documentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.

4 comentários:

  1. Este filme está sendo super comentado.
    O comentário está ótimo .
    Excelente as publicações do blog

    ResponderExcluir
  2. ..., obrigado, Marina Seischi! ..., volte pra dizer o que achou!

    ResponderExcluir
  3. ótima dica .
    Gostaria tb de ver comentários de filmes antigos ,sou fã .Abraços

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. ..., no arquivo do blog, acima à direita, tem muita coisa (desde 2009) só não sei se ali tem de algum filme do seu interesse. ..., grande abraço. T+

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...