SHAZAM!
por Joba Tridente
No mundo cinematográfico dos fictícios heróis e
super-heróis norte-americanos, ainda há espaço para algum poderoso de renome ou
para algum poderoso sem notoriedade fazer o nome? Hollywood acredita que sim! O
mais novo super-herói dos quadrinhos a chegar no cobiçado panteão traz em seu
nome-mantra a essência de seis personagens míticos: Salomão (sabedoria), Hércules
(força), Atlas (resistência), Zeus (poder), Aquiles (coragem), Mercúrio
(velocidade), cuja combinação (no estilo anagrama) da primeira letra de cada
nome, ao ser pronunciada por ele: - SHAZAM!, desperta seus sentidos heróicos e o coloca num figurino vermelho,
dourado e branco para enfrentar o ambicioso vilão soturno Dr. Sivana (ou Dr. Silvana,
como ficou conhecido no Brasil).
Bem, “novo super-herói” é força de expressão. Para os
espectadores de primeiro (?) contato com o personagem-duplo da DC, é bom saber
que este SHAZAM, que agora estreia na
telona do cinema, não é um novato. Criado pelo roteirista Bill Parker e o
desenhista C.C. Beck, a sua jornada (e que jornada!) no universo das HQs,
começou em 1940, nas páginas da Whiz
Comics, da editora Fawcett. Depois de uma ”pancadaria” judicial, foi parar
na DC Comics. Noutra confusão de direitos de propriedade de “maravilhosos”, a
esperta Marvel tratou logo de registrar o seu Capitão Marvel. Aí, sem alternativa, a DC teve que se contentar com
o título SHAZAM!. É mais ou menos
isso! Mas, essa história rocambolesca de nomes e personagens “iguais mas
diferentes” você encontra melhor detalhada em sites especializados em HQ. Só
lembrando, SHAZAM, o original, que
foi um e voltou outro, já apareceu em séries televisivas e desenhos animados...
SHAZAM! (SHAZAM!, 2019), filme de ação e aventura
juvenil, com boa dose de humor adolescente (quase pastelão), roteirizado satisfatoriamente
por Henry Gayden e Darren Lemke e dirigido com desenvoltura por David F. Sandberg, conta a história do frágil
garoto de lar adotivo Billy Batson (Asher Angel), de 14 anos, que busca
incessantemente por sua mãe biológica e..., logo após ser adotado pelo casal Rosa (Marta Milans) e Victor
Vasquez (Cooper Andrews), em
cuja casa aconchegante ele conhece o irônico deficiente Freddy (Jack Dylan Grazer),
especializado em super-heróis..., é convocado por uma Mago Ancião (Djimon Hounsou),
para se tornar um defensor da Terra. Para tanto, basta a Billy aceitar e clamar o nome-mantra do Mago para se transformar no musculoso e nada hábil adulto SHAZAM (Zachary Levi, excelente!) e vice-versa.
Toda via dos poderes inesperados (sem manual de
instrução), no entanto (quem se lembra do início de carreira do Homem Aranha?), ainda que se divirta com
seus novos dons, na companhia de Freddy,
que tenta lhe ensinar como agem os heróis famosos, Billy (um traumatizado adolescente no corpo de um adulto ingênuo) só
vai se dar conta das suas responsabilidades quando se encontrar frente a frente
com o ambicioso e vingativo Dr. Thaddeus
Sivana (Mark Strong), que se
apossou dos Sete Pecados Capitais (Gula,
Avareza, Luxúria, Ira, Preguiça, Orgulho, Inveja). Nessa
hora, ou Billy/SHAZAM acredita em si
mesmo, ou vai ter que improvisar no cara a cara com as sete feras voláteis!
Embora não consiga escapar totalmente do clichê
pancadaria e destruição (típico do “gênero”), SHAZAM! traz uma história de origem divertida e totalmente
descompromissada, com gags legais sobre heróis e super-heróis DC e situações cômicas
e reflexivas que remetem ao clássico Quero
Ser Grande (Big, 1988), de Penny
Marshall. Sem apelar para o melodrama (afinal a mira é o público jovem), em
meio às aventuras e desventuras de um super-herói bizarro, que só pensa em
divertir o público ao seu redor com seus poderes “mágicos”, o roteiro roda o
bambolê e tangencia com sutileza e inteligência
a delicada questão da família adotiva e ou biológica na formação e no caráter de
uma pessoa.
Enfim, considerando a luminosidade, a vivacidade e o
humor irreverente que (antes tarde que nunca) está abrindo com louvor brechas
na sombria DC; o afinado elenco que segura bem a história divertida que, em
sua linguagem gráfica, presta homenagem aos quadrinistas Bill Parker e CC Beck;
relevando a qualidade do CGI, a metragem longa (poderia se bem mais enxuta) e o
fato de que este não é exatamente o personagem que conheci nas HQs da minha
infância..., o hilário e charmoso SHAZAM! é um ótimo passatempo-família para a garotada acima dos
12 anos e seus acompanhantes adultos. Nota: Há duas sequências nos créditos
finais. A primeira sugere um novo capítulo da franquia e a última (após os créditos)
azara o Aquaman...
*Joba Tridente: O
primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros
vídeo-documentários fiz em 1990. O primeiro curta-metragem (Cortejo), em
35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e
coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e
divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro
tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder,
2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.
Este filme está sendo super comentado.
ResponderExcluirO comentário está ótimo .
Excelente as publicações do blog
..., obrigado, Marina Seischi! ..., volte pra dizer o que achou!
ResponderExcluirótima dica .
ResponderExcluirGostaria tb de ver comentários de filmes antigos ,sou fã .Abraços
..., no arquivo do blog, acima à direita, tem muita coisa (desde 2009) só não sei se ali tem de algum filme do seu interesse. ..., grande abraço. T+
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