Parece que é a hora dos coadjuvantes no cinema, inclusive,
de animação. Após a origem do Gato de
Botas (2011) e dos Pinguins
de Madagascar (2014), chegou a vez a dos Minions..., aquelas pequeninas e atrapalhadas criaturas
amarelo-banana que roubaram muitas cenas na franquia Meu
Malvado Favorito.
Minions,
dirigido por Kyle Balda e Pierre Coffin, é um prólogo ao Meu
Malvado Favorito. O roteiro (que não tem a menor
importância) de Brian Lynch se pauta
em gags e no absurdo para contar a origem dos submissos personagens. Conta-se
que, no começo dos tempos, esses seres adoravelmente malucos eram organismos
celulares procurando rumo, como outros ingredientes, ali na sopa primordial. Ao
trocar a água pela terra preferiram a segurança da subserviência à
instabilidade do poder. Na sua jornada evolutiva foram pulando de um macho alfa
pra outro até chegar aos vilões..., deixando um milenar rastro desastroso nos
quatro cantos do mundo. Em 1968, no auge do Movimento Hippie, os determinados Kevin, Stuart e Bob finalmente desembarcaram
nos EUA, onde conheceram e se tornaram serviçais da incomparável rainha britânica
da vilania Scarlett Overkill, que
planejava um golpe sinistro na Inglaterra de Elisabeth II.
A animação de aventura bizarra e ação pastelão é totalmente amoral...,
ou seja, nada de mensagens edificantes, jornada do herói ou de vilões arrependidos.
Apesar de pequenos, é bom lembrar que os Minions
são o avesso dos Smurfs. Ainda
que a comunidade dos Minions, assim
como a dos Smurfs, (aparentemente?)
seja formada só por (assexuados?) elementos masculinos, diferente das bondosas criaturas
azuis que querem dar fim às malvadezas do Gargamel...,
as masoquistas criaturas amarelas querem mais é ajudar algum malvado (tipo o Gru) a botar fogo no circo. É claro que,
na ânsia de praticar as maiores maldades, para o arrependimento do
mestre-vilão, as coisas não saem exatamente como os amadores amarelinhos planejam.
Minions é um
filme-família, mas não abre mão do humor negro, da acidez inglesa e do nonsense
em seu enredo. Portanto, é bom ficar atento pra não perder as inúmeras gags
(rápidas) que dão contorno e também desconforto à história totalmente sem noção
(inclusive geográfica). Ainda que uma ou outra sequência dispensável (calabouço)
mire mais o adulto (pub) do que a criança, há achados deliciosos na Inglaterra.
No todo, entre os muitos momentos brilhantes da narrativa, destaco a paródia
dos Três Porquinhos, a sátira da Lenda do Rei Arthur, o impagável jogo de futebol (que lembra uma certa
seleção numa certa Copa do Mundo) e a ousada e hilária Teoria da Conspiração Espacial
norte-americana...
Enfim, considerando que o roteiro envereda maravilhosamente
pelos anos sessenta, explorando muito bem os ícones da cultura pop (americana e
inglesa), pontuando com rock dos Beatles, Turtles, Donovan, Doors, Aerosmith, Kinks,
Jimmi Hendrix, Smashing Pumpkins; que Kevin,
Suart e Bob, com seu linguajar próprio, são protagonistas cativantes e têm
ótima desenvoltura na trama; que o egocêntrico inventor de armas Herb Overkill é um personagem muito mais
interessante que a sua mulher e supervilã Scarlett;
que o desenho é impecável e o 3D (de profundidade) não incomoda; que é uma
comédia muito louca e despretensiosa..., desde que você embarque na onda do Minions e (diferente deles) não leve
nada (tão) a sério, vai se divertir um bocado e (possivelmente) rir dos
créditos de abertura aos créditos finais... Eu ri e muito!
Nenhum comentário:
Postar um comentário