quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Crítica: O Predador


O Predador
por Joba Tridente

O ano em que fizemos o primeiro contato com um Predador a gente nunca esquece: 1987, tendo no front Arnold Schwarzenegger, no auge da fama, sob a direção de John McTiernan e roteiro de Jim e John Thomas, escrito em 1985 e cujo título original, Hunter, vai servir de discussão semântica no mais recente contato com o extraterrestre rastafári em O Predador (The Predator, 2018), dirigido por Shane Black, coautor do roteiro com Fred Dekker. Nesses 31 anos o monstrengo de terríveis mandíbulas, que há princípio, só matava terroristas, traficantes, bandidos, reapareceu meio assim-assim,, na telona, em Predador 2 (1990) e Predadores (2010)..., e depois em mais duas esquecíveis (se é que alguém se lembra!) escorregadas num confronto (?) com o Alien em 2004 e 2007.


Desta vez a aventura começa com uma vertiginosa perseguição no espaço sideral, culminando numa desastrosa entrada em órbita terrestre da nave alienígena do Predador..., que vai dar de cara justamente com um franco-atirador militar norte-americano Quinn McKenna (Boyd Holbrook), em plena ação contra traficantes. A situação não é boa nem para o extraterrestre e nem para o humano. Um predador em fuga, tentando desesperadamente encontrar alguns pertences saqueados, não tem limites para abrir caminho até eles. Um militar (acuado pelo governo e responsável pelo saque) é capaz até mesmo de criar um grupo de defesa..., formado pelos ex-soldados em tratamento psiquiátrico: Nebraska (Trevante Rhodes), Coyle (Keegan-Michael Key), Nettles (Augusto Aguilera), Lynch (Alfie Allen) e Baxley (Thomas Jane)..., para proteger o seu filho autista de cobiçada inteligência Rory (Jacob Tremblay)Segredos e (requentadas) conspirações, envolvendo o governo dos EUA, vão se desvelando no decorrer da agitada trama (pouco convincente em suas três diretrizes: extraterrestre, governamental e militar), que não dispensa, na corrida contra o tempo, nem cães predadores (muito mal resolvidos em CGI) e nem cientista como Casey Bracket (Olivia Munn), que se mostra bem mais que uma exobióloga no tratamento com extraterrestres. Saber mais do que isso pode estragar a sua sessão de cinema, principalmente se for novato neste Universo Predador.


O Predador (2018) traz um olhar tresloucado para o futuro (de uma nova franquia), mas sem deixar de lado a ideia original do passado..., pelo menos no “prólogo” (que faz referência ao filme de 1987, substituindo reféns da guerrilha por reféns de traficantes). Ainda que ágil, seu enredo (vago?) é um tanto mirabolante (para não dizer confuso), com exageros (meio trash), personagens caricatos, piadas grosseiras e humor que beira o pastelão, tiroteios cansativos e inúmeros decepamentos "gore” (tradicionais à mitologia do extraterrestre), mas que assustam a ninguém, já que o suspense é inócuo.

Enfim, considerando que o enredo (impossível de se levar a sério) tem um quê de já visto e com seu viés oitentista está mais propenso à diversão pipoca (e precisa mais?) do que à elucubração cientificista, ainda que se desenrole num fio tênue entre a comédia, a paródia e o drama; notando que o elenco é muito bom e que relevei uns dois personagens caricatos; vendo que o CGI não é dos melhores (ao menos em 3D); lembrando que quem rouba as cenas é o grupo de malucos (The Lonies)..., se você também é fã do Predador, desde que não busque comparação com o clássico de 1987 e seja nada exigente, há uma boa chance de se entreter com este O Predador...  


*Joba Tridente: O primeiro filme vi (no cinema) aos 5 anos de idade. Os primeiros vídeo-documentários fiz em 1990. O primeiro curta (Cortejo), em 35mm, realizei em 2008. Voltei a fazer crítica em 2009. Já fui protagonista e coadjuvante de curtas. Mas nada se compara à "traumatizante" e divertida experiência de cientista-figurante (de última hora) no “centro tecnológico” do norte-americano Power Play (Jogo de Poder, 2003), de Joseph Zito, rodado aqui em Curitiba.

2 comentários:

  1. Para ser sincero, "o clássico de 87" nunca foi clássico para mim. Penso que esse pode até ser "ok".

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    1. ...,olá, Ozymandias Realista, gosto do Predador original de 1987. ..., revi dia desses e continuo gostando. ..., já os que vieram na cola, a mim, foram perdendo o contato imediato com o público, for falta de novidade!

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