sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Crítica: Bumblebee


Bumblebee
por Joba Tridente

Como se dizia lá em 2007: toda história tem seu começo, inclusive a dos Transformers. Ou será que não foi dito? Bem, se alguém disse, está até hoje tentando explicar a localização da rebimboca da parafuseta nos robôs, porque, pelo que se assiste em Bumblebee, a história dos Transformers está começando (?) agora, em 2018, com a chegada do Autobot B-127 (Dylan O'Brien) ao norte de São Francisco, Califórnia-EUA, em 1987. Na época, ele era um robô adolescente que, em meio à guerra devastadora em seu planeta natal Cybertron, foi enviado à Terra por Optimus Prime (Peter Cullen), líder dos derrotados Autobots, para aguardar a reorganização da tropa. Aqui, enquanto se esquiva do belicista militar norte-americano Burns (John Cena) e dos exterminadores Decepticons Shatter (Angela Bassett) e Dropkick (Justin Theroux), que vieram no seu rastro celestial, o jovem B-127..., que lá em 2007 vai ser o Chevolet Camaro 1974 amarelo de Sam Witwicky (Shia LaBeouf)..., se disfarça num Fusca amarelo, que vai parar nas mãos da adolescente (em crise!) Charlie (Hailee Steinfeld) que o batiza de Bumblebee.


A relação de amizade, trapalhadas e parceria entre a humana e o alienígena mecânico, com certeza fará os espectadores mais velhos se lembrarem da relação entre o garoto Elliott e um adorável alienígena em ET: O Extraterrestre (1982), de Steven Spielberg. Porém, a trama de ação e aventura da dupla, nas entranhas da engrenagem dos Transformers, parafusa peças dentadas muito mais pesadas e complexas na preservação da vida humana e da vida alienígena. 

Em um mundo em constante ebulição, ambos carecem de alguma forma de ajuda física ou psicológica. O robô Bumblebee não precisa voltar a Cybertron, mas contará com o apoio de Charlie para evitar que os robôs Shatter e Dropkick levem a cabo seus planos malignos para a Terra. A jovem Charlie, que vive a crise (e as carências) da idade e anda às turras com a sua família, encontrará em Bumblebee o ombro amigo para as suas lamentações aborrescentes. Assim, na proteção mútua, formarão uma dupla que viverá os melhores (e mais intensos) dias de suas vidas.


Escrito pela roteirista Christina Hodson, a primeira mulher num reduto masculino (os cinco Transformers da franquia foram roteirizados por homens!) e dirigido com ousadia e elegância por Travis Knight (da magnífica animação Kubo e as Cordas Mágicas), Bumblebee (Bumblebee, 2018) traz um frescor pra lá de necessário ao recomeço (?) da série. Ainda que não faltem clichês, a sua dramaturgia é mais sensível e os decibéis da pancadaria bem menores..., o que torna os embates tecnicamente mais compreensível. O número de Transformers, (apenas três, no arco principal) também ajuda no desenvolvimento narrativo. Quanto menos máquinas para calibrar..., maior o tempo para se contar uma história inteligível e, o mais importante, com alma.


Bumblebee é um filme redondinho e seus protagonistas (Charlie e Bumblebee) são carismáticos. Bumblebee, em particular, é extremamente expressivo, cativante. Como ele descobre a forma para se comunicar com Charlie é genial. O bom humor beira o ingênuo ou infantojuvenil, com ótimas gags visuais (a sequência do meninão Bumblebee na sala da casa de Charlie é tão divertida quanto aflitiva). Os efeitos especiais são excelentes e as músicas da trilha sonora certamente farão a cabeça dos mais saudosistas com canções de The Smiths, Bon Jovi, Rick Astley, LL Cool J, Duran Duran, a-ha, Tears for Fears. Mesmo numa produção desse quilate, tem parafusos e arruelas precisando de um aperto, porém, nada que comprometa a garantida e movimentada diversão.


Ah, pra terminar, uma vez que o seu público alvo é a garotada adolescente (rebelde sem causa) do séc. XXI, resta saber se ele vai entender as referências cênicas da garotada adolescente (rebelde sem causa) do séc. XX, no cultuado clássico Clube dos Cincos (The Breakfast Club, 1985), de John Hughes, que pontua o enredo. Ou será que só os cinéfilos mais aplicados vão entender o gesto final?

Se o próximo Transformers individual (?) for no mesmo nível, bem escrito, prazeroso e totalmente sem compromisso, eu, que nunca fui muito fã da franquia blockbuster de Michael Bay..., tanto que só escrevi sobre o Transformers 3: O Lado Oculto da Lua..., vou gostar de acompanhar a série que deixei pra trás!


*Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros vídeo-documentários fiz em 1990. O primeiro curta (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.

3 comentários:

  1. ¡Hola! muy acertada tu elección, de hecho ya la estoy esperando y buscando en algún cine cercano, por el horroroso trafico que hay para llegar a cualquier lado.
    Quiero llevar a mi pequeño hijo, pues es uno de sus favoritos.
    Saludos y un abrazo, para que este 2019 te sea de grandes logros y bienestar...

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    Respostas
    1. ..., olá, Unknown, gratíssimo por sua visita e considerações. ..., creio que você e seu filho vão gostar do carismático e divertido Bumblebee. ..., no Brasil estreou ontem (25.12.2018). ..., que 2019 também lhe seja excelente a você e a toda sua família!!!! ..., grande abraço! T+

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